por Sérgio Bruno Martins, na revista Pittacos
A polêmica da vez, nas redes sociais, foi a piada, em forma de campanha, pedindo que Lula tratasse seu câncer através do Sistema Único de Saúde (SUS). Muitos rapidamente condenaram tais piadas, para serem acusados então de falta de senso de humor, de exagero ou de querer mitificar a figura do ex-presidente.
De fato, em tempos de polarização entre politicamente corretos e incorretos, não é exatamente óbvio discernir a dinâmica por trás de polêmicas como essa. Mas o primeiro e essencial passo é remeter a discussão ao contexto certo. O problema maior dessa piada não é a falta de solidariedade ou amor ao próximo nela expressa, como alguns alegaram. Será sempre possível rebater esse argumento lembrando que Lula é uma figura pública, e que a piada dirige-se a esta figura, e não ao Lula de carne e osso.
Enfim, que o alvo seja tão somente sua atuação como governante. Também não creio que se vá muito longe trazendo para a mesa a real situação do SUS. Uns vão acentuar suas mazelas, outros falarão de seus destaques (alguns já lembram, por exemplo, de que é possível realizar avançados tratamentos não-invasivos contra o câncer via SUS, ou de que este é o único sistema no mundo que distribui gratuitamente medicamentos contra certas doenças graves). Que essa seja em si uma questão importante, não se discute; mas não é nesse sentido, acredito, que este episódio coloca o SUS em cena.
Em que sentido, então? Façamos uma breve genealogia da piada, começando por outra piada correlata que emergiu mais ou menos ao mesmo tempo, mas que não ganhou a mesma projeção, até por ser mais obviamente ofensiva.
Nesta última, a sugestão é de que o câncer teria sido causado não tanto pela bebida ou pelo cigarro, mas pelo abuso de ‘besteiras’ ditas por Lula em suas falas. Seria uma espécie de ironia ou retribuição do destino vê-lo acometido por uma doença que, potencialmente, põe em risco logo a sua oratória.
Ora, o que motivou a piada do SUS não teriam sido justamente declarações de Lula sobre ‘querer ficar doente para se tratar no SUS’ ou ‘recomendar o SUS ao Obama’? A ideia não é que ele agora deve fazer jus à sua retórica? Basta sermos um pouco levistraussianos para daí percebermos que o que está em jogo na piada não é a realidade do SUS, o homem Lula ou mesmo o suposto desejo de santificá-lo, e sim a impropriedade da sua fala. Rir dessa piada é ver graça na volta, contra o próprio Lula, das ‘besteiras’ por ele proferidas.
Lula não é o primeiro e nem será o último político de expressão a cometer gafes. Mas é difícil pensar em algum outro político cujo discurso tenha sido tão policiado (a tal ponto que chegou a ser lançado um livro intitulado Dicionário Lula – um presidente exposto por suas próprias palavras).
Tornou-se uma constante ver suas metáforas futebolísticas, quebras de protocolo e exageros retóricos entre aspas nas manchetes dos jornais, acompanhadas por vezes de colunas de opinião a lhe recriminar a língua solta. Em outras palavras, Lula foi sistematicamente construído na imprensa como um presidente que não sabe o que diz (e portanto, supõe-se, o que faz).
Claro, outros políticos também foram marcados por suas gafes, como Paulo Maluf ou César Maia. Mas é interessante ver como o sentido atribuído à gafe varia conforme o personagem: César Maia foi amplamente retratado como um prefeito ligeiramente ‘maluco’, mas inteligente e administrativamente capaz (não seria sua maluquice até mesmo um sintoma de inteligência?).
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Já as gafes de Maluf podem até ter contribuído para a percepção negativa de seu caráter, mas não lhe custaram a imagem de político brilhante e até mesmo eficiente (é comum vê-lo como herdeiro do lema informalmente associado ao ex-governador paulista Ademar de Barros, ‘rouba, mas faz’).
Com Lula, não: a gafe é diretamente relacionada ao despreparo ou à falta de compreensão da seriedade que o exercício da presidência exige. Seus deslizes só confirmariam o que as más-línguas já repetiam, que o presidente, ‘praticamente um analfabeto’, não estaria à altura de seu cargo.
Tocamos aqui no coração da ideologia senhorial brasileira e de sua reprodução: a educação vista não como instrumento de igualdade social, mas como marca de distinção. A lei, perante a qual todos são supostamente iguais, distingue entre a prisão comum (para a ralé) e a especial (para os que puderam adquirir um diploma universitário). Há também no mundo das gafes políticas o veredicto especial (maluquice, por exemplo) e o comum (burrice mesmo). Enfim, não é fato novo que o abismo educacional que separa pobres e ricos corre de encontro à mobilidade social, mas ao encontro da fixação e reprodução das relações sociais vigentes. Vale lembrar, porém, que é em relação a estas que o desqualificado e despreparado Lula aparece também como deslocado. E é nesse sentido, anterior a qualquer discussão sobre méritos e deméritos do seu governo, que reside o simbolismo de sua eleição.
Mas assim funciona a ideologia: as revistas e jornais podem compartilhar superficialmente dessa constatação, do ‘milagre’ do operário que virou presidente, sem no entanto abrir mão de reproduzir valores arraigados. Para tanto, basta construir, na suposta objetividade das manchetes, a figura do presidente que não sabe o que diz. O operário virou presidente, certo, mas isso não significa que ele mudou de lugar, e sim que ele está fora do seu devido lugar. Seria inviável afirmar isso abertamente do próprio Lula, mas é plenamente possível construir essa convicção – ou melhor, deixá-la na boca do gol para que todo leitor ou telespectador possa construí-la ‘por contra própria’ – a partir da suposta impropriedade do seu discurso.
Há uma ironia, no entanto: as piadas em questão atestam a força daquilo que elas menosprezam. Se a fala de Lula é constante alvo de ridicularização, é porque ela, antes, causa apreensão. Desqualificá-la é um gesto defensivo, no sentido em que a oratória do ex-presidente é também percebida como sua maior arma política (como na imagem, obviamente equivocada, de Dilma Rousseff como um fantoche do ‘ventríloquo’ Lula).
Num comentário particularmente revelador, pouco após a notícia do diagnóstico, a cientista política Lúcia Hippolito ressaltou ‘o abuso da fala’ de Lula, que ‘estava no palanque todo santo dia’ (como se isso não fosse algo comum na vida política e em diversas outras profissões que dependem primeiramente da fala). A mensagem – Lula fala demais – se repete: mesmo no comentário de Hippolito esse ‘falar demais’ é ambíguo, referindo-se primeiramente ao uso excessivo da voz, mas não deixando de conotar também um incômodo excesso de atividade política. Há uma espécie de antecipação (que para alguns certamente soa como comemoração) de um possível silêncio do ex-presidente, e de seus efeitos ‘bombásticos’ nas próximas eleições.
Seja em comentários como estes, seja na retórica mais desmesurada das redes sociais, toda essa expectativa ansiosa pelo silêncio de Lula é prova de que sua fala também está fora de seu devido lugar, e não apenas no sentido moralista que a deseja recolhida ao lugar afásico que se espera dos despossuídos. Não digo isso com intenção de endossar de antemão o conteúdo de tudo o que Lula diz. Há aspectos de seu governo ao meu ver admiráveis e outros extremamente criticáveis, mas não é isso o que importa aqui (em que pese que, sim, o desconforto com a ascensão social de um certo estrato da população certamente fomenta reações senhoriais). O ponto é vislumbrar, para além dos méritos e deméritos da pessoa Lula ou do governante Lula, mas a partir dessas impressionantes reações à fala de Lula, os alicerces ideológicos do debate político. Pois se há qualquer esperança de um debate mais politicamente são, esta depende de nos darmos conta que são esses alicerces que talvez estejam num lugar indesejável.
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Comentários
Pedro
Essa discussão sobre o grau escolar é uma bobageira. Todo mundo sabe disso, sobretudo os que o usam para desqualificar o Lula. Sabem, inclusive, que pode, e de fato acontece, de a escolarização, e até o grau máximo, a universidade, não ser um critério seguro de avaliação da competência política de ninguém. Lula é a demonstração disso. O que eu me pergunto é se não seria o contrário, ou seja: seria Lula tão competente políticamente quanto é se tivesse feito um curso universitário? Tenho cá minhas dúvidas. Mas, o que faltou mesmo a Lula foi aquele direito divino que na ridícula Inglaterra ainda pare reis e rainhas, príncipes e princesas. Lula é, e faz questão de ser, filho do povo. E o governo de um filho do povo não foi, e não será, agraciado com semelhante título.
Rivelino Matos
O melhor texto sobre o assunto que li.
Silvana Gomes
É bom saber que Luiz Inácio fala a língua do povo. Se a "eleite" se afoba com isso, nada a fazer. Ele tem do seu lado mais de 80% da população brasileira. Portando esse dado é o que interessa. Jornalistas dizem o que querem. Cada um tem "liberdade" para dizer o que quer. Fiquem certos que o povo desse país faz suas distinções. Já provou isso nas respostas que deu a todas as tentativas de denegrir a imagem desse homem brilhante, nordestino e pernambucano e acima de tudo brasileiro. Precisamos e teremos por muito tempo o seu ombro amigo e sua voz forte, rouca e marcante defendendo e lutando pelo Brasil. Deus é maior e há de espantar os urubus!
Herminio
O texto é muito longo e pelo pouco que li, o autor está tentando desculpas pra quem irresponsavelmente, racista de classes e etc, ataca o Lula, penso que o Azenha divulgue textos mais enxutos, principalmente quando vier pobre de ideias, talvez não por culpa de quem o escreveu, quem sabe?
FrancoAtirador
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Selvageria contra Lula foi "ensinada" pela imprensa
Por Weden, no Luis Nassif OnLine
Não há por que o jornalista Gilberto Dimenstein se espantar com a falta de educação de leitores da Folha em relação à doença de Lula.
Nem pode se supreender quando olhar as caixas de comentários dos portais do Estadão, do Globo e da Veja, por exemplo.
A selvageria, que se esconde muitas vezes sob o manto do anonimato, nada mais é do que a continuidade do primitivismo jornalístico praticado por muitos dos seus próprios colegas de trabalho, seja na Folha, seja nos outros veículos acima citados.
O modo como os blogueiros selvagens da Veja – com especial atenção aos dois leões de chácara Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes – se referem ao ex-presidente, e o ódio que eles encarnam, não é muito diferente do modo como alguns representantes de uma classe média deseducada – felizmente, minoritária – se refere àquele que saiu do poder com 80% de aprovação.
Exercícios de falta de educação e decoro jornalístico podem ser encontrados em editoriais – um espaço que, por definição, deveria representar a voz respeitosa dos veículos – do Globo, da Folha e do Estadão, com xingamentos e referências sem escrúpulos a Luis Ignácio da Silva.
Assim como a repulsa mostrada por comentaristas e parajornalistas contra os eleitores de Lula resultou num clima de xenofobia e preconceito jamais observado publicamente neste país, a voz carregada de nojo e ódio de uma Lucia Hipólito – que não conseguiu esconder o júbilo pela doença de Lula – ou de um Arnaldo Jabor, ou ainda de um Merval Pereira, produzem seus ecos no comportamento de leitores que não conheceram a civilidade e as regras de comportamento do espaço público.
Autores desqualificados produzem ou pelo menos atraem leitores desqualificados.
Antes de se envergonhar dos leitores, Gilberto Dimenstein deveria se envergonhar de alguns nomes que compartilham com ele o mesmo ambiente midiático.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/selvager…
Lu_Witovisk
Os senhores feudais deste país não sossegarão… mas são 2 trabalhos: desassossegar e se resignar. Porque o povo como diz o Lula "descobriu que o país é dele".
Vale rever o "Além do cidadão Kane" link: http://video.google.com/videoplay?docid=-57034000…
Para quem não sabe, é um documentário que desde 1993, sua estréia, estrava proibido pela "Justiça" de ser exibido em território nacional. Mostra a ligação do Roberto Marinho com a história recente do país. É excelente!! E este video explica tudo. Do ódio mortal a Lula à necessidade urgente da democratização dos meios de comunicação.
Eu só lamento. Elitismo, mania de superioridade, babaquices gerais como essa só fazem com que a pessoa se torne um escravo.
Zorba, O Grego (livro de Nikos Kazantzakis) ajuda a mostrar o quão ridículo é tudo isso.
Santiago
"Tornou-se uma constante ver suas metáforas futebolísticas, quebras de protocolo e exageros retóricos entre aspas nas manchetes dos jornais, acompanhadas por vezes de colunas de opinião a lhe recriminar a língua solta. Em outras palavras, Lula foi sistematicamente construído na imprensa como um presidente que não sabe o que diz (e portanto, supõe-se, o que faz)".
Ou seja, todo o preconceito, o ódio, a aversão ao Lula, e consequentemente à fala do Lula, foram fomentados pela mídia que representa o interesse conservador, reacionário. Isso já até virou senso comum, sem deixar de ser verdadeiro.
Santiago
Diante de tanta retórica, precisei ir ao google para saber quem é Sérgio Martins. Não encontrei nada relevante que justifique o artigo.
Resumo da ópera: as piadas e comentários pejorativos sobre o câncer de Lula justifica-se por ser ele uma figura pública controversa de origem humilde.
Lula foi em tempos passados pobre e operário, tornou-se presidente do Brasil; como a elite e a classe média brasileira é essencialmente preconceituosa e esnobe, nada mais natural que Lula se torne alvo de suas piadas e críticas ácidas. Então tá, né?
joni
Hum…hum…Quer dizer que mostrar os defeitos e elogiar é a nova tática?
Barbara
curioso que, faz menos de 1 hora, escutei da minha própria mãe que era um absurdo o Lula cobrar não sei quantos mil reais por uma palestra, sendo que ele "não sabe nem falar". Pensamento pequeno, mesquinho e preconceituoso, que está arraigado nessa classe média brasileira, que defende os interesses dos ricos como se dessa classe fizesse parte. Ai ai. Mas o texto veio em boa hora, e já foi encaminhado. Parabéns.
Jaylton
Pessoal, veja no site abaixo o comentário de Bob Fernandes sobre a doença de Lula nas redes sociais. Muito importante.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-erro-d…
_spin
Achei esta post sobre o pessimismo da imprensa muito bom, tem um áudio, mas não sei baixar áudio no blog, kd o tutorial.
É de Luciano Martins, do Observatório da Imprensa http://www.observatoriodaimprensa.com.br/radios/v…
Nesta noite sonhei que não adianta a vítima da mídia contratar um batalhão de bons advogados, o que impera mesmo é a visão da imprensa com seu rolo compressor
Isso é democracia
??????
Cunha
s DERROTADOS gritam no Youtube , Facebook e etc. As vitórias são visíveis, notórias e registráveis. O governo trabalhista mostra resultados,gerando ódio daqueles que vivem com a cabeça numa Casa Grande de fazenda,imaginando a população como grupo só para trabalho sem direitos mesclado à alforriados,de tão atrasados que são.. Gritem derrotados, se descabelem. Só jogando sujo, facistamente, como fazem. Até um câncer é estandarte de vitória para eles. Miúdos em nobreza humana. Está na rede um skinhead criado pela vovó, falando do SUS como se já tivesse necessitado de hospital público um dia. Com certeza, Lula o frequentou quando recém chegado ao SE e na vida operária. Hoje, na posição que se encontra, não tomaria leito de quem precisa e não caberia ter tratamento diferenciado por ter sido presidente, sabendo de todos os problemas do setor de longas datas, principalmente gerados por falhas do ser humano,que vão do desvio de verbas, internações falsas e falta de profissionalismo de quem trata com o povo. Fica então o recado para o DERROTADO do vídeo: caso você venha a se acidentar com o seu carrão, poderá ser socorrido por gente do povo e será levado para um hospital público. Lá , com certeza,te receberão no estado, sem pedir carteirinha ou comprovante do mês, e tentarão te salvar. Não se garanta tucaninho fôfo da vovó,você poderá agradecer à alguém do SUS e por não estarem ocupando leito desnecassariamente.
Marta
Puxa Cunha, agora você arrasou. Fico contigo.
augusto
voce se estrepou nessa, sergio.
primeiro porque havia muita impropriedade em Serra elogiar tanto o Metro tambem…
segundo, porque voce devia dizer "recomendar o SUS ao pais do Obama" era o que estava implicito. Nao à pessoa do Obama.
Pela razao que, se os americanos tivessem um SUS com todas as suas falhas eles estariam bem melhores em Saude publica.
Morvan
Bom dia.
Primeiramente, parabéns ao articulista, por tão bem tramado texto.
Ora, numa alusão clara à Senzala, um retirante ousa lutar, persistir e não se tornar uma fria e silenciosa estatística. Pelo contrário, ousa ser o mandatário da Casa Grande. Ele carrega todos os "defeitos" dos inominados da Senzala: é negro, pobre, pouco instruído e, pasmem: não fala inglês.
Então, o pecado de Lula é enorme: além de ousar ofender a todos os cânones da Casa Grande, abolindo o academicismo do Brasil, ele ainda promove a maior ascensão social da história deste país. O seu antecessor, de desditoso Governo, é decantado pela direita como se fora um deus.
Proporcionalmente falando, a Casa Grande só está mostrando a sua reação, por sinal bastante natural, neste aspecto.
Outra coisa: com a ousadia de Lula, em promover um Governo possível, que transformou definitivamente o país, ele se torna, automaticamente, o inimigo número um dos academicistas. E se a Casa Grande não pode lhe silenciar, um câncer vem bem a calhar, para os senhores feudais deste país.
A sra. Lucia Hippolito é apenas a reverberação do exultismo da direita deste país, que, enfim, pode comemorar algo de venturoso, para ela.
Acho tudo isto muito natural. Não desejável, por nós, mas natural.
Morvan, Usuário Linux #433640.
Johann
Excelente comentário, em poucas linhas descreve tudo
Morvan
Boa tarde.
Obrigado pelo retorno, Johann.
E toda a ventura ao brasileiríssimo Lula da Silva.
:-)
Morvan, Usuário Linux #433640.
Roberto Locatelli
Esse comentário dá de 10 a 0 no artigo.
Morvan
Boa tarde.
Obrigado, Roberto Locatelli. Mas o artigo está muito bom. Ele consegue fotografar com muita fidelidade o ódio político inconfesso dos odiosos confessos.
O articulista é muito feliz ao retratar o tratamento "diferenciado" dispensado ao Estadista Lula da Silva.
:-)
Morvan, Usuário Linux #433640.
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