MANIFESTO DE JUIZ@S BRASILEIR@S PELA COMISSÃO DA VERDADE
Nós, juízas e juízes brasileiros, exigimos que o país quite a enorme dívida que possui com o seu povo e com a comunidade internacional, no que diz respeito à verdade e justiça dos fatos praticados pela ditadura militar, que teve início com o golpe de 1964.
A Comissão da Verdade, criada por lei, é mecanismo que deve contribuir para melhorar o acesso à informação e dar visibilidade às estruturas da repressão, reconstruindo o contexto histórico das graves violações humanas cometidas pela ditadura militar e promover o esclarecimento dos casos de tortura, mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres.
Estamos certos, como decidido pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que “as atividades e informações que, eventualmente, recolha (a Comissão de Verdade), não substituem a obrigação do Estado de estabelecer a verdade e assegurar a determinação judicial de responsabilidades“.
Manifestações que buscam cobrir as violações cometidas sob o manto da ignorância são um golpe para os direitos humanos e afrontam o patamar da dignidade humana estabelecido na Constituição Federal e normativa internacional. Todos e todas têm o direito de saber o que ocorreu em nosso país, tarefa que compete à Comissão da Verdade, a ser composta por pessoas comprometidas com a democracia, institucionalidade constitucional e direitos humanos.
Aguardamos que a Comissão da Verdade seja constituída o quanto antes, devidamente fortalecida e com condições reais para efetivação do seu mister.
Jorge Luiz Souto Maior – SP
João Ricardo dos Santos Costa – RS
Kenarik Boujikian Felippe – SP
Alessandro da Silva- SC
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Marcelo Semer- SP
André Augusto Salvador Bezerra – SP
Gerivaldo Neiva – BA
Roberto Luiz Corcioli Filho – SP
Aluísio Moreira Bueno – SP
Carlos Frederico Braga da Silva – MG
Angela Maria Konrath – SC
Fernanda Menna Pinto Peres – SP
Adriano Gustavo Veiga Seduvim – PA
Rubens Roberto Rebello Casara – RJ
Mauro Caum Gonçalves – RS
Roberto Arriada Lorea – RS
Alexandre Morais da Rosa – SC
João Batista Damasceno – RJ
Marcos Augusto Ramos Peixoto – RJ
Lygia Maria de Godoy Batata Cavalcanti – RN
Luís Carlos Valois Coelho – AM
Dora Martins – SP
José Henrique Rodrigues Torres – SP
Andréa Maciel Pachá – RJ
Maria Coeli Nobre da Silva – PB
Ruy Brito – BA
Paulo Augusto Oliveira Irion – RS
Amini Haddad – MT
Geraldo Prado – RJ
Michel Pinheiro – CE
Alberto Alonso Muñoz – SP
Julio José Araujo Junior – RJ
Fernando Mendonça – MA
André Luiz Machado – PE
Grijalbo Fernandes Coutinho – DF
Fábio Prates da Fonseca – SP
Marlúcia de Araújo Bezerra – CE
Maria das Graças Almeida de Quental – CE
Rodolfo Mário Veiga Pamplona Filho – BA
Weliton M. dos Santos – MG
Célia Regina Ody Bernardes – MT
Oscar Krost – SC
Adriana Ramos de Mello – RJ
José Roberto Furquim Cabella – SP
Maria Cecília Alves Pinto – MG
Sergio Renato Domingos – SC
Mário Soares Caymmi Gomes – BA
Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza – MT
Jeferson Schneider – MT
Eduardo Vandré Oliveira Lema Garcia – RS
Lucas Vanucci Lins – MG
Douglas de Melo Martins – MA
Alberto Silva Franco – SP
Fernanda Souza P. de Lima Carvalho – SP
Cristiana de Faria Cordeiro – RJ
Umberto Guaspari Sudbrack – RS
Erico Araújo Bastos – BA
Edson Souza – BA
Amilton Bueno de Carvalho – RS
José Augusto Segundo Neto – PE
Salem Jorge Cury – SP
Rita de Cássia M. M. F. Nunes – BA
José Viana Ulisses Filho – PE
Milton Lamenha de Siqueira – TO
Maria da Graça Marques Gurgel – AL
Luiz Alberto de Vargas – RS
João Marcos Buch – SC
Ivani Martins Ferreira Giuliani – SP
Maria Cecilia Fernandes Alvares Leite – SP
Saint-Clair Lima e Silva – SP
Magda Barros Biavaschi – RS
Bernardo Nunes da Costa Neto – PE
Beatriz de Lima Pereira – SP
Rodolfo Mário Veiga Pamplona Filho – BA
Edvaldo José Palmeira – PE
Denival Francisco da Silva – GO
Maria Madalena Telesca – RS
Reginaldo Melhado – PR
Ana Claudia Petruccelli de Lima- PE
Albérico Viana Bezerra – PB
Carlos Eduardo Oliveira Dias – SP
Ana Paula Alvarenga Martins – SP
Theodomiro Romeiro dos Santos – PE
José Tadeu Picolo Zanoni – SP
Maria Sueli Neves Espicalquis – SP
Sandra Miguel Abou Assali Bertelli -SP
Luís Christiano Enger Aires – RS
Carmen Izabel Centena Gonzalez – RS
Rute dos Santos Rossato – RS
Reno Viana – BA
Orlando Amâncio Taveira – SP
André Luis de Moraes Pinto – RS
Norivaldo de Oliveira – SP
Eugênio Couto Terra – RS
Denise Oliveira Cezar – RS
Helder Luís Henrique Taguchi – PR
Sérgio Mazina Martins – SP
Eugênio Facchini Neto – RS
Gilberto Schäfer – RS
Rodrigo de Azevedo Bortoli – RS
André Luis de Moraes Pinto – RS
Paulo da Cunha Boal – PR
Laura Benda – SP
Joana Ribeiro Zimmer – SC
Bráulio Gabriel Gusmão – PR
Graça Carvalho de Souza – MA
Andrea Saint Pastous Nocchi – RS
Fernando de Castro Faria – SC
Dyrceu Aguiar Dias Cintra Junior – SP
Angélica de Maria Mello de Almeida – SP
Andréia Terre do Amaral – RS
Fabiana Fiori Hallal – RS
Maria Lucia Boutros Buchain Zoch Rodrigues – RS.
Laura Borba Maciel Fleck – RS
Luís Fernando Camargo de Barros Vidal – RS
Régis Rodrigues Bonvicino – SP
Luis Manuel Fonseca Pires – SP
Carlos Vico Mañas – SP
Mylene Gloria Pinto Vassal – RJ
Leia também:
Adriano Diogo: Comissão da Verdade de São Paulo vai priorizar os mortos e
Comentários
FrancoAtirador
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17/03/2012 – 10h37
Mesmo com autorização do STF, CNJ ainda não voltou a inspecionar TJ-SP
Brasília – A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda não voltou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para inspecionar o patrimônio de juízes e servidores, mesmo com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
No início do mês, o ministro Luiz Fux liberou a retomada das correições, mas impediu o uso de informações prestadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo a corregedoria, a equipe responsável pelas inspeções está finalizando um relatório sobre a Justiça do Amapá, que deve ficar pronto na próxima terça-feira (20).
Só depois o grupo decidirá o que fazer em relação à corte bandeirante.
A corregedoria ainda informa que a ressalva de Fux pode influenciar a programação inicial de inspeções, já que as prioridades eram baseadas em dados do Coaf sobre os tribunais com o maior volume de movimentações financeiras atípicas. Inicialmente, as correições passariam por São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, e depois seguiriam por mais 19 tribunais.
A inspeção no TJSP foi a primeira da série e começou em dezembro do ano passado, mas foi suspensa por uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski.
A ação foi protocolada pelas três maiores associações de juízes do país, que sustentavam que a corregedoria promoveu uma devassa em dados sigilosos de 216 mil magistrados e servidores.
Nas informações prestadas ao STF em janeiro, a corregedora Eliana Calmon alegou que o relatório apenas apontou tribunais onde havia atividades suspeitas, sem fornecer nomes ou CPFs. Ela também disse que a sua equipe se ateve ao cruzamento de declarações de renda com as folhas de pagamento, o que não é considerado ilegal.
Com o fim do recesso do Judiciário em fevereiro, uma questão técnica fez a relatoria do processo passar para o ministro Luiz Fux, que decidiu ouvir diversas entidades de juízes e servidores antes de preparar seu voto.
Temendo um engessamento prolongado do CNJ, Calmon enviou um ofício ao ministro para saber se a corregedoria poderia retomar as apurações rotineiras nos tribunais.
Em resposta, Fux autorizou a volta ao trabalho desde que as informações do Coaf fossem excluídas.
De acordo com integrantes da corregedoria do CNJ, a principal preocupação do órgão atualmente é conseguir cumprir todas as inspeções nos estados onde há irregularidades até o fim da gestão de Eliana Calmon, em setembro.
Reportagem: Débora Zampier
Edição: Aécio Amado
Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-03-1…
FrancoAtirador
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Recurso da OAB contra a Lei da Anistia está na pauta do STF
Na próxima quinta-feira (22/3), o Supremo Tribunal Federal deverá se pronunciar sobre dois pontos que foram omitidos no julgamento da ADPF Nº 153 ajuizada pela OAB:
1) Se, por determinação de leis nacionais, podem ser objeto de anistia os crimes que ferem os princípios do direito internacional, no caso específico, os crimes contra a Humanidade:
"o assassínio, o extermínio e todo ato desumano cometido contra a população civil por autoridades estatais".
2) Se, com base na Lei da Anistia, podem ser considerados prescritos os crimes de desaparecimento forçado e de seqüestro praticados no período da Ditadura Militar (1964-1985).
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2012/03/16/stf…
http://www.oab.org.br/arquivos/pdf/Geral/Anistia….
Dorian Carvalho
Juiz que fala fora dos autos e sem vinculação a um caso concreto presta desserviço a credibilidade da Justiça.
Alício
Dá-lhe garotas e garotos!!!
Juíz@s Brasileir@s pela Comissão da Verdade | FalaRioGrande.com.br
[…] Do Vio o Mundo […]
antonio b filho
Sempre houve juízes e juízas com elevado senso de Justiça (parece incongruência, mas não é, pelas raízes históricas do Judiciário, durante séculos destinado a defender os poderosos, desde a Colônia) .
Este manifesto terá muitas adesões, pois seria um absurdo que magistrados protegessem estupradores, assassinos e torturadores, ou seja, autores de crimes contra a Humanidade descritos nas leis internacionais.
É bom ouvir as vozes de Suas Excelências, que nos dão a esperança num País justo!
Porco Rosso
Que coisa, a juíza Márcia Loureiro (que autorizou a reintegração de posse do Pinheirinho) não assinou!
Jose Mario HRP
Sensacional!
Pedro
Boa lembrança.
pperez
Alvissaras!
Acho que o exemplo de coragem,determinação e cidadania da Dra Eliana Calmon, do CNJ, sensibilizou e incentivou iniciativa como esta dos mAgistrados, que deve servir de caixa de ressonancia para outros segmentos importantes da sociedade brasileira tb se posicionarem!.
FrancoAtirador
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Quem dera os Tribunais, principalmente os Superiores,
fossem compostos, na maioria, por Juízes desse quilate.
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MARCELO
Se fosse a ditadura cubana ou chinesa,o Viomundo nem publicaria.Afinal de contas,ditadura
de esquerda não tortura,só faz "interrogatórios cientificos"………
Francisco
Será uma luz no fim do tunel? Meu deus, estaremos vendo o dia em que as coisas terão sentido republicano no nosso país?
Será que estamos no limiar do dia em que juizes advocarão em prol do cumprimento da Lei? Vivi o suficiente para ver esse dia?
Vi um raio de sol. Não me satisfaz, mas é uma luz… Que bom!
PS: Juiz fazendo questão de Lei… Oraiêiê, meu pai Xangô, este país esta ficando irreconhecivel!!!
souza
é momento do cidadão se engajar na lutar pela verdade que ocorreu nos anos de chumbo.
Panambi
Como satirizaria o PHA: "a coisa já esteve melhor para o Merval, Reinaldo et caterva de pijama…"
Marta
Vejo este manifesto como a luz no fim do túnel. É um sopro de esperança e um alento de que ainda existe em nosso judiciário o compromisso com a democracia, com a verdade e com o respeito à nossa Constituiçâo.
virginia langley
mas nao seria o caso dos juizes de hoje perguntarem o que faziam os juizes do tempo da ditadura? onde se enfiaram quando a lei era violada pelo encarregados de cumpri-la???
M. S. Romares
Olá Virgínia.
É uma pergunta pertinente, sem dúvida. Seria interessante saber as idades desses magistrados para se ter uma vaga idéia de que faziam, e como faziam, na época da "ditabranda" da fsp. Acredito que a maioria deles frequentava bancos escolares; alguns podem ter sofrido na pele os resquícios da "redentora". Pode ser que outros se beneficiaram do regime, mas uma coisa é certa: é algo para se apoiar e aplaudir.
virginia langley
"o bom senso é mercadoria mais bem repartida no mundo pois não quem dele nao se julgue aquinhoado
generosamente" R Descartes..sempre me comove quando vejo uma manifestação assim,cartesiana,
perspicaz, quase diria sagaz, onde se usa a mais aguda ferramenta do raciocinio para desvelar um verdade encoberta…genio.
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