Estamos diante da segunda crise bancária?

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Levando em conta a situação que os bancos norte-americanos e europeus têm passado, destaca-se o nome de quatro bancos que poderão estar à beira da falência ou de ser salvos novamente pelos governos nacionais, já que são “demasiado grandes para falir”. Os seus nomes são: Bank of America, Crédit Agricole, Commerszbank e Societé Générale. Trecho do artigo “Estamos perante a segunda crise bancária?” de Oscar Ugarteche e Leonel Carranco.

Oscar Ugarteche e Leonel Carranco, no Esquerda.net, via Carta Maior

A má situação do Bank of America

O Bank of America, – o banco mais importante dos Estados Unidos em ativos e empréstimos – está passando por graves problemas financeiros em tal grau que pode ser comprado pelo JP Morgan, conforme anunciou em 23 de agosto de 2011 o Wall Street Journal através do seu blogue 24/7 Wall St. [1] com base em rumores que estão ganhando força dentro da praça financeira norte-americana. A transação de compra seria feita com a ajuda do governo norte-americano o qual desembolsaria cerca de 100 bilhões de dólares.

O blog do WSJ refere que o Business Insider calcula que o Bank of America necessitará entre 100 e 200 bilhões de dólares para reforçar as suas contas [2]. Isto significa uma falência técnica do Bank of America, mas como se viu na primeira crise bancária de 2008-2009, os grandes bancos não vão à falência, fundem-se porque são demasiado importantes para falir.

Notemos que o Bank of America no seu informe do segundo trimestre publicou as maiores perdas da sua história num montante de 9,127 bilhões de dólares. Estas perdas estão associadas, em grande medida, com hipotecas de segunda geração.[3] Trata-se de hipotecas que foram boas mas que se deterioraram pelo elevado desemprego e pelas más remunerações norte-americanas, em especial a partir de 2008.

No início do ano o preço das acções do Bank of America era de 14,19 dólares e em 22 de setembro (no fechamento da bolsa), – um dia depois da declaração de Bernanke sobre a gestão da política monetária dos Estados Unidos [4] -, o preço das ações foi de 6,06 dólares o que significa uma queda de 57,3% em cerca de nove meses, sem deixar de mencionar que no dia 8 de agosto houve uma forte queda, de 20,32%, causada pela baixa do rating da dívida dos Estados Unidos.

O preço de 6,06 dólares por ação significa que os investidores não acreditam no preço das ações dos livros de contabilidade do Bank of America (21,45 dólares), dado publicado no segundo informe do balancete financeiro deste banco. Isto é, os investidores crêem que o verdadeiro preço das ações do Bank of America vale menos de um terço do que os livros de contabilidade deste banco dizem.

Jonathan Weil, colunista da Bloomberg, disse que o mercado percebe que “mais de metade do valor da empresa que está nos livros é falso, porque os ativos estão sobrevalorizados ou os passivos subestimados, ou por uma combinação dos dois” [5].

A má situação financeira do Bank of America levou-o a tomar a decisão de começar a vender ativos que, segundo o banco, lhe são complementares. Entre estas decisões está a venda de uma carteira de investimentos imobiliários por um valor de um bilhão de dólares assim como outra de hipotecas vendida por 500 milhões de dólares à empresa estatal de hipotecas Fannie Mae. Também vendeu o TD Bank Group um negócio de cartões de crédito avaliado em 8,6 bilhões de dólares [6]. Os dois últimos anúncios foram a 30 de agosto quando vendeu as ações que possuía do Banco de Construção da China por um valor de 8,3 bilhões de dólares [7], e o segundo é a muito possível venda da sua participação na Pizza Hut por um montante de 800 milhões de dólares. [8]

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Warren Buffet no resgate

No dia 25 de agosto, e tendo como ambiente uma maior desconfiança dos investidores na solidez financeira deste banco, Buffet, um dos mais poderosos investidores do mundo, participou no resgate do Bank of America comprando ações preferenciais (que não se vendem a qualquer um) num valor de 5 bilhões de dólares [9], o que representa aproximadamente 6,5% do capital social do banco [10]. Isto levou a que as ações aumentassem 20% de 25 a 29 de agosto mas este momento de subida mudou a 30 de agosto registando-se uma queda de 13,6% em relação ao preço de fechamento de 2 de setembro. O saldo geral do impacto da injeção de capital por parte de Buffet a 2 de setembro foi um aumento de 3,8% do preço das ações.

Este fato mostra-nos que o maior banco dos Estados Unidos está passando por grandes problemas financeiros, muito ligados à sua carteira de investimentos imobiliários. Recordemos que há dois processos relacionados com este tema, um da parte da AIG e o montante pedido é de 10 bilhões de dólares [11] e o outro por parte da Agência Federal de Financiamento à Habitação (FHFA, segundo as suas siglas em inglês) num montante de 24,8 bilhões de dólares [12].

O peso do Bank of America

O valor dos ativos do Bank of America no primeiro trimestre de 2011 foi de 2,3 trilhões de dólares enquanto que em derivados foi de 72,7 trilhões de dólares. Uma gestão de valores em derivados equivalente a 32 vezes o montante dos seus ativos [13]. Este banco representa aproximadamente 22,6% do mercado de derivados e 17% do total dos ativos bancários dos Estados Unidos.

Se compararmos o valor dos ativos do banco em 2010 com o Produto Interno Bruto da zona euro, teríamos que os ativos do Bank of America em 2010 representam 88% do PIB da França e 68% do PIB da Alemanha. O valor destes ativos é de 7,4 vezes o PIB da Grécia, 9,9 o PIB de Portugal, 1,1 o da Itália e 1,6 vezes em relação ao de Espanha.

Os problemas do Goldman Sachs e da UBS

A 15 de setembro de 2008 foi dada a notícia da falência do Lehman Brother’s; novamente a 15 de setembro, mas deste ano, surgiam duas notícias muito importantes no âmbito financeiro. A primeira do encerramento do que foi o mais importante hedge fund do Goldman Sachs e a segunda das perdas declaradas pelo banco suíco UBS, as quais ascendem ao montante de 2 bilhões de dólares.

O Goldman Sachs anunciou o encerramento, entenda-se como uma falência, do seu hedge fund Alpha Global [14], que fora catalogado como a jóia da coroa daquele banco [15]. Este fundo tinha perdido, durante este ano, 12% do seu valor16, o que representava uma segunda queda em quatro, uma vez que em Setembro de 2008 teve uma queda de 22%17, sendo um dos acontecimentos que iniciou o caminho para a Grande Recessão [18].

A esta notícia somou-se a de que um operador estabelecido em Londres e pertencente ao banco UBS tinha incorrido numa fraude que provocara perdas do banco no montante de 2 bilhões de dólares [19], algo que relembra a fraude no banco francês Societé Générale em janeiro de 2008 num montante de 5 bilhões de dólares [20].

A fraude de 2 bilhões de dólares, segundo a versão do banco UBS, levanta dúvidas sobre como o operador pôde ultrapassar os controles internos num montante de tal tamanho. Se este montante em vez de ser perdas fossem lucros então, como menciona o editor principal da CNBC John Carney, não lhe estariam a chamar desonesto mas teria ascendido a vice-presidente ou diretor geral de algum departamento do banco suíço [21]. Tduo isto levanta a interrogação: Quantas destas fraudes haverá na banca mundial? Recordemos Barinas, falecido em 1994 numa operação análoga em que os controles internos não funcionaram [22].

Os problemas do Commerzbank

À situação de deterioração do Bank of America não é estranha o banco alemão Commerzbank – o segundo mais importante da Alemanha – que está passando por graves problemas financeiros, mas diferentemente do banco norte-americano, o Commerzbank tem problemas pela sua elevada exposição em valores emitidos pelos países europeus altamente endividados.

No início do ano o preço das acções do Commerzbank era de 5,636 euros e a 22 de setembro (no fechamento) o preço das acções foi de 1,56 dólares o que significa uma queda de 72,3% durante este ano. É importante mencionar que a 10 de agosto este banco anunciou que os seus lucros do segundo trimestre, comparados com os do primeiro, tinham caído 93% devido aos problemas que tem a sua carteira de investimentos relacionados com a dívida soberana da Grécia. [23]

A alquimia dos bancos alemães

Um dos problemas que a desregulação financeira e a contabilidade criativa trouxeram, foi o de esconder os problemas financeiros de qualquer empresa, temos exemplos clássicos disso no Long-Term Capital Management e no Enron que faliram em 1998 e 2001, respectivamente.

Yalman Onaran escreveu um importante artigo na Bloomberg intitulado “Global bank capital regime at risk as regulator spar over rules” [24], onde fala sobre os problemas existentes nos bancos europeus e norte-americanos, para que eles cumpram as normas escritas em Basileia III. Destaca-se o caso da banca alemã onde existe um elevado uso dos valores híbridos (também conhecidos como “silent participations”), os quais se contabilizam como dívida e capital ao mesmo tempo mas que estruturalmente são passivos. Estes valores híbridos em certas ocasiões chegam a representar 50% do capital das entidades financeiras dentro da Alemanha; temos um caso concreto no banco Landesbank Hessen-Thuering que foi retirado em 2010 dos testes de stress devido a ter um elevado montante de capitais híbridos.

No caso do banco Commeszbank estes valores estão contabilizados como ativos. [25] É importante mencionar que durante a crise bancária de 2008 este banco vendeu ao governo alemão 2,75 bilhões de euros em valores híbridos que foram convertidos em ações. [26] Isto é os alquimistas do governo alemão a partir da contabilidade creativa e da engenharia financeira (parecidos neste caso com a pedra filosofal) fizeram uma transmutação de um valor que pela sua estrutura espresenta um passivo numa ação financeira convertendo empréstimos em entradas de capital.

A França e a sua banca com problemas

Depois da baixa de qualificação dos Estados Unidos por parte da Standard and Poor’s, a pergunta é: Qual país é o próximo? Os rumores começaram a surgir de que o seguinte seria a França. No dia 10 de agosto de 2011, as ações francesas foram afectadas pelo rumor de uma possível baixa do triplo AAA27 na notação financeira da dívida do governo francês por parte da Moody’s mas isto não aconteceu, nesse mesmo dia tanto a Moody’s como a Standard and Poor’s vieram ratificar o nível de qualificação [28].

Estes rumores levaram a que, no dia 24 de agosto, o governo francês tenha anunciado um plano para reduzir o seu déficit fiscal. O plano consiste num aumento das receitas em 10 bilhões de euros por meio de aumentos de impostos assim como cortes nas isenções e incentivos fiscais que estavam a ser utilizados para estimular o crescimento económico. [29] A França finalizou o ano de 2010 com um déficit fiscal no valor de 7% do PIB,30 enquanto que a sua dívida actual é de 86,7% e a privada externa de 208% [31].

Ao problema da notação da dívida pública francesa há que somar-se a má situação da sua banca privada. Em 14 de setembro a Moody’s anunciou a baixa da notação dos bancos Societé Générale e Crédit Agricole e pôs em revisão a notação do BNP Paribas; estes são os três mais importantes bancos dentro do país. A causa do rebaixamento da notação financeira deve-se à deterioração financeira provocada pelas dívidas soberanas que mantêm nos seus balancetes, principalmente à dívida grega. [32] Entre 3 de janeiro e 22 de setembro deste ano o preço das ações do BNP Paribas caiu 53,2% o Société Générale 63,4% e o Crédit Agricole 57%.

As demissões no setor bancário

A 12 de setembro, Brian Moynihan, diretor geral do Bank of America anunciou o corte de 30 mil postos de trabalho em nível internacional [33], isto com base no seu plano de reestruturação chamado “New BAC” apresentado em abril deste ano para tentar aumentar a rentabilidade e o capital deste banco [34]. Enquanto que os bancos europeus anunciaram 67 mil demissões entre janeiro e agosto deste ano, dos quais 50 mil foram da banca do Reino Unido [35]. Então temos que durante este ano, (janeiro-setembro) a banca europeia e norte-americana cortaram 97 mil empregos.

Estes números fazem-nos recordar duas situações já vividas, a primeira foi a demissão de 116 mil trabalhadores do setor bancário durante a crise financeira do ano 2001. A segunda tem a ver com a demissão de 130 mil pessoas entre janeiro e outubro de 2008. Recordemos que nesse ano, mas no dia 15 de setembro, o banco de investimentos Lehman Brother’s declarou-se em falência, fato que detonou uma crise bancária e a sua consequente recessão econômica.

Considerações finais: Os bancos candidatos à falência, à fusão ou a serem novamente salvos

Tendo em conta a situação que os bancos norte-americanos e europeus têm passado, destaca-se o nome de quatro bancos que poderão estar à beira da falência ou de ser salvos novamente pelos governos nacionais, já que são “demasiado grandes para falir”. Os seus nomes são: Bank of America, Crédit Agricole, Commerszbank e Societé Générale. Os últimos dois bancos apresentaram uma importante queda do preço das suas ações, nos nove meses deste ano, 72,3% e 63,4%, respectivamente.

Quando os preços das ações têm quedas de dois dígitos, começam a soar os alarmes nos investidores e ainda mais quando se apresenta a situação de uma tendência de forte baixa.

Recordemos que a agência de rating Moody’s anunciou a 21 de setembro o corte da notação da dívida de curto prazo de três dos mais importantes bancos dos Estados Unidos: Bank of America, Citigroup e Wells Fargo [36].

A forte queda dos preços das ações do setor bancário nos Estados Unidos e na Europa é muito parecida com a crise bancária desencadeada pela falência do Lehman Brother’s em setembro de 2008.

Três anos depois desta data, encontramo-nos novamente em vésperas de uma nova crise bancária e, portanto, financeira a nível internacional, assim o assinala a empresa PIMCO, a qual é a maior a nível internacional na comercialização de títulos. [37]

(*) Trecho do artigo “Estamos perante a segunda crise bancária? – Notícias da crise 2011” de Oscar Ugarteche [38] e Leonel Carranco [39], que foi publicado no site do Observatório Económico da América Latina (obela.org). Tradução de Carlos Santos para Esquerda.net

NOTAS

[1] Disponível em http://247wallst.com/2011/08/23/jp-morganmay-take-over-bank-of-america/

[2] Disponível em http://www.businessinsider.com/bank-ofamericas-stock-collapse-2011-8?op=1

[3] Bank of America, Supplement information, Second Quarter 2011, Disponível em http://phx.corporateir.net/External.File?item=UGFyZW50SUQ9MTAwNDAzfENoaWxkSUQ9LTF8VHlwZT0z&t=1

[4] Ver: http://www.federalreserve.gov/newsevents/press/monetary/

[5] Disponível em: http://www.bloomberg.com/news/2011-07-21/curse-the-geniuses-who-built-bank-of-america-jonathanweil-1-.html

[6] Disponível em: http://www.businessinsider.com/bank-ofamericas-fire-sale-2011-8

[7] Ver: http://www.reuters.com/article/2011/08/30/usbankofamerica-ccb-idUSTRE77S2MO20110830

[8] Ver: http://www.bloomberg.com/news/2011-09-22/bankof-america-said-to-seek-800-million-in-sale-of-pizza-hutfranchise.html

[9] Ver: http://www.marketwatch.com/story/buffetts-bofainvestment-is-the-new-tarp-2011-08-25?dist=countdown

[10] Ver: http://www.marketwatch.com/story/sorry-warrenbank-of-america-still-stinks-2011-08-30?link=MW_story_investinginsight

[11] Ver: http://www.nytimes.com/2011/08/08/business/aig-tosue-bank-of-america-over-mortgagebonds.html?pagewanted=all

[12] Ver: http://www.bloomberg.com/news/2011-09-02/barclays-bank-of-america-are-sued-by-fhfa-overmortgage-backed-securities.html

[13] “Office of the comptroller of the currency , OCC´s Quarterly report on bank trading and derivatives activities first quarter 2011”. Disponível em http://www.occ.treas.gov/topics/capitalmarkets/financial-markets/trading/derivatives/dq111.pdf

[14] Este hedge fundactuava no comércio quantitativo o qual utiliza modelos computacionais altamente sofisticados para aproveitar rápidamente as oportunidades nos mercados.

[15] Ver: http://www.cnbc.com/id/44549144

[16] Ver: http://www.eleconomista.es/mercadoscotizaciones/noticias/3379250/09/11/ocaso-de-un-hedgefund-goldman-sachs-echara-el-cierre-global-alpha.html

[17] Ver: http://www.reuters.com/article/2011/09/16/usgoldmansachs-hedgefund-idUSTRE78F28Y20110916

[18] Ver: http://www.bloomberg.com/news/2011-09-16/goldman-s-global-alpha-reaches-its-omega-moment-theticker.html

[19] Ver: http://www.businessweek.com/news/2011-09-18/ubschief-gruebel-dismisses-calls-to-resign-after-trading-loss.html

[20] Ver: http://www.elpais.com/articulo/internacional/policia/britanica/acusa/broker/UBS/contabilidad/falsa/delito/fraude/elpepuint/20110916elpepuint_10/Tes

[21] Ver: http://www.cnbc.com/id/44533146

[22] Ver: http://redordead.wordpress.com/2009/08/15/thevictorian-remixes-the-demise-of-barings-bank-a-lesson-inrisk-management-internal-controls-and-regulations/

[23] Ver: http://www.marketwatch.com/story/commerzbankprofit-falls-93-on-greek-impairment-2011-08-10

[24] Ver: http://www.bloomberg.com/news/2011-08-19/globalbank-capital-regime-at-risk-as-regulators-spar-over-rules.html

[25] Ibidem

[26] Ver: http://www.ft.com/intl/cms/s/0/b44410e0-6010-11e0-abba-00144feab49a.html#axzz1X3q1aSC2

[27] Disponível em http://www.marketwatch.com/story/fornext-rating-downgrade-sp-may-look-at-france-2011-08-10?dist=afterbell

[28] Disponível em: http://www.bloomberg.com/news/2011-08-10/french-aaa-credit-affirmed-by-standard-poor-s-moody-samid-market-rout.html

[29] Disponível em: http://www.reuters.com/article/2011/08/24/france-budgetidUSLDE77N04F20110824

[30] Disponível em: http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/2-26042011-AP/EN/2-26042011-AP-EN.PDF

[31] Ver: http://www.usdebtclock.org/world-debt-clock.html

[32] Ver: http://www.theage.com.au/business/worldbusiness/french-banks-downgraded-by-moodys-20110914-1k95o.html

[33] Ver: http://www.nytimes.com/2011/09/13/business/ceopromises-cuts-at-bank-ofamerica.html?_r=1&ref=layoffsandjobreductions

[34] Ver: http://www.charlotteobserver.com/2011/09/02/2574344/bank-of-america-layoffs-could.html

[35] Ver: http://www.bloomberg.com/news/2011-08-23/european-bank-job-bloodbath-surpasses-40-000-as-ubscuts-workforce-by-5-.html

[36] Ver: http://www.marketwatch.com/story/moodys-cutscitigroup-to-p-2-affirms-p-1-2011-09-21?link=MW_home_latest_news

[37] Ver: http://www.bloomberg.com/news/2011-09-22/elerian-says-world-is-on-eve-of-next-financial-crisis-oversovereign-debt.html

[38] Oscar Ugarteche – Economista peruano e investigador do Instituto de Investigações Econômicas da Universidade Nacional do México (UNAM)

[39] Leonel Carranco – Colaborador do Observatório Econômico da América Latina da UNAM.

Leia também:

Pochmann: Pobres que trabalham e estudam têm jornada maior que operários do século XIX

Juvandia Moreira: Bancos  brasileiros têm condições de apresentar proposta decente

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Comentários

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cronopio

CHARLES BAUDELAIRE
I
"Raça de Abel, só bebe e come,
Deus te sorri tão complacente.
Raça de Caim, sempre some
No lodo miseravelmente.
Raça de Abel, teu sacrifício
Doce é ao nariz do Serafim!
Raça de Caim, teu suplício
Será que jamais terá fim?
Raça de Abel, tuas sementes
E teu gado produzirão;
Raça de Caim, sempre sentes
Uivar-te a fome como um cão.
Raça de Abel, não tremas nunca
À lareira patriarcal;
Raça de Caim, na espelunca,
Treme de frio, atroz chacal!
Raça de Abel, pulula! Ama!
Teu oiro é sempre gerador.
Raça de Caim, alma em flama,
Cuidado com o teu amor.
Raça de Abel multiplicada
Como a legião dos percevejos!
Raça de Caim, pela estrada
Arrasta a família aos arquejos.
II
Raça de Abel apodrecida
Há de adubar o solo ardente!
Raça de Caim, tua lida
Nunca te será suficiente;
Raça de Abel, eis teu labéu:
Do ferro o chuço é vencedor!
Raça de Caim, sobe ao céu
E arremessa à terra o Senhor!"
Tradução: Jorge Pontual

Maria

O eunãosabia como sempre arrebentando a boca do balão, e a caravana passa.

Regina Braga

Liquidação para o Goldman Sachs e JP Morgan,aproveitem…

FrancoAtirador

.
.
FOUR HORSEMEN OF U.S. BANKING

<img src="http://dailymuckraker.com/wp-content/uploads/2011/09/big-bank-theory-chart.jpg"&gt;

Fabio_Passos

Este sistema apodrecido tem mais é de vir abaixo.

O_Brasileiro

Como sempre na história moderna, só uma coisa tem valor: a informação.
Quem controla a informação real, verdadeira está em vantagem sobre os competidores.
Um trabalhador assalariado que tenha informações como o próprio conhecimento técnico que adquiriu também está em vantagem no mercado de trabalho.
E por ai vai!
Então, vem a pergunta: os governos dos EUA e Europa não sabiam que esses bancos não valiam nada? Ou sabiam pelo menos desde 2008 e não fizeram nada com essa informação?
Seja como for, o povo americano e europeu, em maior grau, vai pagar pela resposta!

Roberto Locatelli

Olhando o todo, constata-se que os bancos produziram tal quantidade de dinheiro fictício (sem um aporte na real riqueza das nações) que se tornaram gigantescas bolhas. Os bancos são mentiras nas quais os governos fingem acreditar.

Vale aquela frase do Marx: "Tudo o que é sólido se desmancha no ar".

EUNAOSABIA

"Hipócritas", "Tolas e irreais", é que diz o Jornal Financial Times sobre propostas de Dilma e Mantega.

Conselho do Brasil ao mundo desenvolvido soa "hipócrita", diz FT

Jornal critica os comentários de Dilma contra os impostos na Europa e a voz do Brasil como conselheiro do mundo desenvolvido

São Paulo – O jornal Financial Times ironizou nesta terça-feira os conselhos fiscais que a presidente Dilma Rouseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vêm dando ao mundo desenvolvido para resolver a crise. "Soa um tanto hipócrita", afirma o blog beyondbrics. O texto, de Samantha Pearson, se refere principalmente às declarações de Dilma ontem em Bruxelas, na Bélgica. "Sim, você leu certo.

O país que está em 152º lugar no ranking do Banco Mundial por seu pesado sistema tributário está dando conselhos sobre impostos restritivos."

O jornal também mostra a contradição entre o discurso de Dilma contra o protecionismo na ONU e a elevação do IPI dos carros importados no Brasil, dias antes.

O Financial Times relembra o plano do ministro da Fazenda Guido Mantega de realizar um "plano de resgate dos Brics" para a zona do euro. O problema dessa iniciativa, segundo o jornal, é que Mantega não consultou outros países desse bloco dos emergentes, como a China, que detém a maioria das reservas de câmbio do grupo. Esse plano foi "irreal" e soou "hipócrita", segundo o FT.

Para o FT, o Brasil "sente que tem o direito de distribuir conselhos", mesmo que seja de forma "maluca".

E agora manos do progresso??? vão dizer que o FT também é do PIG, depois de babarem tanto o Jornal quando elogiava Lula??? e isso mesmo o FT fazendo sempre a ressalva de que Lula é um mero continuador da obra de FHC…. e agora rapaz?

    ZePovinho

    Pode se sentir à vontade para seguir as tolices do FT,Mona.

    Marcio

    Primeiro, não vou nem entrar no mérito das declarações de Dilma/Mantega. Agora quando você lê um destes jornais, revistas, (Financial Times, The Economist ,..) tem que se ter muito cuidado estas publicações são feitas para o mercado e pelo marcado. A The Economist já publicou elogiando a decisão da Bolívia de privatizar a companhia de águas local. O Brasil tem alguma coisa para ensinar a estes caras, por exemplo o mercado de derivativos brasileiro, o leverage dos bancos. Mas nós insistimos, que o Brasil não pode ensinar nada aos poderosos.

    Para terminar, no final do texto vc se contradiz:

    "depois de babarem tanto o Jornal quando elogiava Lula???"
    "FT fazendo sempre a ressalva de que Lula é um mero continuador da obra de FHC"

    Ou um ou outro, não pode alguém babar o FT, por conta de um elogio ao Lula, se este mesmo jornal diz que ele é igual ao FHC.

    abraços

    Marcelo

    Não entendi , o FT cre deviamos seguir o exemplo norte americano e falir junto com eles ? Na boa hipocrisia é um americano querer criticar qualquer coisa no Brasil atual , apesar de todas as nossas dificuldades historicas estamos crsecendo , diminuindo a miseria e as desigualdes . Como está o quadro economico e social do país do FT ? Menos emprego e mais miseraveis , perda de serviços publicos , BIP caindo . Redefinimos "hipocrisia" ou entendemos como piada um artigo como esse , não existe outra opção .

    Julio Silveira

    Robo, nada mais natural que um jornal de finanças venha criticar a posição do Brasil, como todo representante do mercado financeiro seu mundo ideal seria estado zero, imposto zero, e as suas taxas ou alicotas de exploração, lá nas nuvens como ocorre também aqui. Fala-se muito em Sumpaulo principalmente, onde tem o empresários "mais alinhados com as causas da sociedade", isso é para rir um pouco, num tal de impostometro, que na realidade é um imposturometro, tipico de oposição politica.
    Essa gente, que adora um cartel, tendo imposto zero, ainda assim vai manter suas taxa de lucros altissima. Qualquer cidadão um pouco mais esclarecido já percebeu que esse papo de pouco imposto e apenas uma tatica para aumentar a margem de lucro, já que mesmo quando os impostos são reduzidos em qualquer segmento nunca são repassados. Acorda para a vida, seja senciente e não reproduza tudo que te programaram para dizer sem sentir ou pensar.

    pap

    Quer um exemplo do que disse? Há uns 3 anos atras, aqui em sp capital houve um reajuste no preço da
    farinha de trigo e evidentemente foi repassado aos produtos derivados de trigo, mas se dizia que o preço
    voltaria ao normal.Eu comprava um tipo de pão que custava 60 centavos. Hoje, ele esta a 1,25. E voltou
    ao "normal"? Fui numa padaria perto do metro mal.deodoro e o preço de um pedaço de pizza, absurdos
    quase 6 reais! Com esse preço, compro um pão de forma,mussarela fatiada e molho pronto, aqueço na
    chapa e tenho um pizza genérica que não chega talvez a 50 centavos a unidade.
    Na cidade de sp, tem lugar que vende uma pizza de mussarella a 58 reais! Por que todo esse preço?
    Imagina se realmente tivesse menos impostos em toda a cadeia de produção de uma pizza de mussarella.
    O que seria? Claro o que daria lucro. Com certeza vender a tal pizza por metade do preço e pedaço por
    2 reais não daria lucro, certo?

    Maria

    numtôtintendeindo.

    Maria Ferreira

    Vocês querem saber o que eu acho sobre as declarações da Dilma sobre a encrenca Europeia e Americana: Ela disse que está o Brasil disposto a a ajudar, mas no fundo mesmo ela e os brasileiros querem é que este pessoal e oFinancial times se fodam todos.
    O Brasil é um Fazendão e temos aqui tudo do bom e do melhor e um Mercado interno fabuloso, entãose a coisa piorar como parece vamos negociar comChina , Russia, Paises Árabes, India e África do Sul. Só a China compra tudo que produzirmos.
    O resto que se exploda!

    El Cid

    bom, moleque cinquentão, que tal rir um pouco sobre o PIG ??
    http://www.hariovaldo.com.br/site/2011/09/27/e-o-

    Eduardo Guimarães

    Esse EUNAOSABIA deve ter escolhido esse pseudônimo por conta do mensalão do PSDB de São Paulo. Resta saber se quem não sabia era Alckmin, Serra ou ambos. Mas, aí, se forem os dois, o pseudônimo tem que ser NOSNAOSABIAMOS

beattrice

Esperemos que os movimentos sociais europeus coloquem os seus governos nacionais, que não têm honrado o termo "nacional", nos trilhos, que pague a dívida quem dela se locupletou.

Marcia Costa

Trabalho em uma estatal que foi obrigada pela Lei Americana Sarbannes Oxley a adotar os Princípios da Governança que eles (americanos) definiram. Pelo que li no texto esses tais "princípios" só valem mesmo para as empresas de fora dos EUA com açoes negociadas na Bolsa. Eles mesmos não gostam de seguir as regras que impõe aos outros. O mais triste é saber que existe um sem-número de pessoas que acredita nesse deus-mercado como infalível e honesto. Enfim, a pergunta: os capitalistas majoritarios dessas instituições estão pobres

Polengo

É, vai ver, tá na hora de eles devolverem aqueles lucros astronômicos que conseguem todos os anos.

ZePovinho

"……O valor dos ativos do Bank of America no primeiro trimestre de 2011 foi de 2,3 trilhões de dólares enquanto que em derivados foi de 72,7 trilhões de dólares. Uma gestão de valores em derivados equivalente a 32 vezes o montante dos seus ativos [13]. Este banco representa aproximadamente 22,6% do mercado de derivados e 17% do total dos ativos bancários dos Estados Unidos"…………

Pegar 2,3 trilhões,alavancar e girar quase 73 trilhões é como casar com a Miriam Leitão e acreditar que está dormindo com a Ellen Rocche……………..

[youtube X4UGQEjjklM http://www.youtube.com/watch?v=X4UGQEjjklM youtube]

José Eduardo Camargo

A eventual aquisição do Bank of America pelo JP Morgan não seria surpreendente já que ambos representam o poder principal na direção do FED, o Banco Central dos EUA, que, pasmem senhores, é uma instituição privada! Sim, o FED, a principal autoridade monetária dos EUA, é dirigido desde seus primódios por poderosos banqueiros como JP Morgan, que foi um de seus criadores.

Junior

JP Morgan comprando… Comprando sempre… Essa "crise" (mais uma) é forjada para que o JP e mais dois ou três possam comprar bancos (até pouco tempo atrás) inegociáveis como o Bank America a preço de banana! O JP nunca sai perdendo. É como no Brasil. Quando perguntaram a um deputado quem ele apoiaria para presidente do Congresso, sabiamente, ele respondeu: quem o Sarney apoiar, pois nunca o vi perder uma eleição!

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