Vera Paiva: Como a PM deve atuar em toda a cidade de São Paulo?

Tempo de leitura: 3 min

por Vera Paiva

Na última segunda-feira, 9 de janeiro, um PM agrediu dentro do DCE da USP um estudante. Para quem ainda não viu o vídeo, recomendo que o assistam (está aqui)

Creio que agora está claríssima a urgência de nosso posicionamento, como organismo máximo de gestão democrática e institucional do Instituto de Psicologia, sobre os fatos que se acumulam.
Como tod@s sabem, não sou a favor de uma polícia especial para o campus da USP. Sou a favor da integração da universidade na cidade e da nossa dedicação, como universidade pública, na resposta aos desafios ético-políticos, conceituais e práticos que uma política pública de segurança pública e democrática coloca. Desafios para a cidade e para a USP.  Não  acho que “nossa comunidade” ou nosso “território” deva ter o privilégio de uma polícia diferente do conjunto da população paulista.

Quero discutir não só COMO a PM atua no campus da USP, mas COMO atua e deveria atuar em toda a cidade.

A Reitoria repete o estilo do governo estadual que, no caso da intervenção desastrada da PM na chamada “cracolândia”, além de tudo deixa de escutar suas instâncias democráticas e os inúmeros especialistas no assunto e desconsidera o que a boa pesquisa brasileira produziu.

Essa reitoria NÃO escuta seus especialistas e NÃO revê as leis da ditadura para implementar uma política de segurança na universidade que deveria desde sempre estar implicada nos direitos humanos. Não é por outro motivo que, “sintomaticamente”, coloca na placa do monumento que deveria ser Monumento em Homenagem às Vítimas da Repressão Política promovida pela Ditadura Militar (1964-1985) na comunidade de professores, alunos e funcionários da Universidade de São Paulo”, o nome “ Revolução de 1964”.

O vídeo sobre a agressão e discriminação aberta ao aluno, que é negro, deixa claríssimo que esse modo de agir é herdeiro do modo como a sociedade brasileira apagou sua memória da ditadura, “perdoou” torturadores e desrespeitadores de direitos humanos, que continuam especialmente impunes nas corporações armadas, matando os mais pobres, os homossexuais e os mais pretos. Mais raramente massacram a juízes brancos que investigam suas  ações corruptas, como no caso recente em Niterói.
Reduzir, como o governo do Estado de São Paulo fez, o ato da PM a um “descontrole emocional” de uma pessoa, é má psicologia. Trata-se de “psicologizar” , sem contexto e sem história, concepção de psicologia bastante superada bem antes do apagar do século passado.

O que produz descontrole com essas características no Brasil– racistas, classistas e antidemocráticas — é uma cultura institucional policial de mais de 40 anos, que segue intocada como violência de Estado. Sugiro a leitura do livro Quando o Brasil se tornou um sorvedouro de pessoas, de B. Kucinski, para os que querem começar a entender as raízes históricas e como ainda produzimos cotidianamente em todas as partes do Brasil esse “descontrole emocional”.

O livro trata pouco dos anos de escravidão que, como brancos,  nós recusamos a reconhecer como praga que se soma na sinergia de violência de Estado. Para essa dimensão da violência que aparece no vídeo, recomendo a leitura da resenha de uma pesquisa,  publicada na Revista da FAPESP, sobre o “cemitério dos pretos novos” no Valongo , centro velho do Rio, onde chegavam os escravos.

Ainda enfrentamos o debate se devemos rever e condenar esses períodos terríveis da história brasileira para condená-lo. A USP precisa enfrentar urgentemente esse debate. Enquanto isso, esse tipo de violência é o que resultará de um país “desmemoriado, violento e perverso”: o último a abolir a escravidão, que fica mais rico e permanece desigual com um índice IDH vergonhoso, e o último a instalar a sua Comissão da Memória e da Verdade.

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Vera Paiva é professora do Departamento de Psicologia Social da USP.

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Comentários

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José Ruiz

Esse problema é terrível, é como correr atrás do próprio rabo… os anos passam e não evoluímos, pelo contrário, as vezes percebo que retrocedemos algumas etapas.. a força dos movimentos por uma sociedade justa está, também, no voto.. o voto desta parcela da população (injustiçada) é maioria… ou seja, a maioria elege seus algozes.. isso acontece em todo o território brasileiro.. somos, na maioria, pretos, pardos e pobres, e elegemos esses fascistas, uma minoria que protagoniza situações como a da matéria… não vejo saídas se não através da educação e ainda assim se conseguirmos uma profunda reforma neste serviço… devíamos criar um índice de ações pela educação de cada político… seria uma forma de separar o joio do trigo..

Gerson Carneiro

Quem já apanha da vida, precisa apanhar da polícia?

FrancoAtirador

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VOCAÇÃO

Por Marcos Rolim (*)

Um dos meus alunos no curso de especialização em segurança pública da Faculdade de Direito de Santa Maria, policial militar, me relatou um fato ocorrido com seu familiar, um jovem cujo sonho era ser policial: o rapaz havia sido selecionado pela P.M. de Santa Catarina e fazia a instrução para soldado.
Um dia, sua turma recebeu ordem para efetuar a limpeza de um enorme e imundo banheiro coletivo. Os alunos se esforçaram muito e deixaram o local “brilhando”. Exaustos, depois de horas de trabalho, viram quando um oficial colheu quilos de estrume dos cavalos, entrou no banheiro e espalhou a “carga” pelo chão. O mesmo oficial determinou, então, que a limpeza fosse refeita, já que o banheiro continuava imundo. O jovem recusou-se a cumprir a ordem humilhante. Recebeu várias ameaças e, naquele momento, desligou-se da corporação. Ao relatar o fato ao Major – superior imediato do oficial envolvido – ouviu dele a seguinte pérola: “- De fato, você não tem vocação para ser policial”.

O episódio faz pensar sobre as virtudes que um policial deve ter. No Brasil, ainda hoje, há quem imagine que as qualidades mais importantes de um “bom policial” sejam a obediência, a força física e o destemor. Nenhuma delas, entretanto, tem algo a ver com a excelência na função. Agentes públicos caracterizados por aquelas três qualidades, aliás, têm mais chances de serem péssimos policiais e, pior, mais chances de se transformarem em bandidos perigosos. Eventuais dúvidas poderão ser sanadas ao se checar os critérios empregados pelos nazistas para a constituição de sua “tropa de choque”, a Schutzstaffel, ou “SS” como ficou conhecida aquela organização de assassinos.

Um bom policial precisa ter, inicialmente, um senso moral muito superior à média. Por isso, se deveria exigir que os aspirantes tivessem um nível de moralidade “pós-convencional’ (nos termos propostos por Kohlberg), o que pode ser medido com facilidade em testes específicos que empregam dilemas morais. Bons policiais devem ter, também, estrutura psíquica equilibrada e formação superior (é incompreensível, neste particular, que não tenhamos ainda cursos de graduação em segurança nas universidades) e, ainda, demonstrar capacidade de liderança (na Suécia, por exemplo, um dos critérios para ingresso na polícia é a comprovação de já ter exercido liderança comunitária).

Para tudo isto, é claro, o Estado precisaria oferecer bons salários –correspondentes às exigências e à enorme complexidade da função, além da perspectiva de uma sólida carreira policial, de tal forma que fosse possível atrair para as polícias os melhores. Fazemos tudo ao contrário, como se sabe. "Altura" ainda é critério de recrutamento (sério), adoramos a imagem de “rambos”, vibramos com a tortura em “Tropa de Elite” e tome ranger de dentes e colunas sobre pena de morte. Pior: incensamos a imagem de gestores, oficiais e chefes incompetentes, bastando que nos ofereçam frases feitas e bravatas ao invés de diagnósticos e planos concretos. E se os incompetentes são ainda covardes a ponto de mandar bater em bancários, em professores ou em colonos, então exultamos como filhotes extraviados de Sade diante do látego. Vocação nacional? Tomara que não.

(*) http://rolim.com.br/2006/index.php?option=com_con

Outros textos de Marcos Rolim sobre Segurança Pública e Direitos Humanos em:

Moralidade e formação policial: polêmica Marcos Rolim e Cel. Mendes

http://rolim.com.br/2006/index.php?option=com_con

FrancoAtirador

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Uma crença coletiva e sem fundamento

Le Monde Diplomatique, via sítio do Marcos Rolim

Orientada pelos dois melhores especialistas norte americanos, uma avaliação rigorosa do conjunto dos trabalhos científicos destinados a testar a eficiência da polícia em matéria de luta contra o crime concluiu que nem o número de policiais envolvidos na batalha, nem as mudanças internas de organização e de cultura das forças da ordem (como a introdução da polícia comunitária), nem mesmo as estratégias de levantamento dos locais e dos grupos com maior propensão para o crime (com “exceção possível e parcial” dos programas visando ao tráfico de rua de entorpecentes) tiveram por si só impacto sobre a evolução das infrações.

E, como última ironia, os autores designam o dispositivo “Compstat” e a “tolerância zero” como “os candidatos menos plausíveis para explicar o recuo da criminalidade violenta” nos Estados Unidos…

Esses quatro mitos científicos provenientes do além-atlântico encaixam-se de modo a formar uma cadeia de aparência silogística que permite justificar a adoção de uma política de “limpeza de classe” essencialmente discriminatória. Baseia-se, na realidade, numa equivalência entre agir fora das normas e estar fora da lei, visa bairros e populações previamente suspeitas – quando não consideradas previamente culpadas.

Se é verdade que a sociedade norte-americana foi pacificada pela ação da polícia – enquanto outros países são atingidos por uma “onda” de crimes – graças à política de “tolerância zero”, que por sua vez se baseia numa teoria criminológica sólida (a da “vidraça quebrada”), então como não se apressar em importar essas noções para pôr em prática os dispositivos que elas parecem fundamentar na razão?
Na realidade, as quatro propostas-chave da nova vulgata de segurança made in USA são desprovidas de qualquer validade científica e sua eficácia prática origina-se numa crença coletiva sem fundamento na realidade.
Reunidas, servem de rampa de lançamento planetário a uma fraude intelectual que, dando um aval pseudocientífico ao ativismo desordenado dos serviços de polícia, contribui para legitimar a mudança para a gestão penal da insegurança social que, por toda parte, é gerada pelo não comprometimento econômico e social do Estado.

Íntegra em:

http://rolim.com.br/2006/index.php?option=com_con

FrancoAtirador

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A DITADURA MILITAR MATOU UMA GERAÇÃO.

NO LUGAR DELA RESTOU APENAS O VÁCUO.
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FrancoAtirador

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Dor, sofrimento e erro de cálculo

A tal política de combate ao crack pela "dor e sofrimento", inaugurada pelo governo do Estado de São Paulo (aparentemente de forma coordenada com a prefeitura paulista), é mais um capítulo da política higienista que foi a marca dos governos José Serra e Gilberto Kassab na prefeitura da capital, nos últimos quase oito anos.

Por Maria Inês Nassif (*)

Por qualquer ângulo que se analise, a tal política de combate ao crack pela "dor e sofrimento", inaugurada pelo governo do Estado de São Paulo (aparentemente de forma coordenada com a prefeitura paulista), é mais um capítulo da política higienista que foi a marca dos governos José Serra e Gilberto Kassab na prefeitura da capital, nos últimos quase oito anos; e é mais um episódio da opção preferencial do governador Geraldo Alckmin pelo uso da força policial, a exemplo do que aconteceu nas suas gestões anteriores (2001-2002 e 2003-2006).

A ação policial, enfim reconhecida como fonte de desgaste e abandonada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, não obteve nenhum resultado positivo. Foi simplesmente um ato de truculência. Os dois mandatários, do Estado e da capital, apenas conseguiram reforçar suas imagens de governantes conservadores, com o cerco e a agressão aos dependentes químicos da Cracolância paulistana – a chamada "Operação Centro Legal" -, o presente de Ano Novo da polícia paulista aos maltrapilhos que se aglomeram no centro da cidade para consumir a pedra.

Crianças, jovens e adultos, após o desalojamento e sem opção de moradia, de acesso a assistentes sociais ou a serviços de Saúde, formaram batalhões de zumbis que andavam sem rumo pela cidade. A "dor e o sofrimento", estratégia de combate à dependência química, não deu sequer a alternativa do tratamento das crises de abstinência, que devem ser avassaladoras em pessoas comprometidas com uma droga como essa: a rede pública não dispunha de vagas para atender qualquer tipo de demanda.

Do ponto de vista de política pública, a Operação Centro Legal foi repressão pura. Como política de assistência social, foi desassistência. E, do lado da Saúde, um reforço à doença. Não existe uma única qualidade na ação policial contra craqueiros, exceto as que dizem respeito aos interesses imobiliários de recuperação da zona central da cidade, o projeto Nova Luz, que derrapa na vizinhança de drogados e favelados. A Polícia tentou eliminar a comunidade de drogados pela força; a Prefeitura teve uma ajudazinha providencial, e quase simultânea à ação policial: o incêndio da Favela do Moínho, nas imediações.

A opção pela truculência no momento em que existe, de fato, uma tentativa de integração de políticas de desenvolvimento social e Saúde, nas três esferas de poder, às quais a ação policial seria apenas complementar, é inexplicável. Uma hipótese pode ser a tentativa do Estado e do Município, que são oposição ao governo federal, de se anteciparem ao programa federal, num ano de eleições municipais. Pelos resultados pífios da ação, imagina-se que nem a elite conservadora da cidade tenha gostado muito do desfile de zumbis do crack pelas zonas mais nobres. A outra é a de que a polícia fugiu ao controle da Secretaria de Segurança Pública e do próprio governador de Estado, e resolveu passear na Cracolância com balas de borracha e bombas de efeito moral por sua conta e risco. Isso não seria nada bom, do ponto de vista das instituições.

A última possibilidade é que se optou por uma política higienista que não pegou bem junto ao eleitorado que será chamado às urnas em outubro, no pior momento do bloco tucano-kassabista no Estado. Pela repercussão e resultados que teve, no mínimo o dono da ideia merece ser demitido. A ação policial apenas pegou mal.

(*) Colunista política, editora da Carta Maior em São Paulo

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMost

Jairo_Beraldo

Não adianta este trololo. Tem mesmo é que tirar o status de autoridade destes anacéfalos anarfas de pai e mãe. Eles teriam que ser nada mais nada menos do que seguranças da popuplação, não pau-mandados de governos cansados de democracia.

Conservador316

Como a PM deve atuar em toda a cidade?

Simples, é so tratar bem os bandidos.

Nunca atirar nos bandidos, mesmo que os bandidos atirem nos policiais.

Sempre que você vir um policial abordando alguem, Chame o pessoal dos direitos humanos..

    Gerson Carneiro

    Recomendo ler o post da mulher que apanhou do delegado, dentro da delegacia, e ficou presa, ao para lá se dirigir com o intuito de registrar uma queixa na condição de vítima da violência no trânsito.

    A estupidez se supera a cada manifestação.

    Marcio H Silva

    Não dá tempo, já apanhou muito antes.

Marcio H Silva

Quanto ao texto,
"O vídeo sobre a agressão e discriminação aberta ao aluno, que é negro, deixa claríssimo que esse modo de agir é herdeiro do modo como a sociedade brasileira apagou sua memória da ditadura, “perdoou” torturadores e desrespeitadores de direitos humanos, que continuam especialmente impunes nas corporações armadas, matando os mais pobres, os homossexuais e os mais pretos."
1. Penso que, "sociedade brasileira', se refere ao topo da piramidade elitista. Porque o aluno que é negro se revoltou e enfrentou a situação, bem como prestou queixa na delegacia, e muitos pelo país afora que tomou conhecimento do fato também se revoltou. Cabe a "outra parte da sociedade" fazer valer as leis vigentes e tomar as medidas cabíveis, c om punições e enquadramento adequado as leis, caso contrário, estaremos perto de uma ruptura social grave onde a maioria sofredora a qualquer hora vai se rebelar e reagir com violência desmedida e incontrolável. Paciência tem limite.
2. Quanto a apagar da memória a ditadura, não concordo. Quem, viveu a mesma não esquece, mesmo que a midia tenha atenuado o fato chamando a mesma de ditabranda, e modificado o pensamento de alguns incautos de fraca memória. Se o governo fizesse a sua parte e acatasse o acordado na OEA, já seria um grande passo.

    Conceição Lemes

    Márcio, a Vera Paiva é filha do ex-deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura e cujo corpo até hj não foi encontrado. abs

    Marcio H Silva

    Ótimo Conceição, um louvor para ela, mas não se pode generalizar o pensamento de nosso povo sem realizar uma pesquisa ampla em todas as camadas de nossa sociedade. Não se pode repetir refrões que ouço desde jovem, como "o povo Brasileiro não sabe votar", "o povo Brasileiro apagou a memória da ditadura", concordo com quase tudo do texto, mas o pensamento descrito no destaque que dei se refere a uma minoria elitista que luta para que a maioria sofredora continue dominada utilizando até mesmo o poder lhe auferido pelo voto. As últimas eleições mostrarram que nosso povo sabe votar sim e muito, e quanto apagar a memória da Ditadura discordo, até mesmo porque a grande mídia vem fazendo campanha a decadas para descontruir a ditadura, mas ela continua na memória de muitos esclarecidos. Mas quem decide pela punição dos torturadores são os tres poderes cujo 1/3 não foi eleito pelo povo, e parte dos 2/3 eleito viraram a casaca após ocupar o cargo. Um abraço e obrigado pelo esclarecimento…

Luci

Chega de massacre e injustiças ao povo negro. Pelo fim do racismo institucional, da invisibilidade e da insensibilidade. Pelo cumprimento dos direitos fundamentais enunciados na Constituição Federal/88, basta a política duas caras, basta à hipocrisia, basta de violência e exclusões, basta à privilegios.
Parabéns a Vera Paiva, sim ao debate, que a Universidade deve promover porque ela não é uma Ilha, ela é parte do problema instalado pelo racismo que mata, fere, humilha, ignora a contribuição dos africanos e negros brasileiros na construção o Brasil, cerceia direitos.Basta ao racismo que o mundo condena, que macula a democracia.
A agressão ao estudante Nicolas dentro do campus da USP é o grito de Basta, não dá mais para tolerar torturas e perseguições. Basta.

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Luiz Settineri

Muito oportuna a matéria.
Mesmo amador, arrisquei criar um cartoon: http://www.guerrilheirosvirtuais.blogspot.com/201

Abraços
Saroba

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