Vaza Jato do Paraguai pode ter novas mensagens de lobista que disse atuar com anuência de Bolsonaro
Tempo de leitura: 4 minDa Redação
O lobista José Rodríguez, o Joselo, disse que havia perdido seu celular e apresentou um novo para perícia dos investigadores que tentam esclarecer o escândalo em torno da venda da energia de Itaipu.
Mas, segundo revelou o diário ABC Color, Joselo tinha um segundo aparelho, informação prestada ao Ministério Público pelo ex-presidente da Ande, Pedro Ferreira.
Ferreira perdeu o cargo depois que o escândalo estourou.
A Ande, Administração Nacional de Eletricidade, é a estatal paraguaia que controla a energia de Itaipu em nome do país, em parceria com a Eletrobrás.
O lobista teria sido o principal responsável pela retirada de um ponto estratégico do acordo, assinado sigilosamente entre os presidentes Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez.
O novo acordo permitiria ao Paraguai vender excedente de energia ao mercado brasileiro e beneficiaria a empresa Léros, supostamente ligada ao senador suplente do Major Olímpio, do PSL paulista: Alexandre Luiz Giordano.
Giordano nega relação com a empresa e com a família Bolsonaro.
A Léros poderia comprar o megawatt paraguaio por U$ 6 dólares e vendê-lo a U$ 30, um lucro extraordinário.
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A diferença de preço permitiria aos beneficiários uma farta distribuição de propinas, desde que a ata não fosse revelada — o que aconteceu por insistência do Senado do Paraguai.
A TV paraguaia já revelou parte dos chats do lobista, em que ele sugere que já haveria um acordo informal entre Bolsonaro e o presidente do Paraguai para modificar o acordo — a um custo de U$ 200 milhões para o país vizinho.
O jornalista (ver vídeo acima) de uma emissora paraguaia perguntou o motivo de a Léros supostamente ter “exclusividade” para fazer a intermediação, já que o mercado do excedente seria aberto para revenda da energia a qualquer empresa.
Isso indica ao menos que a companhia baseada em São Paulo sairia na frente em relação aos concorrentes.
Ao longo das negociações, o lobista Joselo se identificou como representante do vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez.
Velásquez foi ao Congresso e negou ter relação formal com Joselo, embora tenha admitido conhecê-lo.
O presidente e o vice do Paraguai corriam sério risco de impeachment antes de Bolsonaro concordar em anular o acordo, já que Itaipu é a principal fonte de renda formal do país vizinho.
O chanceler paraguaio Luis Castiglioni tornou-se o bode expiatório do alto escalão e renunciou, dando ao presidente a ao vice a cobertura para que dissessem desconhecer qualquer tramoia.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) fez uma série de questionamentos a respeito do escândalo de Itaipu a Eduardo Bolsonaro, que o petista disse ser o verdadeiro chanceler do Brasil.
Eduardo é presidente do PSL em São Paulo, partido cuja sede fica num prédio que também abriga empresas de Alexandre Luiz Giordano, o suplente de senador.
Eduardo é cotado para ser o embaixador do Brasil em Washington.
Sede do partido de Bolsonaro em SP funciona em prédio que abriga empresas de pivô do caso Itaipu
Suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), Alexandre Luiz Giordano é acusado de negociar com o Paraguai acordo secreto de Itaipu que beneficiaria empresa ligada à família Bolsonaro. Escândalo resultou em pedido de impeachment do presidente paraguaio
Um dos principais personagens envolvidos no escândalo que pode levar ao impeachment do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, o empresário brasileiro Alexandre Luiz Giordano, primeiro suplente do senador Major Olímpio (PSL), possui três empresas com escritórios no mesmo prédio em que funciona o diretório do PSL paulista, presidido atualmente pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.
As informações, divulgadas pelo deputado Alexandre Frota (PSL-SP) no Twitter e confirmadas pela Fórum na página do TSE, do PSL e em sites de buscas de sociedades empresariais, contrasta com a entrevista dada por Giordano à Piauí, em que o suplente de Major Olímpio diz ter “zero de relação” com o clã Bolsonaro.
Giordano foi apontado pelo advogado paraguaio José “Joselo” Rodríguez González, assessor jurídico do vice-presidente, Hugo Velázquez, como participante das tratativas com os paraguaios que modificaram o acordo de Itaipu como representante do governo Bolsonaro.
O acordo secreto – cancelado após a crise que pode resultar na derrubada do mandatário paraguaio – foi assinado em 24 de maio entre os governos Abdo Benítez e Jair Bolsonaro, mas só foi tornado público no final de julho por exigência do Senado do Paraguai.
Na renegociação, o Paraguai renunciou a uma série de benefícios, aumentando em 200 milhões de dólares os custos para a Ande, estatal paraguaia de energia, e, com a remoção de um artigo específico (6), que privilegiaria empresas brasileiras que quisessem comprar o excedente, como o grupo Léros, que seria ligado à família Bolsonaro, segundo jornais paraguaios.
Empresas e PSL
No registro de candidatura junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018, como primeiro suplente de Major Olímpio (PSL), Giordano declara ser sócio das empresas IBEF – Indústria Brasileira de Estruturas de Ferro Ltda e Família Giordano Indústria e Comércio Ltda, que têm escritórios na Av. General Ataliba Leonel, 1.205, em Santana, Zona Norte da capital paulista.
No mesmo edifício está situada a sede do Partido Social Liberal (PSL), diretório de São Paulo, que é presidido atualmente por Eduardo Bolsonaro.
A informação, confirmada pela Fórum, foi ventilada por Alexandre Frota (PSL-SP) pelo Twitter. “Major seu sócio declarou na Piauí que não conhece Eduardo? Mas o Partido está em uma sala do Giordano em Santana esqueceu?”, tuitou o deputado do PSL paulista, que está em guerra com Major Olímpio e Eduardo Bolsonaro e deve ser expulso da legenda.
Comentários
Zé Maria
https://twitter.com/i/status/1159931746600869888
Vâmo tê que juntá as Tribos Tupis com as Guaranis
e corrê esses Branco FDP do Governo.
#ForaBolsonaro #FueraBenitez
Robertinho
A “Nova Política” em nada se diferencia da anterior. Apenas mudou de mão a “caneta maldita ” que entra governo e sai governo e ela continua maltratando e descriminando os pobres. Mudar da esquerda para a direita não vai ajudar a melhorar o País pois nosso problema não é ideológico. Presidente a eleição acabou e a próxima ainda está longe governe pois ou vá catar coquinho.
Nicola Granato
A imprensa deve investir pesado para investigar mais este bozogate.
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