Ucrânia: A OTAN é o elefante na sala da crise

Tempo de leitura: 3 min

O Pentágono, sonhando com Sevastopol?

A crise na Ucrânia: John Kerry e a OTAN precisam se acalmar e recuar

A reação histérica aos movimentos militares russos na Crimeia não ajuda. Só Kiev pode evitar que a crise se torne uma catástrofe

Jonathan Steele, no diário britânico Guardian, Sunday 2 March 2014 19.29 GMT

Tanto as ameaças de John Kerry [secretário de Estado norte-americano] de expulsar a Rússia do G8 quanto os pedidos de ajuda do governo ucraniano à OTAN marcam uma escalada perigosa numa crise que pode ser facilmente contida se as cabeças frias prevalecerem. A histeria parece ser a escolha em Washington e Kiev, com o novo primeiro ministro ucraniano dizendo “estamos à beira de um desastre”, enquanto chama reservistas do exército em resposta aos movimentos russos na Crimeia.

Se ele estivesse falando dos problemas econômicos do país daria para entender. Em vez disso, junto com muito da mídia dos Estados Unidos e da Europa, ele está dramatizando além da conta os acontecimentos no leste, onde os ucranianos que falam russo estão alarmados depois que as novas autoridades em Kiev descartaram uma lei que aceitava o russo como a linguagem oficial na região.

Eles viram a decisão como prova de que os ultranacionalistas anti-russos do oeste da Ucrânia são a força dominante por trás da insurreição e ainda controlam o novo governo. Ucranianos do leste temem que as mesmas táticas de tomar prédios públicos podem ser usadas agora contra aqueles que foram eleitos por eles na região.

A corrida de Kerry para punir a Rússia e a decisão da OTAN de responder ao pedido de Kiev com uma reunião de embaixadores de países membros em Bruxelas foram erros. A Ucrânia não faz parte da aliança, portanto não há obrigação de defesa comum. A OTAN deveria evitar interferência na Ucrânia em palavra ou ação.

O fato de que a OTAN está se engajando revela o elefante na sala: subjacente à crise na Crimeia e à dura resistência da Rússia contra mudanças em potencial está a ambição da OTAN, de duas décadas, de se expandir no que foi chamado de “espaço pós-soviético”, liderada por Bill Clinton e levada adiante por sucessivos governos em Washington.

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Na cabeça do Pentágono, sem dúvida, está o sonho de que a Marinha dos Estados Unidos vai um dia substituir a frota russa no Mar Negro, usando os portos de Sevastopol e Balaclava.

Desde a independência toda pesquisa na Ucrânia mostra que a maioria da população é contra integração na OTAN, ainda assim as elites que governaram o país até 2010 e estão agora no controle, de novo, ignoraram a vontade popular. Seduzidos pelas promessas da OTAN e pela ideia de fazer parte de um clube global de alta tecnologia, a Ucrânia participou de exercícios militares conjuntos e mandou tropas para o Iraque e o Afeganistão.

O presidente deposto Viktor Yanukovych, apesar de toda incompetência, corrupção e abuso do poder, foi o primeiro a se opor à integração na OTAN em sua campanha eleitoral e persuadiu o Parlamento a transformar o não alinhamento na estratégia central de segurança do país, no mesmo padrão da Finlândia, Irlanda e Suécia.

A OTAN se negou a aceitar. Tão recentemente quanto em primeiro de fevereiro, antes da crise atual, Anders Fogh Rasmussen, o imperial secretário-geral, disse a uma conferência em Munique: “A Ucrânia deve ter liberdade para escolher seu próprio caminho sem pressão externa”.

A implicação era clara: se não fossem as bestas russas, a Ucrânia seria um de nós. Se Rasmussen tivesse dito, “a Ucrânia escolheu o não alinhamento e nós respeitamos a escolha”, teria sido mais inteligente.

Não é tarde para demonstrar sabedoria agora.

Os movimentos de tropas de Putin na Crimeia, que tem apoio da maioria dos russos, são de legalidade duvidosa sob os termos do tratado de paz e amizade que a Rússia assinou com a Ucrânia em 1997.

Mas a ilegalidade é consideravelmente menos definida que a da invasão dos Estados Unidos no Iraque ou no Afeganistão, onde o conselho de segurança [da ONU] só autorizou a intervenção semanas depois dela ter acontecido. E os movimentos de tropas russas podem ser revertidos quando a crise passar.

Isso requer a restauração da lei da linguagem no leste da Ucrânia e ação firme para evitar que grupos armados anti-russos, de nacionalistas, ameacem prédios públicos lá.

A maioria dos que falam russo na região sente raiva da corrupção da elite, do desemprego e da desigualdade econômica, tanto quanto o povo do oeste da Ucrânia. Mas também se sente cercado e provocado, com sua herança cultural sob ameaça existencial. A responsabilidade por eliminar essas preocupações não está em Washington, Bruxelas ou Moscou, mas somente em Kiev.

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Comentários

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FrancoAtirador

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03/03/2014 10h45
Diário da Rússia

China apoia a Rússia na questão da Ucrânia

Ministros das Relações Exteriores russo e chinês
conversaram nesta segunda-feira

A Rússia recebeu nesta segunda-feira, 3, apoio declarado da China nas questões referentes ao envio de tropas para a Ucrânia.

A informação foi divulgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia ao revelar o conteúdo da ligação telefônica mantida pelo Ministro Serguey Lavrov com seu colega chinês Wang Yi.

Segundo a nota oficial, houve uma ampla convergência de pontos de vista entre a Rússia e a China a propósito da situação na Ucrânia, e os dois ministros concordaram em se manter em permanente contato sobre a questão que envolve os interesses russos em território ucraniano.

França não imporá restrições aos contratos com a Rússia

Já o ministro do Exterior da França, Laurent Fabius, declarou que o seu governo não pensa suspender ou impor restrições aos contratos de envio de armas e equipamentos militares para a Rússia, mas espera ser ouvido pelo Kremlin no que diz respeito à Ucrânia.

Nas palavras do Ministro Fabius, a França é partidária da retirada das tropas russas da Ucrânia, mas os fatos recentes em nada afetarão o contrato de venda dos navios porta-helicópteros da classe Mistral firmado entre França e Rússia.

(http://www.diariodarussia.com.br/internacional/noticias/2014/03/03/china-apoia-a-russia-na-questao-da-ucrania)
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Bertold

A Rússia empregará a linguagem diplomática o quanto for necessário para desanuviar o clima de tensão. Mas um coisa me parece pacífico: os que passaram a “mandar” na Ucrânia podem tentar fazer o que quiserem que a Crimeia nunca vai cair nas mão dos EUA/Otan. Essa região tem laços territoriais, econômicos, sociais e culturais com à Rússia. Se os russos não conseguirem que a mesma se torne um Estado independente mas irmão, com certeza darão um jeito reavê-la.

Regina Braga

Eua arma nazista e vai fazer ajuda humanitária…Chega,né!!! Esgotou as desculpas dos americanos e a Otan é…ontário!

Fred

“…com o novo primeiro ministro ucraniano dizendo “estamos à beira de um desastre”, enquanto chama reservistas do exército em resposta aos movimentos russos na Crimeia.”
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“O governo de Kiev anunciou mobilização geral do exército: apenas algo entre 1 para 1,5% dos alistados apresentaram-se….”

Por estes números se tem uma ideia da fraqueza e falta de autoridade legal e moral do governo dos “nazifascistas fantoches”, perante a população da Ucrânia…

FrancoAtirador

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Será que esses governantes ingênuos, para não dizer néscios, que continuam com essa ilusória visão liberal-democrata ocidental – que atualmente assola a maioria dos países do mundo, inclusive o Brasil – ainda não consideraram que a diplomacia nas relações internacionais sucumbiu definitivamente em 2001, quando os United States of America decretaram o USA PATRIOT Act (http://pt.wikipedia.org/wiki/USA_PATRIOT_Act), culminando com a invasão do Iraque, em 2003, sem autorização do próprio Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas [SIC]?

Será que ninguém previu que os USA, depois de degolarem o Saddam, empalarem o Khadafi e domarem os Aiatolás do Irã, iriam partir pra cima de qualquer País que se atravesse a tentar atravessar a linha de frente dos interesses políticos e financeiros das corporações econômicas norte-americanas e de suas aliadas na Organização Terrorista do Atlântico Norte (OTAN)?

O Egito já era! O Paraguai já era! A Tailândia já era! A Ucrânia já era!

E, se a UNASUL não der um jeito de parar essa Máquina Mortífera Anglo-Saxã,
vai a Venezuela e, em seguida, a Argentina… Qual seria mesmo o próximo alvo?

É A GUERRA TOTAL, ESTÚPIDOS!

(http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%B5es_de_derrubada_de_governos_patrocinadas_pela_CIA)
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Iraque)
(http://www.dw.de/1943-goebbels-declara-guerra-total/a-298910)
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    FrancoAtirador

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    EUA e dono do eBay financiaram oposição ucraniana, indicam documentos

    Pierre Omidyar é dono do site de comércio eletrônico eBay
    e financiador do blog de jornalismo independente ‘The Intercept’

    Por Charles Nisz, no OperaMundi

    Documentos vazados pelo site de notícias PandoDaily mostram como o governo dos Estados Unidos e Pierre Omidyar, dono do eBay e do site jornalístico The Intercept, ajudaram a financiar os oposicionistas ucranianos.

    O governo dos EUA doou dinheiro aos ucranianos por meio da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional).

    Já a outra parte do dinheiro veio do bilionário norte-americano, que já trabalhou com o governo dos EUA.

    (http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/34188/eua+e+dono+do+ebay+financiaram+oposicao+ucraniana+indicam+documentos.shtml)
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    “Óóóó! Que surpresa!!! Isto não pode acontecer! Não é admissível!

    Vou já reclamar pro Ban Ki-moon para baixar uma resolução na ONU!”
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    Luís Carlos

    O Brasil já está na lista pois o Pré-sal interessa demais aos EUA. A infâmia sanha golpista apenas recuou das ruas pois perdeu completamente a máscara e imagem de inocente ao assassinar cinegrafista Santiago e ter incendiado fusca de trabalhador quase matando 5 pessoas, incluindo uma criança. O golpe no Brasil recuou, apenas. É importantíssimo que todos trabalhadores se deem conta do golpismo que representa o “naovaitercopa”.

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