Devemos nos importar mais com o roubo na Petrobras ou ao pré-sal?

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Petróleo e ataque ao Estado brasileiro

 por Paulo Metri, em Correio da Cidadania

Gosto de separar os macroeventos, de importância magna e efeitos duradouros, dos eventos menores, de importância e efeito restritos. Os roubos ocorridos na Petrobras e recém-descobertos deixam os atuais adultos perplexos. No futuro, quando as crianças que nascem hoje forem adultas, estes roubos não terão existido. Entretanto, o Pré-Sal estará jorrando petróleo por cerca de 50 anos, ou seja, durante duas gerações. Através de plano minuciosamente arquitetado e em fase de execução, busca-se subtrair dos brasileiros os usufrutos do Pré-Sal.

Sobre o roubo ocorrido na Petrobras, ladrões domésticos, sedentos por riqueza e poder, são personagens da novela macabra, que a população brasileira assiste no noticiário diário, escandalizada e atônita. A novidade é que eles, com o advento da delação premiada, têm a capacidade de incluir versões que podem comprometer, de forma mentirosa, qualquer cidadão. Como era de se esperar, a grande mídia, onde a maioria da população se informa, faz uma cobertura tendenciosa. Curiosamente, esta mídia reivindica o direito de continuar influenciando a sociedade em uma única direção, o que ela chama de “liberdade de expressão”.

No silêncio sepulcral que acoberta o maior roubo do momento, que a população nem desconfia da existência, faço esta denúncia. Em primeiro lugar, o império e o capital internacional se amaldiçoam pelo fato de a natureza ter formado o Pré-Sal no hemisfério sul e em um país não totalmente submisso. Tendo ocorrido, inesperadamente, o imbróglio na Petrobras, os dois entes citados aproveitam o momento de extrema emoção da sociedade e começam, com auxílio da sua mídia, a criar conceitos e legislações que irão comprometer nosso bem mais valioso, o Pré-Sal.

Assim, é ouvido que, se a Petrobras fosse privatizada, o roubo acabaria. Explico que, com a privatização, o roubo só iria ficar maior e institucionalizado. Também, um político representante do capital internacional prega, despudoradamente, a não obrigatoriedade de a Petrobras ter 30% de todos os consórcios do Pré-Sal e ser a única operadora desta área. Ele também quer o término da política de conteúdo local.

O ponto principal que pretendo transmitir é que existe toda sorte de ataques contra o Estado brasileiro e a mídia só quer difundir, a seu modo, os eventos da Petrobras, satisfazendo aos interesses externos e conquistando votos para a eleição de presidente de 2018. Enquanto isso, o Estado brasileiro vai sendo usurpado. A atuação atabalhoada dos nossos poderes, meio perdidos, também não está ajudando.

O Executivo resolve colocar a engenharia brasileira como inidônea, e não só os dirigentes corruptos das principais empresas de engenharia. Estes corruptos que paguem pelos seus malfeitos perante a Justiça, mas não as empresas e toda a cadeia de fornecedores que elas alimentam. Neste instante, a mídia entreguista sugere a contratação de empresas de engenharia estrangeiras, sem a mínima informação para a população sobre o que isto representa. Não se fala que matar as empresas brasileiras de engenharia significa só ter especificações das compras, que levam ao mercado externo.

Significa também destruir o conhecimento acumulado nestas empresas, graças ao esforço de anos, que lhes permite, inclusive, competir no exterior. Será que pensam que pode existir alto índice de desenvolvimento de um país sem existirem empresas nacionais de engenharia e de desenvolvimento tecnológico?

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A Justiça, graças ao excessivo rigor da sua atuação, sem avaliar todos os impactos das suas decisões, pode estar causando desemprego. Certamente, as investigações devem ser aprofundadas e os comprovados corruptos devem pagar exemplarmente por seus crimes. Mas, nos Estados Unidos, em 2008, quando começou a quebradeira de instituições financeiras, graças à crise do subprime, o governo deste país salvou empresas causadoras da crise, pois não quis contaminar toda a economia.

O Legislativo criou uma nova CPI da Petrobras, contrariando o usual procedimento para criação de uma CPI. O comum é a imprensa divulgar fatos comprometedores, uma CPI ser criada e, depois, a Polícia Federal e o Ministério Público serem acionados. No presente caso, estes últimos já atuaram e continuam atuando. Não deverá aparecer nada de novo. O objetivo verdadeiro da CPI é servir para reverberar fatos antigos e não os deixar cair no esquecimento. Esta CPI se enquadra como ação da luta pelo poder em 2018 e os que a criaram estão pouco se importando se este fato irá diminuir a força da Nação no quadro internacional.

A tese de Henry Kissinger de indução secreta para a criação de inimigos internos nos países do Cone Sul da América Latina, como forma de enfraquecimento das eventuais coalizões nacionais destes povos, teve sucesso durante os 21 anos da ditadura brasileira, quando se combatia uma força comunista impotente, quase inexistente. Desta forma, pode-se imaginar que, hoje, grupos políticos atuantes no Brasil podem estar recebendo apoio da CIA ou da NSA, por exemplo, para se contraporem à formação de uma unidade nacional de objetivos socialmente atraentes.

É custoso invadir o Brasil militarmente para ter as bases de apoio em terra para a exploração e produção do Pré-Sal. Portanto, é mais barato, e melhor para divulgação na mídia internacional, que um partido existente no Brasil ganhe as eleições, tome o poder e, depois, a lei dos contratos de partilha seja derrubada e rodadas de leilões de entrega do petróleo nacional sejam realizadas. Assim, uma ação de inteligência muito atraente pode ser ter congressistas e mandatários brasileiros como devedores de contribuições de campanhas.

No London Review of Books, foi publicado o artigo “It’s the Oil” de Jim Holt de 2007, no qual ele afirma que:

“O Iraque tem 115 bilhões de barris de reservas de petróleo conhecidas. (…) E, por causa de seu longo isolamento, é a menos explorada das nações ricas em petróleo do mundo. (…) Foi estimado pelo ‘Council on Foreign Relations’ que o Iraque pode ter mais 220 bilhões de barris de petróleo não descobertos. (…) O valor do petróleo do Iraque, em grande parte leve e com baixo custo de produção, seria da ordem de US$ 30 trilhões aos preços de hoje. Para efeito de comparação, o custo total projetado da invasão e ocupação dos EUA é de cerca de US$ 1 trilhão. Os custos são desprezíveis quando comparados aos US$ 30 trilhões de riqueza petrolífera. A guerra assegurou a supremacia geopolítica norte-americana e gasolina barata para os eleitores. Em termos de realpolitik, a invasão do Iraque não é um fiasco e, sim, um retumbante sucesso”.

A afirmação de Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos, no seu livro de memórias, também é reveladora:

“Entristece-me que seja politicamente inconveniente reconhecer o que todos sabem: a guerra do Iraque é, sobretudo, por causa do petróleo”.

Obviamente, todos os corruptos do escândalo da Petrobrás devem ser julgados com as provas conseguidas, mas é primordial não se cair na manipulação da mídia para entregar o Pré-Sal, como o capital internacional e o país hegemônico desejam. Ele é um dos últimos redutos de soberania que nós, brasileiros, temos. É interessante notar que o capital internacional, não havendo a possibilidade de a Petrobras ser privatizada, quer que ela continue atuando no Pré-Sal, porém, associada às suas empresas, porque sabe que ela descobre petróleo.

Aliás, um representante deste capital internacional, quando perguntado se a Petrobras iria se soerguer depois do escândalo, respondeu que sim, porque “ela tem um excelente quadro técnico e muitas reservas”. Fiquei esperando ele dizer: “ambos conquistados graças ao monopólio estatal”. Mas isso ele nunca dirá, apesar de saber.

Segundo a antiga diretoria da Petrobras, o roubo na empresa foi de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões. O Pré-Sal possui, possivelmente, mais uns 100 bilhões de barris de petróleo, a serem ainda descobertos. Sendo conservador, se for usado o preço médio do barril, para um período de 50 anos, de US$ 80, o petróleo a descobrir vale US$ 8 trilhões. Então, o brasileiro deve dar mais importância ao roubo da Petrobras ou ao roubo do Pré-Sal, cujo prejuízo potencial é 2 mil vezes maior?

Paulo Metri é  conselheiro do Clube de Engenharia e colunista do Correio da Cidadania. 

Blog do autor: http://www.paulometri.blogspot.com.br/

 Leia também:

Moraes, da FUP: Por que a mídia esconde excelentes resultados da Petrobras?

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Comentários

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Wladimir

Excelente texto do Paulo Metri! É evidente a ação coordenada e articulada entre grupos estrangeiros, a mídia vendida e políticos antinacionalistas e vendilhões da pátria, com o “olho gordo” em cima do pré-sal, patrimônio do povo brasileiro, e descoberto pela maior empresa brasileira e uma da maiores empresas petrolheiras do mundo, a PETROBRÁS (com “S”)! A Nação Brasileira inteira deve abrir o olho contra esses abutres e aves de rapina que querem acabar com o futuro do nosso povo, com a destruição da PETROBRÁS e o Pré-Sal e o nosso petróleo!

Alberto

Tenho minhas dúvidas. Não seria mais fácil para os americanos corromper meia-dúzia? E os dirigentes colocados pelo PT na Petrobrás já mostraram que são facilmente corrompidos. Aceitam dinheiro de qualquer um. Não tem ética nenhuma, só querem saber do seu e o resto que se danem. Acho que alguma coisa está errada na sua história. A Petrobrás já é uma Cia. de capital aberto, que visa o lucro, se não for isso, então ela estaria enganando os seus acionistas, que são milhares, talvez milhões de brasileiros. Então na iniciativa privada, não haveria como desviar recursos públicos. E o retorno para a sociedade viria na forma de royalties e impostos que pagaria. Além dos dividendos distribuídos aos acionistas, Não é nada muito diferente do que acontece hoje. O fato do governo indicar a cúpula dirigente da companhia, não muda nada. De fato, só piora.

FrancoAtirador

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Petrobras não vende participação no Pré-Sal e no Pós-Sal “de jeito nenhum”,
afirma Presidente da Petrolífera Brasileira ao Jornal Chapa Branca Valor.

Jornal GGN – O novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, deu entrevista ao jornal Valor Econômico e disse, entre outras coisas, que a estatal vai rever seu plano de negócios para este e os próximos anos e cortar investimentos, vender ativos, e até abrir o capital de negócios.

“A capacidade de execução dos nossos investimentos estará atrelada à capacidade de caixa da empresa. Isso para nós é regra básica.
É isso o que vai nortear o plano de investimento”, disse.

Mas garantiu que o corte não vai ser drástico “A Petrobras teve um plano massivo de investimento nos últimos anos, inclusive, já começou a capturar os resultados desses investimentos.
Agora, ela não tem uma necessidade tão forte de investimento como a que vinha realizando”.

Bendine diz que de jeito nenhum será vendida a participação da Petrobras nos blocos de exploração do pré-sal e pós-sal.
“A grande geração de valor para a Petrobras é o aumento de sua produção.
Existe um plano tipo de ativo.
O aumento da exploração é o core da empresa, é o que dá resultado.
Vou entregar o ouro?”.

O presidente tem noção da dimensão do desafio,
mas não parece disposto a ceder à pressão.

(http://jornalggn.com.br/noticia/petrobras-nao-vende-participacao-no-pre-e-pos-sal-%E2%80%9Cde-jeito-nenhum%E2%80%9D)

O Mar da Silva

É uma guerra de falcões. Se eles invadiram e destruíram a frágil defesa do Iraque e da Líbia o que eles não farão no Brasil. E aqui ainda contam com a ajuda de mídia, da direita e de outros mais.

Já entregamos o suficiente da Petro para os gringo, mas eles não se contentam com seus lucros, querem o controle total.

O povo, como sempre, precisa ser usado pelas forças que defendem o direto do Brasil de manter e aumentar seu controle pela Petro.

Romanelli

Claro que ambos são importantes ..não adianta se preocupar com a pré sal e nos esquecermos que hoje MAIS de 50% de seus dividendos vão para no exterior.

Não adianta falar em pré sal se elea não estiver “internado riqeueza” de outros povos ..e isso só será possível se exportarmos e não remetermos

Não adianta falar em RATEAR a pré sal pra isso ou aquilo se os desperdícios e desvios, a falta de planejamento e de projetos, falta de metas, continua.

Não adianta falar em pré sal se ela não nos ofertar um diferencial efetivo perante outras Nações (ganho de produtividade, de escala ..lembre-se de Portugal frente a Inglaterra por ex)

Não adianta vc se esquecer da Estatal, ou achar que é um problema menor, e deixar de fora da festa o povo e o acionista pequeno que sonhavam e foram iludidos a comprarem ações da Cia ..com eles, hoje, muito deles as vendendo a preço menor que banana.

Agora, convenhamos, em tempos de aquecimento global ..de perma frost aquecido ..de derretimento do Ártico e da Groenlândia ..de SEQUER termos inciado a prospecção e extração da AMAZÔNIA ..falar em petróleo isso ou aquilo é flertar com o perigo, com a destruição da HUMANIDADE

Esqueça colega ..novas opções estão se viabilizando e, queiramos ou não, o uso intensivo do óleo como se deu em fins dos século XIX e XX estão com os dias contatos ..aliás, se eu fosse a Petrobrás, tratava de investir em novas pesquisas tb

em outras palavras..

O petróleo que existe JAMAIS poderá ser usado sob pena de nos exterminar ..a menos, a menos que novos inventos para o sequestro de carbono (dentre eles até o reflorestamento) estejam sendo gestados ..o que francamente, eu não tenho ouvido falar

FrancoAtirador

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GUERRA TOTAL

Explosão em Navio-Plataforma da Petrobras no Espírito Santo,

após acidente [SIC] em área próxima à cidade de Aracruz (ES).

Morreram 3 Trabalhadores, há 6 desaparecidos e 10 feridos.

A Produção de Gás Natural da Unidade era

de 2,2 Milhões de Metros Cúbicos, por Dia.

As Operações da Plataforma foram Interrompidas.
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11/2/2015
Fatos & Dados – Petrobras

Comunicado sobre o navio-plataforma da BW Offshore,
Cidade de São Mateus 11.Fev.2015

Leia o comunicado que divulgamos nesta quarta-feira (11/12)
a respeito da explosão no navio-plataforma:

A Petrobras lamenta informar a ocorrência nesta quarta-feira, dia 11/2, por volta de 12h50, de uma explosão a bordo do navio-plataforma Cidade de São Mateus operado pela empresa BW Offshore e afretado pela Petrobras.

A unidade opera, desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, no litoral do Espírito Santo, a cerca de 120 km da costa.

Do total de 74 trabalhadores embarcados, três não resistiram aos ferimentos e faleceram no local;
dez sofreram ferimentos e já foram transferidos por helicóptero para atendimento médico em Vitória
e outros seis estão desaparecidos.

A BW está prestando toda a assistência aos seus funcionários e familiares, com apoio da Petrobras.

O acidente foi controlado a partir do imediato acionamento do Plano de Emergência com a mobilização de todos os recursos necessários.

As operações da plataforma foram interrompidas.

A produção da unidade era de cerca de
2,2 milhões de metros cúbicos por dia
de gás natural.

A Petrobras notificou oficialmente a Marinha
e a Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A concessão de Camarupim é operada pela Petrobras (100%)
e a de Camarupim Norte é uma parceria entre a Petrobras (65%)
e a empresa Ouro Preto Energia (35%).

(http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/comunicado-sobre-o-navio-plataforma-cidade-de-sao-mateus.htm)
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