Marcha de xiitas em Londres
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
Je ne suis pas Charlie
por El Rafo Saldaña*, no Em tom de mimimi, sugerido por Felipe Tadeu Barata de Macedo
Em primeiro lugar, eu condeno os atentados do dia do 7 de janeiro. Apesar de muitas vezes xingar e esbravejar no meio de discussões, sou um cara pacífico. A última vez que me envolvi em uma briga foi aos 13 anos (e apanhei feito um bicho). Não acho que a violência seja a melhor solução para nada. Um dos meus lemas é a frase de John Donne: “A morte de cada homem diminui-me, pois faço parte da humanidade; eis porque nunca me pergunto por quem dobramos sinos: é por mim”.
Não acho que nenhum dos cartunistas “mereceu” levar um tiro. Ninguém merece. A morte é a sentença final, não permite que o sujeito evolua, mude. Em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem. Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem.
Após o atentado, milhares de pessoas se levantaram no mundo todo para protestar contra os atentados. Eu também fiquei assustado, e comovido, com isso tudo. Na internet, surgiu o refrão para essas manifestações: Je Suis Charlie. E aí a coisa começou a me incomodar.
A Charlie Hebdo é uma revista importante na França, fundada em 1970 e identificada com a esquerda pós-68. Não vou falar de toda a trajetória do semanário. Basta dizer que é mais ou menos o que foi o nosso Pasquim.
Isso lá na França. 90% do mundo (eu inclusive) só foi conhecer a Charlie Hebdo em 2006, e já de uma forma bastante negativa: a revista republicou as charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten (identificado como “Liberal-Conservador”, ou seja, a direita européia). E porque fez isso? Oficialmente, em nome da “Liberdade de Expressão”, mas tem mais…
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O editor da revista na época era Philippe Val. O mesmo que escreveu um texto em 2000 chamando os palestinos (sim! O povo todo) de “não-civilizados” (o que gerou críticas da colega de revista Mona Chollet – críticas que foram resolvidas com a saída dela).
Ele ficou no comando até 2009, quando foi substituído por Stéphane Charbonnier, conhecido só como Charb. Foi sob o comando dele que a revista intensificou suas charges relacionadas ao Islã – ainda mais após o atentado que a revista sofreu em 2011.
Uma pausa para o contexto. A França tem 6,2 milhões de muçulmanos. São, na maioria, imigrantes das ex-colônias francesas. Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de “cidadão de segunda classe”.
Após os atentados do World Trade Center, a situação piorou. Já ouvi de pessoas que saíram de um restaurante “com medo de atentado” só porque um árabe entrou. Lembro de ter lido uma pesquisa feita há alguns anos (desculpem, não consegui achar a fonte) em que 20 currículos iguais eram distribuídos por empresas francesas. Eles eram praticamente iguais. A única diferença era o nome dos candidatos.
Dez eram de homens com sobrenomes franceses, ou outros dez eram de homens com sobrenomes árabes. O currículo do francês teve mais que o dobro de contatos positivos do que os do candidato árabe. Isso foi há alguns anos. Antes da Frente Nacional, partido de ultra-direita de Marine Le Pen, conquistar 24 cadeiras no parlamento europeu…
De volta à Charlie Hebdo: Ontem vi Ziraldo chamando os cartunistas mortos de “heróis”. O Diário do Centro do Mundo (DCM) os chamou de“gigantes do humor politicamente incorreto”.
No Twitter, muitos chamaram de “mártires da liberdade de expressão”. Vou colocar na conta do momento, da emoção. As charges polêmicas do Charlie Hebdo são de péssimo gosto, mas isso não está em questão. O fato é que elas são perigosas, criminosas até, por dois motivos.
O primeiro é a intolerância. Na religião muçulmana, há um princípio que diz que o profeta Maomé não pode ser retratado, de forma alguma. (Isso gera situações interessantes, como o filme A Mensagem – Ar Risalah, de 1976 – que conta a história do profeta sem desrespeitar esse dogma – as soluções encontradas são geniais!).
Esse é um preceito central da crença Islâmica, e desrespeitar isso desrespeita todos os muçulmanos. Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a estátua de Nossa Senhora para atacar os católicos. O Charlie Hebdo publicou a seguinte charge:
Qual é o objetivo disso? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. Ok, o catolicismo foi banalizado. Mas isso aconteceu de dentro pra fora. Não nos foi imposto externamente.
Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só. Há décadas os culturalistas já falavam da tentativa de impor os valores ocidentais ao mundo todo.
Atacar a cultura alheia sempre é um ato imperialista. Na época das primeiras publicações, diversas associações islâmicas se sentiram ofendidas e decidiram processar a revista.
Os tribunais franceses – famosos há mais de um século pela xenofobia e intolerâmcia (ver Caso Dreyfus) – deram ganho de causa para a revista. Foi como um incentivo. E a Charlie Hebdo abraçou esse incentivo e intensificou as charges e textos contra o Islã.
Mas existe outro problema, ainda mais grave. A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva. Os adeptos do Islã sempre estavam caracterizados por suas roupas típicas, e sempre portando armas ou fazendo alusões à violência (quantos trocadilhos com “matar” e “explodir”…).
Alguns argumentam que o alvo era somente “os indivíduos radicais”, mas a partir do momento que somente esses indivíduos são mostrados, cria-se uma generalização.
Nem sempre existe um signo claro que indique que aquele muçulmano é um desviante, já que na maioria dos casos é só o desviante que aparece. É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam…
E aí colocamos esse tipo de mensagem na sociedade francesa, com seus 10% de muçulmanos já marginalizados. O poeta satírico francês Jean de Santeul cunhou a frase: “Castigat ridendo mores” (costumes são corrigidos rindo-se deles). A piada tem esse poder. Se a piada é preconceituosa, ela transmite o preconceito. Se ela sempre retrata o árabe como terrorista, as pessoas começam a acreditar que todo árabe é terrorista.
Se esse árabe terrorista dos quadrinhos se veste exatamente da mesma forma que seu vizinho muçulmano, a relação de identificação-projeção é criada mesmo que inconscientemente. Os quadrinhos, capas e textos da Charlie Hebdo promoviam a Islamofobia. Como toda população marginalizada, os muçulmanos franceses são alvo de ataques de grupos de extrema-direita.
Esses ataques matam pessoas. Falar que “Com uma caneta eu não degolo ninguém”, como disse Charb, é hipócrita. Com uma caneta se prega o ódio que mata pessoas.
No artigo do Diário do Centro do Mundo, Paulo Nogueira diz: “Existem dois tipos de humor politicamente incorreto. Um é destemido, porque enfrenta perigos reais. O outro é covarde, porque pisa nos fracos. Os cartunistas do jornal francês Charlie Hebdo pertenciam ao primeiro grupo. Humoristas como Danilo Gentili e derivados estão no segundo.” Errado. Bater na população islâmica da França é covarde. É bater no mais fraco.
Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus. Isso me lembra o já citado gênio do humor (sqn) Danilo Gentilli, que dizia ser alvo de racismo ao ser chamado de Palmito (por ser alto e branco). Isso é canalha.
Em nossa sociedade, ser alto e branco não é visto como ofensa, pelo contrário. E – mesmo que isso fosse racismo – isso não daria direito a ele de ser racista com os outros. O fato do Charlie Hebdo desrespeitar outras religiões não é atenuante, é agravante. Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.
“Mas isso é motivo para matarem os caras!?” Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça francesa tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.
“Mas isso é censura”, alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra “Censura” é repreender. A censura já existe. Quando se decide que você não pode sair simplesmente inventando histórias caluniosas sobre outra pessoa, isso é censura.
Quando se diz que determinados discursos fomentam o ódio e por isso devem ser evitados – como o racismo ou a homofobia – isso é censura. Ou mesmo situações mais banais: quando dizem que você não pode usar determinado personagem porque ele é propriedade de outra pessoa, isso também é censura. Nem toda censura é ruim.
Por coincidência, um dos assuntos mais comentados do dia 6 de janeiro – véspera dos atentados – foi a declaração do comediante Renato Aragão à revista Playboy. Ao falar das piadas preconceituosas dos anos 70 e 80, Didi disse: “Mas, naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam.”
Errado. Muitos se ofendiam. Eles só não tinham meios de manifestar o descontentamento. Naquela época, tão cheia de censuras absurdas, essa seria uma censura positiva. Se alguém tivesse dado esse toque nOs Trapalhões lá atrás, talvez não teríamos a minha geração achando normal fazer piada com negros e gays.
Perderíamos algumas risadas? Talvez (duvido, os caras não precisavam disso para serem engraçados). Mas se esse fosse o preço para se ter uma sociedade menos racista e homofóbica, eu escolheria sem dó. Renato Aragão parece ter entendido isso.
Deixo claro que não estou defendendo a censura prévia, sempre burra. Não estou dizendo que deveria ter uma lista de palavras/situações que deveriam ser banidas do humor. Estou dizendo que cada caso deveria ser julgado. Excessos devem ser punidos. Não é “Não fale”. É “Fale, mas aguente as consequências”. E é melhor que as consequências venham na forma de processos judiciais do que de balas de fuzis.
Voltando à França, hoje temos um país de luto. Porém, alguns urubus são mais espertos do que outros, e já começamos a ver no que o atentado vai dar.
Em discurso, Marine Le Pen declarou: “a nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada”. Essa fala mostra exatamente as raízes da islamofobia. Para os setores nacionalistas franceses (de direita, centro ou esquerda), é inadmissível que 10% da população do país não tenha interesse em seguir “o modo de vida francês”.
Essa colônia, que não se mistura, que não abandona sua identidade, é extremamente incômoda. Contra isso, todo tipo de medida é tomada. Desde leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião até… charges ridicularizando o estilo de vida dos muçulmanos!
Muitos chargistas do mundo todo desenharam armas feitas com canetas para homenagear as vítimas. De longe, a homenagem parece válida. Quando chegam as notícias de que locais de culto islâmico na França foram atacados – um deles com granadas! — nessa madrugada, a coisa perde um pouco a beleza.
É a resposta ao discurso de Le Pen, que pedia para a França declarar “guerra ao fundamentalismo” (mas que nos ouvidos dos xenófobos ecoa como “guerra aos muçulmanos” – e ela sabe disso).
Por isso tudo, apesar de lamentar e repudiar o ato bárbaro de ontem, eu não sou Charlie. No twitter, um movimento – muito menor do que o #JeSuisCharlie – começa a surgir.
Ele fala do policial, muçulmano, que morreu defendendo a “liberdade de expressão” para os cartunistas do Charlie Hebdo ofenderem-no. Ele representa a enorme maioria da comunidade islâmica, que mesmo sofrendo ataques dos cartunistas franceses, mesmo sofrendo o ódio diário dos xenófobos e islamófobos, repudiaram o ataque. Je ne suis pas Charlie. Je suis Ahmed.
* Este texto foi erroneamente atribuído a Leonardo Boff
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Comentários
Malala
Charlie é um panfletário maldoso, obsceno que desrespeita culturas e religiões. Colheram o que plantaram. Causa e efeito. Franceses…Decadence, avec elegance!
Thomas V.
Resposta de um francês ao “Eu não sou Charlie” do El Rafo Saldaña
1)Ele acusa o jornal Charlie Hebdo de intolerância.
A reunião editorial do 7 de janeiro (dia do massacre) era sobre “a luta contra o racismo”. Charlie Hebdo criticava qualquer tipo de ideologia, seja religião ou racismo. Se você não gosta da maneira como eles tratam o assunto, OK, mas não acuse os caras de intolerância.
2)El Rafo Saldaña escreve: “O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. Ok, o catolicismo foi banalizado. Mas isso aconteceu de dentro pra fora.”
Eu não sei no Brasil, mas na França isso nunca aconteceu de dentro pra fora, aconteceu a partir a revolução de 1789 e adivinha o que? as caricaturas tiveram um papel muito importante.
3)El Rafo Saldaña escreve: “A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva.”
A maneira como o jornal retratava todas as religiões era desrespeituoso. O que é óbvio, já que é um jornal satírico… Só que justamente eles atacavam as religões e as emanações radicais dessas religiões, mas NUNCA as pessoas pelo simples fato de praticarem uma religião.
4)El Rafo Saldaña escreve: “Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça francesa tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso.”
E o atentado contra os judeus, poderia ter sido evitado também? Se todo mundo ficasse bem calado contra os extremistas, claro que todos os atentados do mundo poderiam ser evitados. Mas um certo dia você pode acordar numa sociedade que não é mais sua. A justiça francesa náo puniu Charlie Hebdo por causa de uma simples coisa chamada liberdade de expressão, e a lei das religiões não é a lei do pais.
5)El Rafo Saldaña escreve: “Essa colônia, que não se mistura, que não abandona sua identidade, é extremamente incômoda. Contra isso, todo tipo de medida é tomada. Desde leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião até…”
Leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião? Talvez você teria que visitar outros países para ter uma ideia de um lugar onde não se pode expressar sua religião. Apesar de todo estereotipo, a liberdade de religião é uma valor muito respeitado na França.
6)El Rafo Saldaña escreve: “Eu não sou Charlie”.
Muito bem, ninguém nunca obrigou você a ser, na verdade. Mas no dia 11 de janeiro na França, mais de 4 milhões de franceses foram na rua e eram Charlie, e também judeus, muçulmanos e mesmo policiais. Porque “Eu sou Charlie” virou tudo isso. E não só eram franceses brancos e católicos como na imagem da França que talvez se tenha. Eram franceses de todas as origens e todas as religiões, caminhando juntos com a esperança de mais fraternidade.
7)Para terminar, vou deixar falar o Luz, desenhista sobrevivente do massacre:
“Confiamos na inteligência das pessoas, a inteligência do humor, inteligência do segundo grau. Aqueles que cometeram esse ataque não tem humor e são primeiro grau. Você tem que encontrar o lugar de segundo grau no mundo em que vivemos.
Quando se tem uma placa com “Eu sou Charlie” significa: você tem o direito de blasfêmia, você tem o direito de criticar a minha religião, porque não é nada grave.”
Marcelo P
Leonardo Boff publicou esse texto em sua página e num segundo momento se desculpou por não ter dado o devido crédito ao autor.
E escreveu Boff:
— ” Eu não sou Charlie, je ne suis pas Charlie: Pe. Antonio Piber
10/01/2015
https://leonardoboff.wordpress.com/2015/01/10/eu-nao-sou-charlie-je-ne-suis-pas-charlie-pe-antonio-piber/
Houve um esquecimento de minha parte: não citei o nome do artigo publicado abaixo: Pe.Antonio Piber, material que recebi via internet (quatremains). Peço desculpas aos leitores/as.
Há muita confusão acerca do atentado terrorista em Paris, matando vários cartunistas. Quase só se ouve um lado e não se buscam as raízes mais profundas deste fato condenável mas que exige uma interpretação que englobe seus vários aspectos, ocultados pela midia internacional e pela comoção legítima face a este ato criminoso. Mas ele é uma resposta a algo que ofendia milhares de fiéis muçulmanos. Evidentemente não se responde com o assassinato. Mas também não se devem criar as condições psicológicas e políticas que levem a alguns radicais a lançarem mão de meios reprováveis sobre todos os aspectos.
Publico aqui um texto de um padre, Antonio Piber, que é teólogo e historiador e conhece bem a situação da França atual. Ele nos fornece dados que muitos talvez não os conheçam. Suas reflexões nos ajudam a ver a complexidade deste anti-fenômeno com suas aplicações também à situação no Brasil: Lboff ”
(e segue o texto de Piber – o mesmo que está publicado aqui, aí em cima)
Rodrigo
“Nem toda censura é ruim.”
Apoiadores da Ley de médios a lá Argentina agora tem uma nova frase.
Edgar Rocha
Engraçado… tem gente que não faz outra coisa senão alegar que o CH é uma publicação de esquerda. Alguns comentaristas aqui se esquecem que esquerdismo não é santidade. Que a esquerda comete e cometeu erros graves e desvios de conduta proporcionais aos de grupos radicais muçulmanos. Me solidarizo com o autor do artigo e não me vejo obrigado a endossar um discurso hipócrita pela liberdade de expressão pra eximir o CH do fato de que eles cometeram uma enorme molecagem por se beneficiarem da xenofobia do judiciário francês, contando com a proteção institucional pra serem extremamente injustos e irresponsáveis. Fosse um crime de Estado cometido pelos americanos, como tantas vezes tem ocorrido nestes últimos anos, não teria chargistas covarde pra denunciar, como nos casos dos ataques por drones. Não temos mais humoristas. Temos engraçadinhos. E até os velhos aderiram a este comportamento deplorável.
hc
A “expressão que ofende não é liberdade: é grosseria” – que gera atos hostis.
Adaptação de:
A sinceridade que ofende não é franqueza: é grosseria.
Sugiro a todos a leitura de Provérbios 10 inteiro, muita lição, até a mim que nada sou. Escrita antigas, mas que fazem muito sentido, inclusive contra a onda “Islâmofobia”.
yacov
Afinal, o policial muçulmano morreu ou não !?! Se morreu não foi por causa do segundo tiro à queima roupa na cabeça, pois o tiro não o atingiu. Dá para ver claramente no vídeo que a bala acerta na calçada e não há sangue. Imagino que um tiro de fuzil à queima roupa espalharia os miolos pelos 4 cantos. EU TAMBÈM NÃO SOU CHARLIE.
“O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO de SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”
alberto tiago
A COLONIA PORTUGUESA QUE VIVE N FRANÇA TAMBEM E TRATADA COM PRECONCEITO PELO FRANCES COMUN
damazio
sou portugues, morei 10 anos na Belgica, jamais fui molestado por quem quer que fosse nesse país, casei com uma moça belga e hoje moro no Brasil. Só tenho boas recordações. Gueto é para quem não evolui no espaço em que escolheu viver.
alberto tiago
SOU DESCENDENTE DE PORTUGUESES A ALGUNS ANOS ATRAS FUI CONHECER A CIDADE NATAL DE MEU PAI
E ATE ENCONTREI PARENTES COMO IA PARA PARIS ME PEDIRAM QUE LEVASSE ALGUMAS ENCOMENDAS PARA UM PRIMO DISTANTE QUE LA MORAVA FOI AI QUE CONHECI VILE JUIF EM PARIS QUE APESAR DO NOME TEM NA VERDADE UMA PEQUENA COLONIA PORTUGUESA
NOS POUCOS DIAS QUE LA PERMANECI ASSISTI TRISTE COMO O FRANCES MEDIO E RACISTA E AGRESSIVO
COM OS NOSSOS IRMAOS PORTUGUESES MEUS PARENTES FICARAM CONSTRANGIDOS PELO QUE ASSISTE
ESSES DIAS ME OCORREU QUE EU POSSO SER MOURO AFINAL FORAM SECULOS DE DOMINIO ARABE NA PENINSULA IBERICA
ME DESCULPEM MAS FAZER HUMOR SE APROVEITANDO DOS PRECONCEITOS MAJORITARIOS e HUMOR BARATO
Gerson Carneiro
A falácia da “Liberdade de Expressão”.
As novas leis francesas de “Combate ao terrorismo”, aprovadas em setembro/2014, permitem ao governo censurar a internet e fechar sites e blogs “considerados” terroristas, sem o aval da Justiça. A grande marcha das pessoas serviu para confortar o governo francês na sua luta contra a liberdade de expressão.
O povo entregou o seu direito à privacidade depois do 11/9. Que era justamente isso que os governantes queriam. O povo vai cedendo suas liberdades aos governos em troca de proteção. É o povo entrando de gaiato.
Claudio
A verdade caros comentaristas é: os cartunistas da revista francesa foram mortos por causa da sua propria intolerancia, e falta de respeito para com outras pessoas e para com a religião dos mulçumanos, se esses cartunistas e jornalistas não agissem da forma que agiram, eles não sofreriam atentado algum, infelizmente a ganancia dos donos da midia em ganhar dinheiro “NÃO RESPEITA LIMITE ALGUM”, aqui no Brasil, a midia aliadissima aos “DEMOS TUCANOS”, está fazendo exatamente a mesma coisa, foi assim com o “MENTIRÃO” onde mandou e desmandou no STF, visando prender as lideranças do PT, e destruir o partido, conseguiu em parte seu objetivo, porem seu candidato perdeu a eleição em 2010 e 2014, a tal “BALA DE PRATA”, era o “SUPOSTO” escandalo na Petrobras que visava prejudicar a candidatura da presidenta Dilma, mas uma vez os dono da midia perdeu, “E ESTÁ USANDO SEUS ULTIMOS CARTUCHOS”, que é “PARALIZAR A PETROBRAS, E AS PRINCIPAIS EMPRETEIRAS DO BRASIL”, se isso acontecer, trará consequencias “CATASTROFICAS” para o país, haverá desemprego em massa, muitas obras importantissimas serão paralizadas causando enormes prejuisos materiais e financeiros, e aí o país mergulhará no “CAOS”, mas os donos da midia “NÃO ESTÁ NEM AÍ”, e a oposiçãozinha golpista retornará ao poder(VIA GOLPE), e a Petrobras e toda a riqueza petrolifera será entregue aos norte americanos e outras nações estrangeiras aliadas dos EUA, é isso que está em curso, “CORRUPÇÃO” existe em todo o lugar do mundo, e a principal rede de tv, “TAMBEM COMETE CORRUPÇÃO” deve bilhões de reais aos cofres publicos fruto de “SONEGAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA”, e os que ela “ACOBERTA”, são mais sujos que pau de galinheiro.
Leo V
E a mulher foi estuprada porque estava de saia curta? é isso?
O Hezzbolah é mais luminista que vc.
Aliás, nossa esquerda está á direita do Hezzbolah.
Charb estava na lista da Al Qaeda. Ele não foi morto por ser religiosamente incorreto. Ele foi morto porque fascistas assim o quiseram.
Achar que os muçulmanos franceses eram insultados por causa de um jornal numa banca de revista é um baita preconceito, pois é iguala-los aos fascistas que chacinaram os cartunistas. É dizer que eles não podem conviver em democracia e com liberdade de expressão como os outros. Você projeta seu preconceito e o modo como os v~e no seu comentário.
E se o problema eram charges e não fascistas religiosos, por que então centenas de pessoas estão sendo mortas na Nigéria pelo Boko Haram agora? Que eu saiba lá não tem filial do Charlie.
Francisco
Uma charge é uma forma de expressão.
Uma bomba, também é uma forma de expressão.
Não vou perder tempo discutindo o que expressa a charge, mas a bomba expressa um descontentamento e, quando os canais legais não funcionam, um grito de desespero.
Sem duvida que o melhor era os islâmicos terem a sua própria Charlie Hebdo, mas já vimos na Guerra Fria que “corrida armamentista” não traz a paz – traz tensão.
O mais certo ainda era o ocidente nem se relacionar mais com o Oriente Médio. Isolar, como dizia minha mãe.
Mas o ocidente não pode. Precisa continuar a assassinar e roubar, como na Líbia, no Afeganistão, no Iraque, na Síria, no Egito, o que os islâmicos têm.
O roubo e o assassinato no Oriente Médio são censuráveis (a maioria das leis do mundo os condenam). Que tal censurar ISSO e ver no que dá?
Madalena
A religião que se ofendesse com as charges de CH tinha o direito de processá-los, não de matá-los.
Além disso….
É preciso buscar meios de melhorar a inserção dos imigrantes, mas
não podemos esquecer que nos países onde esta religião é dominante existem opressão e violência contra mulheres e homossexuais baseadas nas palavras de seu livro sagrado.
Eles tem o direito inalienável de reproduzir seu livro sagrado e, ainda assim, o resto da sociedade não pode produzir uma revista os criticando? A religiao, simplesmente por ser religião, tem o direito de ser opressora enquanto o resto da sociedade deve se calar a respeito?
Mahamed
Grande artigo. Acertou em cheio. Liberdade de expressão é, também, respeitar a liberdade de suas crenças. Temos muita hipocrisia por aqui.
Gerson Carneiro
Charlie Hebdo promove o monólogo.
Segundo notícias de telejornais quatro milhões de pessoas foram às ruas de Paris pedir paz (a Rede Globo diz que pediam Liberdade de Expressão). E mais um punhado de “líderes mundiais”, que na posição em que se encontram parecem mais acuados do que liderando alguma coisa.
Pois bem, de fato o que a multidão e o punhado de políticos estão propondo?
Temos a multidão e um punhado de políticos propondo alguma coisa pra quem?
A multidão e o punhado de políticos vislumbram convencer à trégua o pessoal do outro lado apenas se dando às mãos e desfilando?
Se há proposição de cessar a violência fundamentada na busca de paz, creio que há necessidade de chamamento ao diálogo do pessoal do outro lado. Prosseguir com ataques na vã esperança de aniquilar o inimigo não trará a paz desejada. Se é que querem paz.
Irônico é que quando a Dilma na ONU sugeriu diálogo com o pessoal do outro lado foi duramente e ridicularmente criticada (aqui no Brasil).
Se não for diálogo que a multidão e o punhado de políticos em Paris estão propondo, estão propondo a continuidade e intensificação do conflito. Então, prossiga-se a violência e aguentem as consequências.
PS: Defensores do monólogo, desatentos, costumam dizer que a guerra é contra o fanatismo.
Fanatismo é o estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa ou tema.
Destarte, a obsessão por controlar o mundo também é fanatismo.
Wendel
Lamento sinceramente os que estão se deixando manipular, tal qual no 11 de setembro, pois os objetivos estão claros.
Esta tragédia, não poderia ocorrer em melhor hora, para os vassalos do império, que estão de pires na mão por conta de terem seguido as diretrizes impostas por eles, e que agora colhem o que plantaram!!!
Os inocentes úteis, que façam bom proveito, mas depois não lamentem de serem escravos desta armadilha que ora arquitetam !!!
Andre
O artigo ataca com inteligência, racionalidade e argumento todas as religiões. As vê, em uma boa tradição da esquerda, como um sintoma de um mal cuja raiz está nas condições em que nossa sociedade se estrutura. Não é só o ópio do povo, como aqule filósofo dizia, mas ‘o coração de um mundo sem coração, a ilusão de um mundo que precisa de ilusões’ como completava o tal filósofo.
Só mesmo pessoas com interesses ideológicos excusos ou completamente ignorantes são capazes de ver nesse artigo um ataque aos cartunistas do Charlie. Mas é claro há uma diferença imensa que separa a esquerda que utiliza a racionalidade para desvelar a complexidade e contradições que cercam nossa vida social e desta forma denunciar tudo que impede a emancipação humana e uma certa pseudesquerda nitzschiana (pseudesquerda pois Nietzsche defendia a escravidão, era contra qualquer forma de democracia e recebeu de bom grado a denominação de ‘rebelde aristocrata’) que utiliza a retórica bombástica vazia de conteúdo e a subversão como um fim em si mesmo(em que contribui para a emancipação dos mulçumanos da religião fazer um charge de Maome com o c… para o alto? quem souber por favor, me explique). Infelizmente, por motivos multiplos, essa pseudoesquerda anacronica – se criou no pós-68 – cresce assustadoramente no Brasil, principalmente entre a juventude. Realmente acho que está na hora de deixar os anos 1960 na história e seguir em frente!
Andre
xi, comentário errado. era pro texto do Ricardo Melo!
Lukas
Está passando da hora dos mortos pedirem desculpa ao Islã por terem sido mortos, né pessoal?
Gerson Carneiro
Olha o lukas defendendo vítimas colaboradores da extrema esquerda!
Logo estará defendendo o Che.
Vivi pra ver.
Estou me divertindo. O obscurantismo faz o pessoal atacar a esquerda aqui e defender com fervor a esquerda na Europa.
Lukas
Não os estou defendendo, estou atacando a esquerda brasileira. Pessoas como você, quando veem um assassinato, primeiro olham quem foi assassinado e como isto pode ajudar ou atrapalhar a causa que defende.
Para pessoas como vocês (basta ler os comentários) há assassinos e assassinos.Alguns são desculpáveis.
Che, Maringuella e outros ídolos de vocês são apenas assassinos.
Leo V
É ao contrário, o obscurantismo faz a esquerda daqui defender fascistas na Europa.
Por falar em obscurantismo, o Hezbolah está mais iluminsita que vc Gerson.
Vou contar pros meus netos que um dia a esquerrda defendeu o socialismo.. mas acho que e não vai acreditar, pois já hoje a esquerda defende a barbárie.
Quando a barbárie se apresenta nua na frente de todos a esquerda não a reconhece. E depois não sabem como pode ocorrer nazismo na Alemanha, fascismo na Itália…
Toga
Também não sou Charlie desde o início e quanto mais leio e vejo dessa situação mais convicção de que tenho de que não quero ser.
Triste do Mundo viu Alexandre vandalizar a Arábia e deu início a essa merda toda. Quando será tarde demais para alguém dar um basta nessa tal civilização ocidental?
Leo V
Me espanta o Viomundo publicar esse artigo com a chamada “O outro lado”.
Outro lado de que?
Houve confronto entre cartunistas e homens armados que terminou em 12 mortes? Assim como entre a PM paulista e manifestantes na última sexta? Houve confronto entre a bomba atômica e a população de Hiroshima?
O outro lado de que?
E na Nigéria, que não tem filial do Charlie, por que pessoas foram mortas num atentado do Boko Haram?
Querer relativizar e justificar a barbárie e o fascismo mostra a que estado decrépito a esquerda chegou. Jogaram no colo da Veja defender valores humanos universais.
Que se procurem entender porque esses jovens estão aderindo ao fascismo religioso é outra questão. Mas não é isso que esses artigos abordam. Esse artigos tentam colocar a culpa pelo estupro na mulher que usava saia curta.
Como já disseram por aqui, um jornal símbolo da esquerda francesa é massacrado fisicamente por fascistas religiosos e massacrado verbalmente pela esquerda brasileira. E a gente achando que já viu de tudo né?
Molina
Um dos poucos comentários lúcidos publicados no Viomundo sobre este assunto. Está abundando má-fé, relativismo barato e antropologia de quinta categoria na esquerda brasileira.
Jader
Obrigado pela citação.
Leo V
Foi perfeita, eu que agradeço por ter escrito.
Gerson Carneiro
O texto inteiro trata do confronto entre cartunistas e “homens armados”. Confronto este provocado por… cartunistas.
O óbvio o autor do comentário não enxergou. Mas enxergou uma associação do texto, e sua publicação no VIOMUNDO, com a “esquerda brasileira”.
O VIOMUNDO é a tal “esquerda”? O autor do texto é a tal “esquerda”?
Quanta confusão.
O atentado à Charlie Hebdo provocou uma onda repentina de gente se lançando na aventura de falar no escuro sobre o que há pouco desconheciam existir.
Um dos comentários mais obscuros publicados no VIOMUNDO sobre este assunto.
Leo V
Engraçado sua fixação em chamar de obscuro quando vc é que está do lado do que há de mais obscuro, que é esse integrismo islâmico de talibã e ISIS.
Os cartunistas provocaram?
Meu, vc não tem noção do que está dizendo. Desafio vc achar um muçulmano francês que concorde com vc. É de um preconceito enorme achar que os muçulmanos não podem conviver com liberdade de expressão e numa democracia.
É um preconceito enorme achar que muçulmanos são doidos para fuzilar quando veem uma charge de Maomé. Foi pinta os muçulmanos como se fossem loucos fanáticos como os dois assassinos.
Obscurantismo é fechar o pensamento e a expressão para a critica de instituições, inclusive as religiosas. Se dependesse do seu pensamento estaríamos na Idade Média ainda.
Se o problema foram as charges, como vc explica os atentados do Boko Haram na Nigéria que estão ocorrendo? E tantos outros da Al Qaeda que matam a esmo?
Infelizmente estou vivo para ver gente que se acha de esquerda defender a barbárie mais pura e clara.
Gerson Carneiro
Você perdeu o desafio.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/consulesa-da-franca-para-eles-talvez-nos-e-que-sejamos-terroristas/
Se quiser encontrar mais, procure nos subúrbios de Paris. Ah, mas lá você não vai e nem verá na TV.
Gerson Carneiro
E mais: a francesa de origem muçulmana aí também faz referência ao obscurantismo :)
O que eu ganhei no desafio? Posso escolher?
Mauro Assis
“Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de cidadão de segunda classe.”
E porque então eles optam por viver na França? R: porque é melhor ser cidadão de segunda classe em Paris, usufruindo das benesses do estado francês inclusive, do que ser cidadão de primeira classe na Síria, no Líbano, no Iraque, no Marrocos, na Tunísia…
E aí esses caras resolvem detonar cartunistas e as vítimas são eles? Sei…
Zair Palhares
Não se trata de opção Mauro Assis. Como eu disse em um outro comentário: “Eu não gostaria de estar no lugar das 12 pessoas que foram mortas na França, nem de seus familiares e amigos, nem de todas que foram mortas ao longo dos anos em ataques terroristas. Como não gostaria de estar no lugar dos milhões de homens, mulheres, jovens e crianças que há décadas veem seus países serem invadidos e saqueados, suas casas destruídas, seus familiares e amigos mortos e aleijados num terror sem fim, e ainda por cima serem condenados a carregar uma pecha de ignóbeis, ignorantes e fanáticos. Eu não gostaria de estar no lugar das centenas milhares de muçulmanos inocentes que vivem na América do Norte e na Europa, sendo olhados com medo, ódio ou desprezo, sendo julgados e condenados pelo simples fato de ser quem são e professarem uma fé que não a nossa, ainda que não sejam terroristas. Eu não sei nada sobre como é ser muçulmano, então não me sinto no direito de julgá-los. Só sei que lamento profundamente por toda essa DOR que a ambição doentia e falta de amor de alguns seres humanos espalha pelo mundo. Eu quero olhar para mim e não me eximir de fazer o que for possível para que esse mundo não seja mais assim. Que a dor de alguns não seja mais importante que a dor de outros. Muito triste…”
Claudio Vargas
Puxa amigo, não seja mal intencionado… não deixe as emoções te levarem! veja que o autor EXPLICITOU em seu artigo, e com veemência, o infortúnio dos cartunistas. E pra ser sincero acho que é uma visão extremamente possível. Afinal, nem eu e acredito que nem você sofremos deste preconceito cotidianamente, em uma sociedade que está cada vez mais intolerante com os ‘cidadãos’ de origem árabe. Sugiro que você estude um pouco o processo de independência da Argélia, e talvez aí verá com outros olhos o texto do autor!
Saudações
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