Noblat associa decisão de Dias Toffoli a pressão de militares. Bolsonaro quer ver Lula “mofar na cadeia”
Tempo de leitura: 3 minÉ simples: o Supremo não julgará agora o recurso contra a prisão em 2ª instância porque está com medo de tomar qualquer decisão. Militares já avisaram que não aceitam a revogação da prisão em 2ª instância porque assim Lula seria solto. Bolsonaro quer vê-lo mofar na cadeia. Ricardo Noblat, jornalista, no twitter
Toffoli adia julgamento de ações sobre prisão após segunda instância
Por Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, atendeu a um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e suspendeu o julgamento das ações que tratam da prisão após condenação em segunda instância, que estava marcado para 10 de abril. Não há data para que o tema volte à pauta.
A OAB é autora de uma das três ações declaratórias de constitucionalidade (ADC) que tratam do assunto, cujo relator é o ministro Marco Aurélio Mello. As outras duas foram abertas pelos partidos PEN, hoje Patriota, e PCdoB.
Nesta semana, o recém-eleito presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, enviou um ofício a Toffoli, fora dos autos da ADC, pedindo o adiamento do julgamento, cuja data havia sido marcada pelo presidente do STF em dezembro.
“É que, a propósito, a nova Diretoria deste Conselho, recém empossada, ainda está se inteirando de todos os aspectos envolvidos no presente processo e outros temas correlatos, razão pela qual necessita de maior prazo para estudar a melhor solução para o caso”, diz o pedido encaminhado por Santa Cruz.
A suspensão do julgamento foi feita à revelia do relator, Marco Aurélio, que afirmou que se o pedido tivesse sido encaminhado a ele, “fatalmente não adiaria”. Desde ao menos o início do ano passado, o ministro cobra o julgamento das ADC´s, liberadas para análise do plenário desde dezembro de 2017.
Internamente, ministros avaliam que o adiamento alivia a pressão da opinião pública sobre o Supremo, uma vez que uma decisão contra a prisão em segunda instância poderia beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-presidente está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após ter tido sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal, com sede em Porto Alegre.
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Um recurso de Lula contra a condenação está prestes a ser julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Ao adiar o julgamento das ADC´s sobre a segunda instância para uma data provavelmente posterior, o Supremo deve evitar que o debate seja fulanizado.
Entendimento atual
No ano passado, a presidente anterior do STF, ministra Cármen Lúcia, não a pautou as ações. Na ocasião, havia uma pressão causada pela condenação de Lula no TRF4.
A ministra resolveu, há um ano, pautar um habeas corpus do ex-presidente, que acabou rejeitado por 6 votos a 5.
No voto decisivo, a ministra Rosa Weber disse que em princípio é contra a prisão após segunda instância, mas que votaria contra o pedido de liberdade do ex-presidente em respeito ao entendimento vigente do Supremo, que autoriza o cumprimento antecipado da pena.
Na ocasião, Weber indicou que numa eventual análise de mérito das ADCs sobre o assunto, poderia votar contra a prisão em segunda instância, o que mudaria o entendimento atual que autoriza a medida.
O Supremo já alterou algumas vezes o entendimento sobre o assunto, e desde de 2016, na análise de uma liminar sobre o tema, por 6 votos a 5 foi autorizada o cumprimento de pena após a condenação em segundo grau da Justiça.
Desde então, alterou-se a composição do plenário e ao menos um ministro, Gilmar Mendes, anunciou ter alterado seu entendimento, posicionando-se contra a prisão em segunda instância. O tema diz respeito a centenas de milhares de presos provisórios que aguardam o entendimento definitivo do Supremo em penitenciárias superlotadas.
Em dezembro, Marco Aurélio chegou a conceder uma liminar libertando todos os presos que ainda tenham recursos pendentes de análise em instâncias superiores, mas a medida foi cassada por Toffoli pouco depois.
Argumentos
Nas ADC´s, os autores sustentam que, de acordo com a Constituição, um condenado só pode começar a cumprir pena e ter afastada sua presunção de inocência após o trânsito em julgado do processo, isto é, quando não é mais possível recorrer aos tribunais superiores em Brasília, incluindo o próprio STF.
A Procuradoria-Geral da República, que é contra a medida, argumenta que a prisão após a segunda instância garante que a Justiça seja feita, ante a demora no julgamento de volumosos recursos nos tribunais superiores.
No mês passado, a Advocacia-Geral da União (AGU) apoiou o posicionamento da PGR, argumentando, em manifestação enviada ao STF, que não há prejuízo ao princípio da presunção de inocência se condenados começarem a cumprir pena antes de eventuais recursos a instâncias superiores, levando-se em consideração que em todas os graus de jurisdição são garantidos diferentes recursos.
Comentários
Zé Maria
Marcha soldado, cabeça de papel…
Ensino militar será aplicado por demanda dos governos estaduais
Segundo a Subsecretaria de Fomento às Escolas
Cívico-Militares (Secim), do MEC, projeto pretende
resgatar a “disciplina” e a “organização” nas escolas
públicas de maior vulnerabilidade social
https://twitter.com/luisnassif/status/1114236200896868352
https://jornalggn.com.br/educacao/ensino-militar-sera-aplicado-sob-demanda-no-pais/
Zé Maria
O Dias vai Protelar o Julgamento das ADCs, até que
a Câmara aprecie o Projeto Fascista do ministréco.
Mas é de estranhar é a nova direção da OAB pedir adiamento da Ação, deixando os advogados criminalistas nessa insegurança jurídica indefinidamente.
Zé Maria
https://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/30CCFF2C5706E115C8D4A45FB8E64E097E13_oficio.jpeg
Na segunda-feira, 1º de abril, a atual diretoria do Conselho Federal da OAB pediu que o STF adie o julgamento da ADC que irá definir a controvérsia da prisão após 2ª instância.
A Ordem é autora da ADC 44, pautada para julgamento com as demais (43 e 54) para o próximo dia 10.
De acordo com o Supremo, o pedido de adiamento foi por meio de um ofício endereçado ao presidente Toffoli.
Foi Toffoli quem incluiu os processos na pauta deste dia, em decisão de dezembro passado.
Segundo o ofício enviado, a nova diretoria do Conselho Federal, capitaneada por Felipe Santa Cruz e recém-empossada, “ainda está se inteirando de todos os aspectos envolvidos” no processo.
O pedido de adiamento veio justo quando Migalhas(*), coincidentemente, divulgou a previsão(**) dos votos, que apontam para grande dúvida quanto ao desfecho do julgamento.
A notícia deste 1º de abril, e que não é mentira, apesar da efeméride, expõe uma situação antagônica.
É que, quando comandava a Corte, a ministra Cármen Lúcia foi duramente criticada pela própria Ordem e pelos advogados criminalistas por não pautar os processos objetivos que colocariam um ponto final na celeuma.
E agora, justo a OAB, pede o adiamento.
Quem conhece o plenário pode afirmar categoricamente que o presidente irá adiar, sine die, a apreciação do caso.
E, dando razão ao relator das ações, “tempos estranhos”.
(https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI299005,31047-E+chegada+a+hora+da+palavra+final+do+STF+sobre+a+prisao+em+2+instancia)*
(https://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/A5E39F31E1D28C9160CBA4ACBC59A2A35FAA_prisao.jpg)**
https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI299384,21048-OAB+pede+que+STF+adie+julgamento+sobre+prisao+apos+2+instancia
Elena
Só resta a nós, o povo, fazer grandes manifestações para tirar Lula da cadeia. E dia 07 vamos começar com as manifestações. Vamos ter que encher a Av. Paulista em SP e em outros Estados também. A França também fará manifestação a favor de #LULALIVRE, bem como em outros países manifestações já estão programadas. A pressão vai ser mundial. Todos a favor de #LULALIVRE!
lulipe
Ele foi condenado, até agora, a quase 25 anos e já quer sair da cadeia?? Seria ratificar a impunidade no país. O choro é livre, lula não.
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