Natal Sem Fome: MST-PR distribui mais de 35 toneladas de alimentos e 4 mil marmitas

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Neste Natal, o MST-PR realizou cerca de 20 ações em diversas localidades do Estado, entre as quais Londrina, Piraquara e Curitiba. Fotos: Juliana Barbosa e Sandra Ferrer/MST-PR

MST DO PARANÁ PARTILHA MAIS DE 35 TONELADAS DE ALIMENTOS E 4 MIL MARMITAS NO “NATAL SEM FOME”

Ao todo foram cerca de 20 ações espalhadas por todo o estado, como parte da campanha nacional do MST.

Por Ednubia Ghisi, MST Paraná      

Arroz, feijão, batata-doce, abóbora, mandioca, fubá, suco, verduras e até iogurte. A diversidade de alimentos produzidos por camponeses do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná fará parte da ceia de Natal de milhares de famílias urbanas que vivem em situação de vulnerabilidade.

Ao todo foram mais de 20 ações da campanha “Natal Sem Fome e Solidário”, em que famílias assentadas e acampadas em áreas da reforma agrária partilharam cerca de 35 toneladas de alimentos.

Também foram doados 700 litros de iogurte e 4 mil marmitas. A maior parte das doações ocorreu entre esta quinta e sexta-feira (22 e 23). A campanha segue até dia 10 de janeiro, em todo o Brasil.

A iniciativa ocorre pelo terceiro ano consecutivo, como forma de contribuir para o enfrentamento da crise humanitária que o país enfrenta durante o atual governo federal, agravada pela pandemia da Covid 19: são 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer todos os dias, e mais da metade (58,7%) do povo convive com a insegurança alimentar leve, moderada ou grave – segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar de 2022.

A camponesa Bruna Zimpel, moradora do acampamento Terra Livre, em Clevelândia, e integrante da direção nacional do MST, conta que a solidariedade é vivida no dia a dia pelas famílias acampadas e assentadas, e se ampliou no último período.

“Com o agravamento da crise social e a pandemia, essas ações foram construídas para além dos nossos territórios, beneficiando muitas famílias trabalhadoras urbanas de todo o país”, relata a dirigente.

Em campanhas de solidariedade com quem passa fome, o MST-PR partilhou mais de 1 milhão de quilos de alimentos saudáveis e cerca 180 mil marmitas, desde abril de 2020.

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Para o MST, a vitória de Lula nas urnas significa a renovação das esperanças de superar a miséria no nosso país, “mas há muito por se fazer agora”, garante Bruna, se referindo aos números da fome.

Igor de Nadai, integrante da direção do MST do Paraná e morador do acampamento Herdeiros da Luta de Porecatu, relata a força da unidade entre a militância do MST e a população urbana da periferia. Chama atenção para o fato de ser a primeira ação massiva neste período em que a pandemia está mais branda.

“Demonstra que a política de solidariedade do movimento é permanente, e enquanto houver fome e for uma necessidade da classe trabalhadora da cidade, o MST vai estar ali”.

A esperança é um ingrediente a mais que esteve presente nas dezenas de sacolas partilhadas: “Apesar desse cenário terrível, é uma ação que busca trazer esse sentimento de esperança que está todo mundo vivendo com esse novo governo que está vindo. Essa ação de natal e de final de ano pra renovar o esperança e de um novo ciclo que vem aí”, diz o militante.

Cleusa Maria de Souza é moradora do Assentamento Pontal do Tigre, em Querência do Norte – uma das comunidades que partilhou 250 quilos de batata-doce livre de agrotóxicos.

“Essa produção de batata é orgânica, no trabalho familiar em que toda a família ajuda na hora do trabalho, na hora da colheita. E quem receber esse alimento que faça bom proveito, e que Deus abençoe todos nós”, disse a camponesa. O alimento fez parte da doação entregue para cozinhas de Comitês Populares de Paranavaí.

“Nós queremos agradecer a todos aqueles que confeccionaram, que plantaram, que embalaram essas cestas”, disse Eduardo Fabrício Andrade, integrante da Comunidade dos Missionários do Bom Pastor, localizada no Guarituba, em Piraquara. Cerca de 100 cestas chegaram às mãos de famílias moradoras de ocupações da região que vivem em situação de vulnerabilidade social.

4 mil Marmitas da Terra partilhadas em Curitiba

Fotos: Juliana Barbosa

Esta quarta e quinta (21 e 22) foram de celebração das conquistas do trabalho entre camponesas(es) do MST e trabalhadores urbanos. O coletivo Marmitas da Terra partilhou 4.000 quentinhas nas praças Rui Barbosa e Tiradentes, em Curitiba, além de comunidade na capital e Região Metropolitana.

Com a doação de hoje, a ação chegou aos 180 mil almoços distribuídos desde o início da pandemia. A maior parte dos alimentos servidos nas marmitas vem de mutirões agroecológicos realizados pelo coletivo no Assentamento Contestado, na Lapa, orientados pela Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA). De outubro de 2020 até o momento, foram colhidos mais de 16 toneladas de comida saudável.

Cestas Esperança, em Curitiba

Consumidoras e consumidores do Produtos da Terra, assim como entidades parceiras, fizeram doações de 120 Cestas Esperanças para rechear a mesa de famílias da Ocupação 29 de Janeiro e Ocupação Alvorada II, ambas no bairro Uberaba (Jd. Icaraí), e Associação Xapinhal, no bairro Xapinhal.

A iniciativa Produtos da Terra, responsável por comercializar os produtos da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Economia Solidária em Curitiba e Região Metropolitana, mobilizou a arrecadação de recursos com seus consumidores e entidades parceiras para a montagem de cestas especiais para doação, as Cestas Esperanças.

Cada cesta foi recheada com 19 delícias da Reforma Agrária, Agricultura Familiar e da Economia Solidária, desde produtos de cesta básica, como o arroz e feijão Campo Vivo e o leite Terra Viva, legumes e hortaliças fresquinhas da Agricultura Familiar do entorno, até produtos especiais para as celebrações final de ano, como o panetone produzidos pela rede de padarias comunitárias, a Rede Fermento na Massa.

Casa de Passagem Indígena de Curitiba e na Comunidade dos Missionários do Bom Pastor, em Piraquara

 

Em Piraquara foram entregues 100 cestas de alimentos. Fotos: Juliana Barbosa

Nesta quinta-feira (22), as famílias do Assentamento Contestado e o Coletivo Marmitas da Terra fizeram doação de 100 cestas de alimentos que foram entregues na Casa de Passagem Indígena em Curitiba e na Comunidade dos Missionários do Bom Pastor em Piraquara. No total, 1 tonelada de alimento foi doado.

Essa última, sob a coordenação de Eduardo Fabrício Andrade, realiza um trabalho com as crianças e imigrantes da ocupação Vôo das Andorinhas no bairro de Guarituba, além de fazer marmitas todas às quintas para distribuir para as pessoas em situação de rua de Piraquara.

Nas cestas partilhadas havia uma variedade de legumes, verduras agroecológicas, farinha de milho, suco de uva e ovos. À noite também foram distribuídas cerca de 100 cestas com arroz integral agroecológico, suco de uva, abobrinha e escarola.

Guarapuava

Cerca de 16,8 toneladas de alimentos foram partilhados em bairros de Guarapuava, nesta quinta-feira (22). A diversidade de alimentos veio das comunidades Encontro das Águas e São Jerônimo, de Guarapuava; 5 de maio, Filhos da Terra, Nova Aliança, São Roque, Nova Geração, Poço Grande e São Sebastião, de Pinhão; Nossa Senhora Aparecida, de Inácio Martins.

Londrina

Em Londrina, partilhadas 9 toneladas de alimentos com a população. Fotos: Sandra Ferrer

Na manhã desta quinta-feira, 9 mil quilos de alimentos foram doados em 6 comunidades de Londrina, totalizando 600 cestas de alimentos, e 700 litros de iogurte da marca da reforma agrária Campo Vivo. Foram atendidas as famílias das comunidades São Jorge, Vista Bela, Turquino, Maracanã, Califórnia e Novo Amparo.

A ações ocorreu a partir das doações dos acampamentos Maila Sabrina, Ortigueira; Herdeiros da Luta de Porecatu, de Porecatu; Manoel Jacinto Correio e Zilda Arns, de Florestópolis; Fidel Castro, em Centenário do Sul; e dos assentamentos Maria Lara, de Centenário do Sul; Dorcelina Folador, de Arapongas; e Eli Vive, de Londrina; Assentamento Guanabara, Tibagi.

Porecatu

Na manhã desta quinta-feira (21), famílias do acampamento Herdeiros da Luta de Porecatu, fizeram doação de 40 cestas de alimentos, totalizando 900 quilos, para famílias moradoras dos bairros do cinco conjuntos da cidade.

Florestópolis

Na tarde de quinta-feira (22), famílias dos acampamentos Zilda Arns e Manoel Jacinto Correia, realizaram a distribuição de 60 cestas de alimentos produzidos e doados pelas famílias Sem Terra. As doações ocorreram nos bairros Floresta e Jabur, no município de Florestópolis.

Santa Mariana

As famílias do município de Santa Mariana receberam 150 cestas de alimentos produzidos e doados pelas famílias Sem Terra dos acampamentos, Herdeiros da Luta de Porecatu, Zilda Arns de Florestópolis e Valmir Motta de Oliveira de Jacarezinho. A ação contou com voluntárias do município e foi realizada nos distritos de Quinzópolis e Panema.

Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Pato Branco

O Fórum Regional das Organizações e Movimentos Sociais Populares do. Campo e da Cidade do Sudoeste do Paraná, do qual o MST faz parte, realizou a doação de alimentos para 200 famílias no dia 20/12. Os alimentos chegaram à Francisco Beltrão, nas ocupações de Água Branca, São Francisco e Pinheirão; em Dois Vizinhos e em Pato Branco. As comunidades do MST que participaram da doação foram Terra Livre, de Clevelândia, e Cacique Cretã, de Palmas, com a partilha de repolho, feijão, mandioca e temperos.

Paranavaí

Mais uma doação que chega àqueles e aquelas que mais necessitam em Paranavaí. A entrega das verduras e arroz para as cozinhas comunitárias dos Comitês Populares de Paranavaí, nesta sexta-feira (23). Uma outra doação já havia sido feita no dia 12 de dezembro. A ação solidária também envolveu comunidades do MST de Querência do Norte e de Paranacity, além do coletivo LGBTI+ de Paranavaí.

Imbaú

As famílias do assentamento Guanabara, de Imbaú, partilharam 1 tonelada de alimentos para a associação Nicolau. Ao todo foram 13 variedades de verduras e frutas, entre banana, tomate, beterraba, acelga, chicória, alface crespa, alface, brócolis americana, mandioca, couve, cebolinha, pimentão e repolho.

Matelândia

O acampamento Chico Mendes, localizado em Matelândia, realizou a partilha de alimentos para o Hospital Público do município. Foram itens produzidos na horta comunitária e também doados pelas famílias, a maior parte livre de venenos.

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