MST denuncia agronegócio e manda recado a Kátia Abreu: Seja bem-vinda!
Tempo de leitura: 2 minMST manda recado com ocupação no RS: Kátia Abreu, seja bem-vinda!
Na manhã deste sábado (22), cerca de 2 mil jovens dos movimentos sociais do campo ocuparam a Fazenda Pompilho, com 2 mil hectares de cultivo de milho transgênico na cidade de Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul, à beira da BR 158, que liga a região ao oeste de Santa Catarina.
Essa é a primeira manifestação depois que foi divulgado que a ruralista Katia Abreu, senadora pelo PMDB e presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), será a nova ministra da Agricultura no novo governo Dilma.
Para Raul Amorim, da coordenação do coletivo de juventude do MST, com esta ocupação a juventude denuncia Katia Abreu pelo vínculo com o agronegócio, que é um modelo explorador que não serve para o campo brasileiro. “Katia Abreu é símbolo do agronegócio, que tem como lógica a terra para produção de mercadorias, com uso intensivo de agrotóxicos e sementes transgênicas destruindo os recursos naturais e a saúde dos trabalhadores e de toda a população. Além disso, empresas estrangeiras passam a controlar o território brasileiro, por meio da associação com os latifúndios improdutivos, e se apropriando de terras que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária. Não produzem alimentos para o povo brasileiro. Deterioram o ambiente com o uso da monocultura, como de soja, eucalipto, cana-de-açúcar e pecuária intensiva”, afirmou Amorim.
O objetivo da ocupação é denunciar o agronegócio que envenena a terra e contamina a produção dos alimentos e a água (dos rios, lagos, chuvas e os lençóis freáticos) que a população brasileira consome. O veneno está na mesa do brasileiro. O consumo de alimentos transgênicos causam inúmeras doenças como o câncer, depressão, doenças de pele, contaminação do leite materno, e etc.
Além disso o agronegócio é um dos grandes responsáveis por retirar violentamente camponeses, indígenas e povos originários do meio rural para garantir seu plantio em larga escala para a exportação.
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009. Mais de um bilhão de litros de venenos foram jogados nas lavouras, de acordo com dados oficiais. Por isso a ocupação tem o caráter de denuncia, mas também de luta por um novo modelo de agricultura.
Segundo Catiane Cinelli, da direção nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, “ao ocupar esta área a juventude do campo e da cidade diz para a sociedade que é preciso repensarmos o modelo de produção que está hegemonicamente colocado pra nós hoje. O que nós propomos é uma agricultura que tenha como base a agroecologia, a produção de alimentos saudáveis, onde a natureza e os seres humanos sejam respeitados e valorizados.”
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Organizada pela juventude da Via Campesina e demais organizações ligados ao campo e agricultura familiar, a movimentação para o ato se iniciou antes do raiar do sol com o soar da batucada e a concentração dos jovens que saíram em Marcha rumo ao local.
A ação faz parte do 14º Acampamento Latino-Americano da Juventude da CLOC-Via Campesina, que pela primeira vez está sendo realizado no Brasil e reúne jovens de 18 países.
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Comentários
Lucas
E trabalhar que é bom…??
Carlos Solrac
Depois de Levy e Abreu, gostaria de dar algumas sugestões para o ministério conservador neo-castelobranco da Presidente?
Banco Central: Armínio Fraga
Casa Cívil: Arnaldo Jabour
Tecnologia: José Goldemberg
Cultura: Reinaldo Azevedo
Defesa: Jair Bolsanaro ou o filho, tanto faz.
Educação: Arthur Virgilio
Justiça: Joaquim Barbosa
Saúde: José Serra
Cidades: Paulo Maluf
Comunicações: Diogo Maynard
Relações Exteriores: Alexandre Garcia
Desenvolvimento Agrário: Ronaldo Caiado
Meio Ambiente: Walter Feldmam
Trabalho e Emprego: FHC
abolicionista
Agora podemos escolher entre a água podre do PSDB ou a comida envenenada do PT. Estamos realmente avançando… mais um pouquinho e caímos do penhasco.
bira
não dá pra achar que o MST só tem santinhos. neste fim de semana tentaram invadir, com ameaças, trator(!) , foices e martelos, um pequeno terreno que servia como parque público e campo de futebol de uma comunidade próxima a goiana, pernambuco. o detalhe é que chegaram com trator, carros, caminhonetes… é mesmo esse o movimento que quer distribuir terras ? ou queria fincar pé no meio da comunidade, composta por trabalhadores honestos que tinha naquela praça a única opção de lazer ? cansei de encontrar, nas estradas de pernambuco, barreiras onde os militantes do MST ameaçavam quem não desse dinheiro, com foices. isso é certo ?
temos vários casos de militantes do mst presos por roubo, puro e simples.
estamos numa grande encruzilhada : Dilma, de um lado, nomeia kátia abreu para a agricultura – péssimo, considerando a origem latifundiária e excludente. do outro lado, arruaceiros e meliantes travestidos de sem-terra.
e aí, como ficamos ?
bira
abolicionista
Que tal se ela fizesse a reforma agrária, pra variar? O PT teve 12 anos e nada.
Sobre santinhos, o MST é um movimento social, não o Novo Testamento…
Gerson
Dá o ministério da agricultura FAMILIAR para o Stedelli, pra conta balancear.
É o mínimo; pra começar a conversar.
sonia
Tambem defendo o Stedilie no Ministerio do Desenvolvimento Agrario… Seria um cobra ponto importante.
Jorge
Tá fogo…..vamos ver o que vai dar…so falta privatizar a petrobras…
ainda tenho esperança de que as coisas melhorem neste próximo governo…
Fernando
Votamos na Dilma e elegemos o Aécio.
Essa é a sensação que tenho.
andre
Pode até ser, mas antes isso do que se eleger o Aécio e ter a sensação de que se elegeu o Bolsonaro.
sonia
Dilma vai enfrentar um congresso de dar medo..Precisa de bossa apoio.Já tem inimigos suficientes la..
abolicionista
Precisa é criar brios e honrar o seu eleitorado.
Rossi
Pô cara, vc foi fundo. Mas a Kátia é duro mesmo de engolir.. Daí pro Bolsonaro, Caiado, Fraga….é um pulo!
luis
Viva o MST !!!! E que triste figura de outro blogueiro querer justificar de alguma forma a nomeação de katia abreu, não foi pra isso que votei na dilma.
Mário SF Alves
Dúvidas:
E será que o MST e a Kátia Abreu no Ministério da Agricultura são entidades mutuamente excludentes no tempo e no espaço?
Talvez, não, heim, Luis?
O Brasil é grande demais, são 8.5 Milhões de Km². Dá pra desenvolver um modelo contra-hegemônico de produção agrícola, não dá não?
Imagine o valor comercial e/ou a demanda por importação de produtos livres de venenos e transgênicos?
Essa nova matriz tecnológica, a agroecológica, precisa ser melhor desenvolvida e testada em grande escala. Nesses termos nada melhor do que essa fantástica diversidade de biomas existente o Brasil.
abolicionista
Mário, sinto desapontá-lo, mas matrizes totalmente excludentes. Os transgênicos funcionam de modo combinado com os agrotóxicos. Eles se adequam melhor ao veneno. Por isso, inclusive, a semente e o agrotóxico que funciona com ela possuem o mesmo nome.
Contudo, o problema do agrotóxico é que ele não sai da natureza. Pelo contrário, ele tem um efeito acumulativo. O agrotóxico usado nas plantações se infiltra no solo e atinge os lençóis freáticos.
O aquífero guarani, por exemplo, já está contaminado.
Em Lucas do Rio Verde (MT), cidade modelo do agronegócio, o leite materno está contaminado por agrotóxicos, o que aumenta exponencialmente os casos de câncer infantil.
Além de produzir riqueza para poucos, o par agrotóxico-transgênicos, a longo prazo, vai fazer com que o produto agrícola brasileiro se torne indesejável num futuro não muito distante. E aí teremos um elefante branco pra cuidar.
Leia essa matéria, vinculada pelo MST e vais compreender: http://www.mst.org.br/node/15738
Quanto á Kátia Abreu, vale lembrar:
– Foi rotulada pelos ativistas ambientalistas como “Miss Desmatamento”.
– Recebe críticas por atuar de forma contrária à política atual de reforma agrária no Brasil.
– Como presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Kátia Abreu contratou a organização Contas Abertas para descobrir quanto custou e quem produziu a Campanha de TV e rádio “Carne Legal” (a campanha se constitui de três peças intituladas “Churrasco de desmatamento”, “Picadinho de trabalho escravo” e “Filé de lavagem de dinheiro”), encomendada pelo Ministério Público Federal.
– Defende a política de uso de sementes alteradas em laboratório patenteadas por grandes corporações de biotecnologia como a Monsanto. (aquela, que criou o DDT e o agente laranja…)
– No dia 26 de junho de 2013, em uma palestra no Congresso Internacional de Carnes sediado em Goiânia, Kátia defendeu a PEC 37,6 em seu discurso e manifestou repudio a todos aqueles que rejeitam a Emenda. De acordo com as palavras da Senadora Kátia Abreu, os políticos devem ser livres e a atuação do Ministério Público dificulta a governabilidade.
– Foi denunciada recentemente por trabalho escravo, crime ambiental e grilagem de terras.
– A senadora se refere ao MST como “milícia” e “movimento dos sem lei”
– Kátia Abreu possui uma quantidade enorme de hectares de terras e coloca seus bens em nomes de “laranjas”.
– Em suas terras, registradas no nome de familiares, Kátia Abreu também mantém trabalhadores em condições de escravo.
– A senadora foi uma das principais pessoas que comandou junto com Aldo Rabelo (PCdoB) e outros senadores a aprovação do novo Código Florestal que vai garantir anistia aos desmatadores e retirar as áreas de preservação permanente da proteção do governo.
– Kátia Abreu teve propriedades embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) justamente por desmatamento de área de preservação permanente.
– Outra atuação de destaque da senadora foi a tentativa de barrar a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, que prevê a desapropriação de imóveis rurais que tenham trabalhadores escravos.
– No ano passado, 56 trabalhadores escravos foram descobertos na Fazenda Água Amarela, em Araguatins (TO), registrada no nome do irmão de Abreu, André Luis de Castro Abreu.
Enfim…
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