Juliana Cardoso: Doria fecha portas de prontos socorros de hospitais na capital; tragédia anunciada

Tempo de leitura: 2 min
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Por Juliana Cardoso

Juliana Cardoso: Por determinação de Doria, as portas dos pronto socorros dos hospitais do Itaim Paulista (do topo para baixo), Pedreira e Grajaú já estão fechadas; as do Hospital Vila Alpina, que estão com fluxo reduzido, fecharão de vez em maio. Fotos: Divulgação

Fechar portas de prontos-socorros de hospitais estaduais é tragédia anunciada

Por Juliana Cardoso*

Desde 1º de fevereiro, em plena pandemia, o governador João Doria (PSDB) restringiu o atendimento nos prontos-socorros de alguns hospitais estaduais existentes na cidade de São Paulo, dificultando o acesso da população aos serviços de emergência.

Três hospitais — o do Itaim Paulista, na Zona Leste,  e os de Pedreira e Grajaú, na Zona Sul — já estão com as portas dos  seus prontos-socorros fechados. Agora, atendem apenas pacientes encaminhados por outras unidades.

No Hospital Vila Alpina, o esquema ainda é de transição com triagem. Casos menos graves estão sendo redirecionados para os equipamentos municipais. O fechamento definitivo, porém, está agendado para maio.

Esse modelo de atendimento não é novidade na gestão de saúde estadual.

Há oito anos o pronto-socorro do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, funciona com as portas fechadas.

Já no Hospital do Sapopemba, inaugurado há quase 20 anos,  o seu PS nunca foi porta aberta.

O fato é que fechar as portas dos prontos socorros dos hospitais regionais significa deixar desassistidos pacientes que precisam de serviços de urgência.

A região do Vila Alpina, por exemplo, não dispõe dos serviços de emergência alternativos para a população, como as UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) ou as AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais) 24 horas.

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Pessoas com fratura, infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) deverão enfrentar calvário.

Após conseguir atendimento em outras unidades, deverão aguardar autorização para transferências pela Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) do governo estadual.

E há outro agravante. Em tempos de pandemia essa medida do governo do Estado certamente provocará aglomerações em equipamentos municipais.

Somente no PS do Itaim são registrados 10 mil atendimentos por mês. Não há unidades nas regiões dos hospitais para absorver essa demanda.

O prenúncio de vazio assistencial, com a falta de alternativas para atendimentos emergenciais, está levando movimentos de saúde, sindicatos e moradores a realizarem atos públicos de protesto.

Paralelamente, nosso mandato protocolou ofício à Secretaria Municipal de Saúde. solicitando que a pasta realize tratativas urgentes com o governo do Estado para rever a medida.

No documento, expressamos a preocupação pela maneira unilateral da decisão e pela alegação do governo do Estado que visa “economizar recursos orçamentários em plena pandemia”.

A alegação para concentrar nesses hospitais casos de COVID-19 merece ressalva.

Com a segunda onda do coronavírus que, segundo infectologistas, tem taxa mais veloz de transmissão, seria de bom senso a manutenção de todos os leitos hoje disponíveis.

A necessidade real é ampliar o número de leitos nos hospitais. E não sacrificar os leitos já existentes.

Também estamos apresentando requerimento à Comissão de Saúde da Câmara Municipal para aprovar a realização de audiência pública.

Somente com a mobilização será possível evitar essa tragédia anunciada no sistema de saúde da cidade de São Paulo e das cidades vizinhas.

* Juliana Cardoso é vereadora (PT). Foi vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude e integrou as Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.

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Juliana Cardoso

Deputada Federal (PT) eleita para o mandato 2023/2026.


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Comentários

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Frederico Borges

A quase 30 anos votam no PSDB , tiveram uma prefeitura de esquerda que deu atenção a periferia mas aí veio a onda de ódio ao PT e voltam a votar no PSDB. Vai reclamar pro bispo.

abelardo

esse aí já foi colocado no telhado e em breve…

Geraldo Neto

O gestor é o Dória. Ele sabe como faz para matar o povo.
Parece remanejamento de verba, de dinheiro. Ter grana para pagar as vacinas da covid.
O cara pensa como gestor. Completamente desumano. É um Bolsonaro que não xinga ninguém.
Paulista só faz m.

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