João Sicsu: Europa não precisa de ‘bola de cristal’ para saber futuro
Tempo de leitura: 4 minFMI chegou àEuropa
A fórmula que o FMI propõe, hoje, aos europeus – de austeridade fiscal e privatizações – já foi adotada em diversos países da América Latina nos anos 1990. Os países europeus que vão se curvar ao FMI e que desejam conhecer o seu futuro não precisam de “bola de cristal”; basta conhecer a história econômica desastrosa da América Latina dos anos 1990.
por João Sicsu, em Carta Maior
Em 2011, a crise explodiu na Europa. A dívida dos países europeus já havia aumentado em 2009 porque o setor público teve que “estatizar” a dívida privada do seu sistema financeiro: bancos europeus emprestaram aos bancos americanos e não viram o seu dinheiro de volta. Ao mesmo tempo, na Europa, famílias vinham se endividando para alcançar um modelo de consumo assemelhado ao “American way of life”(o modo de vida americano pré-crise, onde felicidade era sinônimo de consumo de bens de última geração).
Então, os bancos europeus passaram a financiar casas de luxo e automóveis de tecnologia sofisticada. A Europa se transformou em Eurolândia, onde “comprar e ter” passaram a ser mais importantes do que “viver e não ter vergonha de ser feliz”. Portugueses pobres e negros passaram a valorizar e a usar Nike. Carros Porsche, Audi, Mercedes, BMW e Volvo de alto luxo se tornaram comuns nas ruas da Europa. Ademais, governos da periferia européia importaram produtos bélicos sofisticados.
Para financiar o gasto da periferia, bancos se endividavam junto a outros bancos. E muitos governos europeus fizeram dívidas dentro da própria Europa para tentar pagar suas contas comerciais com o exterior, devido à elevada importação que suas economias faziam. A Alemanha incentivou esse processo onde bancos assumiam uma postura arriscada e pessoas e governos se endividavam. Lógico: 2/3 das suas exportações vão para a região da União Européia.
Logo que a União Européia deu seus primeiros passos, a Alemanha iniciou a implementação de uma estratégia econômica de dominação da Europa. A Alemanha fez um pacto interno, de cunho político e econômico, entre o governo, banqueiros, trabalhadores e empresários. Ofereceram aos trabalhadores estabilidade no emprego em troca de arrocho salarial. Com custos menores, devido aos salários comprimidos, os produtos alemães passaram a penetrar com facilidade nos mercados de toda a Europa.
Para complementar a estratégia, a Alemanha passou a emprestar dinheiro aos países que comprassem os seus produtos. Assim, euros, na forma de lucro e juros, eram transferidos da periferia para o centro da Europa. O enfraquecimento econômico da periferia representou também o seu enfraquecimento político: foi aberto o caminho para a substituição de governantes e para a rejeição de consultas populares.
As dívidas dos governos europeus da periferia explodiram. Afinal, tiveram que socorrer bancos e tomar emprestado euros para garantir o equilíbrio das suas contas externas. Enquanto a Alemanha exportava e fazia superávit comercial; outros importavam e tomavam empréstimos, a Grécia, por exemplo. A Grécia está gravemente endividada.
Tudo começou na periferia; mas, hoje, o mundo já reconhece que a contaminação é geral: Irlanda, Portugal, Espanha, Itália, França… De julho de 2008 a dezembro de 2009, a relação dívida/PIB da zona do euro saltou de 70 para 80%. Este foi um período de recessão na Europa e de queda na receita pública. Em 2010, a razão dívida/PIB alcançou 85%.
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A situação de países como a Grécia é conhecida na história econômica mundial: um país com elevada dívida pública e déficit comercial com o exterior. Para esses casos, o FMI – desde o início das suas atividades, já com postura conservadora – impunha uma fórmula bastante peculiar. Um país deficitário na sua balança comercial e endividado, para receber os empréstimos de socorro do Fundo deveria cortar gastos públicos de forma drástica, o que resolveria os dois problemas econômicos.
O corte de gastos reduziria os déficits das contas do governo e, em consequencia, contribuiria para a estabilização da dívida pública. Além disso, o corte de gastos públicos reduziria a capacidade de compra da população e, portanto, reduziria também a demanda por produtos importados contribuindo para o equilíbrio comercial com o exterior.
Durante décadas, o FMI somente impôs políticas econômicas; basicamente, obrigava países em dificuldade a cortar gastos governamentais e a conter o crédito para o consumo. A partir dos anos 1990, o FMI passou a propagandear e impor reformas estruturais. Para o FMI, o receituário de políticas econômicas não era suficiente.
O FMI foi a principal organização de defesa e implementação das reformas estruturais propostas pelo Consenso de Washington (de 1989). A fórmula que o FMI propõe, hoje, aos países europeus – de austeridade fiscal e privatizações – já foi adotada em diversos países da América Latina nos anos 1990, por exemplo, Equador, México, Argentina e, parcialmente, no Brasil.
Os países europeus que vão se curvar ao FMI e que desejam conhecer o seu futuro não precisam de “bola de cristal”; basta conhecer a história econômica desastrosa da América Latina dos anos 1990.
João Sicsu é professor-Doutor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Leia também:
A lista dos deputados que assinaram a CPI da Privataria Tucana
Comentários
FrancoAtirador
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Retrospectiva
A XENOFOBIA DA EXTREMA-DIREITA E A DESTRUIÇÃO DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
31/07/2011
Entrevista: ROMAN SCHATZ
Por Graça Magalhães-Ruether
Escritor radicado na Finlândia aponta para os dilemas causados por aumento da imigração
Os atentados de Oslo foram praticados por um “lobo solitário”, mas mostraram como há uma expansão dos grupos e partidos da extrema-direita nos países escandinavos. Como o senhor explica esse fenômeno numa região conhecida como tão democrática?
ROMAN SCHATZ: Independentemente da origem do seu autor ou da motivação, o atentado poderia ocorrer em qualquer lugar da Europa. Para uma pessoa matar tanta gente de forma tão fria, precisa de mais de um motivo: precisa de ideologia, frustração sexual, solidão, experiência com jogos de computador. São, no fundo, os mesmos motivos que levam um terrorista da jihad a fazer o que faz. Mas é verdade que o fenômeno da extrema-direita é novo na Escandinávia, e nisso incluo a Finlândia, como um dos países nórdicos. Ele começou há cerca de 15 anos. Antes, era inteiramente inexpressivo. Mas essa direita da Escandinávia tem características próprias, associadas às próprias sociedades e condições geográficas onde surgiram.
Que características são essas?
SCHATZ: Há nesses países um forte patriotismo e um senso de coletividade, para que a sociedade funcione em ordem, que é mais forte do que nos países da Europa Central.
Um atentado como o de Oslo poderia ocorrer também na Finlândia ou Suécia?
SCHATZ: Poderia acontecer em qualquer lugar. Eu falei sobre o nacionalismo escandinavo, mas ele não é mais perigoso do que os de outros países. A propaganda é parecida com a de outros países europeus. O partido direitista da Finlândia, os Verdadeiros Finlandeses, no último pleito obteve mais de 20% dos votos. Eles são contra a União Europeia, querem limitar a imigração e combatem o homossexualismo.
Como a população vem reagindo a esses partidos direitistas, que há também na Noruega e na Suécia?
SCHATZ: A direita divide a sociedade escandinava. Uma parte apoia, e o maior motivo é um difuso medo do aumento da imigração em sociedades que eram, até poucas décadas atrás, inteiramente igualitárias. Um exemplo é o número de imigrantes na Finlândia. Há 20 anos, havia 16 mil; hoje, são 86 mil. A maior parte da população é tolerante, mas há a minoria que vê esses imigrantes como ameaça. A Escandinávia enfrenta uma crise de identidade: se fica como era antes ou se muda com a chegada dos imigrantes. Mas eu acho que há um exagero nas discussões sobre o multiculturalismo e os imigrantes. É enervante.
Os romances policiais dos autores escandinavos mostram uma imagem sombria e melancólica da sociedade. Na sua opinião, essa sociedade rica e igualitária, mas onde as pessoas podem ser tão solitárias, é um terreno fértil para o surgimento de personalidades psicopatas ou pelo menos com um forte distúrbio social, como Breivik?
SCHATZ: Ajuda. Nós temos, além disso, um outro fator que contribui para o aumento da solidão: o frio. Aqui na Finlândia, temos em janeiro 19 horas de noite, escuridão, e apenas cinco horas de dia, e nesse curto período o tempo é cinzento. O clima faz as pessoas ficarem mal-humoradas e deprimidas. Em todos os países nórdicos, a tendência à solidão é maior do que no Sul ou no Centro da Europa. Quem vive aqui pode ver no dia a dia essa atmosfera sombria que é descrita nos romances policiais escandinavos.
http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/sele…
Valdeci Elias
Cuidado, com os alemães . Eles fizeram, o Comunismo funcionar, nos anos 60/70, pode ser que o Neoliberalismo funcione com eles nos anos 2010/2020 .
Jorge Nunes
A Europa precisa é ficar esperta, o destino que estão traçando para ela não é bom:
[youtube afGIxp775G0&feature=share http://www.youtube.com/watch?v=afGIxp775G0&feature=share youtube]
O_Brasileiro
Há várias maneiras de se construir algo novo, mas não necessariamente melhor: primeiro, destruindo o que havia antes, e construindo o novo; segundo, construindo o novo em cima do velho, e isso pode ser catastrófico, e; terceiro, construindo o novo e deixando apenas a fachada do velho, o que pode ser nostálgico, mas é enganoso também.
A Europa até agora só decidiu uma coisa, que é hora de demolir o velho continente, pois assim exigem os bancos alemães!
Mineirim
Fiquei preocupado. O que foi dito nos dois primeiros parágrafos não seria o que está acontecendo no Brasil atual?
Francisco
Sua preocupação é justa, mas a diferença é que os bancos aqui estão na corda curta. Além do mais, o fruto do "perrengue" dos 90 aqui gerou uma sociedade e uma cultura que, quase massivamente, não contrai empréstimos com juros pós-fixados.
O botão de liga e desliga aqui é mais facilmente acionado. Há risco? Claro! Mas o nosso risco é rigorosamente o mesmo do resto do mundo ocidental: que os chineses não tenham ganhos trabalhistas que lhe permitam comprar a produção industrial chinesa.
@franciscoamr
Bem, um aspecto nao mencionado pelo responsavel pelo artigo eh o fato de no inicio da Uniao Europeia, os paises ricos como a Alemanha haverem investidos bilhoes e bilhoes em paises mais pobres por exemplo como Espanha. Foi muito dinheiro (comparado com o procedimento adotado pelos EUA que no final da segunda guerra investiu MUITO dinheiro na propria Alemanha – Plano Marshal). A teoria eh a mesma, se investe bastante pois se tem a certeza que o retorno vem em medio prazo e vem em dobro. No caso da Alemanha, apesar de ter consumido muito da industria Americana depois da guerra, conseguiu reconstruir sua industria.
FrancoAtirador
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O FIM DAS ERAS e OS NOVOS TEMPOS
A Primavera Árabe representa, para o Oriente, o prenúncio do fim do obscurantismo das monarquias absolutistas, um marco histórico equivalente ao que a Revolução Francesa significou para o Ocidente.
Estamos testemunhando o início da Era do Iluminismo Oriental com todos os valores humanistas intrínsecos, que outrora foram expressos na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 da França e na Carta de Direitos de 1791 dos Estados Unidos da América do Norte, e finalmente consubstanciados pela ONU, em 1948, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, após a experiência nefasta do nazifascismo que culminou na 2ª Guerra Mundial, uma das maiores tragédias da Humanidade.
Em sentido contrário, no Ocidente, o Poder Econômico concentrado em alguns poucos Conglomerados Financeiros e Corporações Transnacionais promove a Ditadura Monopolista do Capital sobre as Democracias Representativas, supostamente populares e baluartes da Liberdade e dos Direitos Humanos, prenunciando, hoje, o fim de uma Idade que teve seu início marcado na História precisamente com a Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, na França.
Nesse contexto, em ambos os pólos, estamos presenciando o deslocamento do Poder Político:
de um lado, no Oriente, para a participação popular, com a democratização, a socialização de direitos e a disseminação do conhecimento promovida pelo avanço tecnológico;
de outro, no Ocidente, para o arbítrio de uma minoria detentora de todo o capital circulante, enfraquecendo governos com a concentração do dinheiro em entidades financeiras e mercantis privadas e, por conseguinte, sobrepondo-se aos interesses nacionais dos diversos países e, portanto, de seus respectivos povos.
A Esperança mora no fato de que do fim das eras sempre nasce um novo tempo.
Que este renascimento resida na simbiose entre as nações orientais e ocidentais:
Que a Praça Tahir continue a alimentar utopias na Praça do Sol
e que a Praça do Sol continue a inspirar rebeliões em Occupy Wall Street
e que Occupy Wall Street dê força espiritual à Praça Tahir para continuar resistindo.
E QUE 2012 SEJA A TODOS EFETIVAMENTE UM ANO NOVO !
Um abraço camarada e libertário !
2011/12
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Gerson Carneiro
O Brasil também não precisa de bola de cristal; só precisa do Moreira da Silva, ops! quer dizer: Luiz Carlos Prates.
PS: no final ele mostra os 4 dedinhos como se fosse lançar um raio.
[youtube q7tqZEvoTbc http://www.youtube.com/watch?v=q7tqZEvoTbc youtube]
Marat
Esse cara é um dos mais boçais que eu já vi… ele é quase tão boçal quanto o Nêumane (aliás, o SBT, que nasceu diretamente da ditadura, adora boçais). Pois é, o boçal falou do cabelo do Neymar (que eu também não gosto), mas pinta os seus… que coisa, né???
El Cid
relembrando: não foi só o Inter de Porto Alegre que ganhou do Barcelona, o São Paulo em 1992 ganhou do mesmo!
[youtube q_jcyIZvgN4 http://www.youtube.com/watch?v=q_jcyIZvgN4 youtube]
Gerson Carneiro
A verdade é uma só El Cid: do jeito que o Barça jogou nem o meu Amebinha (Barriga Verda Futebol Clube) ganharia.
Marcio H Silva
Estão provando do próprio veneno. Exploraram e destruíram ( destroem ) a África sem dar nada em contrapartida. Exploraram a Ásia e america Latina, sugando nossas riquezas e chegaram a isto que estamos vendo. A vez deles chegou, vamos ver como vão reagir…
ZePovinho
Aguardemos a análise "jenial" do nosso econmista de internet que costuma chorar por nossa atenção.Aquele,lembram???
El Cid
Zé Povinho, tem dois: "esse" e o do "rostinho iluminado" que anda sumido !!
Leider_Lincoln
Vocês não enganam é ninguém!
El Cid
kkkkk !! um você acertou, Leider !!
José Ricardo Romero
A comunidade européia se instaurou graças à esquerda. Na década de 80, praticamente todos os países do núcleo inicial tinham governos de esquerda. O objetivo: dissipar o espírito guerreiro e primitivo dos europeus (duas guerras mundiais em um século). Como? Atravez do conhecimento mútuo destruindo as fronteiras (a melhor forma de acabar com os preconceitos e a soberba) e promovendo o bem estar social. Proteção ao trabalhador, melhoria de salários, da saúde, das aposentadorias, da segurança, da educação e da cultura. Isto tem um custo: investimento no social com consequente diminuição do crescimento, já que parte dos lucros das empresas ficam comprometidas e diminuem os investimentos nelas. É claro que o capitalismo não gostou. Hoje, a detruição da comunidade européia é obra orquestrada do capital com cooptação das esquerdas e a ignorância dos europeus.
Mauricio
Boa análise, gostei do seu ponto de vista.
Marcos Toledo
O que não falta na comunidade européia é ignorância. Adendo: como um País pode dever a um banco qualquer? Um banco é só um banco.
Marat
No futuro, quando a China dominar completamente o mundo, a Europa for quase que completamente islamizada e a América do Sul estiver infestada de subalternos europeus ganhando baixos salários, os poucos europeus que restarem em seu continente, todas as estátuas de Reagan e Tatcher serão derrubadas, bem como serão queimados os livros do serviçal Francis Fukuyama.
FrancoAtirador
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A angústia de um gestor de capital
"Desde o fim da Segunda Guerra, não há algo assim. É de uma gravidade e incerteza bem maiores do que os mercados hoje apontam. No pós-Segunda Guerra tivemos crises, claro, mas não são crises de esgotamento de modelo em escala global. A síntese é essa: o esgotamento de um modelo em escala global…Você tem de pensar em gestão de recursos sabendo que esse negócio vai acabar muito mal. Nós só não sabemos onde nem como. Porque não há precedente, não há previsibilidade. Algo de riqueza terá de ser destruído para preservar o resto. Não há ganhadores. Há quem perde menos.
Aqui não se trata de escolher entre o ótimo e o bom, mas entre o ruim e o péssimo. Eu fico pensando o tempo inteiro, porque isso é colapso de modelo. É o colapso de um negócio que deve US$ 3 trilhões ou US$ 4 trilhões e o sistema não tem como pagar. Além de tudo, o sistema, mesmo não pagando, não tem como continuar assim. Então, o que será da humanidade? Se eu consigo saber o fim da estrada, que será um desastre monumental, por que eu não sei o meio da estrada?
Aliás, nem eu nem ninguém. Parto de algumas premissas das coisas que tenho mais certeza para outras que tenho menos certeza. A primeira coisa clara para mim é que, de alguma forma, sempre quem paga a conta é o dinheiro. Isso não quer dizer que é para comprar ouro, que não vai resolver. Dinheiro sempre é o que perde mais porque é papel.
A outra conclusão é que o euro vai ser o grande perdedor – mas ainda não sei quem vai ser o vencedor. A terceira conclusão é que os bancos europeus, no geral, vão ter de ser estatizados. Não quebra ninguém. A quarta conclusão – e essa é binária – é que ou o euro acaba (e sobram 17 moedas nacionais) ou haverá uma monetização (ou seja, impressão de dinheiro pelos governos). Mas esses são dois caminhos totalmente opostos e suas consequências no mercado, também. Temos, portanto, cenários que são 'isso e aquilo' e cenários que são 'isso ou aquilo'. Então, tento começar a comprar opções. Onde eu posso estar muito errado? Esse negócio ficar em conta-gotas por meses. É que, nesse cenário, você compra seguro e acaba perdendo o prêmio. Quem ganha é a seguradora.
O raciocínio de gerir dinheiro é baseado em certezas, timings, coisas binárias. Um bilhão de pessoas têm até R$ 200 mil no banco. Essas pessoas têm seus recursos protegidos pelo governo. Mas quem tem muito dinheiro vai perder…90% do dinheiro do mundo que sobra está com menos de 1% das pessoas. A questão é que esse processo não necessariamente ocorrerá amanhã nem vai ser rápido.
Poucas vezes na minha vida me vi tão extremamente em dúvida. Não quer dizer que estou inativo. Mas, às vezes, acho que estou no comando da nave espacial que vai para o sol, às vezes acho que estou no comando do Titanic…"
(Luís Stuhlberger, considerado um dos melhores gestores de capitais do Brasil; Estadão)
Postado por Saul Leblon, no Blog das Frases, na CARTA MAIOR
http://cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cf…
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