Jeferson Miola: Bolsonaro é torpe e tosco, mas não é burro

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Bolsonaro age como o sociopata que matou os pais e depois pediu clemência por ser órfão

Por Jeferson Miola, em seu blog

No domingo, 19 de abril, Bolsonaro discursou em ato terrorista que atentou contra a democracia, a Constituição e os poderes da República.

Diante da matilha ensandecida aglomerada na frente do Quartel General do Exército uivando palavras de ordem que pediam “intervenção militar com Bolsonaro no poder” e o fechamento do Congresso e do STF, o candidato a Hitler brasileiro declarou: “Eu estou aqui porque acredito em vocês!”.

No dia seguinte, por ocasião dos habituais vômitos a lunáticos na saída do Alvorada, Bolsonaro tergiversou que a pauta do dia anterior “era a volta ao trabalho e a ida do povo para a rua” [sic].

Quando um dos seus apoiadores fanáticos – decerto ainda equipado com o chip mental com a programação do dia anterior – repetiu a palavra de ordem de fechamento do STF e do Congresso, Bolsonaro interveio rápido: “Sem essa conversa de fechar. Aqui não tem que fechar nada, dá licença aí. Aqui é democracia, aqui é respeito à Constituição brasileira”.

E emendou: “Fora isso é invencionice, tentativa de incendiar a nação que ainda está dentro da normalidade”.

É importante sublinhar o advérbio “ainda” da frase: “a nação ainda está dentro da normalidade”, disse ele.

A pergunta que fica, portanto, é: até quando o país ainda estará “dentro da normalidade”?

Esse comportamento manipulador é o padrão Bolsonaro.

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Ele é um diversionista que diz e, em seguida, desdiz o que disse; mente e depois desmente a si mesmo.

Com esta técnica ele vai testando permanentemente a resistência das instituições aos seus ataques e vai esgarçando, passo a passo, os novos limites “ampliados” de legalidade até conseguir, por fim, impor um padrão ditatorial de governo “fora da normalidade”.

Em que pese todas evidências, Bolsonaro não é burro.

Ele é tremendamente torpe e tosco, o que é outra coisa – atributo, aliás, em alta conta no senso comum bolsonarista.

Embora expulso precocemente da carreira, Bolsonaro preservou a cultura tacanha, a lógica e o raciocínio militar.

Ele opera com destreza a guerra contra inimigos inventados, em que a realidade é permanentemente confrontada por perspectivas distópicas e deformada pela não-verdade.

A permanente confrontação entre delírio e realidade, entre o real e o ficcional/absurdo, como faz Bolsonaro, é uma estratégia consciente de sedimentação de poder.

De acordo com o Manual de Transtornos Mentais, Bolsonaro tem um comportamento compatível com o Transtorno de Personalidade Antissocial [TPAS].

O Manual descreve que pessoas com TPAS “cometem atos ilegais, fraudulentos, exploradores e imprudentes para ganho pessoal ou prazer e sem remorsos”; “podem expressar seu descaso pelos outros e pela lei”; “podem enganar, explorar, fraudar ou manipular as pessoas para conseguir o que querem”; “são muitas vezes facilmente irritados e fisicamente agressivos; “não têm empatia pelos outros e podem ser desdenhosos ou indiferente aos sentimentos, direitos e sofrimento dos outros”.

Bolsonaro é como o sociopata que matou os próprios pais e depois teve a ousadia descarada** de pedir clemência aos jurados por ser órfão!

** a palavra “chutzpah”, do iídiche [língua do subgrupo germânico adotada por comunidades judaicas], não tem uma correspondência exata em outras línguas; pode ser traduzida como “ousadia descarada”, que é bem definida na história do menino que matou os pais e depois pediu clemência aos jurados por ser órfão [Em A cura de Schopenhauer, de Irvin D. Yalom].

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Zé Maria

O deputado federal e ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), é o parlamentar que mais disseminou informações falsas sobre a pandemia do novo coronavírus, segundo reportou um levantamento do site de checagem de notícias Aos Fatos.
Terra foi um dos nomes levantados para substituir Luiz Henrique Mandetta na chefia do Ministério da Saúde. O deputado se alinha a Bolsonaro na defesa ao fim do isolamento, apesar de a medida estar entre as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A análise considerou os 1,5 mil tweets sobre o assunto com mais interações (retweets e curtidas) publicados por membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, incluindo suplentes e licenciados, entre 20 de fevereiro e 8 de abril. O site informou que foram encontradas 159 postagens com desinformação, veiculadas por 22 parlamentares. Os conteúdos somavam cerca de 1,58 milhão de interações no período.

Desses posts, 38 são de autoria de Terra, o equivalente a 23,9%.
As publicações do ex-ministro também são responsáveis por
mais de 522 mil interações, correspondente a 32,9% do total.

Em segundo e terceiro lugar, vêm os deputados federais
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).

Compõem o resto do “top 10” do ranking da desinformação:
o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ),
a deputada Caroline de Toni (PSL-SC),
a deputada Carla Zambelli (PSL-SP),
o deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR),
o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ),
o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) e
a deputada Alê Silva (PSL-MG).

Segundo o Aos Fatos, 19 dos 22 parlamentares
que publicaram tweets com desinformação
são da base do governo Bolsonaro (12 do PSL
e 7 do PSC, Republicanos, Podemos, PSD
e, no caso de Osmar Terra, MDB).

CartaCapital (15/04/2020)

Zé Maria

Os Filhos do Bolsonaro são os Assessores de Comunicação do Jair de Brasília.

O Dudu Bananinha faz a ponte com as Milícias do Olavo e do Trump/Bannon,
além das Articulações com o Gabinete do Ódio dentro do Congresso Nacional
(Zambellinha, KiSSis, deToni, AlêS., Jordy, P.E.M., Franciskininho, PM Daniel …)

O Carluxo é o roteirista que manipula as Fake News em Aplicativos e Redes e
coordena a parafernália de vídeos, lives e a pavonice misteriosa na internet.

E o 01, Chefe do Queiroz, faz a intermediação dos Grupos com outros Senadores.
Os três são grandes influenciadores nas Redes Sociais e a eles se juntam os
Patifes da Força-Tarefa da OLJ, nas sombras, e os Mercenários Neopentecostais.

Eis aí o Comando Fascista que faz o gado zumbi extravasar do
UátzÁpi/Fêicibuqui para a frente do Congresso e do Supremo,
com visitas periódicas aos quartéis do Exército braZileiro e onde
o Mito Bêbado vai cambalear na Carroceria de uma Caminhonete
e disparar ataques verbais premeditados contra a Constituição,
sob os zurros e mugidos de intervenção militar e fechamento
das instituições democráticas, para depois dizer que tudo é
‘liberdade de expressão’, conforme traçado anteriormente.

Essa tem sido a Estratégia da Extrema-Direita Nazi-Fascista,
para roubar os direitos do Povo e depois gritar ‘Pega Ladrão!’,
sob o olhar condescendente da Imprensa e patético do STF.

    Zé Maria

    A maior parte do apoio que resta a Jair Bolsonaro, na base popular,
    encontra-se naquele grupo de pessoas mais suscetíveis aos apelos
    mitológicos e às superstições, dada a profunda ignorância que às
    conduz a um fanatismo fora da realidade material, no plano concreto,
    de onde partem os mugidos de ‘glória a deus, aleluia!’ diante do Mito.
    Reiteradamente o discurso de Bolsonaro se dirige a esse segmento
    que já não tem absolutamente Esperança na Vida, apenas aguardam
    a morte, supostamente libertadora, ou a vinda de um ‘salvador’ (‘messias’)
    que às livre do ‘mal terreno’, o que chegar primeiro.

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