J. Carlos de Assis: Folha está construindo as condições para a guerra civil no país
Tempo de leitura: 3 minFolha propõe uma guerra civil no Brasil
J. Carlos de Assis, no Desenvolvimentistas, 14/09/2015, sugerido por Gustavo Santos
O editorial pornográfico da Folha de S. Paulo divulgado neste domingo, propondo entre outras aberrações cortes nos gastos orçamentários compulsórios com Previdência Social, Educação e Saúde, ultrapassa qualquer limite em termos de chantagem contra a Nação jamais praticada em nome das classes dominantes brasileiras e de seus associados internacionais. De fato, o objetivo oculto por trás da obsessão do orçamento equilibrado é atender aos interesses do setor bancário e financeiro à custa do suor e do sangue dos brasileiros.
A Folha na realidade está construindo as condições para a guerra civil no país. Ela prega a ruptura não só da Constituição mas do que resta do pacto solidário construído no Brasil desde a Era Vargas, e que resistiu inclusive à ditadura militar, tendo sido consideravelmente ampliado na democracia. O editorial é o mais descarado apelo ao retrocesso que as classes dominantes brasileiras jamais tiveram a ousadia de propor. Não tem qualquer compromisso com os interesses reais da população brasileira. É o enxovalhamento do povo.
Em grave crise financeira, a Folha chutou o pau da barrada: perdido por um, pedido por mil. Talvez acredite que um novo governo, qualquer que seja, trate financeiramente a Grande Imprensa ainda melhor do que tem feito o atual. No seu nível de irresponsabilidade, empurra milhões de pessoas para uma revolta contra as instituições, mediante a sonegação de direitos básicos que pareciam irreversíveis. Sabemos perfeitamente que uma guerra civil não começa como guerra civil. Começa com um estado de pré-convulsão social, do tipo instigado pela Folha, vai para a convulsão, depois para os atentados, depois para a guerrilha. Só depois vem a guerra. E é quando os militares entram para por ordem na casa, a seu modo!
Diante desse ataque da direita radical empreendido pela Folha, e em face do derretimento das instituições do Estado que ela expõe, o desafio que se coloca às forças progressistas é buscar formas concretas de fortalecer o estado solidário na base da sociedade, juntando as forças do empresariado industrial autêntico, não picareta, com as forças organizadas dos trabalhadores. O grande lance é a construção de pacto social negociado diretamente entre essas classes, e cujas proposições concretas sejam levadas ao Governo para aplicação em alternativa ao sistema vigente de total subserviência ao rentismo não produtivo.
Em termos teóricos, nosso desafio é fazer a revolução burguesa-industrial e a revolução social simultaneamente. A revolução burguesa, sim, porque o sistema atual coloca a indústria como escrava de um sistema financeiro de agiotagem que estrangula a capacidade de investimento, inovação e expansão do setor industrial privado. A revolução social porque, se voltarmos ao crescimento econômico, o que é perfeitamente possível, podemos não só defender como expandir o estado de bem estar social como base da estabilidade social e política do país.
O editorial da Folha é um acinte porque coloca a perspectiva de uma tragédia quando temos alternativas promissoras à mão. É uma estupidez econômica achar que temos de fazer superávit primário ou evitar níveis mesmo baixos de déficit. As economias norte-americana, inglesa e japonesa vivem de déficits desde 2008. A norte-americana teve déficits gigantescos de 2009 ao ano passado (até 10% do PIB), do que resultou uma firme retomada do crescimento. Nós reduzimos o superávit primário em 2009 e 2010, e tivemos crescimento especular de 7,5% em 2010.
Não é esse déficit insignificante de 30 bilhões de reais, usado pela Folha para chantagear o país e forçar o abandono do projeto social brasileiro, que constitui um desarranjo da economia. O problema da economia é a ausência de um programa de investimento público, mesmo que deficitário. O déficit público de hoje, quando bem operado para investimentos em infraestrutura, torna-se crescimento do PIB e da receita amanhã. Em outras palavras, ele se paga por si mesmo como ensina há 80 anos a boa doutrina keynesiana.
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Se não conseguirmos construir um grande pacto social para superarmos a crise econômica e política, e se em lugar disso, intimidado pela Folha, o Governo implementar um programa regressivo do tipo proposto por ela, já sabemos o endereço aonde os doentes sem cobertura de saúde, os idosos e aposentados despojados de direitos previdenciários, os estudantes pobres sem condições de pagar faculdades, a turma do Bolsa Família e os sem casa e tantos outros pobres devem procurar ajuda: vão todos para a porta da Folha, esperando que ela os reenvie para a proteção do sistema bancário!
*J. Carlos de Assis é economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor do recém-lançado “Os Sete Mandamentos do Jornalismo Investigativo”, Ed. Textonovo, SP.
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Comentários
Marcelo Teixeira
O que a Folha está fazendo é lastrear editorialmente um tal documento Uma Ponte para o Futuro, apresentado pelo Instituto Ulisses Guimarães, escrito por Moreira Franco e pavimentar as bases para o Golpe colocando Temer na cadeira de Dilma
Gerson Carneiro
Desde os mais elementares detalhes.
Exemplo:
Mais um “erro” da Folha.
Curioso: a Folha nunca “erra” para deturpar a imagem e a fala do FHC. Só “erra” em relação ao Lula.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/12/1717358-erramos-em-vez-de-carne-todo-dia-pobre-as-vezes-so-tera-arroz-diz-lula-sobre-crise.shtml
Gerson Carneiro
Em relação ao FHC, a Folha tem até a preocupação de perguntar antes se “quer que tira”.
Nelson
Alguém aí, por favor, acenda a luz. É para vermos se o Sr Marcus Andrade se orienta um pouco. O “pobre” anda no escuro.
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Em momento algum o economista Carlos de Assis menciona a palavra comunismo em seu texto.
Andre
Achar que trabalhador vai entrar em uma guerra civil para fazer revolução burguesa é pensar que estamos em 1848 e usá-los como massa de manobra. Espero que nenhum trabalhador ponha sua vida em risco pela burguesia. Depois do governo do PT que usou os trabalhadores como massa de manobra para a burguesia agora querem sacrificar a vida dos trabalhadores em nome de uma revolução ‘burguesa’.
Os burgueses que se destruam mutuamente.
Edvaldo Guaraci
Pode ter certeza, um golpe traria consequências nefastas para o país, portanto, não se engane a respeito do povo, haveria luta sim, quem não luta por aquilo em que acredita, não é merecedor do que recebe.
Nelson
Estou P… da vida com a Dona Dilma. Aliás, no primeiro turno eu não votei nela e só ajudei a reelegê-la, porque não dava para deixar os tucanos voltarem ao Planalto.
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De outra parte, meu caro André, o golpe, golpe mesmo, só virá em benefício dos interesses do governo dos EUA (leia-se grande capital, nacional e estrangeiro, notadamente este último).
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Escrevi “golpe mesmo”, porque, em certa medida, o governo Dilma já nos aplicou um golpe, uma vez que, na campanha prometeu uma coisa e, no governo, aplicou outra.
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A nós, trabalhadores e o povão em geral, temos é que botar pressão neste governo e fazê-lo mudar o rumo, para ontem.
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Este governo tem que acabar com todas as privatizações que tem feito, disfarçadas de concessões, impulsionar a reforma agrária, a reforma urbana e a reforma tributária, etc.
Jotage
Se o povo tiver que ir à porta da Folha, não acredito que seja para pedir alguma coisa.
Urbano
O povo pegará os bunkers do pig primeiro; e sem deixar pedra sobre pedra, claro.
lulipe
Ué, mas não é exatamente isso que o governo do PT já vem fazendo há tempos???
abolicionista
Minha vó dizia que até relógio parado às vezes acerta. O mesmo vale para o coleguinha lulipe. Nessa ele até que tem razão, o governo Dilma, até o momento, vem aplicando o receituário da direita. A única diferença é que o faz aos poucos, como que sentindo-se culpado. Para ganhar o apoio do povo, Dilma precisa guinar à esquerda…
Nelson
Fundamentalismo no mais elevado grau. Sim, fundamentalismo de mercado.
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O sociólogo alemão, Robert Kurz – que nos deixou cedo, pois tinha pouco mais de 60 anos -, já nos alertava de que os neoliberais estão convictos de que se o sistema deles não der certo, nada dará.
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Então, a menos que lhes imponhamos uma oposição firme e sem tréguas, eles, fanatizados, irão até o fim com seus dogmas.
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Fundamentalismo puro. E não vem dos árabes islamitas, como a avassaladora propaganda ideológica tenta nos convencer.
Angela Simões
A única coisa que a Folha e os demais jornais de famílias que viveram como parasitas sugando a seiva do governo , não tem nenhum compromisso com o desenvolvimento do país, só ligam em manter fortunas e conspirar contra nação.
FrancoAtirador
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A Leitão da Globo é a primeira a ‘exigir’
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‘Corte de Gastos do Governo Federal’.
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E reclama que está faltando Larvicida
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nas Regiões afetadas por Mosquitos.
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FrancoAtirador
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A Mídia Jabáculê do PPSDemB, agora em Coligação com o PMDB de Têmer/Cunha,
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faz Campanha pela Privatização da Petrobras e, portanto, do Petróleo do Pré-Sal
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– que, conforme a Lei em vigor, deve financiar a Saúde Pública e a Rede de Ensino –
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e, não satisfeita, propõe veladamente, ainda, o Corte de Todos os Benefícios Sociais
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principalmente Assistenciais, como o Bolsa-Família, e Previdenciários, como Pensões.
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FrancoAtirador
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“Precisa ficar claro aos Conspiradores
que não bastará uma vitória no Congresso.
Vão ser obrigados a encarcerar Muita Gente.”
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Wanderley Guilherme dos Santos
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(http://insightnet.com.br/segundaopiniao/?p=242)
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FrancoAtirador
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DA POLÍTICA ECONÔMICA AO EXTERMÍNIO
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A Mídia Jabáculê, Fascista e Corrupta,
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está a dizer que quer repetir um 1992,
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mas o que quer mesmo é um 1964-85.
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FrancoAtirador
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A PALAVRA DE ORDEM: RESISTIR SEMPRE!
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O MOTE: FASCISTAS NÃO PASSARÃO!
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(http://novo.fpabramo.org.br/content/fpa-informa-boletim-de-conjuntura-336)
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FrancoAtirador
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O ALVO: (http://imgur.com/Lqagygi)
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FrancoAtirador
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Ações da Petrobras sobem 12% em um dia na BM&F BOVESPA
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ABUTRES DO MERCADO FINANCEIRO, DONOS DA BANCA VICIADA,
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ENCHENDO AS BURRAS NO CASSINO DA BOLSA DE SÃO PAULO.
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Às Custas de um Golpe Parlamentar que estagnou todo o Brasil
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e de um Plano que massacra a Classe Trabalhadora Brasileira.
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FrancoAtirador
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A Utopia do Século 21 da Era Cristã:
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Um Estado Nacional ter Soberania
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para Encerrar o Cassino da Bolsa
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e Bloquear as Remessas Externas.
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