Imagem positiva do Hospital Universitário da USP é tapa com luva de pelica no reitor sucateador
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No dia 17 de outubro, Coletivo Butantã na Luta apresentará pesquisa sobre o Hospital Universitário da USP (HU)
O Hospital Universitário da USP (HU) sofreu um intenso processo de sucateamento ao longo da gestão do reitor Marco Antonio Zago (2014-2017).
No início da gestão, a Reitoria lançou um programa de demissões voluntárias (PIDV) ao qual aderiram 18 médicos e mais de 200 outros profissionais de saúde do HU.
Não houve reposição desse pessoal: pelo contrário, novas demissões ocorreram posteriormente, também de outros profissionais indispensáveis ao funcionamento de um hospital: técnicos de laboratório, administrativos, nutricionistas, fisioterapeutas.
Alguns desses saíram do emprego num segundo PIDV, dois anos mais tarde. Vários outros médicos e enfermeiros, apesar de alijados desse segundo plano, acabaram abandonando o emprego pressionados pela deterioração das condições de trabalho.
Entre outras iniciativas desastrosas, a Reitoria cortou o pagamento dos plantões médicos, o que acarretou a redução dos atendimentos e até o fechamento de alguns setores. Entre os mais afetados estão a Maternidade e o Pronto-Socorro, que atualmente não consegue mais atender casos de pediatria após as 19 horas e tem entrada muito restrita para as demais urgências.
O reitor alega que gasta muito com o HU, fingindo ignorar a enorme importância do hospital no processo de formação dos alunos de diversos cursos da universidade (Medicina, Enfermagem, Ciências Farmacêuticas, Psicologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia etc.) e, igualmente, o fato de se tratar do principal equipamento público de saúde da região do Butantã, onde moram mais de 500 mil pessoas.
Em 2016, de modo absurdo, o reitor, que é médico, chegou a declarar ao jornal que o HU é um “parasita” da USP!
Enquanto a Reitoria tenta descartar o HU (estando entre seus planos a transferência da gestão para o governo estadual ou mesmo para a Prefeitura, por meio de uma “organização social” ou OS), entidades representativas das categorias da USP e grupos ligados à comunidade mobilizam-se em defesa do hospital.
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Um desses grupos é o Coletivo Butantã na Luta, que encomendou ao Instituto Opinião uma pesquisa sobre conhecimento e imagem do HU entre os moradores da região. Os resultados da pesquisa serão apresentados em entrevista coletiva a ser concedida no dia 17 de outubro.
Dirigida pela socióloga Rachel Moreno, a pesquisa foi realizada com duas amostras, uma constituída por 300 moradores de bairros da região e outra por 30 funcionários da USP.
A maioria dos entrevistados de ambas as amostras não tem convênio médico (65% e 58% respectivamente) e já usou o HU (60% e 79% respectivamente).
“Muitos relatam com emoção partos no HU, seus ou de parentes, tendo mesmo o caso de um entrevistado nascido lá, além de outros casos, emergências ou atendimento continuado”, apontam as conclusões da pesquisa.
A instituição tem imagem positiva entre a população, sendo que razões que remetem a um bom atendimento (tais como “corpo médico excelente”, “resolveu os problemas”, “melhor consulta”, “bom hospital” etc.) somam 32,3% das respostas (e 47% no caso da amostra de funcionários da USP).
O fato de ser hospital público e hospital-escola responde por outros comentários positivos, que somam 14,3% das respostas.
Por outro lado, os comentários negativos refletem a precarização que o HU vem sofrendo: 38,77% das respostas referem-se à demora, dificuldade, deficiência no atendimento, remarcação ou não atendimento, fim do atendimento noturno etc.
“A eventual percepção de problemas ou limitações no atendimento decorre diretamente da redução imposta mais recentemente à sua verba e condições de funcionamento, mas não se generaliza com relação à imagem do HU”, diz a pesquisa.
Importante: A divulgação da pesquisa ocorrerá nesta terça-feira, às 10h30, no anfiteatro da História, na FFLCH, USP.
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