Hipnose é ferramenta coadjuvante usada cada vez mais no combate a vários problemas de saúde

Tempo de leitura: 4 min

via Vera Bolognini

Quando alguém fala em hipnose, o que lhe passa pela cabeça?

Se pensou entretenimento não é exceção.  Frequentemente as pessoas fazem essa associação.

O que poucos  sabem é que a hipnose é também uma ferramenta coadjuvante  usada cada vez mais no combate a vários problemas de saúde, entre os quais depressão, insônia, ansiedade, alívio de dores crônicas, estresse pós-traumático e distúrbios alimentares .

Tanto que vários conselhos federais têm resoluções/pareceres sobre o tema (veja PS do Viomundo).

Pois bem, de quinta a domingo (25 a 28 de janeiro) acontecerá em Belo Horizonte a maior convenção de hipnose já realizada no Brasil.

Durante quatro dias, hipnotistas e terapeutas reconhecidos no Brasil e mundialmente debaterão tema, entre os quais Alberto Dell’isola.

A Hipnose como ferramenta terapêutica na área da saúde

por Alberto Dell’isola*

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Embora a Ciência atualmente reconheça a relação do sistema imunológico e dos fatores emocionais, o grande obstáculo para um uso mais amplo da hipnose em diversos campos, principalmente na saúde, é a rotulação.

Às vezes, quando uma pessoa vê alguma apresentação de hipnose, ela fica com uma ideia deturpada. Se vê alguém hipnotizado comer uma cebola achando que é uma maçã, a impressão que se tem é de que foi feita uma manipulação mental ou algo do tipo e que não passa de fingimento.

O que realmente acontece é que aquela pessoa quer tanto comer a cebola achando que é uma maçã, que ela mexe com a sua imaginação e faz isto.

Agora, se a nossa imaginação consegue alterar o gosto de uma cebola por que não utilizar essa habilidade para perder o medo de alguma coisa ou a aprender a lidar com a ansiedade?

Quando um protocolo de terapia é usado para tratamento de fobia, baseado em psicologia comportamental, o mesmo protocolo poderá ser feito utilizando a hipnose, porém, com um número muito menor de sessões.

Às vezes, a pessoa faz terapia durante muitos anos e não obtém resultados positivos e, com algumas sessões de hipnose, consegue resolver o problema.

No Brasil é comum a pessoa falar que está passando por um processo e, automaticamente, ser rotulada. Se simplesmente comenta que está indo a um terapeuta, a reação instantânea é de que é doida ou tem um problema gravíssimo.

A hipnose não é uma mente controlar outra. Ela é uma aceleradora de processos que ajuda no tratamento terapêutico de várias enfermidades.

Porém, os hipnoterapeutas devem trabalhar com ética, como em qualquer outra profissão.

Se alguém procura um terapeuta que trabalha com psicanálise que não tenha ética, ele consegue facilmente implantar falsas memórias no paciente e até mesmo fazer uma alienação parental em uma terapia cognitiva comportamental baseada em estudos científicos.

Se este profissional não for ético, ele manterá este tratamento por longos anos com o paciente gastando muito dinheiro e sem nunca resolver o problema.

A intenção é aprofundar conhecimento, por exemplo, em técnicas hipnoterápicas usadas no tratamento da depressão, de dores crônicas (ajudam a diminuir as náuseas após sessões de quimioterapia); de distúrbios alimentares (anorexia, bulimia e obesidade), alergias, enxaqueca, asma, auxilia no combate ao tabagismo e alcoolismo, estresse pós-traumático, insônia, síndrome do pânico, ansiedade, entre outras.

por Alberto Dell’isola é diretor do Hi-Brain Institute, professor de Psicologia e de Hipnose

PS do Viomundo: Vários conselhos federais têm parecer/resolução sobre o uso da hipnose na respectiva área.

Por exemplo, o Conselho Federal de Odontologia (CFO).

Na resolução 82/2008, o CFO “reconhece e regulamenta o uso de várias práticas integrativas e complementares à saúde bucal”, entre as quais a hipnose, que é tratada no artigo 19:

A hipnose é uma prática dotada de métodos e técnicas que propiciam aumento da eficácia terapêutica em todas as especialidades da Odontologia, não necessita de recursos adicionais como medicamentos ou instrumentos e pode ser empregada no ambiente clínico.
Respeitando o limite de atuação do campo profissional do cirurgião-dentista.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) também aprova o uso da hipnose como recurso auxiliar de trabalho do psicólogo, considerando o valor histórico da sua utilização na área e o reconhecimento da comunidade científica internacional e nacional como campo de formação e prática de psicólogos.

A resolução do CFP que trata do tema é 13 de 2000 .

Art. 1º – O uso da Hipnose inclui-se como recurso auxiliar de trabalho do psicólogo, quando se fizer necessário, dentro dos padrões éticos, garantidos a segurança e o bem estar da pessoa atendida;

Art. 2º – O psicólogo poderá recorrer a Hipnose, dentro do seu campo de atuação, desde que possa comprovar capacitação adequada, de acordo com o disposto na alínea “a” do artigo 1º do Código de Ética Profissional do Psicólogo.

Art. 3º – É vedado ao psicólogo a utilização da Hipnose como instrumento de mera demonstração fútil ou de caráter sensacionalista ou que crie situações constrangedoras às pessoas que estão se submetendo ao processo hipnótico.

Outra instituição que aprova o uso da hipnose é o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Em 19 de agosto de 1999 o plenário do CFM aprovou o parecer nº 42/1999 sobre a regulamentação da hipnose em medicina, cuja ementa diz:

A hipnose éreconhecida como valiosa prática médica, subsidiária de diagnóstico ou de tratamento, devendo ser exercida por profissionais devidamente qualificados e sob rigorosos critérios éticos.

 

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