Filho de FHC foi “elemento de pressão” em negociata na Petrobras; veja a delação
Tempo de leitura: 3 minO ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró contou aos investigadores que Delcídio do Amaral foi colocado na diretoria da Petrobras pelo grupo de Jader Barbalho, do PMDB, contra a vontade de Antonio Carlos Magalhães, do PFL, que “dominava” o setor energético durante o governo FHC; porém, no negócio específico da Termorio, o acerto de Delcidio com o grupo espanhol Union Fenosa foi atropelado pelo então presidente da empresa, Henri Philippe Reichstul (o homem da Petrobrax) que decidiu pela parceria da estatal com empresa ligada ao filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso.
Filho de FHC nem sabia o que era termelétrica, mas foi contratado pela Petrobras, diz Cerveró
Filho de FHC nem sabia o que era termelétrica, mas foi contratado pela Petrobras, diz Cerveró
Cíntia Alves, 06/10/2006, no GNN
Lava Jato quis saber de Cerveró se havia propina na negociação da Petrobras que garantiu a operação de uma termelétrica no Rio de Janeiro para empresa ligada a Paulo Henrique Cardoso. “Isso eu não sei porque foi arranjo interno deles lá”, respondeu o delator
Jornal GGN — Na quarta-feira (5), duas horas antes de a imprensa veicular que a Polícia Federal pediu ao Ministério Público o indiciamento de Lula e mais oito pessoas por suspeitas de que o “sobrinho” (filho do irmão da ex-esposa) do ex-presidente teria recebido propina da Odebrecht por obras em Angola, outro inquérito da PF ocupava espaço tímido em alguns portais.
De maneira muito rasa, os veículos divulgaram que, com base na delação de Nestor Cerveró à Lava Jato, a gestão FHC era investigada.
O assunto surgiu pela primeira vez na mídia em junho passado. Pela edição do Estadão, o leitor ficou sabendo que, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a contratação de uma “empresa ligada” ao filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, se deu por orientação do então comandante da Petrobras, Philipe Reichstul, por volta de 2000.
“A PRS Energia, que segundo o delator pertencia ao filho do tucano, acabou se associando à Petrobras naquele período para gerir a Termorio, maior termoelétrica a gás do Brasil, construída pela multinacional francesa Alstom e que custou US$ 715 milhões. A assessoria de Paulo Henrique Cardoso informou que ele não conhece e nunca teve relação com a empresa”, publicou o jornal.
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Na delação de Cerveró, divulgada no canal do Youtube do próprio Estadão, há detalhes que ficaram de fora da reportagem e também do termo de delação premiada do ex-diretor da Petrobras junto à Lava Jato.
Ao contrário do que disse o filho de FHC, Cerveró apontou que ele conhecia, sim, a empresa contratada pela Petrobras. “O Paulo Henrique Cardoso foi colocado ali como elemento de pressão. Não sabia nem o que era uma termoelétrica”, disparou o delator.
Cerveró tocou nesse assunto do filho de FHC quando, após tratar de propinas da Alstom e GE, foi questionado pela Lava Jato se conhecia mais algum caso de “irregularidade envolvendo propina” na gestão do tucano. Foi quando o delator tirou da memória o favorecimento a Paulo Henrique pela Petrobras, episódio em que ele conheceu o lobista Fernando Soares, um dos operadores do PMDB na estatal.
Segundo Cerveró, Fernando Soares o procurou com a cúpula de uma empresa espanhola interessada em fechar negócio com a Petrobras para operar a TermoRio. Delcídio do Amaral, que havia sido indicado um dos dirigentes da estatal patrocinado pelo PMDB, não sabia, contudo, que esse contrato já estava prometido para a empresa onde o filho de FHC, segundo Cerveró, tinha sociedade. “O Fernando ficou branco, ele não conhecia esse detalhe”, disse Cerveró.
Com uma hora e 18 minutos de gravação, o delator reproduz a reação destemperada de Delcídio ao descobrir que o negócio já estava direcionado para favorecer o filho do FHC, com ordens diretas de Philipe Reichstul (Nota do Viomundo: Editamos o trecho relevante, acima).
A Lava Jato quis saber se havia propina na negociação. “Isso eu não sei porque foi arranjo interno deles lá”, respondeu Cerveró.
Cerveró ainda contou que Delcídio, que era muito conhecido no setor elétrico por ter sido ministro de Minas e Energia do governo Itamar, negociava constantemente propina com as empresas fornecedoras de máquinas para a construção de termelétricas no governo FHC. Por isso, ele teria ficado irritado quando descobriu que um dos negócios que estava em seu radar foi atropelado pela cúpula da gestão tucana.
O inquérito da PF sobre o assunto foi colocado sob sigilo.
Comentários
Stan
Chama a atenção o tom da delação. Há momentos em que Nestor Cerveró parece estar em uma conversa de botequim, tamanha a descontração.
Os investigadores demoram a compreender a sequencia dos fatos. Quem havia enviado Fernando Baiano para acompanhar os espanhóis e quem havia determinado para qual empresa o contrato já estava direcionado e qual o papel de Cerveró naquela reunião.
Luiz Carlos P. Oliveira
Voltando ao “saindo do vermelho”, será que vão suprimir o verde da nossa bandeira e substituir o amarelo pelo vermelho? Ficaria assim: azul, branco e vermelho, em listras horizontais intercaladas. Acima, à esquerda, um quadrado com 27 estrelas representando, cada uma, os Estados e o DF? Sugiro colocarem a frase “In Tio Sam we trust”. Tio fuca feio? Substitui por Uncle.
Luiz Carlos P. Oliveira
“Isso envolve o FHC ou o PSDB? Então não vem ao caso”, dirá um notório (sic) juiz de 1a. Instância. Tenho convicção disso, mas não tenho provar.
Brasil, saindo do vermelho e entrando no roxo.
FrancoAtirador
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Isso é do Governo Lula? Dilma? Não?
É do PSDB? Então, Não Vem Ao Caso…
E Nem Virá…
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