Estreia o espetáculo Raízes Brasilis: Histórias de povos e lugares pedem o resgate urgente da memória ancestral
Tempo de leitura: 4 minPor Conceição Lemes
Nesta sexta-feira, 15 de setembro, o Núcleo de Artes Cênicas do Sesi Campinas (SP) estreia o espetáculo Raízes Brasilis: Histórias de Povos e Lugares.
Ele é inspirado no livro Ideias para adiar o fim do mundo, de Ailton Krenak.
Roteiro e direção, de Inês Vianna.
Cenografia, Tatiane Croda.
A peça é o resultado do Curso Encenação do Núcleo de Artes Cênicas do Sesi Campinas, que neste ano completa 29 anos.
Os 13 atores participam do curso.
Desde 1998, o núcleo produz um espetáculo anual.
Em 2021, durante a pandemia de covid-19, inovou: o processo de construção da peça e a sua apresentação foram feitos virtualmente, online.
Serão quatro apresentações: dias 15, 16 e 30 de setembro (às 20h) e 1 de outubro (às 19h). Todas no teatro do Sesi Amoreiras
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‘’Vamos estrear com casa lotada’’, comemora Inês Vianna, professora e diretora de teatro do Núcleo de Artes Cênicas do Sesi Campinas.
’Só tem ingressos para o sábado’’, acrescenta, empolgada, ao Viomundo.
Segue, abaixo, a nossa entrevista.
Viomundo – A peça é uma adaptação do livro de Ailton Krenak?
Inês Vianna – Na verdade, o livro foi a nossa inspiração. A peça surgiu das reflexões provocadas por sua leitura. E, a partir dos monólogos que os atores criaram, nós construímos as cenas, o roteiro e o texto do espetáculo.
Viomundo – Então, o texto é totalmente de vocês?
Inês Vianna – Sim, construção coletiva.
Viomundo – O que Raízes Brasilis propõe?
Inês Vianna – Através da narrativa de três histórias, buscamos nos aproximar de uma visão mais integrada à natureza. A memória de nossos antepassados são as raízes. Elas nos sustentam para que possamos, através dos ramos, alçar aos céus da vida em equilíbrio.
Viomundo – O que coletivo de atores do núcleo objetiva?
Inês Vianna — Estimular a memória do público, sensibilizando-o para o quanto podemos aprender com a natureza, com a nossa ancestralidade e a dos nossos povos originários.
O coletivo de atores quer tocar o público, da mesma forma que fomos tocados, transformando os olhares na busca de uma sociedade mais sustentável.
Viomundo – Você disse que o texto foi uma criação coletiva. Como foi o processo?
Inês Vianna – Primeiro, a fim de aproximar os atores da ideia de terra e natureza como sagradas e da relação delas com a cosmovisão dos povos originários, mergulhamos no sentido do sagrado, enquanto significado pessoal e coletivo.
A partir daí, vários processos foram desencadeados para buscar a linguagem mais adequada para abordar uma questão vital para os dias de hoje: o meio ambiente.
Nós provocávamos os atores: Que história você escolheria para contar, que fosse fundamental a seu ver, para adiar o fim do mundo?
As histórias propostas pelos atores foram simbólicas e significativas.
A partir delas, criamos o roteiro e o texto do espetáculo. Tudo de forma colaborativa.
Como não poderia deixar de ser, a linguagem Brasilis incorpora músicas e danças de nossa cultura, revelando um universo sonoro que habita nossa natureza e nossos povos.
Viomundo – E os personagens como foram criados?
Inês Vianna – A partir do imaginário dos atores. Os personagens se relacionam num mundo onde o espiritual está presente no entrelaçar da vida, revelando outros níveis de percepção.
Viomundo –O que é necessário para o ator fazer o Curso de Encenação do Núcleo de Artes Cênicas do Sesi Campinas?
Inês Vianna – Ter experiência com representação teatral. É um curso anual para pessoas que já têm experiência com teatro.
Mas nós temos também curso para iniciantes.
Os atores do espetáculo são alunos do Curso de Encenação.
Viomundo – Além das quatro apresentações no Sesi Campinas, tem outras agendadas?
Inês Vianna – Em 2023, o projeto levará a várias cidades que não possuem teatro do Sesi. Uma iniciativa fundamental para ampliar o acesso à arte
Já estão na nossa agenda as cidades de Monte Mor (Centro Cultural Joaquinzão, 14 de outubro, 20h) e Elias Fausto (Casa da Cultura, 21 de outubro, 19h30)
FICHA TÉCNICA
Projeto: Cena Livre
Texto: criação coletiva, inspirada na obra “Ideias para adiar o fim do Mundo” – Ailton Krenak
Direção e roteiro: Inês Vianna
Elenco: Andreh Outeiro, Antônia Ferreira, Evelyze Fecchio, Gerson Carneiro, Juliana Almeida, Kadu Anjos, Mirian Alpi, Paula Santos, Paola Mazzer, Ronaly Moreno, Stevam Michel, Su Ohishi, Thiago Elias
Iluminação: Danilo Zavarezi e André Andrade Mesquita
Costureira: Isabel Nardez
Cenário: Tatiane Croda
Fotografia: Danilo Zavarezi e Tati Croda
Produção: Núcleo de Artes Cênicas de Campinas
SERVIÇO
Espetáculo: Raízes Brasilis: Histórias de Povos e Lugares
Local: Teatro Sesi Campinas Amoreiras
Endereço: Av. das Amoreiras, 450 – Parque Itália ⋅ Campinas – SP
Apresentações: dias 15, 16 e 30 de setembro, às 20h, e 1 de outubro, às 19h
Ingressos: Gratuitos, com reservas pelo Meu/SESI
Lotação: 361 lugares + 8 acessíveis para portadores de necessidades especiais.
Duração: 60 minutos
Classificação: Recomendação etária 10 anos
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