Dia de Combate à Violência Contra as Mulheres: Em Curitiba, tem marcha no centro, doação de sangue e de 3 mil marmitas

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Cerca de 3 mil marmitas estão sendo preparadas para doação a pessoas em situação de rua e famílias moradoras de comunidades em situação de vulnerabilidade, da periferia de Curitiba e região metropolitana. Fotos: Fotos: Jade Azevedo/ MST-PR

Marcha, doação de sangue e de marmitas integram semana de enfrentamento à violência contra a mulher, em Curitiba

Ações marcam o Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, 25 de novembro.

Por Ednubia Ghisi*

Amanhã, 25 de novembro, é o Dia Internacional de Combate a Violência Contra as Mulheres.

No Brasil, o problema aumentou no governo Bolsonaro. 

Em 2020, os casos de violência contra a mulher cresceram 20% no País, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). 

No Paraná, no mesmo período, foram abertos 225 inquéritos por feminicídio.  Aumento de 8% em relação a 2019. 

Assim, para marcar o Dia Internacional de Combate a Violência Contra as Mulheres, coletivos e movimentos sociais realizam diversas atividades ao longo desta semana, em Curitiba (PR).

As ações têm como lema “Mulheres pela vida, semeando resistência, contra a fome e as violências”, como forma de denunciar a violência e a ineficiência do Estado em medidas preventivas, e também de propor a solidariedade e a união para enfrentar este cenário.

A advogada e militante Ana Paula Hupp, integrante do Setor de Direitos Humanos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e uma das organizadoras da ação, lembra que o Brasil está entre os cinco países mais violentos para as mulheres.

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“Estamos nos mobilizando para denunciar esta realidade, mas também mostrar que estamos em resistência, e é nessa resistência que temos construído outras relações, outras vivências, outro mundo possível, um mundo em que todas as pessoas possam viver com respeito e dignidade”, afirma.

Uma marcha será realizada nesta quinta-feira (25) pelo centro da cidade, entre a Praça Santos Andrade e a Boca Maldita, das 12h às 14h.

A intenção é distribuir materiais informativos sobre as formas de violência contra as mulheres e como buscar ajuda.

“Convido as mulheres, mas também os homens de luta para participar dessa marcha, já que o fim do machismo, do patriarcado e dessa violência não depende só de nós mulheres, mas principalmente dos homens”, disse Marina Lis, militante do coletivo Marmitas da Terra.

Cerca de 3 mil marmitas estão sendo preparadas e serão doadas a pessoas em situação de rua e famílias moradoras de comunidades em situação de vulnerabilidade, da periferia da capital e região metropolitana.

As entregas serão nas praças Rui Barbosa e Tiradentes, na Vila Formosa, em comunidades da CIC, Parolin, na Vila Joanita (Tarumã), Vila Pantanal (Boqueirão) e na comunidade Nova Esperança, município de Campo Magro.

Esta ação simboliza o apoio humanitário a quem tem enfrentado a fome.

A terceira iniciativa que marca as mobilizações da semana é a doação de sangue.

Grupos de homens e mulheres estão se organizando para doações no Hemepar, localizado na Tv. João Prosdócimo, 145 – Alto da XV.

Para encerrar a semana de atividades, um mutirão de plantio, manejo e colheitas será realizado no assentamento Contestado, em agroflorestas comunitárias cultivadas por voluntárias/os do coletivo Marmitas da Terra.

Os alimentos compõem os ingredientes utilizados semanalmente na ação Marmitas da Terra, que nesta semana completa 90 mil refeições doadas desde maio de 2020.

A ação é organizada pelo coletivo Marmitas da Terra, Marcha Mundial de Mulheres (MMM), MST, Liga Brasileira de Lésbicas, com apoio da Frente Feminista de Curitiba e RM, mandato da vereadora Josete (PT), APP Sindicato, Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (SindiEdutec) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A ação é organizada pelo coletivo Marmitas da Terra, Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Liga Brasileira de Lésbicas, Frente Feminista de Curitiba e RM, Rede Mulheres Negras, APP Sindicato, Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná (SindiEdutec), Central Única dos Trabalhadores (CUT), CFC Coletivo Feminista Coritibano, União Brasileira de Mulheres (UBM), FETEC, Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e mandatos das vereadoras Josete e Carol Dartora (PT).

Origem da data

O Dia Internacional de Combate a Violência Contra as Mulheres foi instituido em 1999, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

A data homenageia as “Mariposas”, as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, que foram brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, na República Dominicana, por combaterem a ditadura no país, em 1960.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 70% de todas as mulheres do planeta já sofreram ou sofrerão algum tipo de violência em, pelo menos, um momento de suas vidas — independente de nacionalidade, cultura, religião ou condição social.

Como procurar ajuda em caso de emergência

Em caso de urgência, ligue 180 ou 190.

Em Curitiba, a Casa da Mulher Brasileira é o principal equipamento público que atua com rede de proteção e atendimento humanizado às mulheres que foram vítimas de violência.

Está localizada na Av. Paraná, 870, no Cabral.

*Ednubia Ghisi é jornalista e assessora de imprensa do MST-PR


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