Coronavac: Governo Doria anuncia sucesso da vacina chinesa em 97% dos testados

Tempo de leitura: 2 min
Foto: CNS

Da Redação

Tudo indica que a guerra do governo Bolsonaro contra a “vacina chinesa” vai se ampliar, diante do sucesso da CoronaVac registrado pela revista The Lancet.

A notícia foi divulgada pelo governo paulista, pois a vacina será produzida pelo Instituto Butantã:

Estudo revela que Coronavac produz anticorpos contra a Covid em 97% dos participantes

Coordenados pelo Instituto Butantan, os estudos clínicos da Coronavac seguem em andamento no Brasil e envolvem 13 mil voluntários; as primeiras doses do imunizante devem chegar em São Paulo ainda esta semana

Da assessoria de comunicação do Governo Doria

Na noite desta terça-feira (17) os resultados dos estudos clínicos da Coronavac, vacina em desenvolvimento pela parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, foram publicados pela revista científica Lancet Infectious Diseases.

A publicação mostra que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.

Os resultados publicados na Lancet, que contam com a revisão de diversos cientistas, são mais um passo importante para o desenvolvimento da vacina, que está em fase 3 de testes em diversas regiões do Brasil desde julho deste ano.

Os detalhes da publicação podem ser conferidos no próprio site da Lancet: https://www.thelancet-press.com/embargo/covidvaccinetlid.pdf

As fases 1 e 2 reuniram 744 voluntários na China, com idades entre 18 e 59 anos.

Os dados mostram que as reações adversas foram leves e nenhum efeito adverso sério relacionado à vacina foi identificado.

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A reação mais comum foi dor no local da aplicação.

A taxa de soroconversão entre os voluntários que receberam a vacina, ou seja, produção de anticorpos, ficou acima dos 90%.

O artigo científico apresenta dados que já eram de conhecimento do Instituto Butantan e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), uma vez que a partir deles foi possível aprovar o uso emergencial em mais de 50 mil pessoas na China e a realização do estudo de fase 3 no Brasil.

Estudos clínicos

Em fase final de estudos no Brasil, a Coronavac é considerada uma das vacinas mais promissoras no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e vem sendo testada em sete estados brasileiros, além do Distrito Federal.

Coordenado pelo Instituto Butantan, os testes envolvem 13 mil profissionais de saúde em 16 centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

Até o momento, mais de 10 mil pessoas já receberam ao menos uma das duas doses da vacina ou placebo.

Para determinar a eficácia da CoronaVac, é preciso que 151 participantes que receberam a substância sejam contaminados pelo coronavírus.

A partir desta amostragem, haverá a comparação com o total dos que receberam a vacina e, eventualmente, também tenham diagnóstico positivo de COVID-19.

Se o imunizante atingir os índices necessários de eficácia e segurança, deverá ser submetido à avaliação da Anvisa para registro e posterior uso em campanhas de imunização contra o coronavírus.

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Zé Maria

[CoronaVac]

“The seroconversion rates of RBD-specific IgG
were 111 (97%) of 115 participants in the 3 μg group”

Article
Lancet Infect Dis 2020
Published Online
November 17, 2020

“Safety, tolerability, and immunogenicity of an inactivated
SARS-CoV-2 vaccine in healthy adults aged 18–59 years:
a randomised, double-blind, placebo-controlled,
phase 1/2 clinical trial”

Yanjun Zhang*, Gang Zeng*, Hongxing Pan*, Changgui Li*,
Yaling Hu, Kai Chu, Weixiao Han, Zhen Chen, Rong Tang,
Weidong Yin, Xin Chen, Yuansheng Hu, Xiaoyong Liu,
Congbing Jiang, Jingxin Li, Minnan Yang, Yan Song,
Xiangxi Wang, Qiang Gao†, Fengcai Zhu†

*Joint first authors
†Contributed equally

https://doi.org/10.1016/S1473-3099(20)30843-4

Department of Microbiology,
Zhejiang Provincial Center
for Disease Control and
Prevention, Hangzhou, China
(Prof Y Zhang PhD);

Sinovac Biotech, Beijing, China
(G Zeng PhD, Ya Hu MSc,
W Han MSc, W Yin, MBA,
Yu Hu MPH);

Jiangsu Provincial Center
for Disease Control and
Prevention, Nanjing, China
(H Pan MSc, K Chu MSc,
R Tang BA, Prof J Li PhD,
Prof F Zhu MD);

National Institutes
for Food and Drug Control,
Beijing, China
(Prof C Li PhD, Z Chen MSc);

Suining County Center for
Disease Control and Prevention,
Suining, Jiangsu Province, China
(X Chen BA, X Liu BA, C Jiang BA,
Y Song BA);

CAS Key Laboratory
of Infection and Immunity,
National Laboratory of Macromolecules,
Institute of Biophysics,
Chinese Academy of Sciences,
Beijing, China
(M Yang PhD, Prof X Wang PhD) and

Sinovac Life Sciences,
Beijing, China (Q Gao MSc)
Correspondence to:
Dr Qiang Gao, Sinovac Life Sciences,
Beijing 100085, China
[email protected]
or
Dr Fengcai Zhu, Jiangsu
Provincial Center for Disease
Control and Prevention,
Nanjin 210009, China
[email protected]

https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(20)30843-4/fulltext

SeeOnline/Comment
https://doi.org/10.1016/S1473-3099(20)30870-7
For the Chinese translation of the abstract
see Online for appendix 1

Comment
“Expecting the unexpected with COVID-19 vaccines”
Naor Bar-Zeev, Sonali Kochhar
https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(20)30870-7/fulltext

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