Celso Amorim: “Intervenção é um instrumento extremo e muito perigoso”
Tempo de leitura: 2 minCelso Amorim: “Intervenção é um instrumento extremo e perigoso”
O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa duvida da eficácia da medida proposta por Brasília para conter a violência no Rio de Janeiro
Ministro da Defesa no primeiro mandato de Dilma Rousseff e chanceler nos anos Lula, o diplomata Celso Amorim ainda tenta entender as motivações da proposta de intervenção militar no Rio de Janeiro.
“É um instrumento extremo. Especialmente em ano eleitoral, também é muito perigoso. Além disso, pelo que sei, as Forças Armadas não se sentem confortáveis em uma situação como esta”.
Segundo Amorim, esse tipo de intervenção causou distorções em outros países, a começar pelo México, onde a violência não diminuiu e o narcotráfico acabou por dominar uma parte relevante do território.
O ex-ministro ainda aponta um risco de politização das Forças Armadas e relembra que, além do Rio de Janeiro, o Exército tem sido chamado a atuar em Roraima, por conta da forte onda de migração de venezuelanos.
“Talvez Temer queira mostrar à população que está trabalhando. No primeiro momento, é provável que a medida cause um efeito psicológico positivo, tem um sabor espetacular. O problema da insegurança é grave e ninguém é contra medidas que busquem resolver ou atenuar a situação. Mas as Forças Armadas não estão preparadas para atuar por um longo prazo na segurança interna. É uma distorção de suas funções”.
Leia também:
Temer vai à guerra para se manter no poder
Apoie o VIOMUNDO
Hildegard Angel: Como a Globo “plantou” a intervenção militar no Rio
Comentários
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!
Deixe seu comentário