Bernadete Souza Ferreira, líder do candomblé e do movimento negro em Ilhéus (BA), foi algemada, arrastada pelos cabelos e jogada num formigueiro por soldados da Polícia Militar em 23 de outubro.
A violência foi denunciada na semana passada por Bernadete, que coordena o Assentamento Dom Hélder Câmara, em área sob jurisdição do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra). Esse fato levou o grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo a lançar esta campanha. Mais abaixo reportagem do Vermelho dá detalhes do que aconteceu.
por Marcelo Zelic*
Hoje na Bahia o governador Jacques Wagner estará reunido com representantes da comunidade negra e os movimentos sociais se manifestam por justiça. Terá de enfrentar o olhar de mais uma torturada pela PM da Bahia. A impunidade continua sendo a regra. Assim que soube dos fatos no dia 23/10 encaminhei veemente protesto à ouvidoria do governo bahiano em nome do Grupo Tortura Nunca Mais-SP, recebendo somente um comunicado padrão de ciência por parte da Secretaria de Segurança Pública.
Tortura não se resolve com burocracia. A tortura é combatida com atitude, ou seja, apuração e responsabilização, sem isso a indignação dos governantes é um teatro estéril.
A tortura é cultural e corriqueira, alegou o torturador Maurício Lopes Lima, em recente entrevista a um jornal, para justificar as barbáries sofridas pela agora presidenta Dilma Rousseff e milhares de pessoas que sofreram o mesmo suplício ao passarem pelo DOI-CODI na ditadura militar.
É cultural, sim, e vem de uma cultura da segregação do negro e do pobre, do controle social pelo medo e fundamentalmente da impunidade. Pertence ao Brasil do privilégio, do dinheiro fácil e corrupto. É fruto da falta de vergonha de governantes omissos e secretários de segurança coniventes. É fruto da criminalização do pobre e da pobreza. É a cultura do capitão do mato que persiste por aqui.
A impunidade dos torturadores da ditadura militar, chancelada vergonhosamente pelo STF ao julgar a ADPF 153, faz outra vítima. Até quando? Até quando a justiça será omissa frente ao passado e o presente? Até quando a sociedade ficará de costas a tema tão caro que afronta a cidadania e a pessoa humana?
A tortura em nosso país agora está turbinada pela liberação das armas não-letais e sobre isso nada se fala, casos absurdos têm sido relatados de várias partes do país, onde agentes públicos passam a usar tais instrumentos para gerar dor e terror.
A justiça de transição pressupõe a mudança de mentalidade e pratica dos órgão de segurança do país e tal mudança deve permear o processo de formação e ação dos agentes públicos ligados à área de segurança pública e o estado brasileiro em suas várias esferas de gestão desconhece o tema.
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A herança hedionda das ditaduras brasileiras se impõe mediante o silêncio criminoso de muitos que poderiam atuar e não atuam.
É necessário um Brasil sem tortura para haver democracia. É necessário um debate franco e aberto sobre o tema nos veículos de comunicação responsáveis. É necessário tirarmos este assuto tão doloroso e humilhante de baixo do tapete. É necessário vontade política para realizar um enfrentamento consequente desta chaga social.
De nada adianta discutirmos a impunidade de ontem se fechamos os olhos para o sofrimento e a barbárie cometidas por agentes do estado em nosso presente, pois são faces de uma mesma e contínua violência.
Com a eleição de Dilma Rousseff o Brasil votou também contra o ódio, o preconceito, a intimidação e práticas que queremos ver relegadas à história passada, trazidas ao centro da política nacional pelo candidato José Serra assanham e rearticulam aqueles que não entendem que o país é de todos seus cidadãos e cidadãs.
Esperamos, sim, um avanço nesta área, esperamos uma reformulação nas academias de ensino das forças de segurança e militares do país, para que formem servidores da segurança pública imunes a esta pratica.
Esperamos atitudes e não discursos, pois a tortura se combate dia a dia, caso a caso, repito, com apuração e responsabilização.
Tortura é barbárie! Tortura é crime hediondo, inafiançável e não prescreve. Pelo afastamento dos agentes públicos envolvidos na tortura de Bernadete Souza Ferreira e abertura imediata de processo por CRIME DE TORTURA.
Atenciosamente,
Marcelo Zelic
Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Coordenador do Projeto Armazém Memória
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BA: Líder religiosa é torturada pela PM e exige atitude do Estado
Na Bahia, Polícia Militar é acusada de torturar líder religiosa e do movimento negro Bernardete Souza Ferreira, que coordena o Assentamento Dom Hélder Câmara, em área sob jurisdição do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra). O assentamento continua ameaçado pelos policiais, entidades exigem resposta do governador Jacques Wagner e farão ato no próximo sábado (13) em Ilhéus (BA). O governador receberá uma comissão nesta quarta-feira (10).
Bernadete de Souza Ferreira
A líder religiosa do Candomblé, Bernardete Souza Ferreira, 42 anos, foi algemada, arrastada pelos cabelos e jogada por soldados da Polícia Militar da Bahia num formigueiro no dia 23 de outubro, por ter pedido explicações para a invasão dos policiais da área do Incra, onde vive em Ilhéus. Bernadete denunciou na quarta-feira passada (3) que os mesmos policiais que praticaram a violência contra ela continuam soltos e passaram a intimidar testemunhas.
Casada, com o também militante do Movimento Negro Unificado, Moacir Pinho de Jesus, mãe de duas filhas e avó de uma neta de 4 anos – Omidaré -, Bernadete disse que a comunidade de Banco do Pedro, onde vive juntamente com mais 26 famílias de Sem-Terra, num total de 90 pessoas, continua apreensiva e amedrontada.
A denúncia a jornais locais foi levada pela advogada Adalyce Gonçalves que, já agindo como advogada da líder religiosa, em conjunto com o advogado, Dojival Vieira, fez a mediação entre Bernadete e a redação de veículos noticiosos, que passaram a repercutir o caso.
Absolutamente indignado
A Secretária Luiza Barros, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppromi), diz que governador Jacques Wagner, do PT, ao tomar conhecimento do caso teria ficado “absolutamente indignado”.
O movimento negro da Bahia e outras organizações têm realizado pressão para que o governador Jacques Wagner tome uma posição diante da atrocidade. Além da audiência, as entidades querem o afastamento do secretário de Segurança, César Nunes, do comandante da Polícia Militar e de todos os envolvidos diretamente na tortura.
O governador receberá, nesta quarta-feira (10), Bernadete e uma comissão de entidades, da qual participa a União de Negros pela Igualdade (Unegro), por meio do sua representante Ubiraci Matilde de Jesus.
Liderança do movimento negro na Bahia, Olívia Santana explica que a Unegro se soma à grita geral por um basta à violência e à intolerância religiosa: “agora você imagina uma violência absurda dessas ter sido feita por agentes do Estado, por policiais em serviço!”, indigna-se Olívia.
Segurança Pública na pauta
Ubiraci explica que a pauta principal a ser debatida com o governador é Segurança Pública. “Queremos nacionalizar os atos, o debate, mas de forma institucional, porque a segurança pública tem que ser preparada para conviver com a diversidade”, argumenta.
Para a liderança da Unegro, a verbalização dos policiais confirma o crime de intolerância religiosa, além de ter ocorrido violência contra a mulher. Ela diz ainda que as torturas realizadas lembram os anos de chumbo do país: “a ausência de aplicação das políticas públicas à população obviamente tem interface com a intolerância religiosa… o que ocorreu parece com o que acontecia na década de 60, durante a Ditadura Militar, quando os terreiros não tinham liberdade para exercer sua prática religiosa”.
Ubiraci informa que o movimento negro da Bahia já se reuniu com o Comando da PM, com o Ministério Público estadual e com o Chefe da Secretaria de Segurança Pública – pois, segundo ela, havia também policiais civis envolvidos na tortura a Bernadete. Na quarta-feira ocorre a reunião com o governador Jacques Wagner, e o movimento já está em contato também com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e com o Ministério da Justiça, por meio do conselho de segurança pública local.
Hamilton Borges Walê, líder da campanha “Reaja ou Será morto”, que denuncia o assassinato contínuo de jovens negros na periferia de Salvador, disse que os protestos continuarão com o ato marcado para o dia 13 de novembro, em Ilhéus. “Queremos que esse ato tenha dimensão nacional”, afirmou.
Invasão ilegal
A sessão de violência e tortura sofrida pela líder religiosa – que é filha de Oxóssi, uma entidade do Candomblé – começou na tarde do dia 23 de outubro, um sábado, quando um destacamento da PM baiana invadiu o Assentamento D. Hélder Câmara, à procura de um homem que supostamente teria escondido drogas no local.
Na reportagem a jornal local, Bernadete contou que o Assentamento, localizado no distrito de Banco do Pedro, vivia um dia tranquilo quando, por volta das 14h30, ela e o marido, o agricultor e professor de filosofia Moacir Pinho de Jesus, assistiam televisão quando perceberam a presença de oito policiais, que chegaram fortemente armados, com um jovem algemado.
“Eles disseram que estavam numa investigação e que não poderiam dar explicações. A gente colocou para eles que o assentamento estava sob jurisdição do Incra e que, para entrar ali, tinha que ter ordem judicial”, acrescentou.
Os policiais continuaram sua incursão, invadiram a sede da Associação de Moradores, vasculhando tudo o que encontravam pela frente. Foi então que a líder religiosa foi mais incisiva. “É melhor vocês se retirarem. Isso aqui é uma área privada, um assentamento. Vocês podem entrar nas casas de quem não conhece as leis. Mas aqui nós não somos abestalhados”, afirmou.
Tortura
Foto: Reprodução |
As consequências da tortura ainda estão nas pernas de Bernadete, que foi jogada em um formigueiro pelos policiais |
Foi o bastante para que o PM que comandava a patrulha, identificado como Adjailson, lhe desse voz de prisão por desacato e começasse a sessão de torturas que – após o lançamento no formigueiro – terminou com ela jogada num camburão e depois numa cela masculina, de onde só saiu horas depois, por intervenção de lideranças do movimento negro.
Guedes, o soldado identificado por Jesus e outro aspirante de oficial, Adjailson – a arrastaram pelos cabelos até um formigueiro próximo para, segundo ironizavam “tirar o demônio do corpo”. “Os PMs riam e diziam que estavam tirando o demônio “em nome de Jesus. Essas pessoas não têm nenhuma condição de lidarem com seres humanos e vestem a farda do Estado”, acrescentou Bernadete.
A mãe de santo não lembra quanto tempo ficou na cela masculina no 7º COORPIN, de Ilhéus, para onde foi levada, porém, recorda um detalhe: “Teve um momento que o preso que estava na cela tentou se aproximar de mim e aí alguém [que ela diz não saber quem] não deixou. Imagino que fiquei de três a quatro horas presa na cela”, acrescentou.
Diversidade de intolerâncias
Os policiais zombaram de Bernadete por ela ser praticante do Candomblé, o que configura a intolerância religiosa da ação. Como a vítima era uma mulher negra, a ação foi recheada também de racismo e violência contra a mulher.
Segundo Bernadete, o conforto pela violência, cujas seqüelas ainda estão presentes no seu corpo pela picada das formigas, tem sido a mobilização desencadeada pelos movimentos de terreiros de Candomblé, entidades do movimento social e do movimento negro, indignadas com o caso.
Da redação, Luana Bonone, com informações da Afropress
Comentários
vitor
Sou baiano, mas morando em São Paulo. A Polícia aqui também não é flor que se cheire, mas pelo menos
nunca vi batendo em ninguém em praça pública. Dá pra ter até um certo diálogo com a polícia daqui, mas na Bahia
é terrível, os policiais são treinados para serem brutalizados, não sabem conversar com os cidadãos, já chegam dando
tapas, socos e chutes, como já presenciei muito aí.
Domiciano
… e a maioria da polícia baiana é composta de homens afrodescendentes. Que vergonha!
Luci
Evidente a população possui 77% de negros. Polícia baiana formada por policiais afrodescendentes que supostamente assimilam instrução racista, que viola direitos humanos. Eles representam e executam a política que lhes é imposta. os fatos comprovam um grave problema. Os policiais são afrodescendentes e executam política de opressão, violência , para manter a estrutura social vigente.O sistema é opressor. O Governador é branco na terra de 77% de negros.Os tres senadores são brancos, os donos da mídia são brancos.Para entender a realidade se possível leia "Uma pilha de cadáveres negros..Bom-Dia, Direitos Humanos!Bom-Dia Nova Bahia!"
Domiciano
Luci, eu moro em Salvador. Não estou referindo somente à cor da pele, mas também à Cultura, já que a líder comunitária também é ligada à religião de matriz africana.
mac
A policia baiana é uma desgraça ! puro grupo de extermínio !!
Mauro Silva
Caro Azenha
Esses casos de violência e impunidade se devem ao fato do cidadão estar desarmado, e sem condições de impor a lei.
Essa gente é valente porque sabe que não haverá reação.
Se não me engano, Lenin falava em algo parecido com "brigadas populares" para restabelecer a ordem na ausência do estado. Mas … e quando os agentes públicos armados são os responsáveis pela desordem?
Dizer que "odeio armas" é muito cômodo e soa poético, mas pouco dissuasivo a quem as tenha a mão.
As garantias do estado de direito e do império da lei têm um custo alto e diário, arcado pelo povo de onde emana o poder.
Josnei
Gilmar Mendes não se pronunciará? Ele foi tão enfático quando a PF algemou Daniel Dantas, mas quando a PM tortura ele fica quietinho, os jornaões não o iluminam com as luzes da câmera para colher os frutos de sua sabedoria jurídica.
Luci
É um fato doloroso, desumano e bárbaro. Mostra o que significa ser mulher negra e pobre no Brasil, onde a obra da escravidão perdura nas relações sociais, na mentalidade, na alma e lamentávelmente no coração. A aparência da líder religiosa Bernadete de Souza Ferreira evidencia que a ação foi para eliminá-la como pessoa.Bernadete é uma sobrevivente do inferno – foi algemada ilegalmente, injustamente, jogada em formigueiro e numa cela com homens.Deus o que será de todos nós?Estas denuncias não podem ficar impunes.A dignidade da pessoa humana é um valor supremo.O Estado, a Constituição Federal e a Sociedade garantem este valor humano universal.Basta a torturadores e racistas de qualquer parte deste país.
Baixada Carioca
Eu não confio em ninguém que usa uma arma para se fazer forte. É covarde, fraco e irracional!
Não confio em nenhuma polícia de qualquer governo.
boniboni
Precisa acabar com a polícia militar.
Josilda Lisboa
Quem manda na Polícia baiana?
vera oliveira
tem coisa pior que "puliça" do Brasil??
ah tem..o judiciário
francisco.latorre
polícia militar.
entulho da ditadura.
cristalizado.
ninguém discute.
..
Gerson Carneiro
Enquanto isso tem "pesquisador das relações raciais" se ocupando em se preocupar com livros do Monteiro Lobato.
Esse sim tem que sentar pelado em um formigueiro.
Paulo Roberto
As polícias miliares são incontroláveis, pela própria essência de sua gênese. Nenhum poder civil exerce a mínima autoridade sobre ela. Quando seus comandantes são civis, trata-se de uma mera encenação. Seus crimes, bárbaros e numa escala crescente, ficam absolutamente impunes. A sociedade civil é refém desta herança maldita e é inóqua toda a discussão sobre redução da violência e melhoria das condições de segurança no Brasil, sem uma ampla discussão que leve a mudança das leis e à extinção desta barbária nacional.
Nilva
Já enviei meu email ao governador Jacques Wagner.
Sandra
Imagino que essa PM baiana deve ser uma legítima GESTAPO ou KLU-KLUX-KLAN ou do APARTHEID, um desses grupos racistas/torturadores/perseguidores, alvinhos, de olhos azuis, pura raça nórdica ariana pertencentes aos 10% de baianos mas é purinha, purinha mesmo sem nenhum traço de mestiçagem para justificar seus propósitos bestiais de odiarem tanto uma mulher negra, definitivamente… eles são da raça superior (aquela que inventou a morte).
ruypenalva
Pedir a demissão do Secretário de Segurança Pública como envolvido na tortura não me parece uma coisa racional. O grande problema de se julgar esses casos é o espírito de corpo. Normalmente policiais são julgados por policiais, juízes por juízes, desembargadores por desembargadores, colegas por colegas. Ora, se não existe justiça nem quando se julga partes não interessadas, imaginem quando se julga partes interessadas. Tenho certeza que se o caso for mesmo provado Wagner não ficará parado e expulsará da corporação esses maus elementos.
Fabio_Passos
É realmente um absurdo.
Assim é a polícia brasileira: Treinada pelos ricos para descer o cacete nos pobres.
A impunidade para os torturadores ainda é uma das nossas maiores vergonhas.
E a proteção aos torturadores é lugar comum na mídia-afrikaaner.
A plebe
Da polícia brasileira eu só espero isso mesmo. Que credibilidade tem essas instituições? Toda semana se assiste notícia ruim de crimes praticados por policiais. Isso acontece por causa da certeza de impunidade. O governador Jaques Wagner precisa fazer com que a lei seja comprida neste caso ou manchará o PT como fez a ex-governadora do Pará também do PT, ao não se pronunciar sobre a moça que ficou presa com homens em seu estado. A justiça brasileira não merece esse nome. O judiciário brasileiro é uma piada de mau gosto.
Antonio
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
Parece que alguns policiais trabalham como pau mandado dos coronéis. Lembro de um caso na região de Porto Seguro em que a Polícia invadiu a tribo e barbarizou a comunidade indígena a mando de alguém, mas nesse caso eram policiais federais.
Luisa
Azenha, essa exposição do fotógrafo Sergio Guerra ajuda a compreender tudo isso aí.
Vídeo 01 http://www.youtube.com/watch?v=aE5WasLSbbY
Vídeo 02
http://www.youtube.com/watch?v=tuwwaud40M0
Luísa
A polícia baiana é bárbara desde os primórdios em que a província da Bahia foi formada, sempre matou e raríssismas punições. Ainda há pouco, li num blog baiano que o corregedor fez pouco caso da denúncia e a SSP ainda não afastou a figura, pode?
Azarias
O Caso de Bernadete na Bahia, o assassinato de moradores-de-rua em Maceió, incendio de favelas nas periferias da Capital de São Paulo, assassinatos de acampados dos sem-terra em Pernambuco, assassinatos de indigenas em áreas a serem demarcadas, desalojamentos de áreas centenárias dos quilombolas, tropas-de-choque contra os sem-tetos desarmados e famintos que teimam em se proteger das intempéries em alguns prédios. Se o PIG quer PAZ, é bom apoiar Dilma em seu papel de amenizar e tranquilizar este quadro. Se o PIG quer GUERRA é só continuar na defesa desta política discriminalizadora que apoiam desde os tempos da ditadura/64 e de aderencia ao projeto da indústria armamentista.
Wandeson Brum
Desdo do começo do governo Wagner que temos pedido a revisão do modelo da politica de segurança pública no estado da Bahia, a nossa policia ainda é a mesma dos tempos de ACM formada sobre a égide da Ditadura herdeira direta dos capitães-do-mato da escravatura, aliás a PM da Bahia foi criada ainda durante o Império para destruir Quilombos e chacinar Negros, e é isso que ela tem feito até agora.
Reelegemos o Gov. Wagner com uma votação retumbante, e a Presidente com uma maioria esmagadora para nos vermos livres da opressão carlista mais no entanto a policia continua a cometer massacres, que depois são engavetados pelo MP da Bahia local sobre a alegação de atos de resistência e combate ao tráfico, tudo mentira para encobrir as execuções efetuadas sobres as barbas do governo e com anuência da Midia local que tem narrado o massacre da população negra dos bairros perrifericos e do interior como um esforço civilizador para combater a ação do crime oragnizado.
Crime organizado, combate ao trfico tudo isso tem sido usado para criminalizar os movimentos socias na capital e no interior e foi sobre essa desculpa´utilizada para a invasão do Assentamento a procuara de Drogas, Mentira forama a procura das Lideranças como a Ialorixá a fim de intimidar.
Os massacres tem se seguido aqui no estado da Bahia o governador invés de proteger o povo que o elegeue tomar as redeas da policia baiana e conter o seu impeto sanguinário.
Vou deixar aqui uns links que dão uma maior noção do que está acontecendo na Bahia, este não é um caso isolado tem ocorrido varios de igual e até maior garvidade aqui:
Primeiro do é o Blog da Folha Popular de Ricardo Andrade Militante do Mov. Negro e Hip Hop de Lauro de Freitas cidade da RMS:
http://jornalfolhapopular.blogspot.com/
O segundo e do Portal afropres um dos mais conceituados no Pais que trata acerca de quetões relativas a população
negra que tem como editor o Jornalista e Advogado Dorgival Vieria com uma entrevista com Hamilton Borges liderança do mov. Negro Baiano e referência nacional defesa dos direitos humanos e do combate à violência contra a o povo negro no Brasil:
http://www.afropress.com/tvAfropressVer.asp?idMov…
O terceiro Link é do FONEJUBA – Fórum Baiano de Juventude Negra que tem atuado no combate ao extériminio da
Juventude Negra:
http://fojuneba.blogspot.com/
O Último é do jornal Correio da Bahia, tradicional ninho midiatico carlista, mas que a despeito de um governo de esquerda está cobrindo o caso, o triste é que o Jornal a Tarde que sempre foi o contra-ponto ao Carlismo não tem nenhuma refência ao caso mais vai lá :
http://www.correio24horas.com.br/noticias/detalhe…
A principio meu nome Wanderson Brum, militante do Resistência Comunitária, organização de Mov. Negro popular, intergrante do Fórum Nac. de Juv. Negra e estudante de Direito na Universidade Cátolica de Salvador.
Qualquer dúvida sobre a integridade das informações o e-mail é :
[email protected]
e o que o Viomundo tem corpo do comentário.
Luci
Wanderson Brum quando dizem questões do Brasil este massacre contra o povo negro não está incluido, por isso é preciso denunciar e continuar a mobilização social organizada para preservar a vida com dignidade e dar um basta ao racismo institucional.
Ministro da Justiça do Brasil o problema é maior do que a notícia revela, a Bahia e outros estados estão aflitos com a questão das mortes da população negra jovem já denunciada pela UNICEF, ONU. Porque nós e nossos filhos?
andre arruda
Temos grupos de extermínio fardado no estado do rio grande do norte, eles são treinados na tática da tortura.
Ou o ministério da justiça assume de fato seu papel, ou o estado paralelo que hj exite em nosso país continuará avançando suas fronteiras.
vanraz
Azenha,
Parabéns pelo espaço dado a essa senhora. É preciso dar um basta nisso. http://www.vanraz.wordpress.com
Ana Lucia
A líder religiosa tem no corpo as marcas da "segurança pública" do Estado da Bahia
Parabéns pelo artigo ao Marcelo Zelic. Realmente os Ccapitães do Mato estão atuando.
Minsitro Ayres Brito "O torturador é um monstro"
V
Que horror! Espero que estes monstros estejam, pelo menos presos.
Afastamento imediato do cargo, imagino que já tenha sido feito.
Que sejam desonrados de suas fardas (sem aposentadoria) e enviados à prisão por um bom tempo. Ah… esqueci estamos no Brasil e a justiça ainda está na época do império, então isso vai demorar.
Como a polícia integra a seus quadros, uns monstros como esses? Alguém tem que ser responsabilizado por isso também.
Ana Lucia
Um Brasil elege uma mulher presidente e comemora. O outro Brasil chora as mortes de seus filhos assassinados nas periferias de Salvador, grita pelo fim da tortura _Reaja Ou Será Morto _ clama pelo fim da violência policial e denuncia a tortura a uma mulher negra e pobre, lider religiosa. Grita Salvador, este grito de humilhação e dor há ecoar pelo mundo.
É um grito por justiça social, pelo fim de derramamento de sangue, torturas.É um grito pela vida.
A L
O povo negro da Bahia (90%) vem denunciando há muito tempo a violência policial nas periferias. Jacques Wagner que é judeu e conhece bem a história dos povos do mundo sobre perseguição racial, provavelmente se empenhará para cessar torturas contra o povo. É inadmissível.Estou envergonhada como ser humano de ler uma notícia que descreve ato deprimente e bestial.Até quando torturas e mortes irão continuar?Até quando este ódio deixará de ser enfrentado pelas autoridades? Até quando?
Marcelo Zelic
Envie ao Governador Jacques Wagner sua posição pela fim da tortura na Bahia
e pela punição dos PMs que torturaram Bernadete Souza Ferreira http://www.governador.ba.gov.br/?pg=contato
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Geysa Guimarães
Que barbárie, até parece a polícia de São Paulo! Um governo petista não pode admitir tamanho arbítrio.
O governador Jacques Wagner precisa punir exemplarmente os torturadores e coibir o resto.
Rios
Ué, mas o ex-presidente da maior nação econômico-militarizada do mundo George W. Bush, o Jr., não disse que tortura "é legal" e justificável?
http://pastorador.blogspot.com/2010/11/e-crimes-d…
Luci
É a face do aprtheid do Brasil, com métodos bárbaros selvagens que não finda e continua impune.Todos nós somos responsa´veis por esta barbarie com a religiosa Bernadete de Souza Ferreia, e agrande mídia quietinha sobre o tema.
Violação de Direitos Humanos e tortura para a população negra continua, no regime dito democrático, O racismo brasileiro segue vigoroso fazendo vítimas há séculos, são os mesmos personagens de sempre e a omissão dos mesmos atores políticos, que não se sensibilizam e, parece admitem. Não adianta ficar indignado é preciso reagir e adotar ação governamental para coibir e proteger quem é vítima de racismo isntitucional.
Urbano
Uns patifes desses nem precisa que se diga o que eles são além do mais.
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