Artur Henrique: Bancos privados precisam ter compromisso com o Brasil

Tempo de leitura: 3 min

do Blog do Artur Henrique

Nestes dias de queda na taxa de crescimento do PIB e também na taxa Selic, temos uma oportunidade de pensar no papel que o sistema financeiro e a estrutura tributária desempenham no processo de desenvolvimento brasileiro.

A taxa básica de juros tem caído, é verdade, embora com atraso e em doses tímidas. Neste ponto, faço uma pausa para chamar atenção para a hipocrisia de analistas e veículos de comunicação, que hoje parecem se divertir com o fraco desempenho de 2011 como se isso fosse apenas problema do atual governo, e fingem esquecer que sempre enalteceram a manutenção da taxa Selic nas alturas e nela viam evidências de “responsabilidade” na condução da política econômica.

Mas, enfim, só a queda da Selic não basta.

Por não ter compromisso com um projeto de desenvolvimento nacional, o comportamento do sistema financeiro tem permanentemente prejudicado nosso crescimento e a vida da população.

O spread, definido pelos bancos como a taxa de risco de inadimplência, é parte significativa do custo dos empréstimos produtivos oferecidos pelo sistema financeiro. Na Caixa Econômica Federal, que não está entre os que cobram os mais altos juros do mercado, o spread representa 21,8% na composição da taxa de juros nas linhas de empréstimo para investimento, e 35,8% nas linhas de empréstimo para capital de giro. Nos bancos privados, essa realidade é ainda pior.

Essa é uma das causas de as empresas terem enorme dificuldade para obter empréstimos junto ao sistema financeiro: os juros cobrados são extorsivos e não caem na mesma medida que a Selic. Reflexo disso é o fato de o conjunto dos seis maiores bancos brasileiros reservar apenas 20% de suas carteiras de crédito para pessoas jurídicas. O dado também demonstra o desinteresse por esse segmento.

A tarefa de fomentar os investimentos produtivos e a modernização de nossa produção sobra quase exclusivamente para o BNDES, com juros subsidiados pelo Estado. Não podem, porém, ter acesso a suas linhas de crédito empresas que tiverem dívidas na praça. Essas, geralmente as micro, pequenas e médias, são obrigadas a recorrer ao sistema financeiro, e nisso consiste um dos principais entraves ao crescimento e mesmo à sobrevivência desses empreendimentos.

As pessoas físicas também ficam à mercê de juros criminosos e injustificados do cheque especial, do cartão de crédito, dos financiamentos.

Isso sem falar nas taxas de administração, serviços e outras.

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É evidente que essa postura antinacionalista e usurária dos bancos prejudica enormemente o desenvolvimento do Brasil.

Por essa razão, a CUT e a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) propuseram ao governo a realização de uma conferência nacional, aberta a todos os segmentos da população, para debater o papel dos bancos e sua função social, prevista pela Constituição.

Outro grave entrave ao nosso desenvolvimento é a estrutura tributária brasileira. Não criticamos aqui a carga tributária, mas o modo como é distribuída. A produção e o consumo são penalizados, enquanto a especulação financeira e a usura são na maioria de suas modalidades isentas de tributação.

Por isso é urgente que o Brasil faça a reforma tributária que os trabalhadores defendem, invertendo a equação atual, em que quem ganha mais paga menos e quem ganha menos, paga mais. E que acabe com isenções tributárias como aquela que contempla a distribuição de lucros e dividendos e que serve, para os bancos, como forma de pagar pouco sobre os lucros estratosféricos que amealham às custas do povo e do País.

Artur Henrique é presidente nacional da CUT

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Comentários

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Eduardo Di Lascio

O artigo é de uma ingenuidade que chega a dar pena. Banco é parasita, nada mais. Esperar outra coisa é demência.

mara suzana

Acho que a Dilma tem que ter uma conversa com o BB, aumentará as tarifas em Abril, quem manda no BB?Já são altas para o nosso povo isto tem que mudar.

Sr.Indignado

banco e privado… porque acho tão ruim juntar estas duas palavras?
bem que o bb é público, mas é mais privado que os privados e a caixa re-inventou a hipoteca.

joselito

Juros do cartão de crédito, quase 500% ao ano.
Já os juros aplicados pela Justiça, Lei 8.177 de 91, 12% ao ano.

Abuso??

paaulo

E a dívida interna Brasileira com o tal superavit primário está na mão de quem?. Deles, os Bradescos e Itaus da vida. Esses de nacionalistas só tem o Marketing na TV.

JNascimento

Estou comemorando 8 anos sem cartão de crédto e talões de cheque. Só gasto o que tenho para gastar.Uma maravilha!
O problema do Brasil é ter muitos bancos , muitos sindicalistas e poucos nacionalistas e patriotas.

Fabio_Passos

O único compromisso destas corporações corruptas é obter seus lucros pornográficos sugando a sociedade produtiva.

O sistema financeiro deveria ser estatizado.
A sociedade é quem deve controlar os fluxos de capital.
Já está muito claro que a inconsequente liberdade cedida ao capital está destruindo a humanidade e o planeta.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Falou pouco e disse tudo.

    É ingenuidade exigir pruridos de nacionalismo

    da Banca Financeira que subsiste da usura.
    .
    .

    Fabio_Passos

    Estatizar todo o mercado financeiro.
    As nações que tomarem a frente vão ter ganhos fabulosos direcionando as fabulosas somas que hoje giram no cassino para investimentos produtivos.

    Por outro lado, Caixa Econômica e Banco do Brasil já poderíam ser bem mais ousados.
    Para o Brasil é muito melhor BB e a Caixa avançando muito mais e puxando o mercado na redução do spread… do que comemorando lucros recordes.

RONALD

Caros.
Bom seria se fossem só os bancos.
Vejam agora o caso de SÃO PAULO. Bastou uma pequena oportunidade e o malandro já queria cobrar 5 reais o litro da gasolina.
Capitalismo aqui no BRASIL é tudo assim: preço da carne, do busão, da cerveja no boteco. Todo mundo querendo ganhar o máximo.
E o povo…..que se exploda……

    Eduardo Di Lascio

    Mas é o povo que se explode.

Hagá

Lá em casa SÓ ABRIMOS CONTA EM BANCO PÚBLICO. É POR IDEOLOGIA MESMO!!!

    Eduardo Di Lascio

    E vc acha que faz alguma diferença? Por favor…

Joao Barbosa

Toda empresa inscrita no CNPJ tem uma "Razão Social".
Se o nome, descrito na Razão Social, fosse seguido ao pé da letra, a situação brasileira seria outra…
Porém, vivemos no país do faz de conta…logo, vale colocar uma Razão Social como: Banco Brasileiro de Descontos….e depois, cobrar as maiores taxas do mercado.

Vejam a lista dos bancos, com as respectivas "Razão Social":
http://cadastro.catho.com.br/busca-ramo-atividade

Aliás, o maior banco privado brasileiro já segue as orientações do governo há muito tempo:
http://www.itau.com.br/bem_vindo/conheca_emp_anos

Dicas para o povo brasileiro enfrentar os abusos dos bancos:

1- A legislação vigente garante ao consumidor o direito de usar uma conta de “serviços essenciais”, sem ter que pagar nenhuma taxa por isso. Serviços considerados essenciais que não podem ser cobrados pelos bancos:

– fornecimento de cartão com função débito;
– fornecimento de dez folhas de cheques por mês, desde que o cliente reúna os requisitos para utilização de cheque;
– fornecimento de segunda via do cartão de débito, exceto nos casos decorrentes de perda, roubo e danificação;
– realização de até quatro saques, por mês, em guichê de caixa, inclusive por meio de cheque ou de cheque avulso, ou em terminal de auto-atendimento;
– fornecimento de até dois extratos contendo a movimentação do mês por meio de terminal de auto-atendimento;
– consultas ilimitadas à conta pela internet;
– realização de duas transferências de recursos entre contas na própria instituição, por mês, em guichê de caixa, em terminal de auto-atendimento e/ou pela internet;
– compensação de cheques;
– fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, de extrato consolidado, discriminando, mês a mês, as tarifas cobradas no ano.

2- O banco só pode debitar valor de dívidas diretamente da conta do consumidor referentes a estouro de limite de cheque ou empréstimo se este autorizar por escrito.

3- Qualquer débito em conta corrente deve ser feito com conhecimento e autorização do consumidor. Alguns exemplos: tarifas bancárias pela utilização de determinados serviços (os serviços cobrados e os valores devem estar expostos nas agências bancárias); juros sobre limite especial; juros sobre empréstimos; débitos automáticos, dentre outros.

4- Sempre que o consumidor constatar que sofreu débitos não reconhecidos, apesar de ter seguido todas as normas de segurança ao usar serviços bancários, a instituição financeira pode ser questionada com base no Princípio da boa fé e nas disposições do Código de Defesa do Consumidor.

5- Algumas empresas emitem boletos (faturas, etc.) para pagamento de obrigações contratadas, acrescentando ao valor principal quantia relativa à tarifa para pagamento em banco. Mesmo que esse procedimento esteja previsto em cláusula contratual, ou do fornecedor dispor de local alternativo para quitação da obrigação, a cobrança pode ser caracterizada como abusiva porque a cobrança é parte integrante do negócio do fornecedor de produtos e serviços.

6- Cliente assaltado dentro da agência bancária tem direito ao ressarcimento. O banco é responsável por qualquer tipo de lesão física ou patrimonial que o cliente tenha sofrido dentro da agência. Portanto, tem o dever inquestionável de reparar esses danos, mesmo que a pessoa não seja cliente e não tenha nenhum vínculo direto com a agência.

7- Sendo correntista de um banco ou não, você é cliente e a instituição não pode fazer distinção quanto ao dia, horário e local de atendimento para recebimento de pagamentos.

8- De acordo com o Procon, o banco não pode forçar o cliente ou não cliente a efetuar pagamentos pelo sistema de auto-atendimento (este serviço não pode ser cobrado). Esta é uma prática abusiva, uma vez que o consumidor tem direito a usar o meio que melhor atenda às suas necessidades.

9- Se o consumidor verificar que alguma quantia foi sacada ou transferida de sua conta sem seu consentimento poderá responsabilizar o banco. O fornecedor é responsável pelos danos causados ao consumidor, seja na má prestação de serviço ou pela segurança no fornecimento de produtos e serviços.

10- Evite ao máximo, comprar os produtos bancários (seguros, titulos de capitalização, previdência, cartão e etc). Dimua o consumismo, aprenda a poupar dinheiro e invista estes recursos em poupança e fundos.

assalariado.

Artur Henrique, de boa intenções o inferno está cheio. Esta teoria que voce propõe para o capeta- lismo diga-se de passagem é a cara da social democracia internacional. O que voce propoe é o mesmo que dizer para a banca do capital financeiro, é do tipo: vamos explorar o povo e a sociedade, mas nem tanto. Ou voce pensa que a Banca "nacional" não tem rabo preso com a internacional capitalista? Estas querendo consertar o capitalismo com menos capitalismo, quanta ingenuidade a sua não?

Sim, voce esqueceu que o capital esta globalizadop/ internacionalizado, e que, o rabo dos lucros dos capitalistas já não pertence e nunca pertenceu a tal ou qual país. Pertence sim, aos donos dos meios de produção que usam as suas propriedades fabricas /bancos para nos explorar descaradamente. O capital não tem patria, tem sim lucros, mesmo que, para realiza-los tenham que quebrar a "sua" patria" e sua cria institucional classista, o Estado. Exemplos não faltam, não é verdade?

Saudações Socialistas.

Hildermes Medeiros

Mas que pedido mais besta! Banqueiro só tem compromisso com o dinheiro. Não tem essa de mãe, pai, filho. É uma atividade da maior importância para todos e cada um dos cidadões, para toda e qualquer empresa, que é conduzida como se seus operadores nada tivessem com os mortais, muitas das vezes com os problemas criados pelo próprio banco, na ganância por maiores lucros. Não existe limites para as taxas de juros (impõem as taxas que entendem devam cobrar, sempre escorchantes) e tarifas de seus serviços, pois cobram assaltando as contas a seu bel prazer a hora que decidirem, sem se preocuparem em justificarem-se. Chama-me a atenção uma questão quanto aos bancos: a dívida nunca tem remissão por mais que a lei determine, é algo como a tortura que nunca prescreve. Entendendo como tortura até se entende, não estaria errado. No mais, até crime de sangue prescreve. Associam-se, atuando através de uma entidades como o SERASA, que não precisa da Justiça para transitar uma sentença em julgado, decisão que vale para todo o sistema bancário, e o acusado que se vire, seja ou não culpado, para colocar as coisas nos seus devidos lugares. Antes, o constrangimento de ter o crédito cortado em todo o sistema. Mesmo sendo culpado, que tenha cometido alguma impropriedade em seus negócios, mas será por todos tratado como um possível golpista. Essas são as razões porque as atividades bancárias não poderiam ser exercidas por particulares, e sim apenas pelo Estado. O país, as empresas e as pessoas não deveriam ficar sujeitas aos humores desses capitalistas, que não têm outro vínculo que não seja com dinheiro. O mundo mostra, no que vem acontecendo, como é deletéria a atividade dos bancos. Fazem de tudo, principalmente especular, até com as mercadorias, cujos mercados de compra e venda passaram a dominar. Etc., etc, etc.

O_Brasileiro

10% ao mês! (cartão e cheque especial)
Nem os agiotas ilegais teriam tanta coragem!
Nem os mafiosos cobrariam 10% ao mês!
Ainda há quem pague sorrindo um carro em SESSENTA prestações a juros de até 2% ao mês!
E o brasileiro ainda se acha "esperto"…

    Marcio H Silva

    Parceiro, agiota cobra até mais que 10%,.

pperez

A CUT achar que os banqueiros (todas corporações mundiais) tem que doar grana para ajudar o desenvolvimento economico e social do País é como acreditar no boi tata e saci perere!
Quero ver alguem com tutano suficiente para intimidar esses agiotas globais!
Por muito menos o Paulo Berrnardo ta mudo,cego e surdo, hibernando na sua caverna!

Polengo

Os bancos privados são, na realidade, bancos privadas.

Renato

Mais um blablabla socialista

    Miguel

    o blablabla capitalista so tem criado problemas. e' hora de tentar outra orientacao de blablabla pra ver se encontramos solucoes.

Willian

Os padeiros também tem que ter compromisso com o Brasil.

    Miguel

    quem tem instrucao formal poderia ter mais compromisso tambem, e comentar coisas mais construtivas e razoaveis.

Oxaguian

Tem horas que o Beasil é uma terra das fábulas e que é composto de pessoas inocentes… Função socil dos bancos privados?! Isso nunca existiu em nenhum lugar do mundo em nenhuma época. Os bancos não tem e nunca terão compromisso com o Brasil. Esse compromisso tem que ser determinado a eles pelo Estado, pois esse sim tem responsabilidade com o seu povo e tem a obrigação de controlar e regular a atividade financeira no país. Os bancos, no mundo inteiro, só terão a responsabilidade que for imposta a eles.

Fernando

O maior problema é que o governo tem compromisso com os bancos privados.

ratusnatus

Só se acreditarem num projeto político que os garanta estabilidade e lucro contínuo.

Artigo meio inocente… no século 21 ainda temos que ler estas coisas. Deve ser o mantra do Jornal Nacional: brasileiro é um povo pacífico…violencia não leva a nada… e por aí vai. O resultado do mantra é este artigo.

Amigo autor, tem que ser na PORRADA. Não existe outro caminho. É porrada ou fica tudo como está!

    Eduardo Di Lascio

    O problema da solução pela porrada é que assim que a poeira baixa, nos deparamos com o surgimento de monstros ainda piores, mais corruptos e mais ditatoriais.

Julio Silveira

Engraçado, querer que uma pessoa juridica tenha compromissos. Já que ela é uma figura meramente ficcional, criada por um ambiente burocratico para dar legitimidade a alguns elementos, esses sim pessoas fisicas, a realizar seus interesses. Avaliando o contexto do tema, penso que da mesma forma com que é solicitado a esse elemento ficcional, os bancos, de pensarem o Brasil, antes o outro elemento ficcioanal o Brasil, que representa a todos nós, na pessoa de nossos dirigentes eleitos, ou designados por estes, deveriam de alguma forma sair dessa posição de submissão e determinar que os homens que estão por trás dos bancos sejam obrigados a pensar o Brasil. Desentocá-los de trás da moita da ficção seria um grande serviço ao povo brasileiro.

    Carlos Cruz

    Assim como o IR PF, basta TAXAR os lucros EXORBITANTES dos bancos, sejam privados ou estatais, de forma a pautar suas ações. Basta FISCALIZAR e MULTAR sua ações de desrespeito as leis. Os bancos brasileiros tem um parceiro incontestável, o BACEN, maior banco privado do pais. Um banco voltado para a banca, omisso e negligente quanto a proteção dos interesses nacionais e da sociedade brasileira. Se a SELIC já é enorme a 9, 10, 12% aa, o que se dia de uma taxa de juros de 15% am? Das extrosões que são os servições bancários? Do péssimo atendimento ( e desrespeito a lei dos 15 minutos), omissão dos orgãos fiscalizadores?…

Davi Lemos

Mas se são privados, como vão ter algum cmpromisso com o país? A única maneira de terem esse compromisso é se isso representasse uma fonte maior de lucro, para além do roubo que já praticam.

E já que não há possibilidade de conciliar nossos interesses e os deles…

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