Aragão, sobre derrota da Lava Jato no Canadá: Enfrentar os inimigos de direitos civilizatórios vale a pena

Tempo de leitura: 3 min

Prêmio Allard: Reprodução

Por que foi importante derrotar a Lava Jato no concurso do Prêmio Allard

por Eugênio José Guilherme de Aragão

Não nos iludamos. O Prêmio Allard da Universidade de British Columbia, no Canadá, é um instrumento ideológico da economia global, que busca colocar países emergentes sob o denominador das economias centrais.

O tal “Combate à Corrupção” é mais um cavalo de batalha do imperialismo mercantil.

Podem as economias centrais ver, no caso delas, a corrupção como comportamento desviante que enfraquece o standing das grandes corporações do capital em suas complexas sociedades.

Mas o que elas insistem em ignorar é que a corrupção, entre nós, é consequência de uma sociedade profundamente desigual e que seu enfrentamento longe do esforço de inclusão social e do reforço às regras do devido processo legal e do julgamento justo só aprofunda a desigualdade e acirra o autoritarismo, destruindo empregos e a democracia.

Ainda assim é importante jogar com as contradições do discurso ideológico.

Ao mostrar que a Operação Lava Jato representa a destruição de direitos civilizatórios, como a presunção de inocência, o respeito à verdade provada e a imparcialidade do julgador, tão proclamados como contribuição dos países centrais ao mundo, o recuo na jogação de confete a Deltan Dallagnol era inevitável.

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Tentaram salvar a face compartindo o prêmio entre os finalistas, mas a ganhadora foi uma jornalista do Azerbaijão.

Nos bastidores já se dava a vitória da Lava Jato como certa.

Havia um jogo duplo até por parceiros progressistas, com medo de perda de reputação e espaço, mas a atuação incisiva de poucos estudantes e juristas fez a diferença e mostrou como o destemor de enfrentar os inimigos do progresso, da soberania nacional e da democracia vale a pena.

Esclarecer os desvios do moralismo tupiniquim é fundamental para mostrar ao mundo que o chamado “Combate à corrupção” não pode ser uma guerra sem regras de engajamento e sem respeito às leis.

Vamos colocando os pingos nos ii.

Trechos da carta enviada pelas Advogadas e Advogados pela Democracia aos organizadores do prêmio (íntegra no pé):

É preciso que saibam que Princípios Constitucionais são violados diariamente pela Força Tarefa da Lava Jato. Princípios que nos são caros, como o Principio da presunção da inocência e o Princípio do exercício do Amplo Direito de Defesa, estampados nos artigos 5º, LIV e LV e 133, da Constituição Federal brasileira.

É preciso que saibam, ainda, que a Força Tarefa da Operação Lava Jato tem afrontado, diariamente, direitos fundamentais conquistados duramente pelos brasileiros, após o longo e cruel período ditatorial que durou 21 anos (1964-1985) e que só voltou a consolidar-se, de fato, com a promulgação de nossa Constituição Federal, em 1988.

A prática diária da Força Tarefa da Lava Jato é de afronta aos direitos fundamentais das cidadãs e dos cidadãos brasileiros, direitos esses conquistados, após o violento e longo processo de ditadura civil-militar sofrido pelo Brasil, fatos que vem destruindo a ordem jurídica e a paz social no País, com métodos próprios das ditaduras que assolaram a Humanidade.

Diante disto, e do nosso estado de perplexidade ao saber que os Srs. aceitaram, como uma das três indicadas ao Prêmio Allard, justamente a força tarefa da malfadada operação lava jato, é que tomamos a iniciativa de rogar-lhes que não o façam: excluam a referida candidata dentre as indicadas e corrijam, a tempo, esse terrível equívoco.

Precisamos dizer-lhes que, ainda que a Força Tarefa da Operação Lava jato não viesse a ser a vencedora do Prêmio Allard, somente o fato de constar entre as indicadas, maculará inexoravelmente a credibilidade dessa tão conceituada entidade, perante toda a Comunidade Internacional que preza pelos Direitos Humanos.

Senhores, observamos os requisitos levados em consideração para a indicação ao Prêmio Allard e temos o dever de alertá-los que a Força Tarefa da Operação Lava Jato jamais agiu com transparência e muito menos prestou contas sobre as volumosas quantias em dinheiro, que diz quer recuperado da ‘corrupção’.

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Eneide

FORA DE PAUTA: o Exército está dividido?

Altmann: não se iludam com o bolsonariano Pujol

https://www.conversaafiada.com.br/politica/altmann-nao-se-iludam-com-o-bolsonariano-pujol

A serpente do fascismo fardado ameaça sair dos quartéis

SOBRE A DECLARAÇÃO DO GENERAL PUJOL

Mais um general falou. Dessa vez o comandante militar do sul, o general Edson Leal Pujol:

“Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua se manifestar, mostrar, ordeiramente. Mas não é para incendiar o País, não é isso. São vocês, somos nós que temos de decidir qual o País que queremos.”

Alguns setores progressistas, novamente de forma iludida e desavisada, tomaram as palavras de Pujol como um contraponto ao general Mourão, que defendeu intervenção militar.

Não vamos cair nessa esparrela.

O general Pujol é um aliado de Bolsonaro, de quem foi colega na Academia Militar. Homem também da linha dura, ele trata de criar o clima necessário para que os planos de Mourão possam eventualmente ser efetivados: pressão de setores sociais, como em 1964, para que o Exército assuma o governo através de um golpe de Estado.

Tais opiniões devem ser duramente denunciadas, exigindo as devidas providências contra oficiais que atropelam a Constituição e se pronunciam sobre a vida política do país.

Há efetivamente o crescimento de uma corrente neofascista nas Forças Armadas, que deve ser isolada e enfrentada antes que a variável mais autoritária do golpismo ganhe protagonismo.

A impunidade do general Mourão foi a deixa para o general Pujol. Se essa onda não for detida pelas forças democráticas, a serpente do fascismo fardado sairá outra vez dos quartéis.

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Fauro

FORA DE PAUTA: A CARTA DE PALOCCI QUE NÃO FOI ESCRITA POR PALOCCI.

Uma carta que não representa Palocci, de Gustavo Conde
O Jornal de todos Brasis

SEX, 29/09/2017 – 09:07

Uma carta que não representa Palocci

de Gustavo Conde

A se ponderar.

Acabo de ler a carta de Palocci na íntegra.

Posso dizer com toda a segurança e com toda a técnica que a ciência linguística da interpretação de textos pôde me deixar em 12 anos de estudo e pesquisa: trata-se de uma das maiores fraudes que já testemunhei.

A carta não apenas NÃO é da autoria de Palocci: é pessimamente redigida (redigida às pressas), composta por compilações igualmente mal redigidas de senso comum plantado anos a fio em editoriais de jornal.
Palocci apenas assinou, provavelmente sem ler, sem questionar.

É um escândalo terrificante, digno das ditaduras mais totalitárias e sanguinárias.

Desmascarar esse texto fraudulento é das tarefas mais fáceis da análise de texto forense.

A voz que dali emana não é a de Palocci.

E não é porque ele continua sendo o “velho” Palocci ou coisa parecida.

É porque os indícios de autoria não são compatíveis com sua identidade textual pregressa, a qual todos tivemos acesso por meio de declarações e discursos proferidos no exercício do cargo de ministro e na condição de militante de um partido.

Aquilo não é redação de uma pessoa só, é um texto fragmentado, um mosaico de lugares-comuns costurado às pressas para atender e se antecipar ao descrédito e ao volume de contradições que pairam sobre suas delações, igualmente desovadas sob coação clara do juízo problemático dos próceres de Curitiba (já conhecidos da literatura jurídica mundial como juízes políticos).

A segunda coisa mais chocante, no entanto, é imaginar uma pessoa presa com acesso a computador – o texto foi digitado em word.

Da cadeia de Curitiba, nessa mesma condição, José Dirceu só escreveu manuscritos (e como escreveu).

A primeira coisa mais chocante, para finalizar, é realmente a fraude.

Esse tipo de dispositivo de coação é o grau máximo de violência que uma sociedade pode ter a infelicidade de experimentar.

Porque a violência simbólica e subjetiva é muito mais grave e profunda que a própria violência física.

É a morte do sentido.

Marcos pinho

Por uma questão de isonomia, considero que é preciso colocar em paralelo, da maneira como for possível as diversas premiações das instituições internacionais, se há suspeitas sobre o caráter de dominação da premiação em vista nesse artigo seria justo levar a sério as premiações internacionais, por exemplo do programa “fome zero”?

Luiz Carlos P. Oliveira

Não ganhou. A lava a jato só tem credibilidade entre golpistas, desde que julgue só o Lula. No futuro esses mentirosos sofrerão um julgamento JUSTO por seus atos.

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