Criar estruturas acessíveis para pessoas com deficiência é mais do que um desafio para a esfera pública. Adaptar calçadas, escadas, elevadores, ônibus, trens, Metrô e qualquer via de acesso é fundamental para garantir o direito de ir e vir das pessoas que, de alguma maneira, possuem dificuldades de locomoção causadas por traumas físicos. A arquiteta Thais Frota relata diariamente em seu blog as dificuldades que a população tem para se locomover nas ruas de São Paulo. Muitas vezes, quando se resolve um problema, cria-se outro, como você pode ver neste post. A Avenida Paulista foi reformada e ficou mais acessível, porém como a reforma não envolveu os entes privados, outras dificuldades surgiram depois do rebaixamento do piso. Visite o blog da Thais e siga seu trabalho no Twitter.
Mas e na web? É tudo assim largado também? Não. O Governo Federal por exemplo editou em 07/05/2007 a versão 2.0 do e-MAG, o Modelo de Acessibilidade do Governo Eletrônico, depois de dois anos de discussão e consultas públicas que começaram em 2005. O e-MAG respeita as normas de acessibilidade internacionais e recomenda aos entes públicos que desenhem páginas compatíveis com leitores de tela e textos que possam ser ampliados de acordo com a tela do usuário, dentre tantas recomendações que você pode ler baixando este documento. Com o leitor de tela, ao entrar em uma página, automaticamente o software começa a “ler” os textos para quem tem dificuldade de visão. Você já viu os sinais de “+” e “-” em alguns sites? Pois é, ao clicar nos símbolos o texto e imagens ampliam. Isto é acessibilidade web.
E você pode analisar a acessibilidade dos sites pela rede, para isto, basta usar o site Da Silva, o primeiro validador brasileiro. Vamos fazer um passo a passo no Da Silva avaliando o nível de acessibilidade do Brasil.gov.br, o portal de serviços públicos do governo federal lançado em 03/03/2010 e construído pelo Grupo TV1. A primeira imagem abaixo mostra como deve ser inserido o endereço para avalição. Não é necessario escrever o HTTP. Aperte o botão “Avaliação da Silva”.
Veja então na tela seguinte o relatório de erros. São 30 erros em prioridade 1 e 51 erros em prioridade 2, segundo os critérios do site. A prioridade 1 significa: “Pontos que os criadores de conteúdo Web devem satisfazer inteiramente. Se não o fizerem, um ou mais grupos de usuários ficarão impossibilitados de acessar as informações contidas no documento. A satisfação desse tipo de pontos é um requisito básico para que determinados grupos possam acessar documentos disponíveis na Web.”
O erro 1.11 aponta que o site deve “fornecer um equivalente textual a cada imagem”, ou seja, a descrição das imagens deve ser inserida em campos de complemento de posts geraalmente no campo “Resumo” das ferramentas de publicação. Ao passar o mouse sobre a imagem, o leitor de tela buscas estas informações e faz a leitura para o usuário. O resultado acima, que você pode ver na integra usando o Da Silva, mostra que muito precisa ser feto pela equipe de desenvolvedores para retirar estas pedras do caminho dos usuários. Nada que algumas boas horas de programação, de profissionais aplicados, não resolvam.
Mas e os sites dos principais partidos que disputam a Presidência da República? Como estão em questão em acessibilidade? Fiz a pesquisa usando os domínios do PT, PSDB e PV. Existe uma pegadinha no caso do PT e PSDB. Ao digitar seus domínios www.pt.org.br e www.psdb.org.br, ambos direcionam o o usuário para subdomínios como http://www.pt.org.br/portalpt/ e https://www2.psdb.org.br/home/index.php. Usem estes dois últimos para fazer a análise. No caso do PV, o partido respeita sua matriz principal de domínio www.pv.org.br. Abaixo, o relatório DaSilva dos três sites:
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No resultado geral, dentre erros e alertas, o PV é que o que tem o menor número de infrações, porém, é o mais “vazado”. Além da falha no equivalente textual, o site tem muitos frames, ou seja, é muito recortado em campos sem identificação por títulos de frames, além de ter aplicações de objetos tipo applets (ex: java, flash) que podem não funcionar em todos os navegadores.
Políticas públicas são fundamentais no mundo físico, mas é preciso cobrar intensamente dos administradores públicos coerência com o mundo web, afinal, o uso da rede se torna intenso a medida que as políticas de inclusão digital avançam e o poder de compra do público aumenta.
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Comentários
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voxetopinio
"Políticas públicas são fundamentais no mundo físico, mas é preciso cobrar intensamente dos administradores públicos coerência com o mundo web, afinal, o uso da rede se torna intenso a medida que as políticas de inclusão digital avançam e o poder de compra do público aumenta."
É por que para o "bom cidadão" que julga tudo como aquilo que o outro fornece, sem uma crítica na crítica, num esforço pessoal e incessante da cidadania, a inclusão digital se resume a deixar que todo mundo acesse computadores. Alardeiam vantagens da virtualidade (que existem é claro), mas não fazem NUNCA o contraponto. E quando o fazem é de maneira sensacionalista (PIG), subestimando a inteligência das pessoas e muito mais DO MESMO.
Jairo_Beraldo
Não é propaganda, Azenha, mas quem tem a operadora GVT na sua cidade, migre para ela…é uma empresa séria e responsável, na atenção ao cliente.
ratusnatus
Eu uso GVT e recomendo a todos. Não é perfeita mas muito melhor que a concorrência.
Beto Lima
Mudei de BrTelecom para GVT Há 3 anos. Exelente se comparado à concorrência.
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