Viveiros de Castro: O aparelho de TV como medida de “progresso”

Tempo de leitura: 13 min

‘O capitalismo sustentável é uma contradição em seus termos’, diz Eduardo Viveiros de Castro

Julia Magalhães, no Correio da Cidadania, 06.01.2014

Crítico feroz do neoliberalismo, de seus ícones e verdades, de suas políticas de “crescimento” que destroem a natureza, do consumo que empobrece as vidas, do Estado que as administra (não sem constrangimentos) e da esquerda (conservadora e antropocêntrica).

“A felicidade, diz, tem muitos outros caminhos”.

Enquanto esperamos que a Tinta Limón Ediciones termine a edição (mais ou menos alterada) do livro de entrevistas com Eduardo Viveiros de Castro, o sítio Lobo Suelto! convida à leitura da última – muito transcendental – conversa com o antropólogo brasileiro.

A entrevista é de Julia Magalhães, publicada por Lobo Suelto!, em 4-12-2013. A tradução é do Cepat e o Correio da Cidadania a publica em sua edição prospectiva de 2014.

Eis a entrevista.

Qual é a sua percepção acerca da participação política da sociedade brasileira?

Prefiro começar com uma “des-generalização”: vejo a sociedade brasileira profundamente dividida em relação à visão sobre o país e seu futuro.

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A ideia de que existe “um” Brasil – no sentido de que as ideias de “unidade” e “brasilidade” não são triviais – parece uma ilusão politicamente conveniente (para os setores dominantes), mas antropologicamente equivocada. Há, pelo menos, dois ou muito mais “Brasis”.

O conceito geopolítico de Estado-Nação unificado não é descritivo, mas normativo. Há rachaduras profundas na sociedade brasileira.

Há setores da população com uma vocação conservadora enorme, que não necessariamente compreendem uma classe específica, apesar de que as chamadas “classes médias”, ascendentes ou descendentes, estão bem representadas aqui.

Grande parte da chamada “sociedade brasileira” – temo que seja a maioria – se sentiria muito satisfeita com um regime autoritário, especialmente se conduzido midiaticamente por uma autoridade paternal de personalidade forte. Mas, esta é uma das coisas que a minoria liberal que existe no país – e, inclusive, é uma certa minoria “progressista” – prefere manter-se envolta em um silêncio constrangedor.

Repete-se o tempo todo, e para qualquer propósito, que o povo brasileiro é democrático, “cordial” e amante da liberdade e da fraternidade, o que é uma ilusão muito perigosa.

É assim que vejo a “participação política do povo brasileiro”: como a de um povo fragmentado, dividido, polarizado. Uma polarização que não necessariamente condiz com as divisões políticas (partidos oficiais etc.).

O Brasil segue como uma sociedade visceralmente escravocrata, obstinadamente racista e moralmente covarde. Enquanto não nos darmos conta deste inconsciente, não iremos “em frente”.

Em outras ocasiões, fui claro: insurreições esporádicas e uma certa indiferença pragmática em relação aos poderes constituídos é o que se evidencia entre os mais pobres – ou os mais alheios ao drama montado pelos setores de cima, na escala social – que inspiram modestas utopias e moderado otimismo por parte daqueles que a história situou na confortável posição de “pensar o Brasil”. Nós, em suma.

O que é necessário para mudar isto?

Falar, resistir, insistir, olhar além do imediato. E, obviamente, educar. Mas, não “educar o povo” (como se a elite fosse muito educada e devesse – ou pudesse – conduzir o povo até um nível intelectual superior), mas criar as condições para que as pessoas se eduquem e acabem educando a elite – e, quem sabe, inclusive, se livrem dela.

O panorama da educação do Brasil é, hoje, o de um deserto. Um deserto! E não vejo nenhuma iniciativa consistente para tentar cultivar neste deserto. Pelo contrário, tenho pesadelos de conspirações, em que sonho que os projetos de poder não se interessam realmente em modificar o panorama da educação do Brasil; domesticar a força de trabalho – se é isto que está se tentando (ou planejando) – não é, de nenhuma maneira, o mesmo que educar.

Isto é apenas um pesadelo, obviamente. Não é assim, não pode ser assim… Espero que não seja assim.

Mas o fato é que não se vê uma iniciativa para mudar a situação, considerando a espetacular abertura de dezenas de universidades sem a mínima infraestrutura física (para não falar de boas bibliotecas, um luxo quase impensável no Brasil), enquanto a escola secundária segue muito deficitária, com professores que ganham uma miséria, com as greves dos professores universitários reprimidas, como se fossem ladrões.

A “falta” de educação – que é uma forma de instrução muito particular e perversa, imposta de cima para baixo – é talvez o principal fator responsável pelo conservadorismo reacionário de grande parte da sociedade brasileira. Por fim, é urgente uma reforma radical da educação brasileira.

Em “A floresta e a escola”, Oswald de Andrade sonhava. Infelizmente, parece que já deixamos de ter uma e ainda não temos a outra. Pois, sem escola, já não cresce a floresta.

Por onde se começa a reforma da educação?

Começa-se de baixo, é claro, a partir da escola primária. A educação pública deveria ter uma política unificada, orientada a partir de uma – com perdão da expressão – “revolução cultural”.

Ela não será alcançada através da redistribuição da renda (ou melhor, com o aumento da quantidade de migalhas que caem da mesa dos ricos) apenas para comprar um televisor e para assistir ao BBB, e ver a mesma merda.

Não é assim que se redistribui a cultura, a educação, a ciência e a sabedoria. Deve-se oferecer ao povo as condições de fazer cultura ao invés de consumir aquela produzida “para” eles.

Está havendo uma melhora nos níveis de vida dos mais pobres, e talvez também nos da velha classe média.

Uma melhora que vai durar todo o tempo em que a China continuar comprando do Brasil ao invés de comprar da África. Mas, apesar da melhora no chamado “nível de vida”, não vejo nenhuma melhora real na qualidade de vida, na vida cultural ou espiritual, se me permite usar essa palavra arcaica.

Pelo contrário. Será que é necessário destruir as forças vivas, naturais e culturais das pessoas, do povo brasileiro de instrução, para construir uma sociedade economicamente mais justa? Duvido.

Neste cenário, atualmente, quais são os temas capazes de mobilizar a sociedade brasileira?

Vejo a “sociedade brasileira” magnetizada – ao menos em termos de sua auto-representação normativa, por parte dos meios de comunicação – por um patriotismo oco, uma espécie de besta orgulhosa, deslumbrada pela certeza de que, de uma vez por todas, o mundo se inclinou frente ao Brasil. Copa do Mundo, Jogos Olímpicos…

Não vejo mobilização acerca de temas urgentíssimos, como poderiam ser o da educação e da redefinição da nossa relação com a terra, quer dizer, com o que há debaixo do território. Natureza e cultura, enfim, que agora se encontram, não apenas mediadas, midiatizadas pelo mercado, mas mediocrizadas por ele. O Estado se uniu ao Mercado contra a natureza e a cultura.

E estas questões não mobilizam?

Existe certa preocupação da opinião pública por questões ambientais, um pouco mais do que em relação às questões da educação, o que não deixa de ser algo para se lamentar, pois as duas vão juntas.

Contudo, tudo me parece “too little, too late”: muito pouco e muito tarde. Está se demorando tempo demais para difundir a consciência ambiental.

Uma conscientização que o planeta requer, com absoluta urgência, de todos nós. E esta inércia se traduz na escassa pressão sobre os governos, corporações e empresas que apenas investem nesse conto chinês do “capitalismo verde”.

Em particular, evidencia-se muito pouca pressão sobre as grandes empresas, sempre distraídas e incompetentes quando se trata do problema da mudança climática.

Não se vê a sociedade realmente mobilizada, por exemplo, por Belo Monte, uma monstruosidade provada e comprovada, mas que conta com o apoio desinformado (é o que se deduz) de uma parte significativa da população do sul e do sudeste, para onde irá a maior parte da energia que não for vendida – a um preço extremamente barato – para multinacionais de alumínio fazerem latas de saquê – no baixo Amazonas – para o mercado asiático.

Necessitamos de um discurso político mais agressivo em relação às questões ambientais. É necessário, sobretudo, falar com as pessoas, chamar a atenção a respeito de que o saneamento básico é um problema ambiental, de que a dengue é um problema ambiental.

Não se pode separar a dengue do desmatamento e do saneamento. Temos que convencer os mais pobres de que melhorar as condições ambientais é assegurar as condições de existência das pessoas.

No entanto, a esquerda tradicional, como está sendo demonstrado, apresenta-se completamente inútil para articular um discurso sobre os temas ambientais.

Quando suas cabeças mais pensantes falam, parece haver a sensação de estar “indo para trás”, tratando desastradamente de capturar e de reduzir um tema novo ao já conhecido, um problema muito real que não está em seu DNA ideológico e filosófico.

Mesmo quando a esquerda não se alinha com o insustentável projeto “ecocida” do capitalismo, revela sua origem comum a este, com as névoas e obscuridades da metafísica antropocêntrica do cristianismo.

Enquanto continuarmos sustentando que melhorar a vida das pessoas é lhes dar mais dinheiro para comprar uma televisão, ao invés de melhorar o saneamento, abastecimento de água, saúde e educação primária, nada mudará.

Escuta-se o governo dizer que a solução é consumir mais, mas não se percebe a menor ênfase para abordar estes aspectos literalmente fundamentais da vida humana nas condições do presente século.

Isto não significa, obviamente, que os mais favorecidos pensem melhor e que possam ver além dos mais pobres.

Não há nada mais estúpido que estas Land Rovers que vemos em São Paulo ou no Rio de Janeiro, andando com adesivos do Greenpeace, de slogans ecológicos, coladas no para-brisa.

As pessoas vão às ruas nestes 4×4 e bebem um diesel venenoso… Gente que pensa que o contato com a natureza é fazer um Rally no Pantanal…

É uma questão difícil: falta educação básica, falta o compromisso dos meios de comunicação, falta agressividade política no tratamento da questão do meio ambiente.

E sempre que se pensa que existe um problema ambiental, algo que está longe de ser o caso dos governantes atuais, estes mostram, ao contrário, e, por exemplo, a preocupação em formar jovens que possam manobrar com segurança e, ao mesmo tempo, mantém firme sua aposta no transporte individual, em carros, em uma cidade como São Paulo, em que já não cabe nem uma agulha.

Um governo que não se cansa de se orgulhar pela quantidade de carros produzidos por ano. É absurdo utilizar os números da produção de veículos como um indicador de prosperidade econômica. Essa é uma proposta podre, uma visão estreita e uma proposta muito empobrecedora para o país.

Você está dizendo que os apelos ao consumo vêm do próprio governo, mas também há um apelo muito forte procedente do mercado. Como avalia isto?

O Brasil é um país capitalista periférico. O capitalismo industrial-financeiro é visto por quase todo o mundo como uma evidência palpável, o modo inevitável em que se vive no mundo atual.

Diferentemente de alguns companheiros de caminhada, eu entendo que o capitalismo sustentável é uma contradição em seus termos. E que nossa atual forma de vida econômica é realmente evitável.

Então, simplesmente, nossa forma de vida biológica (quer dizer, a espécie humana) não será mais necessária e a Terra irá favorecer outras alternativas.

As ideias de crescimento negativo, ou de objeção ao crescimento, ou a ética da suficiência são incompatíveis com a lógica do capital.

O capitalismo depende do crescimento contínuo. A ideia de manter certo nível de equilíbrio em relação ao intercâmbio de energia com a natureza não se ajusta na matriz econômica do capitalismo.

Este impasse, gostemos ou não, será “resolvido” pelas condições termodinâmicas do planeta em um período muito mais curto do que pensávamos.

As pessoas fingem não saber o que está se passando, preferem não pensar nisso, mas o fato é que temos que nos preparar para o pior. E o Brasil, pelo contrário, sempre se prepara para o melhor.

Este otimismo nacional frente a uma situação planetária é extremamente preocupante, assim como perigoso…

E a aposta de que vamos bem dentro do capitalismo é um tanto ingênua, se não desesperada…

O Brasil segue como um país periférico, uma plantação “high tech” que abastece com matérias-primas o capitalismo central.

Vivemos de exportar nossa terra e nossa água em forma de soja, açúcar, carne bovina, para os países industrializados: são estes quem têm a última palavra, os que controlam o mercado. Estamos bem neste momento, mas de modo nenhum em condições de controlar a economia mundial.

Se a coisa muda um pouco para um lado ou para o outro, o Brasil simplesmente pode perder esse lugar no qual se encontra hoje.

Para não mencionar, claro, o fato de que estamos vivendo uma crise econômica mundial que se tornou explosiva em 2008, que está longe de terminar e que ninguém sabe aonde irá parar.

O Brasil, neste momento de crise, é uma espécie de contracorrente do tsunami, mas quando a onda quebrar vai molhar muita gente. Deve-se falar sobre estas coisas.
E como você avalia a macropolítica em relação a esta realidade, as políticas macroeconômicas, com as realidades rurais do Brasil, os indígenas e ribeirinhos?

O projeto de Brasil, que tem a atual coalizão do governo sob o mando do Partido dos Trabalhadores (PT), considera os ribeirinhos, os indígenas, os campesinos, os quilombolas como pessoas com atraso, um atraso sociocultural, e que devem ser conduzida para outro estado.

Esta é uma concepção tragicamente equivocada.

O PT é visceralmente paulista, o projeto é uma paulistização” do Brasil. Transformar o interior do país em um país de fantasia: muita festa de peão de vaqueiro, caminhonetes 4×4, muita música country, botas, chapéus, rodeios, touros, eucaliptos, gaúchos. E do outro lado, cidades gigantescas e impossíveis como São Paulo.

O PT vê a Amazônia brasileira como um lugar para civilizar, para domar, para obter benefícios econômicos, para capitalizar.

Em uma lamentável continuidade entre a geopolítica da ditadura e a do governo atual, este é o velho “bandeirantismo” que hoje faz parte do projeto nacional.

Mudaram as condições políticas formais, mas a imagem do que é ou deveria ser a civilização brasileira, daquilo que é uma vida digna de ser vivida, do que é uma sociedade que está em sintonia consigo mesmo, é muito, muito similar.

Estamos vendo hoje uma ironia muito dialética: o governo, liderado por uma pessoa perseguida e torturada pela ditadura, realizando um projeto de sociedade que foi adotado e implementado por esta mesma ditadura: a destruição da Amazônia, a mecanização, a “transgenização” e a “agrotoxicação” da agricultura, migração induzida pelas cidades.

E por detrás de tudo isso, certa ideia de Brasil que se vê, no início do século XXI, como se devesse ser, ou como se fosse, o que os Estados Unidos eram no século XX.

A imagem que o Brasil tem de si mesmo é, em vários aspectos, aquela projetada pelos Estados Unidos nos filmes de Hollywoodnos anos 50: muitos carros, muitas autopistas, muitas geladeiras, muitas televisões, todo mundo feliz.

Quem pagou por tudo isso? Entre outros, nós. Quem irá nos pagar agora? A África, outra vez?Haiti? Bolívia? Para não falar da massa de infelicidade bruta gerada por esta forma de vida (e de quem se enriquece com isto).

Isto é o que vejo com tristeza: cinco séculos de maldade continuam aí.

Sarney é um capitão hereditário, como os que vieram de Portugal para saquear e devastar a terra dos índios. Nosso governo “de esquerda” governa com a permissão da oligarquia e necessita destes capangas para governar.

Podem ser feitas várias coisas, desde que a melhor parte fique com ela. Toda vez que o governo ensaia uma medida que a ameaça, o Congresso – que sabemos como é eleito – e a imprensa bombardeiam, o PMDB sabota…

Há uma série de becos para os quais eu não vejo saída ou que não têm saída no jogo da política tradicional, com suas regras. Vejo um caminho possível pelo lado do movimento social – que hoje está desmobilizado. Mas, se não for pelo lado do movimento social, seguiremos vivendo neste paraíso subjetivo de que um dia tudo vai ficar bem.

O Brasil é um país dominado politicamente pelos grandes proprietários de terra e grandes empreiteiros que jamais sofreram uma reforma agrária e ainda dizem que atualmente não é mais necessário fazê-la.

Acredita que as coisas começarão a mudar quando chegarmos a um limite?

É provável que a crise econômica mundial afete o Brasil em algum momento próximo. Contudo, o que vai ocorrer, com certeza, é que o mundo vai passar por uma transição ecológica, climática e demográfica muito intensa durante os próximos 50 anos, com epidemias, fome, secas, catástrofes, guerras, invasões.

Estamos vendo como as condições climáticas mudaram muito mais rápido do que pensávamos. E há grandes possibilidades de desastres, de perdas de colheitas, de crises alimentares.

Neste meio tempo, hoje em dia, o Brasil até se beneficia, mas um dia a fatura irá chegar. Climatologistas, geofísicos, biólogos e ecologistas são profundamente pessimistas sobre o ritmo, as causas e consequências da transformação das condições ambientais em que se desenvolve a vida atual da espécie. Por que deveríamos ser otimistas?

Acredito que se deve insistir que é possível ser feliz sem ficar hipnotizado por este frenesi de consumo que os meios de comunicação impõem.

Não sou contrário ao crescimento econômico no Brasil, não sou tão estúpido para pensar que tudo se resolveria mediante a distribuição do dinheiro de Eike Batista entre os agricultores do nordeste semiárido ou cortando os subsídios à classe político-mafiosa que governa o país. Não que não seja uma boa ideia.

Sou contrário, isto sim, ao crescimento da “economia” do mundo, e sou a favor de uma redistribuição das taxas de crescimento.

E também sou, obviamente, a favor de que todos possam comprar uma geladeira e, por que não, uma televisão. Sou a favor de uma maior utilização das tecnologias solar e eólica. E estaria encantado em deixar de dirigir o carro, se pudéssemos trocar este meio de transporte absurdo por soluções mais inteligentes.

E como vê os jovens neste contexto?

É muito difícil falar de uma geração à qual não se pertence. Nos anos 1960, tínhamos ideias confusas, mas ideais claros: pensávamos que poderíamos mudar o mundo e imaginávamos que tipo de mundo queríamos. Acredito que, em geral, os horizontes utópicos têm retrocedido enormemente.

Algum movimento recente no Brasil ou no mundo chamou a sua atenção?

No Brasil, a aceleração difusa do que poderíamos chamar de uma cultura “agro-sulista”, tanto da direita quanto da esquerda, pelo interior do país. Vejo isto como a consumação do projeto de branqueamento da nacionalidade, deste modo muito peculiar de a elite governante no poder acertar as contas com seu próprio passado (passado?) escravista.

Outra mudança importante é a consolidação de uma cultura popular vinculada ao movimento evangélico popular. O evangelismo da Igreja Universal do Reino de Deus associa, por certo, a religião ao consumo.

O como você vê o surgimento das redes sociais, nesse contexto?

Essa é uma das poucas coisas a respeito das quais sou muito otimista: o relativo e progressivo enfraquecimento do controle total dos meios de comunicação de cinco ou seis conglomerados midiáticos.

Esse enfraquecimento está muito vinculado à proliferação das redes sociais, que são grande novidade na sociedade brasileira e que estão contribuindo para que circule um tipo de informação que não tinha lugar na imprensa oficial.

E estão habilitando formas, antes impossíveis, de mobilização. Há movimentos inteiramente produzidos pelas redes sociais, como a marcha contra a homofobia, o churrasco da “gente diferenciada”, os diversos movimentos contra Belo Monte, a mobilização pelas florestas.

As redes são nossa saída de emergência frente à aliança mortal entre o governo e os meios de comunicação. São um fator de desestabilização – no melhor sentido da palavra – do poder dominante.

Se puder ocorrer alguma mudança importante na cena política, acredito que será através da mobilização pelas redes sociais.

E por isso se intensificam as tentativas de controlar estas redes, em todo o mundo, por parte do poder constituído. Contudo, controlar o acesso é um instrumento vergonhoso, como o caso do “projeto” da banda larga brasileira, que parte do reconhecimento de que o serviço será de baixa qualidade.

Uma decisão tecnológica e política antidemocrática e antipopular, equivalente ao que se faz com a educação: impedir que a população tenha acesso pleno à circulação das produções culturais.

Parece, às vezes, que haveria uma conspiração para evitar que os brasileiros tenham uma boa educação e um acesso à Internet de qualidade. Essas duas coisas andam de mãos dadas e têm o mesmo efeito, que é o aumento da inteligência social que, diga-se de passagem, é necessário vigiar com muito cuidado.

Você imagina um novo modelo político?

Um amigo que trabalhava no Ministério do Meio Ambiente, na época de Marina Silva, criticava-me dizendo que meu discurso, feito à distância do Estado, era romântico e absurdo, que tínhamos de tomar o poder.

Eu respondia que, se tomássemos o poder, tínhamos, sobretudo, de saber como mantê-lo depois, pois aí que a coisa se complica.

Não tenho um desenho, um projeto político para o Brasil, eu não pretendo saber o melhor para o povo brasileiro em geral, e em seu conjunto. Só posso expressar minhas preocupações e indignações, apenas aí me sinto seguro.

Penso, de qualquer forma, que se deve insistir na ideia de que o Brasil tem – ou a esta altura tinha – as condições geográficas, ecológicas, culturais para desenvolver um novo estilo de civilização, que não seja uma cópia empobrecida do modelo da América do Norte e da Europa.

Poderíamos começar a experimentar, timidamente, algum tipo de alternativa aos paradigmas tecno-econômicos desenvolvidos na Europa moderna.

Todavia, imagino que se algum país do mundo irá fazer isso, esse país é a China. É certo que os chineses têm 5.000 anos de história cultural praticamente contínua e o que nós temos para oferecer são apenas 500 anos de dominação europeia e uma triste história de etnocídio, deliberado ou não.

Ainda assim, é imperdoável a falta de inventividade da sociedade brasileira – ao menos de sua elite política e intelectual – que já perdeu várias ocasiões de gerar soluções socioculturais – tal como o povo brasileiro historicamente ofereceu – e articular, assim, uma civilização brasileira minimamente diferente da que propõem os comerciais de televisão.

Precisamos mudar completa e, primeiramente, a relação secularmente depredadora da sociedade nacional com a natureza, com a base físico-biológica de sua própria nacionalidade. Já é hora de começar uma nova relação com o consumo, menos ansioso e mais realista frente à situação de crise atual. A felicidade tem muitos outros caminhos.

Fonte: (EcoDebate, 17/12/2013); publicado pela IHU On-line. IHU On-line é publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em São Leopoldo, RS.

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Comentários

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    FrancoAtirador

    1. Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço.

    2. Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel;

    3. Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não).

    4. Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não).
    .
    .

Eduardo Guimarães

Deixa faltar energia elétrica em suas casas pra ver como esses intelectualóides mudam rapidinho de opinião sobre Belo Monte. Defino esses ecochatos como um “Belo Monte de Inúteis”

Fabio Passos

Entusiasmante.
Muito bom mesmo.

“Falar, resistir, insistir, olhar além do imediato. E, obviamente, educar. Mas, não “educar o povo” (como se a elite fosse muito educada e devesse – ou pudesse – conduzir o povo até um nível intelectual superior), mas criar as condições para que as pessoas se eduquem e acabem educando a elite – e, quem sabe, inclusive, se livrem dela.”

Oneaty

luís das 19:32,

Qualquer que seja a subdivisão da escala que nos orienta, “pouco” será sempre pouco.
Querer mais do que pouco, afinal, talvez nem seja tanto.
A menos que o pouco seja “muito”, quando então o mais-ou-menos passa a ser utopia.

Oneaty

O meu comentário original ainda continua na caixa de spam.
Favor verificar.
Grato

    Conceição Lemes

    ONeaty,não caiu, não. Vc poderia reenviá-lo, por favor? abs

    Oneaty

    Valeu, Conceição, já tinha sido aprovado. Acho que comi mosca.

Oneaty

Acredito que o meu comentário anterior também deva ter caído na caixa de spam.
Favor verificar.
Grato

luis

Uma análise onde a agressividade se infiltra por todas as linhas travestida de senso critico”esclarecido” e, na certa,de um entendiado com todos os aparelhos de TV e gadgets que tem em casa.Em nome da mudança radical da direção do desenvolvimento mundial do capitalismo e de um planeta limpo, ele desvaloriza o pouco que se conseguiu mudar no Brasil nos últimos 12 anos, que é, claramente, seu alvo político.Mesmo sendo demasiado radical para O Globo, neste momento em que importa é fazer política “contra tudo que está aí”, não é de se admirar se for convidado para escrever colunas no jornal.

Oneaty

Em 7 de setembro de 1822, a burguesia brasileira estabeleceu, unilateralmente, um novo arranjo político-administrativo na forma de se relacionar com os demais povos: não mais obedeceria à burocracia administrativa de Lisboa.

E apenas isso.

Internamente, nada mudou.

O povo colonizado continuou a ser colonizado, não mais por estrangeiros, mas pela própria burguesia conterrânea, arrogante – com o poder recém-adquirido – e estúpida – por acatar e contentar-se com as condições limitadas de que dispunha.

É preciso ler mais Fanon (http://matutacoes.files.wordpress.com/2013/07/fanon-frantz-os-condenados-da-terra.pdf)

FrancoAtirador

Conceição/Azenha. Não entrou o comentário 591904, postado agora.

    Conceição Lemes

    Estava na caixa de spam. abs

FrancoAtirador

.
.
Por uma nova concepção de desenvolvimento

Desenvolvimento não é sinônimo de crescimento econômico,
como afirma a teoria difundida pela grande mídia.
Tampouco é igual a “produtivismo-consumismo”.
Desenvolvimento é desdobrar as potencialidades
existentes nas pessoas e na sociedade
para que todos tenham vida e possam viver bem

Por Ivo Lesbaupin, no Le Monde Diplomatique Brasil

A maior crise econômica mundial desde 1929 eclodiu publicamente em 2008. Ela foi produzida pelas políticas neoliberais e pela globalização econômica implementadas nos últimos 30 anos.
Em poucos dias, os dogmas neoliberais foram derrubados e as consequências da economia de mercado desregulada ficaram mais evidentes:
desemprego, exclusão, aumento da desigualdade social, violência.
Tudo isso aliado a uma enorme destruição ambiental.
Mesmo desnudado, porém, o capital financeiro não desistiu do seu caminho.

A saída da crise mundial não pode ser a retomada do crescimento econômico anterior, apoiado na lógica “produtivista-consumista”:
a saída é romper com o modelo econômico baseado na exploração e no lucro e o estabelecimento de um modelo de sociedade baseado em uma economia solidária e ecológica, na relação respeitosa com a natureza e na busca do bem viver (1), produzindo aquilo que é necessário e evitando o esgotamento dos recursos naturais.

Nós temos um país com riquezas naturais invejáveis, dotado de uma enorme biodiversidade, com terra agricultável em quantidade, com uma imensidão de mão de obra apta a trabalhar – o principal recurso para o desenvolvimento – e com um parque produtivo que foi atingido, mas não destruído pelas políticas neoliberais.
Somos banhados pelo sol o ano inteiro, temos 13,8% da água doce do mundo e temos ventos: ou seja, poderíamos ter toda a nossa energia “limpa”, solar, eólica, hídrica (2).

É mais que nunca o momento de pensar um modelo de desenvolvimento centrado nas necessidades humanas, que garanta a reprodução da natureza, evite o desperdício e não esgote os bens de que precisamos para viver.
Um desenvolvimento que esteja voltado para a vida, e não para a maximização do consumo.

Nosso objetivo é a vida, e não a produção: a produção é um meio, não um fim. O que importa é melhorar as condições de vida, o viver bem, juntos, e trabalhar para obter o que é necessário para atingir esse objetivo.
É preciso responder às necessidades sociais: alimentação, habitação, vestuário, trabalho, saúde, educação, transporte, cultura, lazer, segurança.
Temos necessidade também de conhecer, aprender, ler, estudar.
Temos necessidade de música, de dança, de esporte, de atividades físicas e espirituais (3).

Precisamos pensar outra concepção de desenvolvimento, centrado na satisfação dessas necessidades.
Desenvolvimento não é sinônimo de crescimento econômico, como afirma a teoria econômica dominante, difundida pela grande mídia.
Desenvolvimento não é sinônimo de “produtivismo-consumismo”. Desenvolvimento é desdobrar as potencialidades existentes nas pessoas e na sociedade para que tenham vida e possam viver bem (4).

Isto implica em garantir proteção social para que elas sintam-se seguras face às dificuldades imprevistas que podem atingir qualquer ser humano.

O que é necessário para conseguir esses bens?
Como obter aquilo de que precisamos sem destruir as condições que nos permitem viver no planeta, sem acabar com a água, os peixes, os animais, a terra cultivável, as florestas, a diversidade cultural, social e biológica?
Como organizar a sociedade de modo que haja trabalho para todos?

Há uma forte tomada de consciência, nos últimos anos, do processo acelerado de desequilíbrio das condições climáticas, do aquecimento global, da destruição de inúmeras espécies, da redução de nossas florestas e dos riscos que essas mudanças trazem para a humanidade.
Fenômenos naturais extremos têm atingido inúmeros países, inclusive o Brasil, causando destruição e morte.

Por outro lado, embora cresça essa consciência, há uma intensa campanha para desacreditar os dados relativos às mudanças climáticas.
Os que financiam essa campanha são aqueles que querem manter suas atividades lucrativas – entre outras, empresas petrolíferas e carboníferas – mesmo em detrimento da humanidade (5).

Aqui está o cerne da questão.
Não basta fazer coleta seletiva de lixo, evitar o desperdício de água, substituir os carros a gasolina por carros elétricos.

Na verdade, o que é preciso mudar, para interromper a destruição do planeta, é o tipo de desenvolvimento.

Desde o século passado, a economia é centrada na produção crescente e no consumo de bens.

O objetivo prioritário da economia dominante é o crescimento econômico: o critério universal de avaliação de um país é o PIB (Produto Interno Bruto) – quanto mais produzir, quanto mais vender, melhor é o país, melhor está sua economia (6).

Nessa toada, vão embora os recursos naturais – a água, a terra fértil, o ar saudável, as árvores, os minérios etc.

Os especialistas dizem que precisamos de mais de uma Terra para garantir o nível de consumo atual – sendo 80% desse consumo concentrado nos países desenvolvidos, que têm apenas 20% da população total.
É fundamental mudar isso.
Mais que fundamental, é urgente, inadiável:
se mantivermos o sistema atual, a humanidade desaparecerá (7).
No dizer de Leonardo Boff, “a Terra pode sobreviver sem nós, mas nós não podemos viver sem a Terra”.
(…)
A Via Campesina, organização mundial que reúne um conjunto de movimentos de trabalhadores rurais, propõe um modelo de agricultura radicalmente diferente deste dominante: se opõe à dominação das multinacionais, ao agronegócio, aos transgênicos e à dependência dos agrotóxicos.
Eles exigem a reforma agrária para que todos os trabalhadores tenham terra e condições para plantar.
E propõem um modelo apoiado na agroecologia, nos alimentos orgânicos, na produção diversificada e na agricultura familiar (12).

Crescimento brasileiro

Precisamos reconceituar o desenvolvimento.
Não basta acabar com o neoliberalismo e substituí-lo pelo keynesianismo.
O capitalismo neoliberal é mais destrutivo que o keynesiano, sem dúvida.
O capitalismo keynesiano visa o pleno emprego – um objetivo que compartilhamos – e permite constituir um Estado de bem-estar social.
Mas, para isso, supõe uma produção e um consumo cada vez maiores, de massa.

Hoje, no entanto, esta saída não é mais possível.
Para superar a crise de 2008, o governo brasileiro incentivou o consumo, reduzindo ou eliminando impostos e aumentando o crédito, para que as pessoas comprassem mais carros, geladeiras, máquinas de lavar.

Essas medidas “dinamizaram” a economia: houve crescimento, o Brasil superou a crise mais rapidamente que outros países.
Mas que economia?
A serviço de quem?
E qual o preço a pagar em termos de destruição das condições que garantem a vida?
É isso que precisa ser mudado.

Queremos um desenvolvimento que nos dê vida, e não produtos.

Temos de produzir aquilo que precisamos, não aquilo que as empresas querem que consumamos para atender à sua ganância por lucro.
Não precisamos de um celular novo por ano, de uma televisão a cada Copa do Mundo, de mais ruas, avenidas e viadutos para garantir a venda de mais carros.
Não precisamos de máquinas de lavar, que quebram depois de um ano, ou computadores, que ficam obsoletos depois de alguns meses.
Tudo aquilo que precisamos pode ser feito de modo a ter longa duração, a poder ser aperfeiçoado sem ser trocado, a ser consertado em vez de eliminado.

Precisamos de reengenharia, sim, mas para que nossas indústrias dediquem-se a utilizar o que já existe para produzir coisas novas e úteis.

Não precisamos de propaganda para nos convencer a comprar um novo produto, muitas vezes supérfluo.
Aquilo de que precisamos não supõe propaganda:
basta a informação sobre sua finalidade e as substâncias que contém.
[Daí a importância do Marco Regulatório dos Meios de Comunicação de Massa].
Com isso, saberemos decidir por nós mesmos qual dos produtos nos convém.

Sim, é verdade: “outro mundo é possível” – e ele será melhor que o atual.

*Ivo Lesbaupin é sociólogo, membro do Iser Assesso

Notas

(1) “A expressão Viver Bem, própria dos povos indígenas da Bolívia, significa em primeiro lugar ‘viver bem entre nós’. Trata-se de uma convivência comunitária intercultural e sem assimetrias de poder (…). É um modo de viver sendo e sentindo-se parte da comunidade, com sua proteção e em harmonia com a natureza (…), diferenciando-se do ‘viver melhor’ ocidental, que é individualista e que se faz geralmente a expensas dos outros e, além disso, em contraponto à natureza”.
Isabel Rauber, apud (http://isabelrauber.blogspot.com). Acesso em 22/08/2010.
(2) Mas não com megaprojetos de usinas hidrelétricas, destruidores das populações e do meio ambiente. Se fosse feita a repotencialização das usinas existentes e se implementassem a produção de energia eólica e solar, teríamos energia suficiente para tudo aquilo de que o país necessita.
(3) Cf. Michael Lowy, “Ecosocialism, democracy and planification”, 2007 (apud http://www.europe-solidaire.org); Ecologia e socialismo (São Paulo, Cortez, 2005); Marcos Arruda, Tornar real o possível, Petrópolis, Vozes, 2006.
(4) Cf. Marcos Arruda, op.cit., 2006.
(5) Cf. Paul Krugman. “Quem assa o planeta?”. New York Times. 25/07/2010.
(6) Cf. Carlos Lopes, Ignacy Sachs e Ladislau Dowbor, “Crises e oportunidades em tempos de mudança”, 2010, 15 págs. Disponível em (www.dowbor.org).
(7) Cf. Jared Diamond, Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso. Rio de Janeiro, Record, 2009.
(8) Blumenau, Ed. da FURB.
(9) Idem, p. 268
(10) Earth Policy Institute, W. W. Norton & Company.
(11) Em 2009, ele publicou o livro Plan B 4.0 – Mobilizing to Save Civilization. Disponível em (www.earth-policy.org).
(12) “Plataforma da Via Campesina para a agricultura”. Disponível em (www.mst.org.br). Acesso em 26/05/2010.

(http://www.diplomatique.org.br/print.php?tipo=ar&id=818)

    francisco pereira neto

    Exportar é o que importa. Lembra dessa frase? Foram os gorilas que criaram, a exemplo de outra pérola: Brasil ame-o ou deixe-o. Lindo né?
    Eles estão beiçudos porque não conseguiram vender os Rafales para o Brasil.
    O povos Maias, Incas, Egípcios todos super desenvolvidos na suas épocas foram dizimados por aqueles que queriam o poder.
    Voltemos ao meu “delírio”.
    Que venham povos alienígenas e substituam os da terra.
    Quem sabe a coisa melhore.

    FrancoAtirador

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    Meu caro francisco neto,

    Nem tanto ao ‘Marte’,

    Nem tanto à Terra…
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    Ana

    Obrigada, Franco Atirador.
    Uma ótima colaboração dada com o texto do Diplomatique às já maravilhosas palavras de Viveiros de Castro.
    Muito inspirador. Falta ler e principalmente debater mais esse tema ligado ao desenvolvimento que “desdobra as potencialidades existentes nas pessoas e na sociedade para que todos tenham vida e possam viver bem”.

francisco pereira neto

Eu fico imaginando se o povo escandinavo (a citação desse povo é proposital, ao invés das potências mundiais, tanto em território quanto econômica) continuassem vivendo como os seus ancestrais Vikings.
O que o autor propõe é exatamente isso. Só que hoje a população mundial são mais de 6 bilhões de bocas. China e Índia juntas representam praticamente a metade dessas bocas famintas.
Se os países escandinavos são o que são hoje, tanto na cultura, na economia, no modelo político e bem estar social, não foram graças somente ao desejo da sua gente, isolados do resto do mundo, mas sim dentro de um contexto mundial que os fizeram usufruir das tecnologias desenvolvidas pelas grandes potencias mundiais.
Num ponto concordo com ele. Mas digo que é a mesma coisa que chover no molhado, pois qualquer um minimamente lúcido concorda que existe consumismo desenfreado.
Os povos da região amazônica, os ribeirinhos, não podem ter o mesmo desenvolvimento que o sul e sudeste tem, imaginando que lá vá construir grandes metrópoles,diz ele. Mas existe lá Manaus incrustada no meio da selva amazônica, inclusive com um polo tecnológico: a Zona Franca de Manaus. Como se resolve essa equação?
Quanto as redes sociais ele diz: “Essa é uma das poucas coisas a respeito das quais sou muito otimista”. Durma-se com um barulho desse!
Para se chegar a internet e o Brasil usufruir dela, foi necessário um processo continuo de somatórios de conhecimentos e desenvolvimento de tecnologias ao longo do tempo. Ou ele preferiria se comunicar a la Tarzan com os seus uivos na floresta chamando os macacos e os elefantes?
Até Cuba com seus quase cinquenta e cinco anos de tomada do poder, apesar do pesado embargo econômico tem internet!
Não quero ser deselegante a ponto de dizer que ele não sabe como funciona o mundo. Mas essa frase dele me deixa preocupado: “Sou contrário, isto sim, ao crescimento da “economia” do mundo, e sou a favor de uma redistribuição das taxas de crescimento”. Como se não soubesse que quem manda no mundo são as grandes corporações que se “confundem” com os seus países de origem. Que ditam as regras das políticas econômicas no mundo.
E ao dizer: (…)um patriotismo oco, uma espécie de besta orgulhosa, deslumbrada pela certeza de que, de uma vez por todas, o mundo se inclinou frente ao Brasil. Copa do Mundo, Jogos Olímpicos… Com todo esse “otimismo” ele quer que o país seja o protagonista das transformações mundial de um processo civilizatório desde os povos egípcios, império Persa, Romano, das Cruzada, Santa Inquisição, Revolução francesa, Revolução Industrial, primeira e segunda guerras mundiais, crise de 1929..
E ele quer que o Brasil seja o condutor dessas transformações? Até eu gostaria.
Mas já que estamos falando do impossível, eu fico constantemente com devaneios imaginando ser portador de uma inteligência alienista que visita a minha casa e me conceda o poder de fazer todas as transformações que o mundo precisa. Parece brincadeira, mas o que falei é sério. Mas sei também que isso representa uma revolta interna contra tudo que ocorre no Brasil e no mundo. É uma forma de compensação. E portanto não pode ser levado como um pensamento racional.
Vamos voltar a realidade e colocar os pés no chão, não da Lua, mas sim do Planeta Terra.

    claudio rodrigues

    Excelente. Exatamente o que penso. E mais. Não há retorno. Somos parte do Universo. Somos matéria do Universo. O Universo se autodestrói para depois se autorreconstruir……Somos guiados por forças que vão além de nossa singela compreensão teórico-sociológica.

FrancoAtirador

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“…durante os próximos 50 anos,
com epidemias, fome, secas,
catástrofes, guerras, invasões…”

Nenhuma novidade.

Há mais de 10 mil anos a Humanidade sofre com esses males.

Por outro lado, é certo afirmar que a Natureza sempre cobra

pelas agressões causadas pela ganância desenfreada por lucro.
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    FrancoAtirador

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    Por falar em ganância por lucro,

    vamos tratar de educação no Brasil?
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    06/01/2014
    Relatório Reservado

    Depois da fusão entre Kroton e Anhanguera e da entrada de Chaim Zaher no capital da Estácio, há mais uma grande operação em gestação na área de ensino.

    A Abril Educação e a norte-americana Laureate negociam uma associação.

    Se confirmado, o acordo dará origem ao terceiro maior grupo do setor no país, com faturamento superior a R$ 2 bilhões e cerca de 500 mil alunos matriculados.

    A nova empresa reuniria quase trinta estabelecimentos de ensino, entre escolas fundamentais, redes de idioma e faculdades controladas pelos dois investidores.

    No entanto, tão ou mais importante do que a fusão em si é o ato seguinte no roteiro discutido pelos Civita e pelos norte-americanos.

    Unidas sob uma mesma placa, Abril e Laureate partiriam para uma aquisição de peso, capaz de virar e revirar ainda mais o tabuleiro do setor.

    Neste caso, o grande objeto de cobiça da dupla é a Unip [Universidade Paulista], rede controlada pelo empresário João Carlos Di Gênio (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Carlos_Di_Genio).

    Reconhecidamente um dos maiores empreendedores do setor, Di Gênio é um osso duríssimo de roer.
    Nos últimos anos, habituou-se a rechaçar os pretendentes à compra da Unip.
    Que o diga o fundo norte-americano Apollo, que voltou para a casa com um cheque de US$ 1 bilhão desprezado pelo empresário.
    Mas, para a Abril e a Laureate, o tamanho do prêmio compensaria o enorme desafio.
    A aquisição da rede de Di Gênio valeria para a liderança do mercado de educação.
    Com receita acima de R$ 3,5 bilhões e um contingente de quase 800 mil estudantes matriculados, a dupla deixaria para trás a Estácio (http://www.une.org.br/2013/09/a-gula-do-mercado-pela-educacao-nao-tem-fim-estacio-compra-uniseb/)
    e o conglomerado Kroton/Anhanguera (http://www.dgabc.com.br/Noticia/99309/fusao-anhanguera-e-kroton-cria-gigante-da-educacao).

    (http://www.blogrelatorioreservado.ig.com.br/?p=4158)
    (http://www.blogrelatorioreservado.ig.com.br/?p=4161)
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    Jornal Hoje

    Abril Educação e o grupo Laureate devem se associar

    – O mercado educacional privado brasileiro, que já se classifica entre os que mais crescem no mundo, continua atraindo a atenção de megainvestidores nacionais e até internacionais.

    – O efeito dessas incursões de organizações estrangeiras no setor do ensino em nosso país já pode ser sentido inclusive aqui no Rio Grande do Norte, onde há pouco tempo ocorreu a venda do controle da UnP (Universidade Potiguar) pelo empresário Paulo Vasconcelos de Paula ao grupo norte-americano Laureate, proprietário de uma rede de universidades espalhada por quase uma dezena de países em vários continentes
    (http://www1.seae.fazenda.gov.br/littera/pdf/08012003968201041.pdf).

    – Agora, está em avançado estado de gestação no Brasil mais uma nova operação comercial envolvendo instituições gigantescas da área da educação privada que voltará a ter repercussão em Natal: a associação entre a Universidade Laureate e o grupo Abril Educação (vinculado à Editora Abril (Grupo Civita), maior editora de revistas da América Latina), com sede em São Paulo.

    – Se o negócio vier a se concretizar, como tudo indica, se dará origem a uma nova empresa educacional no país com faturamento anual superior a R$ 2 bilhões e cerca de 500 mil alunos matriculados.

    – Este deverá ser o terceiro maior grupo empresarial voltado para a educação no Brasil, reunindo quase três dezenas de estabelecimentos de ensino (entre escolas de nível fundamental e médio, redes de escolas de idiomas, faculdades e centros universitários).

    – No entanto, tão ou mais importante [SIC] do que a fusão da Abril Educação e da Laureate deverá ser o ato seguinte, que já teria sido planejado pelos dois grupos: a aquisição da Unip (Universidade Paulista), hoje controlada pelo empresário João Carlos Di Gênio, reconhecido como um dos maiores empreendedores do setor educacional do país, operação que poderá ultrapassar o valor de US 1,5 bilhão.

    – Os controladores da Laureate e da Abril Educação têm em comum a disposição de elevar sua escalada de investimentos na área da educação.
    A Abril tem feito uma sequência de compras ou celebrado parcerias com redes de escolas particulares pelo Brasil inteiro, incluindo o ensino de idiomas.
    Já a Laureate encampou, nos últimos dez anos, quase uma dezena de faculdades e centros universitários em diversos Estados do país, sendo uma de suas últimas aquisições a universidade paulista FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), negócio da ordem de R$ 1 bilhão.

    (http://jornaldehoje.com.br/abril-educacao-e-o-grupo-laureate-controlador-da-unp-devem-se-associar)
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    CM News, via DCI – São Paulo/SP

    A Abril Educação atualmente é uma das maiores companhias de educação com foco na educação básica e pré-universitária no Brasil e conta com os sistemas de ensino Anglo, SER, Maxi pH e GEO.

    Já a Laureate, que já era dona da rede de universidades Anhembi Morumbi, adquiriu, em agosto do ano passado, o grupo FMU por R$ 1 bilhão, em um negócio que foi costurado por quase um ano.

    E as fusões têm sido uma tendência no mercado de educação brasileiro.

    Recentemente, a Anhanguera e a Kroton, as duas maiores companhias de ensino de capital aberto do País, anunciaram um acordo de fusão.

    Se aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a fusão faz nascer uma empresa com valor de mercado de R$ 12 bilhões.

    Outra aquisição recente vem da Estácio Participações (ESTC3).

    A Família Zaher, do empresário Chaim Zaher, um dos grandes empresários do ramo de educação do País, agora detém quase 10% do capital da instituição.
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    FrancoAtirador

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    E por falar em Abril Educação
    e Ganância por Lucro…

    16/9/2013
    Exame.Abril

    Abril Educação vende 30 milhões de livros para PNLD
    [Programa Nacional do Livro Didático do MEC]

    Livros serão comprados com dinheiro do FNDE –
    Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

    São Paulo – A Abril Educação anunciou a venda de 30 milhões de livros para a edição de 2014 do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático).

    A compra será financiada com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

    A encomenda feita às editoras Ática e Scipione prevê a entrega de 12,4 milhões de livros para turmas de Ensino Fundamental II e outros 17,6 milhões para alunos de Ensino Fundamental I e Ensino Médio.

    O preço a ser pago pelas obras será definido até o fim de setembro.
    Para a corretora BTG Pactual, o pedido para o PNLD 2014 ficou abaixo das expectativas.

    “Nós vemos o anúncio como negativo”, afirmaram os analistas JC Santos e Pedro Montenegro em relatório da corretora.
    O documento destaca que o número de livros encomendados representa uma queda de 33% em relação aos pedidos feitos em 2011.

    De acordo com o relatório, considerando-se que sejam pagos R$6,30 por livro, o negócio renderia cerca de 190 milhões de reais – valor 24% menor do que os 250 milhões estimados pela corretora anteriormente.

    (http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/abril-educacao-vende-30-milhoes-de-livros-para-pndl-2014)
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    Inda acham pouco…
    E querem mais…
    E têm mais…

    08/01/2014
    Conversa Afiada

    GOVERNO FEDERAL BANCA A ABRIL SEM LICITAÇÃO

    A generosidade do Governo Federal
    com a editora que publica o detrito de maré baixa.

    EXTRATO DE CONTRATO N 296/2013 – UASG 153173
    n Processo: 23034007062201383.
    INEXIGIBILIDADE n 206/2013.
    Contratante: FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO-DA EDUCACAO.
    CNPJ Contratado: 54956206000119.
    Contratado : FUNDACAO VICTOR CIVITA
    Objeto: Aquisição da revista Nova Escola para atendimento ao Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE Periódicos 2014.
    Fundamento Legal: Inciso I do artigo 25 da Lei 8.666/93.
    Vigência: 30/12/2013 a 28/03/2015.
    Valor Total: R$2.529.630,60.
    Data de Assinatura: 30/12/2013.
    (SICON – 30/12/2013) 153173-15253-2013NE800593

    (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2014/01/08/governo-banca-a-abril-sem-licitacao)
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    E muito mais…






    FrancoAtirador

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    A EDUCAÇÃO VIROU ESPECULAÇÃO EM BOLSA DE VALORES

    E O ENSINO FOI DIRECIONADO À IDEOLOGIA DO PRECONCEITO.

    Abril Educação e os Convenientes Boatos do ‘Mercado’

    08/01/2014
    Exame/Abril

    Abril Educação dispara na Bovespa
    e nega acordo com a Laureate

    Units da companhia avançavam 4,6%
    na máxima desta quarta-feira

    São Paulo – As units da Abril Educação (ABRE11) avançavam 4,6% na máxima desta quarta-feira, negociadas a 34,22 reais. (http://www.bmfbovespa.com.br/units/units.aspx?Idioma=pt-br)

    O mercado [SIC] repercute os rumores de que a empresa esteja negociando um acordo societário com a Laureate.
    A Abril Educação negou, na manhã de hoje, que esteja nesta negociação.

    De acordo com o comunicado, não há qualquer negociação envolvendo uma associação, total ou parcial, entre as duas empresas.

    (http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/abril-educacao-dispara-na-bolsa-e-nega-acordo-a-laureate)


    FrancoAtirador

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    O QUE É O ‘LÍDER EM MIM’?

    Fundamentado em teorias do desenvolvimento humano [Spencerismo? Darwinismo Social?] e com profundo impacto em toda a escola, “O Líder em Mim” é um eficaz processo de mudança comportamental para alunos e educadores.

    O Programa foi desenvolvido pela FranklinCovey Co., nos EUA, baseado no consagrado livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, foi adaptado à realidade brasileira pela ABRIL EDUCAÇÃO e é exclusivo no país.

    Trata-se de um programa com conteúdo, metodologia, material didático e treinamento para o aprendizado de liderança, valores e competências essenciais para o sucesso na escola e na vida. Focado no Ensino Fundamental, alcança os alunos, os professores e os gestores da escola.

    “O Líder em Mim” é um processo transformacional que promove a liderança do aluno e dos educadores sobre as suas próprias vidas.

    O Programa teve início em 1999 com uma escola dos Estados Unidos que apresentava baixo índice de matrículas e alta evasão escolar. Foi feito uma pesquisa com pais, professores e a comunidade que indicava liderança como o maior valor a ser desenvolvido nas crianças. Diante disso, Muriel Summers, diretora geral da escola “A. B. Combs” em parceria com a FranklinCovey Co. desenvolveu o Programa “O Líder em Mim”.

    Hoje, o “O Líder em Mim” já faz parte de mais de 1400 escolas distribuídas em 35 países pelo mundo.

    O Programa acompanha material didático altamente motivacional, que serve de base e apoio para o Programa. Os livros são muito bem ilustrados e de fácil compreensão, convidando alunos e professores a participarem ativamente das atividades, sempre respeitando os limites e potencializando os pontos fortes de cada aluno.

    © Copyright Abril Educação. Todos os direitos reservados.

    (http://www.olideremmim.com.br/oquee)
    (http://www.olideremmim.com.br/escolas-adotantes)
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    Herbert Spencer (1820-1903) é considerado o “pai” do ‘Darwinismo Social’, embora jamais tenha utilizado o termo.

    É dele a expressão “sobrevivência do mais apto”, e em sua obra procurou aplicar as leis da evolução a todos os níveis da atividade humana.

    Spencer aplicou à sociologia idéias que retirou das ciências naturais, criando um sistema de pensamento muito influente em seu tempo.
    Suas conclusões o levaram a defender a primazia do indivíduo perante a sociedade e o Estado [‘O Indivíduo Contra o Estado’ (1884)], e a natureza como fonte da verdade, incluindo a verdade moral.

    No campo pedagógico, Spencer fez campanha pelo ensino dessa pseudo-ciência, combateu a interferência do Estado na educação e afirmou que o principal objetivo da escola é a construção do caráter do indivíduo.

    Com base nas teses de Spencer, alguns autores procuraram justificar que a divisão da sociedade em classes econômicas seria exemplo de seleção natural.
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    O Darwinismo Social associa os conceitos de evolução das diversas espécies de seres vivos pela Seleção Natural, formulados nos estudos das Ciências Biológicas, com as inter-relações sociais e culturais e com as condições econômico-financeiras dos indivíduos na Sociedade Humana, para determinar a “sobrevivência dos mais aptos” física, intelectual e moralmente na Humanidade.

    A tese do Darwinismo Social, utilizando-se inapropriadamente da Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin, foi empregada fundamentalmente para tentar justificar a desigualdade social gerada pelo Capitalismo, acentuadamente no período pós-revolução industrial, sugerindo que os ricos seriam mais evoluídos que os pobres, e, portanto, mais aptos à sobrevivência, dando caráter inato à pobreza, que teria origem biológica, motivando as idéias de eugenia, racismo, fascismo e nazismo, e as disputas internas entre grupos étnicos nacionais, notadamente pela imposição da noção equivocada de ‘supremacia da raça branca’ que seria geneticamente explicável.

    O conceito de Darwinismo Social é ainda hoje muito aplicado no contexto da competição nas sociedades capitalistas, embora atualmente sejam poucos os defensores da tese que assumem-se com a exatidão do termo, especialmente devido às atrocidades cometidas pelos nazi-fascistas na Segunda Guerra Mundial.
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    Leia também:

    Darwinismo social nada tem a ver
    com a ciência de Charles Darwin

    (http://www.dw.de/darwinismo-social-nada-tem-a-ver-com-a-ci%C3%AAncia-de-charles-darwin/a-4011406)
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Mário SF Alves

Capitalismo???
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Isso ainda existe?
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Ou apenas insiste em existir no Brasil do PT?
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E por que o PT ainda insiste nisso?

Afinal, a ordem – a grande ordem imperial no Ocidente – não é o salve-se quem puder? Não é o “se vire nos trinta” e, da noite pro dia, empreenda? Não é, enfim, a hegemonia do cassino-RENTISTA em detrimento da indústria local de bens de capital?

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É… pelo visto, sob o argumento, nova ideologia e bandeiras do ambientalismo neoliberalizado, o bom mesmo é a privatização de tudo, a exemplo do que aconteceu na Bolívia pré-Evo, inclusive, da água pelos abutres rentistas.

Ah! Esqueci. Que bobagem. Problema nenhum. Há o recurso da DEFESA SOCIAL sob o encargo das tais Agências “Reguladoras”. Eficientíssimas!
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Em tempo:

Se assim de fato for toda razão e crédito ao articulista; a concepção no trato às comunidades tradicionais é absurda. Isso, sim, uma mer#d@.

Mauro Bento

Uma análise objetiva da realidade reavaliando aspectos importantes e inéditos ,considerei esclarecedora e inteligível, além de livre do ranço dos clichês.Gostei.

Roberto Locatelli

Os urubólogos do PIG já decidiram que “o modelo econômico baseado no consumo está esgotado”. Ou seja, quem conseguiu, conseguiu. Quem ainda está à margem da sociedade de consumo, azar, pois a porta agora tem que ser fechada. Quem não entrou, não entrará mais.

Roberto Locatelli

Aparelho de TV é progresso, sim. Ter televisão, computador e celular é fundamental para a informação. Por mais que a TV seja um lixo, não se admite que haja brasileiros ainda tão pobres quem não tenham acesso à TV, que é uma janela para o mundo.

Uma hipocrisia sem tamanho esses intelectuais esbravejarem contra o consumismo em artigos que escrevem nos seus iPads.

    Rafael

    Vcs estão fazendo de tudo pra defender o PT..

    Roberto Locatelli

    Não citei nenhum partido em meu comentário. Apenas disse que é hipocrisia negar o direito às pessoas de terem acesso à comunicação (TV, celular, etc).

Mardones

Muito boa a entrevista. O Vi o mundo está de parabéns.

    Luiz Carlos Azenha

    Ops, essa entrevista foi feita pelo pessoal do IHU Online, a quem damos os parabéns.

Aroeira

QUEM VAI COLOCAR O GUIZO?

Li com atenção e compreendi os pontos de vista do autor.Não concordo com tudo, mas com relação à estupidez de um consumo desenfreado, eu sou um crítico mordaz. Constato diariamente os excessos na minha própria família. Precisamos trocar de carro a cada dois anos porque os modelos novos “são” mais confortáveis e repletos de “novas tecnologias”. Isto para não falar do status que é ter um carro importado.

O meu apartamento (76 m2) se encontra entulhado de tanta porcaria. E a cada ano o desnecessário se torna mais presente, principalmente depois da troca de presentes com os amigos “secretos” no final de cada ano. Nunca pensei que fosse conviver em meio a uma lixo gerado por excesso de sacos e objetos plásticos, desses fornecidos ou comprados nos shoppings da vida a cada dia da minha vida.

E aí entra as datas festivas que movimentam o comércio: dia dos mães, dos pais,aniversários, batizados, casamentos e separações. Uma repetição enfadonha a cada ano, com a ampliação das datas festivas a cada ano, digo, datas que estimulam o consumo. E como todos nós desconfiamos, o consumo não eleva a satisfação do espírito, mas do instinto. E o instinto humano (animal, deve ser o termo) é destrutivo.

Mas, como o Brasil vai se transformar numa nova Cuba (falo em termos de isolamento e de pobreza) em meio a um mundo cada vez mais uniforme, consumista e destruidor do nosso planeta? Você acha que é possível um único país respirar um oxigênio mais puro? E as correntes de ar, que misturam tudo, como domá-las?

O que eu quero dizer é o seguinte: qualquer solução tem que ser UNIVERSAL. E diante dessa constatação, surge a pergunta óbvia: quem vai colocar o guizo no pescoço dos banqueiros, dos financistas, dos fabricantes de armas, no pescoço da indústria automobilística e no do Obama? Quem se habilita?

Enquanto isto não acontece, continuo votando na Dilma e assemelhados. Pelo menos temos menos desemprego.

    JoãoP

    Concordo com o seu “consolo”: pelo menos temos menos desemprego e menos miséria absoluta.

    Mário SF Alves

    “O que eu quero dizer é o seguinte: qualquer solução tem que ser UNIVERSAL. E diante dessa constatação, surge a pergunta óbvia: quem vai colocar o guizo no pescoço dos banqueiros, dos financistas, dos fabricantes de armas, no pescoço da indústria automobilística e no do Obama? Quem se habilita?”

    Ou, em resumo: no pescoço dos USA Spyware Corporation Co e Estados europeus assemelhados.

    _______________________________
    Quem?

    Ora, prezado, Aroeira, ninguém, óbvio.

    Se bem que, em razão dos descaminhos trágicos do radicalismo neoliberal, parece que vem aí um tal anarco-capitalismo, absolutamente desregulamentado [só em relação aos interesses do povo]. Aí, quem sabe?
    ________________________________________
    Sim, quem sabe? Mais fácil a vaca tussir. Mais provável é que mantenham o guizo (e a guilhotina) no pescoço do povo e no de quem efetivamente o representa [e defende] seus interesses constitucionais.

    ___________________________________________________
    Aprendemos alguma coisa. Em se tratando de Brasil, capital estratégico e reserva de valor dos EUA, a tese do “quanto pior, melhor” muda radicalmente. Nesse tal, referido, Brasil, a coisa é assim, quanto pior, pior.

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