VÍDEO: Âncora da Sky News pergunta o que quer e ouve o que não quer de professor iraniano. Imperdível!
Tempo de leitura: 3 minPor Conceição Lemes
Este vídeo é de uma entrevista do professor iraniano Mohammad Marandi, da Universidade de Teerã, ao âncora da Sky News.
O ativista e pacifista Ruben Bauer Naveira enviou-o para mim. Veio em inglês, legendado em espanhol.
Em mensagem anexa, Ruben escreveu: ”Quem pergunta aquilo que quer, ouve a resposta que não quer…”
Na mosca. As respostas do professor Marandi desconcertaram o arrogante e racista âncora da Sky News.
Imperdível.
Vale a pena conferir o vídeo (acima) e transcrição (abaixo).
Jair de Souza fez a tradução e as legendas em português.
Segue a íntegra da transcrição:
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Âncora da Sky News — Muito obrigado por estar conosco, professor. Em primeiro lugar, eu me pergunto, o que o Irã ganhou com esse ataque a Israel? Muito poucos dos mísseis tiveram êxito, na verdade, falharam. Muita gente está falando de uma humilhação para o Irã.
Professor Mohammad Marandi — Creio que há um montão de autoenganos de sua parte e de seus colegas de Sky News. Foi um duro golpe para o regime israelense. E a história deste conflito não se remonta ao ano passado. São 76 anos de supremacia étnica, de limpeza étnica.
E esse é um regime racista que vocês apoiam. O problema é que vocês não se atrevem a reconhecer que a diferença entre vocês e nós é que vocês apoiam o racismo e a supremacia racial, e nós rejeitamos isso.
E se o regime israelense se atrever a contragolpear o Irã, nós vamos golpeá-los muito mais forte da próxima vez. Vamos golpeá-los até a sua submissão.
Âncora da Sky News — Mas, eles vão devolver o golpe, não vão? Nenhum país soberano pode tolerar que lhe sejam disparados 180 mísseis balísticos. Portanto, eles vão devolver o golpe. Eles vão golpear duro. E poderiam até atacar suas instalações nucleares, suas instalações de produção de petróleo. E poderiam causar sérios danos ao Irã.
Professor Mohammad Marandi — Escute, em lugar de vender essa retórica, seja realista. Porque vocês estão enganando a sua própria gente. O Irã tem inúmeros locais de mísseis subterrâneos, com centenas de milhares de mísseis espalhados por todo o país.
Eles foram feitos depois da invasão estadunidense do Iraque e do Afeganistão para lidar com uma possível guerra em potencial com os Estados Unidos.
Assim, esse regime desprezível não é um estado. É uma colônia. É uma colônia racista, de supremacia étnica, na qual o povo se autodenomina de “povo escolhido”.
Diferentemente de vocês, nós não cremos em povos escolhidos. E o povo palestino dessa terra foi desalojado e empurrado para Gaza, e vem sendo massacrado regularmente há 76 anos.
Nós não toleramos isso. Todas as pessoas em toda a Palestina devem ser iguais. E se o regime israelense atacar o Irã, nós vamos golpeá-los com muito mais força da próxima vez.
E eles podem fazer de conta que não aconteceu nada, mas nós os golpeamos muito forte ontem à noite. Atacamos suas bases. E, diferentemente do regime israelense, que constantemente efetua matanças e genocídios, que agora mesmo está produzindo um holocausto em Gaza, nós atacamos seus alvos militares. Porque, diferentemente de vocês, nós realmente respeitamos os direitos humanos, e não vocês.
Âncora da Sky News — Professor, professor, deixe-me dizer que estamos próximos de uma guerra total, ou certamente uma guerra entre Israel e o Irã. Poderia ser uma guerra em que o Irã seja derrotado. Se o Irã de fato perder essa guerra, o senhor crê que o atual regime iraniano poderia sobreviver a uma derrota? Porque, se o que você diz for correto e o Irã for revidar com um golpe ainda mais forte, isso pode ser no que tudo vai acabar.
Professor Mohammad Marandi — O Irã não vai revidar com mais força. O Irã vai revidar com muito mais força. O chefe das forças iranianas diz que o Irã destruirá, alvejará e destruirá toda a infraestrutura do regime israelense. Esta foi a ponta do iceberg. O Irã não vai perder nenhuma guerra. O regime israelense vai.
É hora de você e outros acabarem com o seu racismo. Acabarem com seu apoio à raça superior e aceitarem que todas as pessoas da Palestina têm os mesmos direitos. E que o povo palestino tem o direito de retornar.
Judeus, cristãos e muçulmanos são iguais. Diferentemente do que vocês dizem, eles são iguais. E nós não vamos aceitar nada menos do que isso.
O regime deve acabar, e todas as pessoas devem ser tratadas por igual. Não há dúvidas de que Israel vai perder. Mas, a única variável aqui são os Estados Unidos.
Se os Estados Unidos se envolverem, os Estados Unidos serão varridos do Iraque pela resistência iraquiana. E todos os seus ativos no Golfo Pérsico vão ser destruídos.
Todos os regimes que têm bases estadunidenses serão destruídos. E os mercados de petróleo e gás causarão uma situação em que a economia global desmoronará. E milhões de pessoas serão forçadas a fugir.
Portanto, tenham cuidado para não cometerem erros estúpidos. E o Ocidente deveria deter sua arrogância e ser realista desta vez.
Âncora da Sky News — Ok, professor, muito obrigado por ter estado conosco.
Tradução e legendas: Jair de Souza
Comentários
Morvan
Eis que um verdadeiro filho da mais seminal Mesopotâmia vem reivindicar o verdadeiro soar das trombetas contra os porcos sionistas (perdão pela redundância). Que o estalo do látego no espinhaço do “povo de deos” nos dê a paz que a humanidade reclama. Cada chibatada, cuja onomatopeia não nos dá, senão certeza de que há homens de luta sobre a terra me incite a sorver a criação fenícia, de tessitura fina, tênue, de cevada no denodo cevada, aliviada, aplainada pelo lúpulo do tempo. Cada gole qu´eu sorver, haverá de ser o uníssono do látego a dobrar o que ainda restar daqueles espinhaços ímpios dos sionistas sequazes do mais puro inferno. Cantarei, rirei e verei toda a Mesopotâmia anular este cancro de ódio e supremacismo anti-humano.
Helio Hanel
Magnifica a resposta do professor iraniano.
Altivo e corajoso, ele disse tudo aquilo que milhões e milhões de seres humanos pensam acerca desse monstro como disse o grande Jose Marti:” VIVI EN EL MONSTRUO Y LE CONOZCO LAS ENTRÑAS…”
Grandioso exemplo do aguerrido e sério Irã.
Que isso nos sirva de exemplo, e que a Maioria Global massacrada, roubada…todos os dias por essa gente que se julga superior entendam que só a coragem nos libertará.
Viva o grande Irã!
Zé Maria
Excertos
“Foi um duro golpe para o regime israelense.
E a história deste conflito não se remonta ao ano passado.
São 76 anos de supremacia étnica, de limpeza étnica.
E esse é um regime racista que vocês apoiam.
O problema é que vocês não se atrevem a reconhecer que a diferença
entre vocês e nós é que vocês apoiam o racismo e a supremacia racial,
e nós rejeitamos isso.
[…]
Assim, esse regime [sionista] desprezível não é um estado.
É uma colônia.
É uma colônia racista, de supremacia étnica, na qual o povo
se autodenomina de ‘povo escolhido’.
Diferentemente de vocês, nós não cremos em ‘povos escolhidos.
E o povo palestino dessa terra foi desalojado e empurrado para Gaza,
e vem sendo massacrado regularmente há 76 anos.
Nós não toleramos isso.
Todas as pessoas em toda a Palestina devem ser iguais.
[…]
É hora de você e outros acabarem com o seu racismo.
Acabarem com seu apoio à ‘raça superior’ e aceitarem
que todas as pessoas da Palestina têm os mesmos direitos.
E que o povo palestino tem o direito de retornar [às próprias terras
das quais form expulsas].
Judeus, cristãos e muçulmanos são iguais.
Diferentemente do que vocês dizem, eles são iguais.
E nós não vamos aceitar nada menos do que isso.
O regime [de Apartheid] deve acabar, e todas as pessoas
devem ser tratadas por igual.
Não há dúvidas de que Israel vai perder.
Mas, a única variável aqui são os Estados Unidos.”
Professor SEYED MOHAMMAD MARANDI
Escritor Iraniano.
Coordenador do Programa de Estudos Norte-Americanos
na Universidade de Teerã.
Atualmente é leciona Literatura Inglesa e Orientalismo
na Faculdade de Estudos Globais da mesma Universidade.
Autor de “Oppressors and Oppressed Reconsidered:
A Shi‘itologic Perspective on the Islamic Republic of Iran
and Hezbollah’s Outlook on International Relations” (with
Raffaele Mauriello) in “Islam and International Relations:
Contributions to Theory and Practice” (Springer, 2015, pp. 50–71) e
“The Khamenei Doctrine: Iran’s leader on diplomacy, foreign policy
and international relations” (with Raffaele Mauriello) in “Islam in
International Relations: Politics and Paradigms” (Routledge, 2018,
pp. 18–38), dentre outras obras: (https://rtis2.ut.ac.ir/cv/mmarandi).
(https://cls.uok.ac.ir/journal/editorial.board).
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Montenegro
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