Na Argentina, lei põe no ar 56 emissoras de povos originários

Tempo de leitura: 5 min

A mesa de abertura do evento que tem como mote Por um Brasil onde todos possam ter voz! (Fotos Mohamad Hanjoura)

Lei que democratiza mídia argentina entra plenamente em vigor até agosto

Enquanto no Brasil, meios de comunicação se convertem em principais atores do cenário político, segundo jornalista espanhol

Por Lúcia Rodrigues

Se nos gramados de futebol a Argentina é vista como arquiinimiga, no campo da democratização da mídia deveria ser considerada exemplo. Os avanços conquistados com a Lei da Mídia, sancionada pela presidente Cristina Kirchner — que determinou, por exemplo, o fim da propriedade cruzada nos meios de comunicação — é modelo a ser seguido pelo Brasil.

O professor Venício Lima, estudioso do tema, antecipa que a lei argentina entrará plenamente em vigor até agosto. A legislação passou por um amplo debate na sociedade, que durou aproximadamente quatro anos. Ele ressalta ainda que a Lei da Mídia também foi chancelada pela Corte Suprema, apesar de protestos do Clarín, principal grupo midiático privado daquele país.

Desde que o texto foi sancionado, o docente explica que entraram no ar naquele país, 53 novas rádios e três canais de televisão de povos originários. Ele enfatiza que a legislação argentina não discorre sobre conteúdos, restringe-se ao combate ao monopólio. “A lei é anti-monopólio, não trata de conteúdo. É para regulamentar o mercado”, frisa.

Encontro vai até domingo, 18

Venício participou da mesa de abertura do 4° Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais, nesta sexta, 16, em São Paulo, ao lado do jornalista espanhol Pascual Serrano e do integrante do movimento estadunidense Democracy Now Andrés Conteris.

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Para Pascual, a mídia brasileira se tornou o mais importante dos quatro poderes. “Se converteu no principal ator da política, apesar de não ter a legitimidade que os outros três poderes têm.”

Segundo o jornalista, o direito de informar e de ser informado deveria ser assegurado a todas as pessoas em uma democracia, mas na prática isso não acontece. O poder midiático é exercido por um grupo social: os donos da mídia, que impõe seu modelo político e ideológico à sociedade.

Lado

É contra isso que se levantam os blogueiros. A jornalista e editora do Viomundo Conceição Lemes, que coordenou a mesa em que o palestrante foi o ex-presidente Lula, fez questão de ressaltar em seu discurso, que os blogueiros têm lado. “Nós temos lado e é radicalmente o lado do povo brasileiro”, define.

O jornalista espanhol explica que em uma economia de mercado, como é o caso da brasileira, todos os poderes estão ameaçados pelo poder econômico, do qual a mídia é parte integrante. “Não lhes interessa a democracia, a verdade.”

Já o ativista digital Andrés reforça a suspeita sobre o monitoramento que os Estados Unidos exercem sobre seus compatriotas e cidadãos de outros países. Ele destacou a relevância das revelações de Edward Snowden para a elucidação desses fatos.

Andrés afirma que o presidente Obama persegue mais ativistas do que todos os seus antecessores juntos. “Eles querem diminuir a privacidade nas comunicações. Precisamos frear isso”, ressalta.

[Saiba aqui como é a Lei da Mídia que está em vigor na Argentina]

Blogueiros de todo o Brasil participam do encontro

Lula defende regulação da mídia

Com bom humor e sagacidade o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, mandou vários recados à elite brasileira, durante seu discurso aos blogueiros progressistas e ativistas digitais que estão reunidos em São Paulo até este domingo, 18, para debater a democratização da mídia.

Ele reiterou mais uma vez que o tema é decisivo para o avanço da democracia no país. “Todas as sociedades democráticas contam com regulação (da mídia)”, alfineta ao se referir ao fato de no Brasil o assunto ser tratado como tabu pela mídia corporativa.

O ex-presidente aproveitou para traçar um panorama de como o tema vem sendo tratado no mundo. E elencou vários documentos que comprovam que a regulação é uma realidade, inclusive, nos Estados Unidos e na União Europeia.

“Não citei nenhum país socialista, para não dizerem que eu sou esquerdista, que isso é censura, que estou querendo controlar os meios de comunicação. Ninguém quer censurar ninguém. O que exigimos é que haja neutralidade e seriedade nas informações.”

Dois pesos e duas medidas

O tratamento diferenciado dado pela mídia ao governo federal e às administrações tucanas também foi ressaltado pelo ex-presidente durante o discurso.

“Nunca vi tanto ataque virulento contra a Dilma… E fico vendo o tratamento que dão à Cantareira (reservatório da Sabesp que secou em São Paulo). Ah… se fosse você Haddad…”, afirma ao se referir ao tratamento contundente que seria dado ao prefeito paulistano (que estava na platéia), caso o problema da falta de água fosse de âmbito municipal.

Para Lula, os blogueiros progressistas têm papel decisivo para reverter o monopólio da fala dos donos da mídia. “Não vale mais a pena chorar. Temos internet, site, blog. Precisamos utilizar o que está a nossa disposição”, frisa. A garantia da banda larga em todas as residências é um dos mecanismos apontados por ele para começar a reverter o quadro desfavorável.

Além da democratização da mídia, Lula considera a reforma política um dos pontos mais importante para o fortalecimento e a consolidação da democracia no Brasil. “Se a gente não fizer a reforma política, não vai acontecer nada. E esse Congresso não fará a reforma política. Isso só ocorrerá se tiver uma Constituinte exclusiva.”

Comparação

O ex-presidente aproveitou o diálogo com os blogueiros, para apresentar uma comparação entre os números das administrações do PT na Presidência da República, com os do PSDB e de países do G20, grupo que reúne os 20 países mais ricos do planeta.

“Qual é o país do mundo que está melhor do que o Brasil?”, questiona. “Eles jogaram fora 62 milhões de postos de trabalho, o Brasil criou 10 milhões de postos de trabalho. A nossa inflação está controlada, dentro da meta. Os tucanos querem desemprego, nós não”, completa.

Os avanços na educação também foram destacados por ele. “Em 11 anos fizemos 18 universidades. Precisou chegar à Presidência da República, um presidente e um vice, sem diploma, para cuidar da educação do país”, cutucou.

Lula também arrancou gargalhadas da platéia ao ironizar o ataque desferido pelo ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na campanha de 2010, contra os blogueiros progressistas.

“Aqui em São Paulo, se chamar de blogueiro sujo, a culpa é do Alckmin”, ironizou, ao se referir à falta de água que atinge a região metropolitana da capital.

A palestra do ex-presidente foi coordenada pela editora do Viomundo Conceição Lemes e pelo blogueiro Enio Barroso.

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Comentários

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elton

ô zancheta não é questão de ibope , e sim pluralizar a midia , mas acho que vc não vai entender pelo seu comentário néscio , então vou explicar , essa lei é para democratizar. a mídia , dividir o bolo , se dá ibope ou não , não é problema do governo , entendeu ou quer que eu desenhe

elton

ô zancheta não é questão de ibope , e sim pluralizar a midia , mas acho que vc não vai entender pelo seu comentário néscio , então vou explicar , essa lei é para democratizar. a mídia , dividir o bolo , se dá ibope ou não , não é problema do governo , entedeu ou quer que eu desenhe

Savio

O Jose Dirceu foi condenado no “MENTIRÃO” porque permitiu a entrada de outros canais de tv paga, e isso a “REDE ESGOTO” apelidada de rede roubo ficou irada, e escalou o “BRITINHO, O JUAQUIZINHO” para condenar o Dirceu, a “REDE ESGOTO”, quer mandar até na consciencia de todos os brasileiros, e a forma de barra esse “IMPERIO DO MAL”, é a aprovação da lei da midia, e a reforma politica, só assim, outras reformas viriam, a exemplo da reforma tributaria, reforma do poder judiciario e a reforma do codigo civil.

Zanchetta

Ta aí a TV Brasil que não me deixa mentir… dá traço.

Zanchetta

Todas juntas vão dar o quê? Uns 0.5% de IBOPE?

FrancoAtirador

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UM BAIXO ASTRAL CHAMADO MÍDIA

Por Luiz Felipe Nelsis, no sítio do Deputado Federal Elvino Bohn Gass (PT-RS)

Há um manto sufocante de baixo astral sobre o Brasil.

Uma nuvem tóxica de niilismo, depressão e vira-latismo como há muito não se via.

Sinceramente não aguento mais ouvir comentários como “imagina na copa”, “só no Brasil, mesmo”, “queria o que? estamos no Brasil”, que se escutam na padaria, no restaurante ou em comentários de sites e redes sociais.

E que vale para qualquer coisa, se o prato atrasou, se o café está frio, ou o chopp quente, se há um escândalo de corrupção ou se a companhia de telefone te sacaneou.

A explicação para tudo que está ruim (e, de repente, tudo está ruim) é que vivemos em um País de segunda, com um povo de merda e um governo canalha.

Esta destruição da autoestima temperada em intolerância não é gerada espontaneamente, nem tampouco resulta dos fatos econômicos.

O País não atravessa uma crise, o desemprego está em seu mínimo histórico, a renda do trabalho cresce (acima da produtividade, bradam os liberais), a inflação está em sua média histórica e à metade do que em 2002.

Não, “é a economia, idiota!” não vale para este surto de rancor.

Este mau humor, foi paciente e tecnicamente tecido por um noticiário que frequentemente estupra os fatos, mas também meticulosamente, manipula ênfases, sempre com uma direção: este País está indo ou já foi pro abismo!

Quando Bernard Cohen formulou as bases para a teoria do agendamento o fez mais ou menos com o seguinte enunciado:
a mídia não consegue determinar exatamente o que você pensa, mas consegue determinar sobre o que você discute (e pensa).

E é isto que tem sido feito, em terra, mar e ar, por nossa ‘gloriosa imprensa de cinco famílias’.

Vai ter apagão! Não teve? Azar, troca o assunto e baixa o pano.

Vai estourar o superávit! Não deu? O risco país aumenta!

As empresas brasileiras fazem captações mais baratas no exterior e o investimento direto externo aumenta? Esquece.

Vamos de novo. Não vai ter mais médicos! Teve? Você já sabe…

Na verdade não importa o resultado concreto de cada denúncia ou fato, importa que um garrote de pânico e impotência vai apertando sobre o País.

E ao fim se tenha um coro falando: ‘Mudar tudo o que está aí’, ‘Que merda de país!’

Mudar o que cara pálida?

A concentração da mídia? Não, isto é contra a liberdade de expressão.

Mudar a concentração de renda? Não, isto é atacar a livre iniciativa.

Agora, esculhambar gay, esculachar mulher, ridiculizar pobre ou estigmatizar petista, isto pode, afinal, isto é, ou não, uma democracia?

Desta forma vão plantando seu ovo da serpente: meticulosamente.

E quem dedicou a vida pela transformação social (e pagou o preço pessoal por isto) é conformista, chapa branca.

E os escroques de toda espécie que emprestam sua pena e músculos à reação são subversivos. Nesta macondo nem Lobão acredita, mas acredita piamente nas ‘verdes’ que recebe.

Nesta semana tivemos, de novo, um exemplo desta amoralidade da mídia.

O tema de Pasadena é de conhecimento (mas não da compreensão) de todos.
Não vou me aprofundar nos números.
O fato é que Miguel Rossetto foi citado em uma matéria da Folha de São Paulo por ter seu nome na agenda de Nestor Cerveró, diretor da Petrobrás a época.
O fato de a agenda de Cerveró ter mais de três mil números não importava.
O fato de Cerveró ser membro do conselho de administração da empresa que o Miguel administrava tampouco.
Qual era mesmo a acusação?
Tecnicamente nenhuma, mas estavam assassinando ali, de novo uma reputação e uma trajetória.

Eles são basicamente isto: assassinos (além de reputações) de esperança e alegria.
Eles são construtores de tristeza e rancor.
Mas não porque são especialmente tristes.
A amargura é uma estratégia política.
É uma ‘commodity’ boa na mão do especulador certo.

Nossa estratégia não deve ser nada menos que uma defesa da alegria e esperança.

Nos falta a verve do Lula que, quando confrontado na rádio gaúcha [da RBS] sobre o atraso de meses no cronograma de uma rodovia, respondeu:
-Está atrasada, sim… 25 anos!

Devemos dizer: -Sim, estamos atrasados, 500 anos, mas vamos chegar lá!

(http://www.bohngass.com.br/bohngass/noticias/item?item_id=1346258)
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Lukas

Deve dar traço de audiencia….

FrancoAtirador

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Quarta, 31 Agosto 2011 02:00
Diário Liberdade

Entrevista: Pascual Serrano

Rebelión – [Luis Zarranz, El Argentino, Tradução de Diário Liberdade]

O fundador do sítio Rebelión (http://www.rebelion.org) e autor de vários livros que revelam como desinformam os meios de comunicação é um dos pensadores mais lúcidos da comunicação.
Nesta entrevista analisa as práticas hegemônicas, o papel das audiências e os desafios para sustentar modelos alternativos ao dos grupos dominantes.

Pascual Serrano é um desses jornalistas e intelectuais cuja opinião é valorizada e respeitada em diversos rincões do mundo, sobretudo por aqueles que primeiro param a orelha esquerda para escutar.
Este mérito se deve a uma trajetória prolífica de livros, artigos e reflexões, cujo vértice é um olhar crítico, lúcido e lapidar sobre os grandes meios de comunicação.

Serrano nasceu em Valência, Estado espanhol, em 1964, e quase trinta anos mais tarde se licenciou em jornalismo, em Madri, onde vive, trabalha e pretende desmascarar o poder midiático.
Dali também responde com entusiasmo as perguntas de Mirada al Sur que viajam em correio eletrônico e cruzam o oceano em velocidade cibernética.

Com a mesma presteza, Serrano, junto a um grupo de colegas, fundou em 1996 o sítio Rebelión, um dos máximos paradigmas da comunicação alternativa na América Latina.
Durante 2006 e 2007 foi assessor editorial da TeleSUR, o canal que é filho dos processos de transformação de nosso continente e cuja pretensão é gerar um modelo de comunicação contraposto aos meios dominantes.

Antes e depois, e em meio de suas habituais colaborações para jornais espanhóis e latino-americanos como Le Monde Diplomatique, La Jiribilla e Diagonal, publicou, sucessivamente, duas edições de “Perlas. Patrañas, disparates y trapacerías en los medios de comunicación”, “Medios violentos. Palabras e imágenes para el odio y la guerra”, “Desinformación. Cómo los medios ocultan el mundo”, “El periodismo es noticia. Tendencias sobre comunicación en el siglo XXI”, “Traficantes de información. La historia oculta de los grupos de comunicación españoles”, e, em junho deste ano, “¿El mejor de los mundos? Un paseo crítico por lo que llaman ‘democracia'”.

Neles, na linha de pensamento de Ignacio Ramonet, Eduardo Galeano e Noam Chomsky, Pascual Serrano descreve com precisão o perverso DNA da desinformação midiática.

E, agora que pulsa a tecla “enviar”, também responde nossas perguntas.

– No último ano, na Argentina foi instalado um antagonismo entre “jornalismo militante” e “jornalismo independente”. Em sua opinião, existe tal antítese? Por quê?

Pascual Serrano: Pessoalmente não gosto de nenhum dos termos. Para começar, o jornalismo independente não existe, ou melhor dito, é indefinível. Independente de quê, de quem?
Sempre dependerá de algo ou alguém. Dependerá dos superiores hierárquicos de quem escreve e que decidirão se se publica ou não, dependerá do marco econômico no qual se desenvolve o meio de comunicação e que será decisivo para que seja viável ou não o projeto, dependerá de todos os poderes econômicos e políticos que garantem o funcionamento do meio, dependerá do ponto de vista do jornalista que está escrevendo.
O uso desses termos é malicioso porque o fazem os setores privados que se arrogam sem fundamento algum o caráter de “independente” frente a um jornalismo que atua condicionado por princípios e valores.

– Por que os meios de comunicação se mostram tão interessados em manchar desde onde “informar” e ao invés ponderam a “objetividade” e a “liberdade de expressão”?

Pascual Serrano: Os grandes meios descobriram que, para influir, devem se apresentar como assépticos, neutros, virginais.
Basta observar o nome neutro que dão aos seus cabeçalhos: El Mundo, El País, La Razón, La Nación, ABC.
Deste modo, deslizam intencionalidades, valores e posicionamentos que disfarçam de informação pura. Inclusive mentem.
Por último, o uso e abuso do termo “liberdade de expressão” é só um escudo pelo qual querem manter sua impunidade para manipular e seus privilégios para dominar o mercado informativo.

– Você descreveu os meios de comunicação como “traficantes de informação”. Por que é possível essa definição?

Pascual Serrano: Meu livro Traficantes de Informação recorre a esse título para apresentar as empresas de comunicações como meros tubarões das finanças.
Em seu modus operandi se apreciam todas as atrocidades desse mundo: tráfico de influência, especulação, atropelos trabalhistas, acionistas cruzados com empresas que traficam armas, cumplicidade com golpes de Estado e ditaduras e inclusive com a delinquência organizada.
Na realidade, nada diferente de qualquer outro grande setor da economia privada.

– Os movimentos sociais tendem a aumentar a invisibilidade que lhes impõem os grandes meios de comunicação, mas também alçam a voz quando seus temas se incorporam nas agendas midiáticas porque estas distorcem a informação. Como é possível escapar deste labirinto?

Pascual Serrano: Não vou dizer que devem se desentender de buscar o modo de serem protagonistas da agenda informativa, mas sim, é bom que saibam que no panorama privado empresarial da informação nunca vão encontrar um trato plural e honesto.
Esse setor se move em um marco econômico e financeiro determinado e a isso se deve. Tudo o que enfrenta o modelo econômico dominante será silenciado ou castigado por esses meios.
Por isso devem ajudar e participar na elaboração de outro modelo informativo diferente.

– Ante o que você descreve sobre os meios de comunicação, que futuro prevê aos jornalistas profissionais?

Pascual Serrano: A casuística do jornalista profissional é muito ampla. Minha opinião é que o profissional honesto que quer se adaptar aos novos tempos deve praticar um jornalismo de análise e interpretação.
O formato urgente, frívolo e superficial de nossos meios de comunicação será arrasado pela internet e a testemunha cidadã graças às novas tecnologias.

– Aponta as responsabilidades dos meios de comunicação, mas estes querem se defender na eleição das “pessoas”. Que responsabilidade atribui às audiências?

Pascual Serrano: Defender-se nas audiências é muito habitual.
Creio que é discutível que as audiências exijam esta mediocridade nos meios de comunicação.
Podemos observar que o programa que conseguiu mais audiência nas televisões espanholas na semana passada foi a previsão do tempo.
Se toda a programação televisiva de dezena de canais, o mais aceito pela audiência foi a programação do tempo, é evidente que estão dizendo que os conteúdos são uma merda.

– Na Argentina se discute se a definição de “meios alternativos” é pertinente, dado que pareceria reduzi-los, à perpetuidade, a ser irmãos menores do sistema de meios de comunicação. Parece-lhe válido este tipo de debate? Já se colocou esta questão?

Pascual Serrano: Sim, claro que já me coloquei.
Parece-me apropriado o termo “alternativo” mas com vocação para deixar de sê-lo.
“Alternativo” quer dizer que promove algo diferente do dominante, é evidente que é o que todos pretendemos.
Agora, ancorarmos e nos parabenizarmos nessa “alternatividade” pode supor nos condenar à marginalidade.
A verdadeira vocação do Alternativo, na Política, na Sociologia, e também nos Meios de Comunicação, deve ser conseguir a Hegemonia.

(http://www.diarioliberdade.org/entrevistas/comunicacom/19041-pascual-serrano-o-jornalismo-independente-nao-existe-.html)
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renato

É muito bom ouvir, coisas como esta acontecendo no mundo…
No terceiro Mundo…

Elias

Os mais velhos lembram que muitos estrangeiros achavam que a capital do Brasil era Buenos Aires. Corrigimos isso. Não muito mais que isso.

João

Lula fala muito sobre isso agorae para um público específico, mas quando foi presidente, pouco ou nada fez para regulamentar a mídia brasileira!

PT adora tirar uma ondade progressista,mas seus governos se baseiam na governabilidade a partir das alianças como as autarquias.

Julio Silveira

Vejo neste grupo de blogueiros a esperança da descentralização do capital acontecendo no meio midiático.
Vejo oportunidades de trabalho e emprego se descortinando para retirar a forceps parte da renda dessa meia dúzia de magnatas da comunicação nacional que trabalham coordenadamente, como cartel, na hora de defender seus interesses comuns, fazendo teatro de diferenças apenas para não chamar atenção das autoridades e evitar a desconfiança dos cidadãos. Mas, e principalmente, vejo pluralidade nos conteúdos e divulgação, se aproximando cada vez mais da base da sociedade e mais perto de seus reais interesses. É muito legal ver em perspectiva a reação dos magnatas ao discurso capitalista de mais concorrência, que sempre arremetem quando a concorrência não é em área de seu interesse.

Barriga Verde

Aqui para nós, não dou um ano e 80% faliram, ou… então, se tornaram mamadoras das tetas do governo argentino, e produzirão programas chatíssimos, vistos por 18 intelectuais. Aqui prá nós… Isso é muito chato.

Arlene

Lula e Dilma perderam o barco. Tratar algozes como amigos/parceiros é muita ingenuidade. Faltou coragem de “peitar” esse grande “lobby”. Na minha opinião, A MÍDIA É O 1º PODER; OS demais vão a reboque. Mas como o Brasil nunca passou, de fato, a limpo sua história espero estar errada, porém não vislumbro nem Reforma Política, muito menos a Lei da Midia já que se tem o governo, mas não se tem o poder (em nome da famigerada GOVERNABILIDADE).

    Mário SF Alves

    O poder, fonte de todos os outros, inclusive, os podres poderes, emana do povo.

    E só o povo, prezada Arlene, só o povo, essa entidade tão etérea, tem o poder real ou potencial de exercê-lo.

    Por isso os poderes antipovo temem tanto o Lula.

    Consolidação da Democracia no Brasil essa é a meta. Essa é a nova utopia; tavez a mãe de todas as outras.

Fabio Silva

Enquanto isso, por aqui, a PF (Polícia dos Fazendeiros) arma tocaias para prender indígenas e ignora a violência dos ruralistas.

Além da Ley de Medios e do respeito aos povos originários, quantas lições mais a Argentina vai nos dar?

“Por um Brasil onde todos possam ter voz!”.

Ary Gurgel

Isso é que é democracia. Se o Brasil piorar depois de outubro, vou dar um tempo lá.
Apesar de o Uruguai estar na moda, eu vou é pra Argentina.

    Zanchetta

    Se precisar de alguém que te leve até o aeroporto, estou à disposição…

Fabio Passos

No Brasil um punhado de oligarcas midiáticos mantém um monopólio para divulgar única e exclusivamente os valores e interesses da casa-grande
Já passou da hora de democratizar a mídia.
A mamata dos pilantras do PiG tem de acabar.

    Barriga Verde

    Faltou falar na “elite” branca, companheiro.

    Fabio Passos

    Claro. E também os vagabundos racistas que leem veja. rsrs

Francisco

Há pessoas que reclamam que o principal problema no Brasil é a corrupção. E estão certas.

Mas a corrupção é um problema acessório.

Problema mesmo é você achar uma emissora de TV de Rio/SP que se interesse pelo prefeito que desviou merenda escolar no interior do Pará, ou achar uma emissora do Pará que não tenha medo de perder anunciantes (ou morrer) por denunciar esse prefeito. Na verdade, não precisa chegar a tanto: o radialista local tem medo de perder o emprego para o dono da emissora que é político do mesmo partido que o denunciado.

Joaquim Barbosa passa José Dirceu num moedor de carne, mas não cobra que os políticos renunciem a suas concessões da Globo e outras emissoras. E isso já está previsto em Lei!

Quem é contra a corrupção tem que ser a favor da liberdade de expressão.

    Maria Apafrecida Jube

    Se foi exatamente para ficar na mídia, para ser recebido pelos donos da mídia, para se sentir um deles é que ele está moendo JOSÉ DIRCEU na maquina de moer carne, imagina se ele tem peito ou vontade para isso, se ele tivesse poder para distribuir concessão de televisão; ele daria para pelo menos mais uns 10 políticos de oposição para ter um leque maior de chances de estar na mídia golpista todos os dias.

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