Valmir Assunção: “Bolsonaro inelegível é uma resposta altiva da democracia”

Tempo de leitura: < 1 min
Deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). Foto: Agência Câmara

Da Redação

Nesta sexta-feira, 30/6, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tornando-o inelegível até 2030.

Bolsonaro foi condenado pela realização de uma reunião com embaixadores estrangeiros, no Palácio da Alvorada, na qual difamou sem provas o sistema eleitoral brasileiro. O encontro, ocorrido em julho de 2022, foi transmitido pela TV oficial do governo.

Na reunião — realizada às vésperas do início do período eleitoral — o ex-presidente fez ataques às urnas e ao sistema eleitoral, repetindo alegações já desmentidas de fraudes.

“Bolsonaro inelegível é uma resposta altiva da democracia brasileira”, observa o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA).

O parlamentar lembra que o processo pelo qual Bolsonaro foi condenado hoje é apenas uma das várias ações contra ele.

”Bolsonaro passou quatro anos atacando as instituições democráticas, promovendo negacionismo, desinformação e empobrecimento da nossa população”, expõe.

“Bolsonaro precisa também ser investigado e responsabilizado quanto às denúncias que já pesam contra ele, como a infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, entre outras”, acrescenta Valmir Assunção .

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Zé Maria

“Imóvel da União será destinado à reforma agrária em Goiás.”

“Fazenda expropriada por ter sido usada para tráfico internacional
de mulheres agora será encaminhada para reforma agrária.

Área estava sob a guarda do @gestaogovbr na Secretaria
de Patrimônio da União e segue para o @Incra_oficial .”

“Fazenda São Lukas, localizada em Hidrolândia (GO),
foi expropriada por ter sido usada em esquema
de tráfico internacional de mulheres;
imóvel agora será destinado ao @Incra_oficial”

Saiba ➕ https://bit.ly/3Wz3CLm

https://twitter.com/edweck_rj/status/1675225458789449728

A fazenda foi expropriada porque durante três anos foi utilizada
para exploração e tráfico de mulheres.

A maioria das vítimas era adolescentes e mulheres humildes,
que viviam na região.

Elas eram traficadas para a Suíça e submetidas a abusos e exploração.

O esquema foi descoberto pela Polícia Federal durante a Operação Fassini.

Tráfico de Mulheres envolvia 18 pessoas que foram julgadas
e condenadas em 2009.

“Propriedade, que pertence à União desde 2016,
foi ocupada em março de 2023 pelo MST”

Brasil de Fato | Recife (PE) | Via CUT Saiba Mais

O governo federal assinou, nesta semana, o Termo de Transferência
de Domínio Pleno de Imóvel rural da fazenda São Lukas, que fica
na cidade de Hidrolândia, no estado de Goiás.

Com essa assinatura, o governo formaliza a destinação da terra
para a reforma agrária e permite que projetos de assentamentos
possam ser instalados na região.

A propriedade tem uma área de 678.588 m² e desde 2016
integra o patrimônio da União.

A fazenda foi expropriada porque durante três anos foi utilizada
para exploração e tráfico de mulheres.

A maioria das vítimas era adolescentes e mulheres humildes,
que viviam na região.

Elas eram traficadas para a Suíça e submetidas a abusos e exploração.

Famílias do MST ocupam fazenda que já foi utilizada para exploração e tráfico de mulheres ::

A ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, comemorou a decisão nas redes sociais.

“Fazenda expropriada por ter sido usada para tráfico internacional
de mulheres agora será encaminhada para reforma agrária”.

Em março, o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra(MST)
ocupou a fazenda São Lukas durante a Jornada Nacional de Luta
das Mulheres Sem Terra.

Na ocasião, 600 famílias participaram da mobilização.

Além da fazenda São Lukas, o governo destinou para reforma agrária
a fazenda Malícia, que fica na cidade de Corumbá, também no estado
de Goiás.

De acordo com o Ministério de Gestão e Inovação, no local já estão
em atividade o Projeto de Assentamento Dom José Gomes e o antigo
Instituto Agrícola Educacional de Corumbá (IAEC).

Em live semanal, o presidente Lula defendeu que o governo federal tome
a iniciativa de avançar com projetos de reforma agrária no país e crie
um banco de dados com as principais informações sobre terras
improdutivas no país.

“Eu falei com o ministro Paulo Teixeira
[do Desenvolvimento Agrário e
Agricultura Familiar] esses dias e
perguntei:

Por que a gente tem que esperar um movimento invadir uma terra
para a gente mandar o Incra avaliar se ela é produtiva ou não?

Por que o Estado não monta uma prateleira de projetos de terras improdutivas?

Faz um convênio com as secretarias dos estados e a União apresenta
um banco de terras disponíveis”, disse o presidente.

https://www.cut-pode-mais.com/news/governo-destina-para-reforma-agraria-fazenda-utilizada-para-trafico-de-mulheres/

“Fazenda São Lukas, localizada em Hidrolândia, e Fazenda Malícia,
situada em Corumbá de Goiás, serão destinadas ao Incra
para assentamento de famílias”

https://twitter.com/gestaogovbr/status/1662153344582811664

https://www.gov.br/gestao/pt-br/assuntos/noticias/2023/maio/imoveis-da-uniao-serao-destinados-a-reforma-agraria-em-goias

.

Zé Maria

Livro

“O MST, UM OUTRO OLHAR”
“O Que a Mídia Não Divulga”

Por Pe. João Caruana (1941-2022)

Íntegra:
https://mst.org.br/wp-content/uploads/2021/03/Livro-MST-editado-FINAL.pdf
https://www.ihu.unisinos.br/categorias/619928-este-vai-ser-o-meu-movimento-o-testemunho-de-pe-joao-caruana-que-ja-nao-esta-entre-nos

Zé Maria

“O MST Hoje, Ontem, Amanhã, Sempre”

“Muitas de suas cooperativas poderiam servir de modelo
de transformação da estrutura atual de produção rural.
E, claro, da convivência em sociedade.”

Por ERIC NEPOMUCENO

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não nasceu do nada. Nasceu da luta histórica do povo brasileiro!

Nasceu de episódios importantes, muitas vezes esquecidos por este país sem memória. Mas certamente foi e é não só o movimento mais longevo como também o que mais conquistas importantes alcançou em termos concretos, e continua alcançando.

Vamos falar somente dos últimos 60 anos, apesar de que a questão agrária e o problema da propriedade da terra no Brasil são problemas de séculos.

Para começar, devemos recordar que não se pode falar de luta pela reforma agrária no Brasil sem citar Leonel Brizola.

Em 1961, quando era governador do Rio Grande do Sul, Brizola deu início ao Movimento dos Agricultores Sem Terra, que foi o primeiro passo concreto que se deu no Brasil para implantar uma sempre esperada reforma agrária.

Brizola vinha do campo, conhecia a violência do campo, a miséria
e as aberrantes desigualdades do meio rural brasileiro.
E isso num estado considerado rico em comparação aos demais.
Se casou com Neuza Goulart, irmã de Jango [João] Goulart, uma família
de grandes proprietários rurais.
Para que seu apoio à reforma agrária fosse comprovável, ele doou 45%
das terras que sua mulher havia herdado.

Foi, claro, um gesto destinado a causar impacto na opinião pública.
Mas também foi o primeiro passo da primeira tentativa de reforma agrária
no Brasil.

Durante seu governo no Rio Grande do Sul foram entregues 13 mil novos
títulos aos trabalhadores rurais sem terra.
Talvez fosse pouco, mas foi a primeira e exemplar iniciativa.

Houve outro episódio que não podemos ignorar nessa retrospectiva:
o surgimento das Ligas Camponesas, uma espécie de associação criada
primeiro na Paraíba, que depois de estendeu por Pernambuco – onde teve
seu principal foco – e também por Goiás e Rio de Janeiro.

Entre 1955 e 1964, as Ligas Camponesas tiveram uma atuação intensa
no Brasil.
No movimento gaúcho impulsado por Brizola havia dois líderes:
João Sem Terra e Jair Calixto, que tinham renome regional.

Já as Ligas Camponesas produziram dirigentes com transcendência
nacional, como Gregório Bezerra e, depois, Francisco Julião.

Conheci Julião – que para a minha geração era um nome mítico – em Lisboa,
em 1979. Conversamos muito naquela primeira vez, e muitas vezes mais
quando me mudei da Espanha ao México, onde vivia em condição de exilado.
Anos mais tarde, no Brasil, quando voltou anistiado, após décadas de exílio,
ele passou a repetir um bordão: enquanto não houver uma verdadeira
e profunda reforma agrária, o Brasil não existirá.

Dizia aquilo com a suavidade de um profeta cordial e a convicção dos que
têm uma fé insuperável e inquebrantável.

Pois bem, o MST soube se apoderar dessa herança essencial e avançar,
avançar muito.
Hoje, é um dos movimentos sociais mais ativos e significativos não só
do Brasil e da América Latina como de todo o mundo.

Sua raiz está onde deveria estar: nos sem terra, nos que reivindicam terras
para plantar, para produzir.
Para viver. Para ser o que deveriam ser desde sempre, desde suas raízes
mais ancestrais, se o Brasil não fosse um país de desigualdades e injustiças
aberrantes.

Ao longo de sua história, o MST estabeleceu novos parâmetros para a luta
pela terra, pela reforma agrária, todos eles olimpicamente ignorados pelos
grandes meios monopólicos de comunicação e, muitas vezes, pelos
governos sempre confabulados com os latifundiários.

O MST criou cooperativas inovadoras no sistema de plantação
agroecológica e a única cooperativa da América Latina que produz
sementes de hortaliças agroecológicas.
Por isso é o maior produtor latino-americano de arroz orgânico.

Existe uma fenomenal escola – me refiro à Florestan Fernandes,
criada a partir das doações de Sebastião Salgado, José Saramago
e Chico Buarque –, que era uma escola nacional e agora é latino-americana
e internacional, pela qual passam estudantes de todo o mundo.
A mesma que a polícia dos golpistas quis invadir em novembro de 2016.

Um dos motivos de orgulho do MST é o de usar um método inovador
na alfabetização de adultos, que agora está ajudando o governo
do Maranhão a combater o analfabetismo.

Existe um sem fim de exemplos notáveis e de iniciativas que comprovam
a viabilidade das ações positivas, mas tudo isso é ocultado da opinião
pública por parte de uma imprensa concentrada, que tenta defender
a qualquer preço o mesmo panorama injusto, imoral e injustificável
que o Brasil conhece desde sempre.
Assim estão as coisas.

Entretanto, o MST vai muito além dos atos de ocupação e reivindicação
de terras e da exigência, com justiça, de uma reforma agrária que
pelo menos tente diminuir os absurdos da propriedade rural no Brasil.

Estive em ocupações, conheci terras conquistadas com o amparo da lei,
vi o sonho ser alcançado por aqueles que são os abandonados de sempre.

Não, o MST não é só um grupelho de alucinados que invade terras alheias.
Isso é o que dizem os grandes meios de comunicação, os jornais, as revistas,
as redes nacionais de televisão e rádio.

O MST, além de devolver a dignidade aos pobres da terra, desenvolve
de verdade uma espécie de projeto de vida, de nação.

Muitas de suas cooperativas, vale a pena reiterar, poderiam servir de modelo
de transformação da estrutura atual de produção rural.
E, claro, da convivência em sociedade.

A estas alturas da vida me considero um senhor minimamente respeitável:
nasci em 1968. Venho de uma geração que se atirou em busca de todos os
seus sonhos, e que em determinados momentos sentiu que podia tocar o
céu com as mãos – e que em outros pensou que havia conseguido ao menos
roçar esse céu.

Entendo que o Brasil, este país que a loteria da vida escolheu para ser o meu país, é um território imenso e cheio de dores espalhadas, e que jamais
chegará sequer a começar a ser o que pode e deveria ser enquanto a
questão da terra continue como está.

É inadmissível para mim ver que tão poucos mantenham tamanha quantidade de terras intocadas em suas mãos. Incompreensível.

Esta é a primeira injustiça, a mais injusta de todas, o berço de todas as demais.

Não sei, de verdade, se na questão da terra está a raiz de todos os nossos
males.
Mas sei, de verdade, que uma das raízes pelo menos está.
Talvez a mais profunda de todas. Quem sabe.
Neste ponto, vejo que a principal ação para enfrentar o problema,
a mais profunda, é a do MST.

Não nas ocupações – a imensa maioria delas justificada –, não nos
gestos mais espetaculares, e sim em sua ação cotidiana, na formação,
na conscientização, em semear um país possível, aquele mundo que,nas palavras de Eduardo Galeano, possa ser a casa de todos, e não a casa
de alguns poucos, os beneficiados de sempre, em detrimento da imensa
maioria dos abandonados, os esquecidos de sempre.

ERIC NEPOMUCENO é Jornalista e Escritor.

Leia também:

https://mst.org.br/2014/02/11/os-sem-terra-de-ontem-de-hoje-e-de-amanha/

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