Papa argentino diminui poder da Cúria Romana, avalia teólogo

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por Gilberto Nascimento

A eleição do novo papa, o cardeal argentino Jorge Bergoglio, é positiva para os seguidores da Igreja Católica identificados com a Teologia da Libertação, na avaliação do padre, teólogo e historiador José Oscar Beozzo, considerado um dos maiores especialistas em Igreja na América Latina. Para Beozzo, o papa Francisco tende a reforçar a ação pastoral da Igreja e diminuir o poder da Cúria Romana.

Próximo de religiosos como o arcebispo emérito de São Paulo dom Paulo Evaristo Arns e o ex-frade franciscano Leonardo Boff, Beozzo é coordenador do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Cesep). Ligado também a expoentes da corrente progressista na Argentina, o teólogo foi um dos primeiros a vir a público para defender o cardeal Bergoglio das acusações de que ele teria colaborado com a ditadura militar no país vizinho, nos anos 1970.

Beozzo diz não haver comprovação dessas denúncias e atribui os comentários ao fato de a Igreja argentina realmente ter sido omissa – e conivente, em vários casos – com a repressão no País.

Ele classifica Bergoglio como um moderado aberto às questões sociais e conservador nos temas doutrinários e o elogia por ser “um pastor que está no dia a dia da Igreja, em contato com o povo e com as preocupações pastorais”. O teólogo falou ao Viomundo:

Viomundo – Como se deu a escolha de Bergoglio no conclave e a exclusão do nome de dom Odilo Scherer?

José Oscar Beozzo – Ele não aparecia na lista dos prováveis por uma boa razão. Havia um consenso de procurar alguém com uma idade que não ultrapassasse os 70 anos. Assim, ele caía fora do perfil. No conclave anterior, Ratzinger foi eleito com 78 anos.  Bergoglio foi, naquele momento, a contraposição a Ratzinger e teve 40 votos. Era conhecido. O que o excluía agora era a idade. Outro elemento foi o impasse. Dom Odilo Scherer (arcebispo de São Paulo), era o candidato apontado como da Cúria, embora a Cúria, por estar queimada, não tenha apresentado ninguém. Por integrar o conselho responsável pelo Banco do Vaticano – que tem 20 cardeais -, dom Odilo fez um discurso, na segunda-feira antes da votação final, que lhe tirou votos. Defendeu a Cúria e o cardeal Tarcísio Bertone, secretário de Estado e que preside o conselho responsável pelo banco. E era aí que residiam os problemas.  Havia o impasse entre Angelo Scola, cardeal de Milão, e dom Odilo. Os 11 cardeais americanos mais os três canadenses, que queriam reformas na Cúria, votavam em Scola. Os italianos também, mas estavam divididos, uma parte não o queria. Na quarta-feira, na hora do almoço, os cardeais americanos decidiram abandonar os votos a Scola e caminhar para o Bergoglio nos dois escrutínios da tarde.

Viomundo – O novo papa teve relações com a ditadura na Argentina? De onde surgiram essas denúncias?

Beozzo – Tenho conversado com pessoas da Igreja na Argentina que lutaram contra a ditadura e tenho ouvido delas que essas denúncias não procedem. Não há qualquer comprovação de possível envolvimento. Procede, sim, que a igreja teria de ter corrido o riscodenunciar violações. Houve, sim, delação de pessoas da Igreja. Por isso, surgem comentários desse tipo.

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A história que cita Bergoglio envolve dois jovens padres jesuítas, que se lançaram no trabalho social nas zonas mais difíceis na Argentina, com os pobres, em 1976. Bergoglio era o provincial da Companhia de Jesus. Os padres tinham decidido montar uma outra congregação religiosa. Bergoglio alertou-os sobre o golpe militar, lembrando que todos que iam para a área social estavam visados. Logo depois os padres foram presos. O que ele fez foi ir atrás para libertá-los. O Horacio Vierbisky, jornalista e escritor argentino, lançou essa versão de que, ao ir atrás para libertá-los, teria, na verdade, desprotegido os dois. Teria dito que eles eram sim subversivos.

Aí, misturam as coisas. Os padres tinham que sair da congregação porque iriam fundar outra. Há  as vozes de pessoas próximas. Bergoglio foi depor nos processos na Argentina e tem um livro autobiográfico, no qual nega explica o caso. Lá na Argentina prenderam até um general. Se tivesse um mínimo de culpa teria um processo. Uma das razões é que o então presidente da Ação Católica Argentina, Emílio Mignone, teve a filha sequestrada e morta. No momento do sequestro da filha ele correu em várias instâncias da Igreja e não encontrou apoio. E ele tem um livro muito importante de depoimento. Não é um depoimento isolado.

Há bispos que lutaram contra a ditadura, como Jorge Novack, de Quilmes, Jaime de Nevares, da Patagônia, Miguel Hesayne, de Viedna, e Henrique Angelelli, de La Rioja, que foi morto. E houve alguns que eram a favor da tortura, como o bispo Tortolo, que era o capelão militar. Tem desde o caso extremo aos daqueles que, apoiando os militares, estavam salvando a Igreja contra o comunismo. Também há casos de pessoas que não tiveram coragem de se pronunciar e aquelas que sempre se posicionaram contra, sem resultado. E uma delas foi assassinada.

Viomundo – O que representa para a América Latina a eleição de um papa argentino?

Beozzo – o papado anterior foi um papado da Cúria. O cardeal Ratzinger estava há 22 anos no Vaticano. Ele não participava do grupo do poder, da Secretaria de Estado, mas estava na Cúria. Era o braço direito do papa. Ele escolheu o Tarcísio Bertone, que era o secretário para a Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício), para a Secretaria de Estado. Ele marginalizou o secretário de estado de carreira. É um cargo diplomático. Foi um erro estratégico. Vindo ele da área de doutrina, precisava de alguém que contrabalançasse o conhecimento. Mas colocou outro da doutrina. Tanto que no campo político internacional foi um desastre. Acabou tendo dois inexperientes nesse setor. Para essa área de gestão de relações internacionais e todo o funcionamento externo da Santa Sé, não foi uma boa escolha.

Agora, houve o deslocamento para um pastor. O conclave escolheu alguém que está no contato diário da igreja, com o povo, com as preocupações  pastorais. Essa é a grande mudança, independentemente de ser um argentino.O Bergoglio insistiu muito em seu discurso. Disse duas vezes: ‘eu estou aqui para fazer as funções de um bispo de Roma’. Isso é muito sadio para a Igreja.

E uma das críticas do último ano do papa Ratzinger foi o consistório de fevereiro de 2012, que fez 22 cardeais. Desses, apenas oito eram de dioceses e dez da Cúria, mais quatro que tinham mais de 80 anos. Esses quatro foram uma homenagem porque já não tinham mais função na igreja. Não alteravam nada, pois não eram mais eleitores (o cardeal com 80 anos não pode votar no conclave). Dos 18 efetivos, foram só oito para o resto do mundo. E num consistório tão numeroso, nenhum cardeal da África, onde estão 16% dos católicos do mundo. Nenhum da América Latina, onde estão 40% dos católicos. Juntas as duas áreas, são 56%. Teve só uma nomeação para a Ásia, em Hong Kong.

Houve criticas abertas. Foi um erro muito grave. Ele reforçou a Cúria e enfraqueceu a representação de quem está no trabalho da Igreja. Foi um ato em favor da Cúria e do grupo curial e provocou reação mo mundo inteiro.

Tanto que Ratzinger fez uma coisa inusitada. Em novembro, teve outro consistório. Normalmente se faz a cada dois, três anos. Aí, nomeou outros seis cardeais de dioceses. Tentou corrigir nove meses depois. As reações foram tão fortes, que aí ele voltou atrás num consistório inesperado para preencher lugares, nomeando gente nova como o cardeal das Filipinas, Luis Antonio Tagle, o indiano Baselious Thottunkal, de 53 anos. Foram interessantes essas últimas nomeações.

Havia uma insatisfação de toda essa área da pastoral com a Cúria. Nesse conclave, teve 31 cardeais de Cúria. É um exagero. A Cúria tinha uma vez e meia o que tem toda a América Latina, com 40% dos católicos. Então, não é a questão de ser um argentino. Mas, sim, de recolocar à frente da Igreja alguém que vem de responsabilidades pastorais .

Viomundo – Como o sr. define o novo papa?

Beozzo – Primeiro, é um jesuíta. Tem de olhar esse aspecto. Os jesuítas primam por duas coisas: 1) uma sólida formação intelectual. Eles não descuidam disso, demoram para ordenar. O papa estudou na Argentina, no Chile. Fez um doutorado na Alemanha, mas a formação dele foi aqui na América Latina. A segunda coisa: os jesuítas são muito disciplinados, metódicos.

O deslocamento maior, agora, foi voltar para a pastoral. Isso sempre foi um dilema nas eleições papais. Depois de alguém como Pio XII, que vinha da Secretaria de Estado, fez toda a carreira na Cúria e foi papa, escolheram alguém que vinha da pastoral, João XXIII. Paulo VI vinha da Cúria, mas foi para Milão. Albino Luciani, o João Paulo I, era da pastoral. Aí, voltou a Cúria. Eu achei que a gente não voltaria mais para a Cúria, mas aí voltou com o Ratzinger.

A Cúria, agora, jogou pesado para manter o controle e perdeu. Isso é uma coisa muito salutar. Porque as nomeações do papa Bento VI tinham reforçado muito o poder da Cúria.

Outra coisa, evidentemente, é ter pela primeira vez um latino-americano. Qual o sentido disso? A América Latina foi o continente  que fez a melhor recepção  do Concílio Vaticano 2º.  Foi uma recepção coletiva, que não ocorreu nos outros continentes.

Em 1968, tivemos a Conferência Episcopal Latino-Americana de  Medellín. E Medellín é uma marca para a igreja latino-americana, independentemente de ser conservador ou reacionário. É a carta magna do nascimento do catolicismo latino-americano. Isso é um ponto. Tem um significado muito profundo em relação às decisões do Vaticano II. Um ponto central do Vaticano 2º é a Gaudim Spes (Sobre a Igreja no Mundo Atual), o documento mais assumido em Medellín. O ponto central foi o de mudar a estrutura da Igreja, que tinha de ser mais colegial.

Só que na leitura, na hora de traduzir isso na prática, Paulo VI sofreu muita pressão da Cúria para que não houvesse um organismo deliberativo. Diziam que isso ia diminuir o papado. No  fundo, era diminuir a Cúria. Porque o papa teria um respaldo de um organismo vindo dos bispos, inclusive para dar um respiro para ele frente à Cúria. Mas aí houve um veto formal e Paulo VI criou um Sínodo apenas consultivo.

Agora, Meddellin e as conferências de Puebla (1979), Santo Domingo (1992), com todos os problemas; e Aparecida (2007) são exercícios deliberativos do episcopado. Isso é uma preciosidade na Igreja, num contexto de uma centralização excessiva que esvaziou as conferências episcopais. Ter mantido na Igreja Latina uma colegialidade deliberativa, como foi em Medellín, Puebla , Santo Domingo e Aparecida é um presente para a vida da Igreja e uma interpretação não diminuída do Vaticano 2º. Então, Bergoglio vem dessa Igreja, que tem essa experiência.

Antes de analisar a posição dele, o fato é que, no pós Concilio, foi a Igreja que captou e pôs na prática algo fundamental que era a colegialidade como um contrapeso a um exercício muito centralizado do primado romano. Ele leva agora essa experiência da Igreja latino-americana. A outra questão foi ter traduzido aqui, na prática, o povo de Deus como comunidades eclesiais de base, o que não está escrito no Concílio.

O importante é olhar o cardeal Bergoglio como jesuíta. Olhar como alguém que está no trabalho pastoral. E também, agora, dizer o que a América Latina leva de muito próprio para essa experiência no papado. E leva de  próprio ser o único continente que fez uma recepção do Vaticano 2º com um caráter deliberativo.

Depois do Concílio, a África só conseguiu um Sínodo, já no final do século, em 1999, e em Roma. Não na África, o que é totalmente diferente. Eles queriam algo no estilo das conferências latino-americanas. Foi o que o Angelo Sodano, ex-secretário de Estado do Vaticano e hoje decano dos cardeais, tentou acabar na Conferência de Santo Domingo. Defendiam não ter documento, mandar tudo pra Roma e eles fazerem um documento, como se faz nos Sínodos.

Em Aparecida, os bispos pediram uma conferência e Sodano falou: “Conferencia não, Sínodo. E na America Latina não, mas em Roma porque Sínodo se faz em Roma”. Aí, o Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano) foi se queixar com João Paulo II. Eles queriam a conferência e João Paulo II ficou entre a cruz e a caldeirinha, entre os bispos e Sodano. Aí, ele deu uma solução e disse: então consultem os cardeais e as conferências episcopais latino-americanas. Dos 29 cardeais, 19 pediram conferência na América Latina e 12 pediram Sínodo em Roma. Entre as 22 conferências episcopais, apenas uma disse que podia ser Sínodo e 21 reivindicaram conferências. O papa então disse:  façam segundo a tradição de vocês.

Sobre esse impasse eclesiológico que a América Latina viveu, Bergoglio tem muita consciência. Ele foi um dos cardeais consultados pra dizer se seria aqui ou lá. Ele era presidente de conferência episcopal. E o voto dele foi para ser conferência e aqui na América Latina.

Tivemos ainda as comunidades eclesiais de base como forma de traduzir a eclesiologia do povo de Deus. Agora mesmo teve um encontro na Argentina para a conferência episcopal sobre as comunidades eclesiais de base. Bergoglio participou disso. Ele leva essa dimensão que já apareceu em 1974 no Sínodo da evangelização. E qual era o desafio maior na America Latina? O  desafio era a desigualdade, a injustiça social. A resposta eram as comunidades, a Teologia da Libertação, as pastorais sociais. Isso é uma dimensão da experiência latino-americana e, provavelmente, passará para o trabalho dele em Roma.

Viomundo – A Igreja não gosta desses rótulos, mas o cardeal Bergoglio é considerado moderado ou conservador? Ele é ligado realmente a movimentos conservadores como o Comunhão e Libertação?

Beozzo – Conservador ele não é, por causa dessa dimensão social. Mas em questões doutrinárias ele é conservador.  Não sei como vai se lidar com isso. E a escolha que ele fizer para cuidar da área da doutrina pode dizer alguma coisa. Ao contrário do que foi falado num primeiro momento, em sua biografia, ele não é ligado ao movimento conservador Comunhão e Libertação. Teve relações, mas todo arcebispo tem de ter. Dom Paulo Evaristo Arns também abriu espaço para a Comunhão e Libertação atuar na PUC de São Paulo e não era do movimento.

Viomundo – Com um papa conservador nas questões doutrinárias tem chance de mudar alguma coisa na Igreja nessa área?

Beozzo – Acho que muda, sim. Muda o jeito de você enfocar a questão. Em todas essas questões, você pode dizer: eu vou olhar o que a doutrina diz. Essa é uma posição. E se tornou corrente na Igreja Católica ter duas pessoas da doutrina da fé nas duas posições-chave da hierarquia.

Uma mesma questão abordada tem uma dimensão doutrinal e uma dimensão pastoral. Quando a sua ênfase se desloca para a área pastoral, tudo é mais flexível.

A preocupação não é com princípios, mas com as pessoas. Se houver esse deslocamento, muda muita coisa. Quando insiste-se apenas na doutrina, você enrijece e tem muita dificuldade para abrir o diálogo sobre os princípios.

Viomundo – Bento XVI renunciou por causa de problemas de gestão? Ele não conseguiu comandar o Vaticano?

Beozzo — Foram três coisas: uma, a saúde. É real. O médico  o tinha impedido de vir à Jornada Mundial da Juventude, evento mundial no Rio de Janeiro, em julho. Logo que ele assumiu o pontificado, em 2005, ele foi para Colônia, na Alemanha, e no discurso de final de ano, no Natal, ele analisou a Jornada da Juventude em Colônia e o jeito da recepção do Vaticano 2º. Agora, os médicos disseram que ele não podia vir para o Rio de Janeiro. Acho que ele chegou ao ponto de dizer: o que é, então, o que eu estou fazendo?

O segundo ponto é a questão da gestão interna, que desandou. E terceiro, o escândalo financeiro e sexual no Vaticano.

O que machucou ele como pessoa, no entanto, foi o sumiço de papéis de sua escrivaninha, com cartas pessoas pessoais. Isso causou um dano enorme. Então, ele se perguntou: ‘o que estou fazendo aqui, se nem dentro do meu quarto e com as pessoas de confiança eu não tenho mais controle? Com quem eu estou contando?’. E não é o mordomo. Quem está por trás do mordomo para vazar tudo isso?

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Do Portal Oficial do Governo da Argentina:

Pedido presidencial al Papa

La presidenta Cristina Fernández de Kirchner afirmó en un diálogo con periodistas, que solicitó al papa Francisco “su intermediación para lograr el diálogo entre las partes” y que “se cumplan las múltiples resoluciones de las Naciones Unidas”.
La Mandataria sostuvo también que le impactó que el Papa le hablara de la Patria Grande.

La presidenta Cristina Fernández de Kirchner afirmó que solicitó al papa Francisco su intermediación para lograr el diálogo en la cuestión Malvinas, “un tema muy sentido para nosotros, los argentinos”, acotó.

La Jefa de Estado brindó declaraciones a los periodistas, tras ser recibida en audiencia por el Papa Francisco y luego de compartir un almuerzo a solas con su Santidad, en la residencia Santa Marta, lugar que habita el Santo Padre hasta que se reacondicione el albergue oficial destinado a los Pontífices.

Recordó además “lo que nos tocó vivir, mucho más dramático, en 1978 entre la Argentina y Chile”, que tenían dos dictaduras: la de Pinochet y de Videla y que llevó a un punto de un enfrentamiento bélico por el Canal Beagle”.
“En aquel momento por la intermediación de Juan Pablo II y a través del cardenal (Antonio) Samoré se llegó a un entendimiento que fue plebiscitado en democracia: el Acuerdo del Beagle”.

La Presidenta señaló que actualmente hay “una oportunidad histórica diferente, más favorable” pues el Reino Unido y la Argentina tienen gobiernos democráticos.
“No hay peligro de ninguna naturaleza bélica, más allá de la militarización del Reino Unido en el Atlántico Sur”, dijo y puso de relieve que la Argentina “es un país más que pacífico”.

La Mandataria explicó que la solicitud apunta a “que se cumplan las múltiples resoluciones de las Naciones Unidas para sentarnos al dialogar, le pedimos su intermediación para lograr diálogo entre las partes”, precisó.

La Jefa de Estado señaló la necesidad, en un mundo globalizado y complejo, de que “comencemos todos los que tenemos responsabilidades, que se cumplan las resoluciones de las Naciones Unidas, organismo madre que agrupa a todos los países del mundo”.
Se deben cumplir las más de veinte resoluciones de la ONU, del Comité de Descolonización, de los foros internacionales como la CELAC, la UNASUR, la de los países africanos en su Declaración de Malabo.
“Estamos reclamando el diálogo y le hemos pedido a Francisco que interceda para que ese diálogo entre el Reino Unido y la Argentina pueda llevarse a cabo”, detalló.

Luego la Presidenta sostuvo que el propio Papa sacó un tema de conversación que “me impactó mucho y muy bien.
Me habló de la Patria Grande, de Latinoamérica y del rol que están cumpliendo los distintos gobernantes de América Latina.
Dijo que era formidable lo que estaban cumpliendo los distintos gobernantes, trabajando unidos para la Patria Grande –utilizó ese término-; me conmovió definitivamente, era el término que utilizan San Martin y Bolívar, me dijo”.

La Presidenta comentó que quería trasmitir a los periodistas europeos lo que significaba el término:
“para un argentino y un latinoamericano escuchar en boca del Papa el término Patria Grande y sobre todo quienes pensamos de determinada manera; me impresiono mucho”, así que “redoblaremos esfuerzos para seguir en esta dirección”, afirmó.

Luego explicó que otro tema de conversación abordado durante el almuerzo a solas en la residencia Santa Marta fue aquel por el que “él siempre se interesó y nosotros también, porque son puntales en política y en materia laboral: la trata de personas en general y especialmente la esclavitud. Le expliqué la política que desarrollamos; somos querellantes en muchas causas de trabajo esclavo.
Hay una gran compromiso de Francisco en la lucha contra el trabajo esclavo y trata de personas con el cual nos sentimientos absolutamente identificados”.

La Presidenta dijo que además lo invitó a visitar la Argentina, teniendo en cuenta que no solamente es el Jefe de la Iglesia Católica, Apostólica y Romana; es el Jefe de Estado Vaticano”.
Explicó que para concretar la visita requiere de dos invitaciones: por parte del Estado y su representante – en este caso la propia Mandataria- y de la Conferencia Episcopal del país.
“Todos sabemos que en julio estará en Brasil en el Encuentro Mundial de la Juventud” y además tiene por delante una multiplicidad de tareas.
“Quedamos en que vamos a seguir trabajando sobre esa fecha” para su visita a la Argentina, concluyó.

(http://www.argentina.gob.ar/noticias/1736-pedido-presidencial-al-papa.php)

FrancoAtirador

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PAPA FRANCISCO BEIJA CRISTINA KIRCHNER !

“Nunca um papa ha me bejado!”

(http://www.youtube.com/watch?v=_OYRlijp3kU)
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Cristina Kirchner pede interferência do papa Francisco na questão das Ilhas Malvinas

Por Renata Giraldi, enviada Especial da Agência Brasil/EBC

Vaticano – A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, pediu hoje (18) ao papa Francisco que interceda na comunidade internacional para garantir a retomada das discussões sobre a soberania das Ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos). Os argentinos defendem o direito à soberania das Malvinas, sob domínio britânico desde o século 19. Cristina Kirchner e o papa Francisco almoçaram, na Casa de Santa Marta, onde o pontífice está morando temporariamente. Ambos trocaram presentes.

“Pedimos ao papa Francisco que interceda para que o diálogo entre o Reino Unido e a Argentina tenha mais espaço. É imperativo que todos os países comecem a usar as múltiplas resoluções de que a ONU [Organização das Nações Unidas] dispõe”,disse Cristina.

Para a presidenta, a possibilidade de o papa, que nasceu na Argentina e foi arcebispo de Buenos Aires, interceder é única.”Esta é uma oportunidade histórica e favorável para os governos democráticos na Argentina e no Reino Unido buscarem o diálogo.”

Desde o século 19, a Argentina e o Reino Unido disputam a soberania das Ilhas Malvinas.
Atualmente, os britânicos detêm o domínio.
Mas os argentinos contam com o apoio do Brasil e de outros países sul-americanos para retomar as discussões sobre o tema.

Segundo Cristina Kirchner, a Argentina é um país pacífico, sem ameças de natureza bélica.

Ela se disse surpresa ao ouvir do papa Francisco a expressão “Pátria Grande”, também usada por José Martín e Simón Bolívar, defensores da união dos países latino-americanos.
“Eu fiquei impressionada. Temos de redobrar nossos esforços [nesse sentido]”, ressaltou.

No encontro de hoje, a presidenta presenteou o papa com um pacote de erva-mate, açúcar e uma garrafa térmica – usados na preparação do chimarrão argentino, chamado simplesmente de “mate”. Francisco retribuiu dando a Cristina um quadro com uma reprodução da Praça de São Pedro. A delegação argentina reúne 19 autoridades, uma das maiores para a missa de inauguração do pontificado de Francisco.

Edição: Nádia Franco

(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-03-18/cristina-kirchner-pede-interferencia-do-papa-francisco-na-questao-das-ilhas-malvinas)

    FrancoAtirador

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    Loucura
    (Lupicínio Rodrigues)

    E aí
    Eu comecei a cometer loucura
    Era um verdadeiro inferno
    Uma tortura
    O que eu sofria
    Por aquele amor

    Milhões de diabinhos martelando
    O meu pobre coração que agonizando
    Já não podia mais de tanta dor

    E aí
    Eu comecei a cantar verso triste
    O mesmo verso que até hoje existe
    Na boca triste de algum sofredor

    Como é que existe alguém
    Que ainda tem coragem de dizer
    Que os meus versos não contêm mensagem
    São palavras frias, sem nenhum valor

    Oh! Deus, será que o senhor não está vendo isso
    Então, porque é que o senhor mandou Cristo
    Aqui na terra para semear amor

    E quando se tem alguém
    Que ama de verdade
    Serve de riso pra humanidade
    É um covarde, um fraco, um sonhador

    Se é que hoje tudo está tão diferente
    Porque não deixa eu mostrar a essa gente
    Que ainda existe o verdadeiro amor

    Faça ela voltar de novo pro meu lado
    Eu me sujeito a ser sacrificado
    Salve seu mundo com minha dor

    (http://letras.mus.br/lupcinio-rodrigues)

pedro – bahia

Sinceramente, não acredito que a Teoria da Libertação terá apoio do atual Papa. Mereceu a condenação dos dois antecessores e não vejo porque o Papa Francisco modificar o conceito. Agora em se tratando da força romana, não é mais a mesma, faz algum tempo. Desde a eleição do italiano Albino Luciaci – Papa João Paulo I – que os romanos tradicionais vem perdendo espaço. Naquela oportunidade o favorito deles era o Cardeal Siri, que voltou a ser no Conclave seguinte com a eleição de Karol Woitilla – João Paulo II. É só consultar eleições anteriores e verão que antes, a Itália era representada pela maioria dos eleitores e isso vem reduzindo a cada período. O Brasil, por exemplo, neste Conclave mandou cinco representantes. O que não deixa de ser um número pequeno para o tamanho e a representatividade na nação católica brasileira. Não se pode admitir que dioceses como Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, não tenham mandado um Cardeal Eleitor. Espera-se que o novo Sumo Pontífice faça as modificações necessárias. No caso da Europa se viu também a Inglaterra que não enviou nenhum representante. Mesmo, aos poucos, a Itália está perdendo e precisa perder terreno e hegemonia.

Henrique

A “teologia” da libertação foi categoricamente condenada por João Paulo II e por Bento XVI. Em sua essência, foi condenada por todos os Papas que já existiram, pois ela renega a própria Fé católica, deturpa a noção do Sagrado! A teologia da libertação, – que de teologia não tem absolutamente nada, – foi por diversas vezes descartada como perigosa HERESIA, pura e simples! Então, por que tanta gente dentro da Igreja continua ainda insistindo nessa ideia maldita de que para sermos favoráveis aos pobres precisamos jogar fora toda a liturgia, toda a beleza, toda a riqueza da nossa fé de sempre? Ao contrário! A Igreja deve continuar favorecendo os pobres, com força redobrada, com novo vigor, agora sob a condução deste Papa que escolheu um nome tão significativo… Mas, por Amor a Deus, católicos autênticos, esqueçam essa malfadada ideia de teologia da libertação, ou então deixem a Igreja e comecem um novo movimento, o que é muito mais honesto e coerente da vossa parte!

A Igreja Católica está infestada, não vejo melhor comparação: assim como uma casa antiga infestada de traças e cupins, assim a Igreja está infestada de ativistas do comunismo. Este é o maior dos desafios dos VERDADEIROS católicos dos nossos tempos: a batalha começou, e a velha tecla gasta será novamente martelada, sem piedade: “teologia” da libertação… Vão infernizar nossos ouvidos e olhos com essa expressão maldita, até a exaustão, na TV, na internet, nos jornais, revistas… Toda vez que se falar em Igreja, lá estarão os traidores do Evangelho a falar em “teologia” da libertação, de novo e de novo…

Isso vai durar até que o Papa Francisco deixe muito claro ao mundo inteiro que ele não é Che Guevara reencarnado, e sim o sucessor de Pedro, Santo Apóstolo de Jesus Cristo. Até ele mostrar ao mundo que a fé de dois mil anos da Igreja, que gerou tantos santos e santas, não pode ser jogada no lixo em favor de uma novidade que meia dúzia de barbudos cheios de ódio e sem fé inventaram há algumas décadas.Até que ele nos lembre que nos últimos tempos, enquanto tantos padres aderiam a essa estupidez, na mesma proporção as igrejas se esvaziavam e o povo migrava para igrejas evangélicas e para os braços abertos de falsos profetas que enriqueceram deturpando a Palavra do Evangelho…

O povo ia até a Igreja de sempre, com a intenção de chegar um pouco mais perto de Deus, como sempre, mas tudo o que ouviam eram discursos de esquerda! Não se falava mais no Santo Sacrifício, mas sim na “caminhada do povo”… O povo, o povo, o povo… Mas esse povo, ele mesmo, queria saber de Deus! A Igreja não podia ser apenas um partido político de esquerda! A Santa Missa não podia ser apenas uma espécie de comício! “Para onde iremos?”, perguntavam-se. O resultado aí está: esvaziamento em massa, e fica um pouco pior a cada dia…

    Hélio Pereira

    Henrique você esta delirando.
    O “Papa Francisco” não esta sendo acusado por ser contra ou a Favor disto ou daquilo,mas por ter acobertado e covardemente se calado frente os crimes dos militares Argentinos.
    Eu não acho que o fato dele se tornar “Papa Francisco” o torna “Santo”.
    A Igreja Católica errou muito no passado e continua errando no presente,com seus principais membros sofrendo graves acusações,tendo de fazer acordos para encobrir a violência praticada contra crianças em todo mundo e acobertar Ditadores e seus crimes.
    Eu continuo Católico,mas não deixarei de criticar aquilo que considerar errado na Igreja,pois considero que a Fé não pode servir para vendar uma realidade que todo mundo conhece muito bem.
    Henrique não sera encobrindo os erros que iremos melhorar a Igreja!
    Cristo nunca se calou frente as injustiças,então se o Papa representa o verdadeiro pensamento cristão,nunca poderia ter se omitido frente os abusos dos militares Argentinos!

Hélio Pereira

As Mães da Praça de Maio clamam por JUSTIÇA,querem conhecer o destino de seus filhos e netos.
Milhares de crianças foram sequestradas e entreques aos Militares TORTURADORES e este “Papa Francisco” nunca deu ouvido ao clamor das familias que foram dilaceradas por um Regime Tirano a quem este “PAPA Francisco” sempre deu suas “bençãos”.
Quantas crianças vitimas da Ditadura Argentina foram “Batizadas” por este “Papa”?

Hélio Pereira

Ora Don Beozzo,
Quem se omite acaba sendo participante ativo,pois a omissão favorece os criminosos,logo quem se omite participa dos crimes,ou omissão agora virou “atestado de inocência”?
O Papa sempre atendeu os pedidos de audiência com os Golpistas e Torturadores Argentinos sem pestanejar,sem nenhuma restrição,mas as Mães de Maio jamais foram ouvidas pelo Arcebispo de Buenos Aires,embora fossem reconhecidas por sua luta em todo o mundo,inclusive pela ONU.
As Mães de Maio para serem ouvidas pelo Papa João Paulo II,tiveram de recorrer aos Bispos da CNBB,pois se dependesse do atual Papa elas jamais teriam sido atendidas.
O atual Papa sofreu acusações sérias antes de ser eleito Papa,acusações feitas até por seus companheiros de Igreja na Argentina,portanto este papo de “perseguição” ao “Papa Francisco” não procede.

RicardãoCarioca

Ley de medios britânica em reportagem no O Globo (leiam enquanto o redator não sabe que o repórter colocou essa matéria no site!):

http://oglobo.globo.com/mundo/partidos-britanicos-chegam-acordo-para-regular-imprensa-7870092

Benedito

Não sejamos ingênuos. A igreja católica é milenar. Reúne homens inteligentes, cultos, versados não apenas em teologia, mas em política, filosofia, sociologia, arte etc. Nas últimas décadas, a igreja teve uma forte guinada conservadora. A Opus Dei ampliou seus domínios. A eleição de um papa é resultado de jogo de interesses dentro da religião. O cintura dura Ratzinger mostrou-se inepto para aumentar o rebanho e influenciar as massas. Qual o continente mais católico do planeta? A América Latina. Qual região tem os governantes mais à esquerda no mundo? A América Latina. Os cardeias decidem então eleger um “papa bonzinho, alegrinho, com carinha de vovô, de hábitos simples, sul-americano”. Pra quê? Oras, pra cumprir a agenda conservadora da igreja contando, sempre, com o apoio da mídia conservadora. O papa Chico foi talhado pra isso. É o lobo em pele de cordeiro.

Vicente Freire

O Papa Francisco caiu no gosto popular. Em menos de uma semana, uma igreja que parecia acuada – e tem mesmo muita coisa a resolver – se mostra rejuvenescida e aberta ao povo. E, sem fazer concessões em matéria de doutrina, porque não se ouviu ainda nenhuma palavra da boca do Papa Francisco que possa sugerir algo diferente. Ao contrário: deixou claro que o poder que a Igreja exerce é espiritual, não político. Os ditos teólogos da libertação e aquela gente que se aboletou na sacristia para fazer proselitismo ideológico estão amuados.

Mardones

Essa entrevista não contribui para o assunto. Pelo contrário, tenta colocar panos quentes num caso muito sério, que foi a ditadura argentina e a omissão criminosa da igreja católica, incluindo as nebulosas acusações de participação do novo Papa.

daiane b

Tem uma entrevista de uma sociólogo argentino no estafão de domingo 17/3 que fala que os jesuítas foram traídos pelo abemus papa… Esse papa “franciscano” foi escolhido a dedo por Washington (segundo a minha leitura dos documentos revelados pelo wikileaks)… pra conter o avanço da esquerda segundo a leitura do sociólogo. Sinistro esse papa simpaticão e humilde…

    Vicente Freire

    Se este Papa, Francisco, foi escolhido por Washington como você afirma, quais seriam os candidatos das correntes contrárias?

Rios

Uau, que aula!

Os vínculos do novo papa com a ditadura militar da Argentina « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Beozzo: Papa argentino diminui poder da Cúria romana […]

Saul Leblon: Página 12, o jornal que incomoda fardas e batinas « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Papa argentino diminui poder da Cúria Romana, avalia teólogo […]

Fabio Passos

Do que riam tanto?

    Mário SF Alves

    E por acaso este com a imagem do Cristo eternamente crucificado é o JorgeMaBer? Já o outro, não responda, não. Deve ser mais um daqueles que “foram sem jamais terem sido”, o JorgeRafaelVi, pois não?
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    Um, o agora representante maximus de deus na Terra; o outro um dos representantes maximus do absolutismo plutocrata Ocidental. Imagine isso tudo aí cruzado ou transgenizado com a Rede PiG de Televisão Argentina. Resultou no quê mesmo? Num matadouro humano com sangue, sangue e sangue esguichando pra todo lado. Desespero, incivilidade, tortura e deseducação rápida de um dos povos, até então, mais cultos do mundo. E por quê mesmo? Ah! O Che Guevara, a exemplo dos civis-militares, ia tomar de assalto o Estado Argentino. Humm… em sendo assim… tá. Tá explicado. Che Guevara, armado até os dentes, revolução, fim da propriedade privada… quebra da ordem divina, ateísmo, fim de séculos de acumulação de bens conquistados com suor do próprio rosto e com esforço legítimo… é… faz sentido. Mas, e os índios que habitavam a Bacia do Prata que fim levaram mesmo? Ah! Os índios, os legítimos donos daquele País, ah, que importância têm. Enfim, o que prevalece sempre é força mesmo, né não? A força, e às vezes, com a insígnia da cruz, da espada e da caneta autoritária.
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    No entanto, e o bom dessa estória toda [se é que tamanha tragédia pode ter tido um lado bom] é que nem a fantasia da Guerra das Malvinas foi suficiente pra salvar aquele maldito regime de exceção.

    Fabio Passos

    Será que imaginavam que haveria silêncio sobre o envolvimento do papa bergoglio com os crimes contra a humanidade?

Isidoro Guedes

A eleição do cardeal argentino Jorge Bergoglio para papa parece mesmo caminhar para enfraquecer a Curia Romana. Que assim seja! Pois a Curia e o ultra-conservadorismo estão matando o catolicismo.
A propósito do suposto envolvimento de Bergoglio com a ditadura militar, algo que angustia tantos quantos os que desejam reformas profundas na Igreja, o que me parece é que o papa Francisco I pode ter pecado por omissão, por silenciar diante das arbitrariedades e crimes de Estado cometidos pelo regime militar argentino, mas não por colaborar diretamente com eles.
É bom que se diga que a Igreja argentina como um todo foi cúmplice dos militares e de seus crimes. Bergoglio não teria sido o único a silenciar, pois poucos foram os líderes católicos a levantar a voz, e mesmo assim não em nome da Igreja como instituição, mas sim em nome do cristianismo e dos direitos humanos.
Creio que Bergoglio pode e deve ser questionado. Mas não se pode passar a vida inteira apontando o dedo para ele, sobretudo se ele mostrar na prática seu compromisso com uma Igreja Povo Deus. Se o seu discurso passar para a prática e ele exibir a coragem evangélica de defender os pobres e denunciar as injustiças.
Isso por si só o reabilitará. Afinal, convém lembrar também que o nosso grande Dom Hélder Câmara na fase inicial do seu sacerdócio foi um ardoroso militante do integralismo (aquela corrente de ultra-direita brasileira que flertava com o fascismo italiano e o nazismo alemão).
Porém isso não impediu que, já numa fase mais madura, como bispo de Olinda e Recife, Dom Hélder se redimisse, ao ponto de ser reconhecido como “bispo dos pobres”, por sua luta em favor dos deserdados e explorados pela sociedade, e por ter sido um dos maiores opositores do regime militar brasileiro, condenando todas as atrocidades e crimes que esse regime cometeu.
Não dá pra esquecer do Dom Hélder simpatizante do fascismo e que nos primeiros anos de ditadura militar apoiou o regime de exceção. Mas o Dom Hélder que se sobressaiu mesmo foi o Dom Hélder que denunciou as mazelas e crimes da ditadura, que se tornou voz dos pobres e oprimidos, e que fez seu mea culpa calçando as sandálias da humildade e da justiça, ao mesmo tempo em que jogou fora as sandálias do ultra-conservadorismo e da injustiça, que nada tem de cristão ou evangélico.

    Mário SF Alves

    Estória mais fdp essa do Dom Helder, heim? Dessa eu não sabia [e por falar nisso, cadê ele, o “eu não sabia”?]. O dom Helder que conheço é digno de toda a consideração. Mas, deixemos isso pra lá, e vamos ao fato: Dom Helder nunca foi elevado à categoria de Papa; jamais foi coroado, a não ser com coroas de espinhos. Daí, comparar um e outro torna-se impossível.
    _________________________________
    E se o Estado é laico, então até quando seria lícito à Igreja Católica Apostólica Romana {até às entranhas] opinar ou interferir no mundo dos homens? Ou será existe homens e homens? Ou será que aos puríssimos olhos dela existe homens mais homens do que os outros homens? Na eclosão do nazismo, por exemplo, que papel teve a Igreja? Ah! Eram os homens do nazismo! Ah! Eram os homens do Videla, do Costa e Silva, do Pinochet, do Kennedy. Então, tá. Fazem-se meas culpas e tudo certo. Hã???
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    Até quando a ICAR vai interferir materialmente nos destinos da Humanidade? Até quando vai acreditar que só os ricos têm alma? Até quando vai se sentir na obrigação de guardar e conservar a ideologia da exploração do homem pelo homem? Até quando vai “acreditar” que índio não tem alma? Até quando o divino vai servir de biombo a esconder intenções e ações profanas? Com a palavra o Papa.
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    Desacelera Bernoglio, desacelera. Excessão feita aos interessses representados no PiG, DEMOCRACIA não faz mal a ninguém.

Bonifa

Bastaria o Papa colocar como centro de seu reinado a filosofia da fraternidade, para dar uma guinada de 180 graus à orientação da Igreja Católica. Sob o pretexo de se modernizar, a Igreja andou se aproximando e quase se confundindo com a filosofia do Cristianismo Positivo, que está ligado às origens do Nazismo e do Neoliberalismo. A Igreja do neoliberalismo, a Igreja que glorifica o consumo e arranca dinheiro dos pobres e promove a concorrência capitalista sem limites morais, de repente ficou encolhida a canto, e será difícil que sobreviva como era, hegemônica. Mas o Papa foi mais além, chegou ao sentido da misericórdia. Misericórdia, que apesar de nascer de um favor do carrasco, é um conceito além da compaixão, que é o antípoda de qualquer projeto de dominação do mundo pelos ricos, sem que haja obediência a fatores decisivos para a preservação positiva da Humanidade. O Papa precisará de apoio, porque em breve será atacadao por todas as forças neoliberais destrutivas da Humanidade. E devemos ter a visão de lhe dar este apoio.

    Isidoro Guedes

    Eu também entendo dessa forma meu caro Bonifa. Se pecados o papa cometeu no passado que eles sejam purgados através de suas ações futuras em prol dos pobres e deserdados do mundo e da construção de uma Igreja Povo de Deus.
    Que Francisco I possa trilhar o mesmo caminho de um Dom Hélder Câmara, que de militante do fascismo transformou-se em dos pastores mais proféticos e humanistas dos últimos séculos.
    Erros e acertos são inerentes aos seres humanos. O que importa é que prevaleçam os acertos.

    Mário SF Alves

    Prezado Bonifa,

    O raciocínio é bom. O raciocínio é generoso. O problema é esse culto à personalidade. Onde e quando um Papa teve, tem ou poderá ter autonomia pra mudar o rumo de tal estado de coisa? Tudo bem que a crise, enfim, chegou ao Vaticano. O Vatileaks que o diga. Tudo bem que a ICAR sempre teve um poder incrível de se readaptar e seguir adiante em seu papel de pelego entre o povo e o invencível estado de exploração do homem pelo homem. Mas, daí, acreditar em milagres vai uma diferença sem tamanho. Mesmo porque, em se tratando de humanos, nunca se ouviu dizer que cresceram pernas em amputados.

Fabio Passos

Leitura interessante sobre a participacao de bergoglio na ditadura argentina:

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-padre-que-perdoou-o-papa

Fabio Passos

Roubaram cartas da escrivaninha de ratzinger?
Jesus Cristo! Ate o diabo deve temer os corredores do vaticano…

    Bonifa

    Ratzinger e Merkel. Parece que as coisas não vão bem para estes dois.

    Fabio Passos

    Se os dois sofrem é apenas alguma dor na consciência.
    Quem sofre mesmo são as vítimas deles.

francisco pereira neto

Li só alguns parágrafos.Foi o suficiente.
Antes, porém o JN dedicou especial reportagem no dia que foi anunciado sua escolha.
O que é bom para a Globo, não é bom para mim.
Simples assim.

Moacir Moreira

Se o novo Papa liberar o casamento gay e o respectivo uso de camisinha já será um extraordinário avanço.

Não precisa fazer mais nada.

    Bonifa

    Não achamos que isso seja muito sério. Nem queremos nos referir aos problemas de saúde pública. A humanidade não necessita que instituições voláteis cientifiquem coisas naturais. Um contrato é apenas um contrato e uma união gay tem validade apenas oficial, compreensível diante das inusitadas necessidades dos atores. Muitas vezes, não é de hoje, já houve união oficial entre pessoas do mesmo sexo. Isso não quer dizer que esta oficialização seja o suprasumo do desenvolvimento, e o país que não a adottar seja um matutão grosseiro. Hoje, acreditamos que o principal problema serão problemas físicos de definição entre um e outro sexo, mil vezes mais importante que esta discussão idiota.

    Mário SF Alves

    Ma como, caro Moacir, como???
    __________________________________
    Ora, gostarias de ver o castelo desabar, amigo? Liberar, permitir isso, como??? Gostarias de ver desabar todo o edifício de uma das principais ideologias do reino da exploração do homem pelo homem?
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    Antes de mais nada, não te esqueças: pimenta do útero dos outros é refresco. Ou do “o porquê de serem eles tão extremamente radicais contra o aborto, mas quando o bicho homem vem ao mundo solenemente virarem-lhes as costas”. E aí do Brasil se não fosse um certo PT e um certo Lula somarem forças no sentido de resgatar do abandono 45 milhões de almas.
    Esperássemos pela ICAR e veríamos toda a coerência da tal pimenta. Ah, tudo se arranja com tempo. Ah, sim. Dois mil anos, dois milhões de anos… Afinal, o que é o tempo aos olhos [só] de deus, né não? Enquanto isso… viva a ordem estabelecida [por deus]; viva A ordem! A ordem que define que índio não tem alma; a ordem que efine que democracia é só da bocva pra fora. Enfim, A ordem. A ordem que se sobrepõe ao caos que seria a democracia de verdade num país chamado Brasil. A ordem eternamente garantida pela Igreja Católica Apostólica Romana [até às entranhas].

    Renato

    Caro Moacir, ao comentar “liberar o casamento gay e o respectivo uso de camisinha “, você demonstra que desconhe Bíblia.

    O verbo Sodomizar que significa a prática de sexo anal, é derivado da palavra Sodoma.
    Sodoma, no Livro de Genesis, era uma cidade em que os habitantes dessa cidade praticavam o ato de sexo anal. Isso foi tão deploravel para Deus que as cidades de Sodoma e Gomorra foram destruidas.

    Em apocalipse, Cristo alerta que entre aqueles que não herdarão o Reino dos Céús estão os sodomitas, os afeminados, os homicidas, os mentirosos, etc.

    Partindo daí, não vejo nenhuma Igreja que se diz Cristã tolerar casamentos de homossexuais. Porém, um cristão não deve bater e xingar um homossexual. Até por que, o evangelista Paulo, em uma de suas cartas, afirma que “Todos Pecaram e portanto estão destituídos da graça de Deus.” Ou seja, todos somos iguais e um dia daremos conta de nossos atos.

    Valorizo a verdade, então eu valorizo mais uma pessoa que assume e toma uma posição do que os enrustidos.

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