Site porta-voz de Moro pede coragem a Bolsonaro para demitir ministro, em vez de constrangê-lo publicamente

Tempo de leitura: 4 min
Foto Lula Marques

Da Redação

O site de extrema-direita que é porta-voz do ministro Sérgio Moro pediu ao presidente Jair Bolsonaro que tenha coragem de demitir o ex-juiz federal, em vez de constrangê-lo publicamente.

É mais um capítulo na guerra travada entre bolsonaristas e o lavajatismo nos bastidores do governo.

“Se eu trocar hoje, qual o problema? Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei. Eu que indico, e não o Sérgio Moro. E ponto final. Qual o problema se eu trocar hoje ele? Me responda”, disse mais cedo o presidente da República em entrevista.

Ele se referia ao diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

Bolsonaro vem sendo incentivado pelo seu círculo mais íntimo a exercer todo o seu poder sobre as instituições, atropelando instâncias internas.

Foi por causa de uma declaração pública do presidente que o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro antecipou sua saída do cargo.

Bolsonaro queria indicar para a posição um delegado federal que já havia sido sondado para comandar o Ministério do Meio Ambiente, Alexandre Saraiva, hoje lotado em Manaus.

Porém, foi desautorizado em nota do próprio Ministério da Justiça, que informou que o cargo do delegado Ricardo Saadi seria preenchido por Carlos Henrique Oliveira Sousa, lotado em Pernambuco.

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Bolsonaro amenizou o tom inicial de sua declaração de que não seria um “banana” no Planalto, dizendo que tanto fazia o substituto de Saadi ser de Manaus ou de Pernambuco.

Porém, voltou a humilhar publicamente seu ministro com as declarações de hoje.

“Defendemos mandato de diretor-geral e mais autonomia para a PF. Não temos orçamentária nem gerencial sobre a polícia. Tanto que há pressão para troca de um cargo de quarto escalão. Temos falado isso há dez anos. Estamos tranquilos porque não estamos falando de maneira oportunista”, disse a respeito da ameaça de Bolsonaro o presidente da Associação Brasileira de Delegados da Polícia Federal, Edvandir Paiva, o porta-voz informal dos federais.

A base eleitoral da família Bolsonaro é no Rio de Janeiro.

Num processo temporariamente paralisado pelo presidente do STF, o filho 01 do presidente, hoje senador Flávio Bolsonaro, é investigado pelo Ministério Público Estadual do Rio por sua relação com o ex-assessor Fabrício Queiroz.

O patrimônio de Flávio cresceu mais de 397% em 12 anos de mandato.

Queiroz, desaparecido, já admitiu por escrito que promoveu a “rachadinha” com salários de assessores de Flávio quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro, mas disse que o chefe não sabia do desvio de parte dos salários dos assessores e que investia o dinheiro em promoção do mandato parlamentar.

O superintendente da PF não estava envolvido nesta investigação, mas comandava a apuração de uma tentativa da Polícia Civil do Rio de Janeiro de tumultuar a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco.

Queiroz, ex-policial militar, é suspeito de envolvimento com milícia que controla território na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Um dos acusados de chefiar a milícia, Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da PM do Rio, empregou a esposa e a mãe no gabinete de Flávio Bolsonaro.

Adriano está foragido.

A investigação de Queiroz e Flávio teve origem num relatório do Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, que era subordinado ao Ministério da Economia e Bolsonaro transferiu para o Banco Central com outro nome, Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais protestou contra a mudança, afirmando que enfraquecerá o órgão, por acabar com “sua composição colegiada e especialização necessária”.

Em outra frente, Flávio Bolsonaro tenta emplacar um nome na Procuradoria Geral da República que não está na lista tríplice organizada pelos próprios procuradores.

“Vou botar um petista na PGR? Vou botar alguém do PSOL? Vou botar um cara que vai trabalhar contra pautas de meio ambiente, segurança pública e costumes? Não tem sentido”, disse ele hoje em relação à escolha, que Jair Bolsonaro vem adiando.

As tentativas de Jair Bolsonaro de interferir no Coaf, na Receita Federal, na Polícia Federal e na PGR são vistas como forma do presidente de blindar a si próprio e a seu entorno.

A primeira dama Michelle recebeu ao menos R$ 24 mil de Fabrício Queiroz, segundo Bolsonaro parte do pagamento de um “empréstimo” que havia feito ao amigo — a opção de receber o pagamento na conta de Michelle teria sido por “falta de tempo” de ir ao banco.

Segundo levantamento do jornal O Globo, o clã Bolsonaro empregou 102 pessoas com laços familiares em 28 anos de mandatos. Há indícios de que 13% não trabalhavam.

Ao todo, desde 1991, a família Bolsonaro usou R$ 105,1 milhões em dinheiro público para pagar assessores, R$ 65,2 milhões destinados aos assessores com laços familiares.

Há indícios, fornecidos pelos vazamentos do site The Intercept, de que Moro e o procurador-chefe da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, protegeram alguns políticos, como o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o hoje chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e o ministro da Economia Paulo Guedes, que foi quem convidou o ex-juiz Moro, ainda durante a campanha eleitoral, para ocupar o Ministério da Justiça de Bolsonaro.

O pedido de “coragem” feito pelos porta-vozes de Moro pode ser interpretado como ameaça velada de que a Lava Jato pode reconsiderar seus alvos.

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Comentários

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Zé Maria

Esquenta #Panelaço
Mito imbecil em Cadeia Nazi
de Rádio e TV às 20:30
https://twitter.com/o_AntaAgoniza/status/1164982335957344256

João Carlos Gomes

Moro falando mais uma vez pela boca de Diogo Mainardi. E bem ao seu jeito, covarde e dissimulado, pedindo para sair dando a falsa impressão de ter sido injustiçado.

Calixto

FORA DE PAUTA

O MALOQUEIRO QUER DESTRUIR A OBRA DO SÉCULO

Bolsonaro suspende bombeamento da transposição do Rio São Francisco à Paraíba

Por causa da redução da passagem de água, canal apresenta rachaduras e acúmulo de areia; ‘Querem transformar a transposição em elefante branco’, alerta Ricardo Coutinho

Por Lilian Milena – 22/08/2019

https://jornalggn.com.br/gestao-publica/bolsonaro-suspende-bombeamento-da-transposicao-do-rio-sao-francisco-a-paraiba/#

Jornal GGN – Há cerca de seis meses o governo Bolsonaro suspendeu o bombeamento das águas do Rio São Francisco até Monteiro, na Paraíba. Sem a passagem da água da transposição, o canal vem acumulando apenas água das chuvas, mas não o suficiente para ocupar todo espaço. O resultado é o aparecimento de rachaduras e acúmulo de areia em vários pontos.

O alerta é do ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, em entrevista ao jornalista Luis Nassif na TV GGN. “O bombeamento de água custa 300 milhões de reais por ano, bem abaixo da renúncia fiscal de 80 bilhões de reais ao agronegócio que o governo concedeu”, observa Coutinho.

“Esses 300 milhões de reais não levam apenas água, mas também desenvolvimento para regiões podendo incentivar setores genuínos da região do semi-árido nordestino como, por exemplo, no Cariri paraibano [localizado ao sul do estado] maior produtora de leite de cabra do Brasil, mais que o dobro da Bahia”, completa o ex-governador.

De Monteiro, a água do São Francisco é distribuída para 35 cidades da Paraíba, incluindo Campina Grande, a segunda maior do estado. O bombeamento de água foi interrompido para um trecho leste da obra de transposição, de 220 quilômetros. Coutinho acredita que, por trás dessa decisão de governo, está a intenção de transformar a obra em “um elefante branco”.

“Sem uso, o canal que era para transportar [determinado volume de] água quebra. Com isso, eles querem passar [a mensagem de] que a transposição é um elefante branco”. O ex-governador ressalta que a transposição foi uma obra consideravelmente barata. Custou, até agora, cerca de 12 bilhões aos cofres públicos, faltando apenas a conclusão de 3% (12 quilômetros) que estão paralisados desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

“Se você pegar os 12 bilhões do custo e dividir pela população que a transposição atende que é de 12 milhões, vai chegar a 1 mil reais por pessoa. Se colocar esse valor aplicado em dez anos, arredondando para fechar a conta, o custo é 100 reais por cada pessoa beneficiada. Ou seja, muito menos que um bolsa família mensal. Essa é a obra que alguns tentam colocar como elefante branco”.

Prefeitos, vereadores e lideranças de várias cidades da Paraíba, planejam um protesto no dia 1º de setembro contra a suspensão do bombeamento das águas. “Vamos fazer um grito do Nordeste, exigindo respeito à região”, pontua Coutinho.

Consórcio Nordeste

O ex-governador da Paraíba é um dos principais inspiradores do Consórcio do Nordeste, lançado em julho deste ano. Ele conta que a ideia foi gerada em 2011, no Fórum dos Governadores do Nordeste.

“Nós pretendíamos [ter lançado o Consórcio] em 2015 ou 2016, a partir daquele segundo mandato [da Dilma]. Mas a crise política, que gerou a crise econômica, foi fatal”.

O Consórcio conseguiu reunir todos os estados da região com o objetivo de estabelecer compras conjuntas em diversas áreas, reduzindo assim o custo na aquisição de bens e serviços. Outra proposta do Consórcio é atrair investimentos para os estados da região.

“É uma excelente ideia, primeiro administrativa, se você pensar no volume de compras que nove estados podem fazer conjuntamente, baixando os preços, melhorando a qualidade [das compras], construindo atas de registro de preços que possam ser utilizados por todos os Estados nas mais diversas áreas, inclusive as caras, como Saúde”, aponta Coutinho.

“E se você pensar na perspectiva de atração de investimentos, o Nordeste é uma região com características marcantes para geração de energias renováveis, especialmente solar, com os melhores índices solarimétricos e as melhores captações de energia eólica do país”, prossegue.

“Ou seja, você tem um panorama onde a junção e a união podem fazer com que a região traga investimentos, melhore a governança e a situação fiscal, fazendo aquilo que uma federação precisa fazer”, completa.

Coutinho lamenta as críticas do governo Bolsonaro ao Consórcio Nordeste. “São críticas à uma tentativa clara, positiva e correta de estados potencializarem suas necessidades e suas soluções. [Portanto] você percebe que são críticas puramente políticas ou de inveja à uma região que tem conseguido dar respostas importantes ao longo desses anos”.

Renovação política

O ex-governador observa que, ao longo das últimas décadas, a região passa por renovações políticas. “O Nordeste passou séculos seguindo ao mais tradicional coronelismo. E qual era a base desse coronelismo? A falta de água, essencial para a sobrevivência, que demarcava o campo de submissão de quem precisava, em relação aos coronéis que podiam ofertar alguma quantidade de água, portanto eram donos das vidas dos outros, eram donos, a partir disso, do trabalho e também do voto”, pondera.

“Enquanto outras regiões do Brasil apresentavam alternâncias de poder, no Nordeste esse movimento era muito difícil. Se você olhar a região há 40 ou 50 anos, verá uma supremacia quase que total do [partido] Arena, [rebatizado depois de] o PDS, ou seja, dos remanescentes da lógica do coronelismo”, conta.

“[Nas últimas décadas] nós começamos a ter uma mudança qualificada. No Ceará, por exemplo, na década de 80 houve uma mudança que não era ideológica, mas de cunho desenvolvimentista, com [a eleição de Tasso] Jereissati e depois Ciro Gomes. Foi uma mudança que permitiu ao Ceará uma continuidade, apesar das diferenças de visões, levando o Estado a se afastar daquela expressão maior do coronelismo”, explica Coutinho.

“Pernambuco, por sua vez, sempre teve campos políticos muito presentes em função dos Arrais e outras figuras históricas. Com Eduardo Campos, esses campos [desenvolvimentistas] meio que se uniram, mesmo mantendo identidades muito próprias e isso foi formando um acento na região [Nordeste] como um todo”.

Coutinho pontua que a chegada de Lula à presidência da República, em 2003, trouxe mais um evento importante à região Nordeste que foi o aumento dos investimentos estruturantes, a exemplo da transposição do Rio São Francisco, que não apenas leva água, mas contribui para a produção agrícola e expansão da indústria no local, e da Transnordestina, ferrovia que ainda precisa ser concluída.

Ele destaca ainda a construção e expansão de portos como o de Pecém (em Fortaleza, no Ceará) e os de Suape e Recife (Pernambuco). “A continuidade dessa política [dos portos] era fundamental para o Brasil, em função da navegação de cabotagem. Ou seja, você diminui muito a questão do custo na logística”.

Veja a seguir a entrevista na íntegra.
https://youtu.be/NuAFwqkXG5I

Lorena Valéria

O Bolsonaro deveria desistir de nomear o seu filho Eduardo Bolsonaro embaixador do brasil nos EUA e nomea-lo ministro da justiça no lugar do Moro é que por mais idiota que seja o Eduardo Bolsonaro certamente será melhor do que o Moro no ministério da justiça.

Guga Batista

O Moro é cidadão comum está fora da toga, foi desmascarado pois o conteúdo das mensagens trocadas entre o Moro e o dallagnol no âmbito da farsa a jato ou quadrilha a jato de Curitiba que está sendo divulgada pelo site Intercept Brasil em parceria com a veja e folha é VERDADE.
O Moro que pensou que todo o poder girasse exclusivamente ao seu redor tem que aceitar que o Bolsonaro realmente é quem manda e quem pode demitir seja o Valeixo ou quem quer que seja.
Aos antagonistas do site o antagonista ” aceita essa que dói menos”.

Jamilly kessia

O Bolsonaro deveria demitir o Moro e nomear o filho Eduardo Bolsonaro ministro da justiça pois o Eduardo Bolsonaro não seria pior que o Moro aliás seria melhor.

Paty soares

O Bolsonaro é burro e ignorante mais está sendo inteligentissimo no tocante a constranger o Moro em praça pública e quanto aos antagonistas do site o antagonista recolha-se à sua insignificância pois quem de fato é acima do Moro é o Bolsonaro.

Zé do rolo

O site antagonista dos infernos não tem que se meter no que o Bolsonaro faça ou deixe de fazer com o Moro… aliás o Moro merece ser constrangido em praça pública para pagar o constrangimento que tem feito para com o Lula e seus familiares.
A lei do retorno existe e o parcial e perseguidor Sérgio Moro não é melhor do que ninguém aliás o Moro pode ser pior.
Não sou fã do Bolsonaro mais ao constranger o Moro e automaticamente os antagonistas do site o antagonista o Bolsonaro caiu no meu conceito.

Zé Maria

Jair Bolsonaro, Sérgio Moro, Diogo Mainardi, Mário Sabino, todos fazem parte da Grande Milícia Fascista.
Fodam-se!

Antonio Ubirajara da Silva

É o “clã Bolsonaro” no Poder da República! Quem diria! Uma família ligada a milicianos, e mergulhada em falcatruas e rachadinhas até o pescoço. A Ocrim – Organização criminosa, funcionava dentro do gabinete do filho de Bolsonaro, o atual Senador Flávio Bolsonaro, diz MP. Será que não está funcionando, também, dentro do Palácio do Planalto? Eis a questão! Afinal, quem assassinou Mariele? Cadê o Queiroz? Será que ele ainda está vivo? Com a palavra, o super ministro, o ex-juiz Sérgio Moro, atual Ministro da Justiça e Segurança Pública. O sabe tudo! O homem que perseguiu o ex-presidente Lula, o quanto pode, em conluio com Deltan Dallagnol, procuradores da Lava Jato, e o então Chefe do Coaf, Roberto Leonel, forjando provas e utilizando-se de “Lawfare” para incriminar o ex-Presidente Lula. Moro atropelou o ex-presidente Lula, o condenou, mesmo sem prova, e prendeu um homem inocente, o maior líder político deste país, o maior e o melhor Presidente da República que este país já teve, facilitando, assim, a eleição de Bolsonaro. Em recompensa, Sérgio Moro foi contemplado com o cargo de Ministro da Justiça. Sabem pra que Moro prendeu Lula? Não sabem? Eu sei. Foi pra Lula servir de escada Moro. Um sujeito ganancioso, invejoso, trambiqueiro, trapaceiro e agente “Fora da Lei”. Foi pra isso que Moro prendeu Lula. Pra Lula servir de escada pra Sérgio Moro, ficando, portanto, comprovada a suspeição, a imparcialidade, e a corrupção do ex-juiz Sérgio Moro. Cabe, agora, ao Supremo Tribunal Federal, anular as condenações de Lula, libertá-lo do cárcere, afastar, imediatamente, Sérgio Moro do cargo que exerce, exonerar Deltan Dallagnol e demais procuradores que atuaram no caso Lula, bem como o então Chefe do Coaf, Roberto Leonel, puni-los, exemplarmente, na forma da Lei, e impedi-los de ocupar quaisquer cargos públicos neste país, por manterem condutas incompatíveis com o exercício de seus cargos, e colocá-los no lugar que eles merecem: na Cadeia, no Xilindró! E Lula Livre!!! (Poeta nordestino, de Sousa, no Sertão da Paraíba)??????

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