Sílvia Portella, Marcelo Zero e Mônica Valente: O Brasil voltou. O Mercosul também voltará
Tempo de leitura: 4 minO Brasil voltou. O Mercosul voltará.
Para Maria Sílvia Portella, Marcelo Zero e Mônica Valente, o Mercosul nunca esteve tão ameaçado quanto no governo Bolsonaro
Por Maria Sílvia Portella, Marcelo Zero e Mônica Valente*, em PT Nacional
O Brasil voltou. O Mercosul voltará.
Desde o início desse governo, ministros importantes, como Paulo Guedes, por exemplo, fizeram declarações bastante depreciativas sobre o Mercosul, insistindo na tese equivocada de que o bloco impediria a integração da economia brasileira às “cadeias globais de valor”.
Ademais, houve, por parte do Brasil, forte desinvestimento nas atividades de integração. O bloco, na realidade, ficou semiparalisado, ao longo desses últimos quatro anos.
Esse forte desinvestimento no Mercosul espraiou-se também para a União da Nações Sul-Americanas (Unasul), a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que foram abandonadas pelo governo Bolsonaro, configurando um quadro de desconstrução geral da integração regional.
A questão central é que, em razão de governos ultraconservadores e neoliberais de Estados Partes do bloco, como o de Bolsonaro, no Brasil, e o de Macri, na Argentina, houve o predomínio político de posturas contrárias ao projeto do Mercosul “soberano e integrador”, motivadas, em boa parte, no caso do Brasil, por um alinhamento acrítico com os interesses da administração de Donald Trump.
Nesse contexto, colocou-se ênfase na necessidade de se acabar com união aduaneira do bloco e investiu-se em foros regionais sem institucionalidade e fortemente ideologizados, como o PROSUL, por exemplo.
Ora, o abandono da união aduaneira representaria a implosão do bloco. Representaria, em última instância, a transformação do Mercado Comum do Sul em mera área de livre comércio, uma espécie de “Alcasul”.
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É preciso considerar que a união aduaneira é pedra fundamental do Mercosul, sobre a qual se sustentam outras dimensões importantes do processo de integração, como a livre circulação de pessoas, a constituição de instituições supranacionais, como o Parlasul, e a construção de uma cidadania comum.
De forma semelhante à União Europeia, o processo de integração “mercosulino” não visa apenas desgravar o comércio entre os membros do bloco.
Visa, no plano interno, integrar as economias, as políticas, as instituições e os cidadãos num projeto estratégico de construção conjunta de sociedades democráticas, prósperas e justas.
No plano externo, o processo de integração objetiva propiciar aos Estados Partes inserção soberana e mais competitiva num cenário internacional que se caracteriza por grande assimetria.
Caso o Mercosul seja transformado em mera área de livre comércio, como o Nafta, por exemplo, todas essas dimensões estratégicas do bloco se perderiam.
No campo econômico e comercial, os prejuízos para o Brasil, em particular, seriam imensos. Cerca de 90% do que exportamos para o Mercosul são produtos industrializados, de alto valor agregado.
Sem a união aduaneira, perderíamos o acesso privilegiado que temos nesse mercado, o qual seria ocupado por países que têm economias industriais bem mais competitivas.
Ressalte-se que a ideia de se desfazer da união aduaneira para firmar, de forma atomizada, acordos de livre comércio com países desenvolvidos, no entendimento de que essa integração assimétrica às “cadeias globais de valor” conduziria ao crescimento econômico e à prosperidade, é uma anacrônica ilusão neoliberal, refutada pelo trágico exemplo do México, entre vários outros.
Trata-se de um modelo que só beneficia as empresas transnacionais, as quais, nesse arranjo, ficam livres para estabelecer e comandar as cadeias de produção e comércio que lhes dê menos custos e mais lucros, em detrimento das necessidades de trabalhadores e da população dos Estados Partes.
A bem da verdade, o atual contexto econômico mundial, que inclui forte desarranjo das cadeias globais de valor, indica a necessidade de se fazer uma aposta inversa, ou seja, de se investir em cadeias regionais de produção, amparadas em políticas estatais de desenvolvimento sustentável.
Ambientalmente sustentável e socialmente sustentável. Isso seria impossível, porém, no quadro do “regionalismo aberto” desintegrador proposto pelos neoliberais.
Mas os grandes perdedores seriam os povos dos países do bloco.
Áreas de livre comércio acentuam as assimetrias entre as nações, geram desemprego e informalidade nas economias mais débeis, intensificam as relações de dependência, corroem a soberania, geram conflitos e amplificam as desigualdades sociais.
Desintegram, em vez de integrar.
Áreas de livre comércio podem construir muros, como no Nafta; não pontes capazes de unir sociedades e povos.
Por tudo isso, deve-se condenar, de forma veemente, essas tentativas canhestras de destruir a dimensão estratégica do Mercosul, com a desculpa falaciosa de “flexibilizar” a união aduaneira, “modernizar” o bloco, e inserir-se nas cadeias globais de valor.
É imprescindível, em consequência, que a integração regional “soberana e integradora” venha a ter centralidade na nova política externa do próximo governo Lula, pois tal integração é base para o protagonismo internacional do Brasil.
Assim, essa política terá de ser, sobretudo, sul-americana e latino-americana.
O Mercosul, a Unasul e Celac deverão ser reativados e muito fortalecidos. Da mesma forma, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), vital para a preservação soberana da Amazônia, terá de ser dinamizada.
A relativa fragmentação das cadeias globais de valor cria, como salientamos, oportunidade para a geração de cadeias regionais de produção destinadas a agregar valor às economias nacionais, especialmente no contexto da transição ecológica.
Nesse sentido, será necessário voltar a investir na infraestrutura e na integração física da América do Sul. A Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA ) e o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) terão de ser reativados e fortalecidos.
No mesmo diapasão, será preciso ativar as complementariedades econômicas e científico-tecnológicas da região.
Em um plano mais denso, deve-se considerar a criação de uma moeda própria para as transações comerciais do Mercosul, o que nos livraria de gargalos financeiros externos, além da reativação imediata do Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR) da “Associação Latino-Americana de Integração” (Aladi).
Queremos soberania, igualdade, desenvolvimento sustentável, paz, democracia e Mercosul. Muito mais Mercosul.
O Brasil voltou. O Mercosul voltará.
*Maria Silvia Portella de Castro é socióloga e especialista em trabalho e Relações Internacionais.
*Marcelo Zero é sociólogo, especialista em Relações Internacionais e assessor da bancada do PT no Senado
*Monica Valente é membro da Comissão Executiva Nacional do PT e secretária-executiva do Foro de São Paulo
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Comentários
Zé Maria
“Todos os filhotes de Galvão Bueno devem estar chorando.
Nos últimos 40 anos não teve ninguém mais xenófobo
contra os argentinos como a cria da Globo.”
https://twitter.com/Vermelhos_Sim/status/1604539970265677824
Zé Maria
A Globo sempre se aproveitou da Paixão dos Brasileiros
por Futebol para fazer Pregação Ideológica da Direita.
Zé Maria
.
Os caras da Sportv/Globo dizendo que
a Seleção braZileira não se envolveu
em Política Partidária. Comassim?
O Neymar, o Casemiro e Vários Outros
“braZileiros Europeus” se posicionaram
explicitamente a favor da Reeleição de
Jair Bolsonaro e isso não é Partidário?
.
Zé Maria
“Yo tengo tantos Hermanos
Que no los puedo contar
En el Valle, en la Montaña”,
n’Argentina, no Uruguai.
https://youtu.be/hzjlnXruOg8
Zé Maria
Salve Dieguito Mano de Dios!
Salve Jorge Mario Bergoglio!
Zé Maria
.
Salve Messi!
Salve Che!
Hasta La Victoria!
Siempre!
Zé Maria
Salve Marrocos !
Salve Gênios do Futebol!
Zé Maria
Salve Latino-América!
Zé Maria
https://twitter.com/i/status/1601628715120996352~
“Gracias infinitas capitán…
a usted, al equipo y al cuerpo técnico,
por la enorme alegría que le han regalado al pueblo argentino.
Y un saludo especial después de su maradoniano
“andá pa’allá bobo”, con el que se ganó definitivamente
el corazón de los y las argentinas.”
https://twitter.com/CFKArgentina/status/1604536594160984064
Zé Maria
.
“Parabéns, Argentina.
A melhor final de Copa do Mundo das últimas décadas.
Ao povo argentino, muitos abraços e beijos.
Messi, campeão!
Uma final emocionante!!!”
https://twitter.com/DilmaBR/status/1604537152146227204
.
Zé Maria
.
“Feliz com a vitória dos vizinhos argentinos. Grande jogo de Messi, que merecia muito, e Di Maria. Parabéns jogadores, comissão técnica da Argentina e meu amigo @alferdez.
https://twitter.com/LulaOficial/status/1604539948748754946
Zé Maria
.
“Gracias a jugadores y equipo técnico.
Son el ejemplo de que no debemos bajar los brazos.
Que tenemos un gran pueblo y un gran futuro.”
https://twitter.com/AlFerdez/status/1604539052187078656
https://pbs.twimg.com/media/FkSA4ibWYAAnvlR?format=jpg
“Saludos desde Brasil, Presidente!”
https://twitter.com/LatuffCartoons/status/1604549079526264835
Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/FkR5jZ6WYAYTY_e?format=jpg
Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/FkRESjHXoAAiL46?format=jpg
“Amigo brasileño me manda foto de un muro de San Pablo.”
https://twitter.com/solegirardi/status/1604482456899518464
Zé Maria
“Hoje participo do ‘Natal dos Catadores’ de materiais recicláveis.
Vou todos os anos.
Ia quando era presidente, fui depois de ser e vou continuar a ir,
para lembrarmos do espírito do Natal e de quem deve ter mais
atenção do governo. Quem mais precisa. Bom dia.”
LULA
https://twitter.com/LulaOficial/status/1603336952178163717
Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/FjowsftX0AEnEXX?format=jpg
Esquenta Diplomação de Mister LULA da Silva.
Domingo 11/12 das 09h às 13h Eixão da 208 Norte.
https://twitter.com/LulaDilma13/status/1601646161211060226
Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/FjoUSmSWQAcIzMM?format=jpg
Dilma passe a Faixa Verde-Amarela para LULA
https://twitter.com/Posse_do_Lula/status/1601614933195911168
Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/Fjibt5kWQAE9Zki?format=jpg
“LULA GIGANTE NA POSSE”
https://twitter.com/dasilvaBenedita/status/1601201323201830912
Zé Maria
https://www.bancariosrio.org.br/media/k2/items/cache/e5cbbacd843fafdf7aad9977fc3e22e1_L.jpg
“LULA GIGANTE NA POSSE”
Homenagem Póstuma ao Companheiro Carioca Alexandre Cesar Costa Teixeira,
militante pelas causas sociais, blogueiro, fundador do Centro de Estudos
da Mídia Alternativa Barão de Itararé – Núcleo Rio de Janeiro, ativista político
rubro-negro apaixonado, diretor do Sindicato dos Bancários do Estado
do Rio de Janeiro. Militante do PT, teve participação marcante nos
Movimentos Sociais, sendo um dos pioneiros na criação dos Comitês
da “Ação da Cidadania Contra a Fome”, fundado pelo Sociólogo Betinho
e um sindicalista aguerrido na defesa da categoria e dos bancos públicos.
Criador e Líder do Movimento LULA GIGANTE. #LulaGiganteNaPosse
https://twitter.com/Lula_Gigante_I3/status/1600916902532071424
https://www.correiodobrasil.com.br/morre-criador-lula-gigante-alexandre-teixeira-62-anos/
https://www.bancariosrio.org.br/index.php/noticias/item/8413-morre-o-bancario-alexandre-teixeira-pioneiro-dos-comites-contra-a-fome
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