Rafael Correa: “Em vez de vender gravatas resolveram vender informação”
Tempo de leitura: 4 minFundamInternacional| 28/09/2012 | Copyleft
Rafael Correa obtem vitória na Justiça contra mídia equatoriana
A justiça do Equador decidiu a favor do presidente Rafael Correa numa ação que questionava a ordem presidencial para que os ministros e altos funcionários do Estado deixem dar entrevistas a sete meios de comunicação privados de alcance nacional considerados “mercantilistas” pelo presidente. O presidente também denunciou que, apesar de ser proibido pela Constituição, ainda há banqueiros que são donos de meios de comunicação no Equador.
Ana Maria Passos, na Carta Maior
A justiça do Equador decidiu a favor do presidente Rafael Correa numa ação que questionava a ordem presidencial para que os ministros e altos funcionários do Estado deixem dar entrevistas a sete meios de comunicação privados de alcance nacional considerados “mercantilistas” pelo presidente.
Os autores do processo, a Fundação Andina para Observação Social e Estudo de Meios (Fundameios) e o Centro de Direitos Humanos da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC), já recorreram da sentença.
A determinação de suspender as entrevistas foi anunciada no dia 16 de junho no programa de televisão semanal em que o presidente presta contas à população, esclarece iniciativas do governo e responde às críticas publicadas na imprensa.
Na ocasião, Rafael Correa explicou que a gota d’água para a proibição das entrevistas de ministros e altos funcionários foi uma série de denúncias contra Camilo Samán, atual presidente do Diretório de Corporação Financeira Nacional (CFN), que é um banco público de apoio aos projetos de desenvolvimento.
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As matérias se baseavam numa dívida que Samán acumulava antes de assumir cargos públicos e havia saldado no fim de alguns anos, levantando suspeitas sobre a evolução do patrimônio do servidor público. O presidente argumentou no programa que não é crime ter dívida e que os jornalistas não se restringiram aos fatos, mas fizeram insinuações, inclusive envolvendo a familia de Samán, que não tinha nada a ver com o caso.
“Até quando teremos que agüentar essas canalhices?”, perguntou Correa .
Para o presidente o problema é que os meios de comunicação privados “são grandes empórios que acumulam outras empresas e com seu poder midiático defendem o poder econômico e seus intereses” e que os membros do governo são vítimas de ataques porque não abaixam a cabeça para eles.
“Já basta de tanto abuso. Já basta de tanta moral dupla. Falam que aqui estamos atentando contra a liberdade de expressão e não falam dos claros abusos da liberdade de expressão”. E acrescentou: “Temos que aguentar tudo isso porque em lugar de venderem gravatas resolveram vender informação. E se auto-nomearam os únicos representantes e guardiães da liberdade de expressão. Basta de tanta farsa! Basta desses ataques por simples desafetos, má fé, perversidade contra gente boa, gente honesta, contra nossas famílias”.
A Fundamedios e o Centro de Direitos Humanos da PUC em Quito, entendem que a decisão é uma política pública que discrimina os meios privados e viola as liberdades fundamentais das pessoas, por isso decidiram processar o presidente pedindo a suspensão da medida. Argumentaram na ação de proteção que a determinação de Correa priva “os cidadãos do direito de estar plenamente informados e de receber livremente informações e ideias através dos meios de comunicação da sua preferência”, o que seria um desrespeito às normas constitucionais e aos tratados de direitos humanos assinados pelo país.
Segundo o diretor da Fundamedios, César Ricaurte, os maiores afetados não são os meios de comunicação. “Se você fala com o chefe de programação dos canais, por exemplo, estão felizes sem os ministros, que não dão nenhum ponto de rating. Mas sim afetam os direitos dos cidadãos, que ficam sem a informação pública. Também vale a pena recordar que a informação pública não é propriedade dos funcionários. Eles são custódias da informação. A informação é de propriedade dos cidadãos”.
O juiz do caso considerou que não se trata de uma política pública, mas de uma alocução do presidente, ou seja, um discurso dirigido aos subordinados.
O advogado Santiago Guarderas, um dos autores do processo, classificou a sentença de “trambolho jurídico insólito” e disse que na audiência publica da apelação “pretendemos explicar os erros jurídicos cometidos pelo juiz e ampliaremos as razões da violação dos direitos”.
No programa televisivo do último sábado, ao comentar a sentença favorável da justiça na primeira instância, Rafael Correa disse que concorda com o argumento de que a informação não pertence aos funcionários públicos, mas aos cidadãos.
“Totalmente de acordo. Como funcionários públicos temos que informar. O que estou fazendo agora? Recitando? Cantando? Estou informando. Mas por que temos que dar informação a esses negócios que vendem a informação para que encham os bolsos? Estou totalmente de acordo que a informação é dos cidadãos e não dos funcionarios públicos. Mas muito menos é dos negócios da comunicação. Nós vamos informar ao povo equatoriano, não vamos dar mais negócio a essas empresas corruptas, que não pagam impostos, que exploram seus trabalhadores, que brincam com a verdade, que abusam do seu poder mediático”.
O presidente disse que os funcionários públicos vão continuar dando entrevistas “aos meios decentes”, mas não “aos meios indecentes, que tudo tiram do contexto, manipulam, fazem o que tem vontade”. Correa reafirmou que defende a liberdade de expressão, mas não vai aceitar a mentira.
“O que não vamos tolerar é liberdade para extorsão, para manipulação, para mentir”. E concluiu: “Um dos males desse país é que se tolera muito a mentira”.
Próximo alvo: os banqueiros que são donos de meios de comunicação
O presidente também denunciou no último sábado que apesar de ser proibido pela Constituição, aprovada em 2008, ainda há banqueiros que são donos de meios de comunicação no país.
Correa avisou que já tem as informações necessárias para começar a tomar providências a respeito.
“Essa união incestuosa, porque tem similares origens, entre poder financeiro e poder mediático é nefasta para qualquer país. O poder financeiro, com todo o poder que tem, mais o poder mediático, juntos, quebram qualquer país, como nos quebraram em 99. A Constituição ordenou: se você é banqueiro não pode ter empresas mediáticas. Bom, existem banqueiros que se creem muito sabidos e ainda não cumpriram com essa norma. Já vamos começar as ações legais pertinentes”.
Para evitar conflitos de interesses, a Constituição equatoriana impede também que empresários da comunicação tenham negócios em outras áreas.
Correa explicou que é proibido “que um dono que jornal seja também dono de uma operadora turística, de uma revenda de carros, comerciante de armas, porque se eles perdem (por exemplo) um concurso das Forças Armadas para comprar armamentos todos os dias dizem que há sobrepreço e etc. É isso que acontece nesse país. Estou dando exemplos reais. Investiguem um pouco e vocês verão que houve donos de jornais que se dedicavam ao comércio de armas”.
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Comentários
“Campanha para desacreditar presidentes” « Viomundo – O que você não vê na mídia
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9s – O Blog do Novaes » Blogarchiv » O Rádio Digital Mundial e a Digitalização no Sul Global
[…] No Equador, o presidente Rafael Corrêa disparou em entrevista, faz quatro dias, que, embora inconstitucional, ainda há banqueiros donos de meios de comunicação em seu país e que, agora, as empresas que exploram os serviços de telecomunicações “em lugar de venderem gravatas resolveram vender informação“. […]
Jair de Souza
É hora de rever a entrevista que Julian Assange fez a Rafael Correa (os links podem ser encontrados em Viomundo). Creio que Rafael Correa é uma das pessoas que melhor entende o papel dos conglomerados máfio-midiáticos na América Latina. Na verdade, o grande capital em sua versão mais nefasta (o neoliberalismo globalizante) não tem como se sustentar sem deter o controle hegemônico dos grandes meios de comunicação. É como aqui no Brasil: só os ingênuos ainda acreditam que a Folha, a rede Globo, Veja, etc. estão a serviço de José Serra, FHC e assemelhados. Em realidade, os Josés Serra os FHCs e seus congêneres é que estão a serviço dos grandes grupos máfio-midiáticos. E também não é pelo lucro que se obtém com a transmissão de (des)informação, e sim pelo poder de controle sobre a sociedade que isto implica. Ou seja, as corporações máfio-midiáticas são os sustentáculos indispensáveis do capitalismo em sua fase mais vil e perversa. Por tudo isso, que orgulho o povo equatoriano deve sentir por ter um presidente como Rafael Correa.
PacienteMARCO ANTONIO LEITE
Lula no restaurante…..
Das melhores que já li. É a cara do Lula.
Lula e José Dirceu foram jantar em um restaurante muito luxuoso, no qual até os talheres eram de ouro.
De repente, Lula vê o Zé Dirceu pegar duas colheres de ouro e esconder no bolso.
Ficou chateado da vida porque não teve a idéia primeiro e, para mostrar que ele sempre era o CHEFE de tudo, decidiu que também ia roubar duas colheres.
Todavia, ficou nervoso (pois os companheiros sempre roubaram para ele e ele “nunca sabia de nada”) e as colheres acabaram batendo uma contra a outra.
O garçom ouviu o barulho e perguntou ao Lula se ele queria alguma coisa.
Lula ficou sem jeito, pois tinha sido pego com a boca na botija e falou que não tinha ouvido nada, não sabia de nada e não queria nada.
Em seguida, Lula tentou de novo, mas uma das colheres caiu no chão.
O garçom ouviu outra vez o barulho, aproximou-se de Lula e perguntou,outra vez, se queria algo.
Lula pensou um pouco e, como exímio enganador, dissimulado e oportunista, perguntou ao garçom:
– Você quer ver eu fazer uma mágica?
– Sim seu Lula.
– Bom pega essas duas colher de ouro e põe elas no meu bolso.
O garçom pegou as colheres e as colocou no bolso de Lula.
– OK senhor, e agora?
– Agora conta 1, 2, 3 e tire elas do bolso do Zé Dirceu!
Todos aplaudiram e,ao ir embora,Lula deixou um “graninha” pra todos os garçons e saiu rindo!!!…
Moral da história:
O sujeito viu a oportunidade, roubou, ninguém o viu roubando e ainda saiu aplaudido e considerado “o bom”, “o bacana” e “o benfeitor”…
Esse é o Lula de sempre!!!
Erivan
Quem disso usa; disso cuida. Marco parece ser cúmplice de um ladrãozinho mequetrefe, chamado FHC – seu chefe, representante ou o raio-que-o-parta – que roubou a Vale do Rio Doce, a mina de ouro do povo brasileiro, e a globo e o pig ainda aplaudiram. FHC ficou com a pecha de ladrão, mas o pig também levou o seu quinhão.
Gabriel Dimas
É só trocar Lula e J. Dirceu por FHC e Serra. Dá no mesmo.
Rafael Correa obtem vitória na Justiça contra mídia equatoriana | Estrela de Couro
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Mario
Eu diria que resolveram vender DESINFORMAÇÃO.
Rodrigo Leme
Que espanto que a justiça do Equador decidiu a favor do comendante. Estou chocado.
Dinis
É Rodrigo, quem sabe lá souberam escolher os ministros do Supremo. Já aqui….
Renato
Denis, a suprema corte de um país tem que decidir de acordo com a constituiçã, justiça e não com a opinião do governo. Isso tem um nome Monarquia Absolutista.
Rafael Correa: “Em vez de vender gravatas resolveram vender informação” « Web Potiguar
[…] via Viomundo […]
Ananda
Sonho com o dia em que um líder brasileiro tenha metade da coragem de um Rafael Correa para enfrentar o PIG. Por ora não consigo sequer imaginar essa possibilidade.
Mario
Qualquer semelhança com o que acontece no Brasil não é mera coincidência. Mas eu não sabia que o Rafael Correa era tão corajoso a ponto de enfrentar essa corja de bandidos de peito aberto.
É uma desgraça, mas fica claro que pelas bandas da América do Sul, todos os países tem suas Vejas, Folhas, Estadãos, et caterva, cujos proprietários e empregados constituem verdadeiras quadrilhas de conspiradores, mentirosos, manipuladores, desinformadores e controladores da opinião pública e da “democracia”.
São chantagistas que quando têm os seus interesses contrariados denunciam pessoas de bem com o intuito de desmoralizá-las. No Brasil, é só observar o modus operandi da revista Veja em conluio com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira para entender como funciona toda essa monstruosidade.
Até quando? Com a palavra o ministro das comunicações Paulo Bernardo.
Julio Silveira
Se isso vira moda, caramba, esses grupos midiaticos vão ter que contratar mais gente para complementar a programação.
No Brasil principalmente. No dia em que o estado resolvesse parar principalmente de fazer transferência de recursos publicos para os cofres desses grupos privados, que a todo momento fazem campanha contra a participação estatal nos negócios do País, mas que por outro lado também pouco produzem sob risco, resolvendo atendê-los seria muito interessante, mas cadê vontade, nossa “esquerda”, patrimonialista, gosta muito e de retórica.
E. S. Fernandes
Grande povo do Equador; elegeu um grande homem.
Parabéns!
Enquanto isso, nós aqui, somos extorquidos de nosso direito fundamental a informação. Salvo pouca iniciativas, como a do viomundo, estamos comparados a Idade Média, quando uma única instituição detinha, guardava e manipulava os saberes da época.
Quando vamos peitar o pig?
Acorda Dilma;
Dilma, vá acordar o Bernardo porque ele hibernou.
Roberto Locatelli
O PIG decretou: Chávez é ditador, Dirceu é corrupto e Assange é estuprador. Enquanto isso, Daniel Dantas e Cacciola estão soltos, assim como o estuprador Abdelmassih. Sobre eles, a carcomídia se cala.
Eneas
Correa depois que sair da presidencia do Equador podia dar uma passada aqui no Brasil e se candidatar a presidente… Faria um bem danado a gente…
Roberto Locatelli
Aqui no Brasil o PIG defende os interesses de banqueiros e especuladores. No Equador é pior: os próprios banqueiros são donos do PIG!!
Contra o poder da máfia midiática, é preciso organizar a sociedade. Enquanto o PT priorizar aliança com a direita e o tal “tempo de TV”, o Governo Dilma não terá força política para mudar essa grave situação.
Aliás, note-se as diferenças: enquanto Dilma faz omelete na Globo e dá entrevista para a Veja (órgão oficial da quadrilha de Cachoeira), Rafael Correa rompe com o PIG.
Valcir Barsanulfo
Chegou a hora de no Brasil regulamentar as concessões das comunicações. Aquií o abuso é de proporções gigantescas. Donos de TV são também donos de rádios, jornais e revistas. Vamos moralizar as cobrar dessa imprensa facciosa, e mercantilizada, um mínimo de decência e neutralidade.
luca brevi
Presidente Dilma, nós, o povo que apóia o seu governo e que apoiou o governo Lula estamos prontos para apoia-la em tudo oque Vossa Excelencia nos convocar. Iremos a Brasilia para também pressionar o STF que ele tem é que dar satisfação pro povo sim. `E o povo que paga os altos salarios de juizes e funcionários publico.Somos contra éssa manipulação Mediática que ao invés de informar deforma e coloca seus interesses em primeiro lugar. Vamos fazer a maior corrente em favor do Brasil e das mudanças progressista implementadas do Partidos dos Trabalhadore com o maior orgulho. Agora é hora de mudarmos os rumos do Brasil e do PT.
Willian
Que inveja , hein petezada? No Equador o julgamento do mensalão nem existiria porque lá Correa já pôs a justiça no seu lugar. E caminha a passos largos para colocar a imprensa no seu. Com a justiça na mão e a imprensa calada, quem contestará Correa?
Repetindo: quem inveja, hein? Ley dos Medios, um Supremo ligado às causas populares, isto é o que vocês gostariam. Mas…
Mário SF Alves
Ê, Willian, isso aí que anda escorrendo de sua boca é bilis mesmo ou é só mais uma pequena mostra daquele seu veneninho vencido?
Quer um conselho? Reconsidere sua concepção de Brasil; reconsidere seu entendimento de política no Brasil. Quem sabe…
Leider Lincoln
É um troll antigo, comenta sem logar. Não lhe dê moral não… :)
Renato
Willian, a suprema corte de um país tem que decidir com os olhos voltados para a constituição e justiça e não para o lado do governo. Isso tem um nome: Monarquia Absolutista.
Reinaldo Alves
Qualquer semelhança entre a forma agir da mídia equatoriana com a brasileira, deve ser mera coincidência.
oziel f. albuquerque
Presidenta Dilma vamos enfrentar o PIG. Até porque, outros presidentes estão enfrentando o lixo do PIG.
Fernando
Tenho uma profunda inveja desses presidentes que combatem de fato o PIG, não apenas discursam contra em seus nichos.
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