PF identifica o rosto do pai de Mauro Cid em reflexo de foto usada para negociar esculturas nos EUA

Tempo de leitura: 2 min

Rosto de pai de Mauro Cid aparece no reflexo em foto usada para negociar esculturas nos EUA, diz PF

Por Valdo Cruz e Mateus Rodrigues — GloboNews e g1, Brasília

O rosto do general do Exército Mauro Lourena Cid – pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Barbosa Cid – foi identificado pela Polícia Federal no reflexo de uma foto usada para negociar, nos Estados Unidos, esculturas recebidas pelo governo como presente oficial.

Segundo investigadores, ao fotografar a caixa com os itens para pedir uma avaliação do valor em lojas especializadas, Mauro Lourena Cid acabou deixando seu rosto aparecer no reflexo.

A imagem foi um dos elementos anexados à operação desta sexta-feira (11), que faz buscas em endereços ligados a Cid pai, Cid filho e a outros assessores e aliados de Bolsonaro.

De acordo com a PF, após transportarem as esculturas para os Estados Unidos no mesmo avião presidencial que levou Jair Bolsonaro ao país, às vésperas do fim do mandato em 2022, Mauro Barbosa Cid pediu que o pai, Mauro Lourena, fosse às lojas de joias.

O pai – general que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), nos anos 1970 – teria tentado vender as joias nos dias 3 e 4 de janeiro de 2023. Mas não conseguiu, porque descobriu que os itens não eram de ouro maciço, e sim, folheadas.

A PF também obteve mensagens em que Mauro Lourena Cid (o pai) avisa a Mauro Barbosa Cid (o filho) que 25 mil dólares precisam ser entregues a Jair Bolsonaro em dinheiro, para que a origem não seja identificada.

Rosto de pai de Mauro Cid aparece em reflexo em foto usada para negociar esculturas nos EUA. Foto: GloboNews

Palmeira dourada é uma das esculturas investigadas. Foto: GloboNews

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Bolsonaro recebe palmeira folheada a ouro como presente oficial em evento no Bahrein. Foto: PF/Reprodução

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Comentários

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Zé Maria

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Já estão tentando livrar a Cúpula das Forças Armadas,
escanteando as FamíGlias Cid & Bolsonaro.

https://pbs.twimg.com/media/F3RWyQ9W4AAM_ao?format=jpg
“CHOQUEI!
Exército descobre que Bolsonaro é corrupto.
Olha os porta-vozes trabalhando!”
https://twitter.com/luizazenha23/status/1690071187148169216

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Zé Maria

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O hoje Tenente Crivelatti, atual Alvo da Operação da Polícia Federal (PF),
foi o Primeiro Militar a ocupar o Cargo de Adjunto de Comando no Exército
Brasileiro, criado em Maio de 2015 pelo General Eduardo Villas-Bôas, [então
Comandante da Força Armada Terrestre], para assessorá-lo diretamente.

A finalidade do novo cargo era “distinguir o subtenente ou primeiro-sargento
que possui destacada liderança, reconhecida competência e perfeita conduta pessoal” [SIC].

Crivelatti foi o Primeiro Praça a ocupar o Cargo no Exército Brasileiro, assessorando diretamente o General Villas-Bôas. E tinha acesso
privilegiado ao Comandante de que muitos oficiais não desfrutavam.

Para Fontes Militares, o Cargo – Inspirado no Exército dos EUA – foi feito [idealizado por Villas-Bôas] pensando no perfil de Crivelatti.

Segundo militares ouvidos pelo blog, o então segundo-sargento
sempre usou o prestígio e a proximidade com Villas-Bôas para
exercer influência em transferências e promoções dentro da
estrutura militar.

Crivelatti chegou a exercer o cargo de adjunto de comando na gestão
do General Leal Pujol, sucessor do General Villas-Bôas no Comando.

Em junho de 2019, Crivelatti começa a trabalhar na Presidência da
República, o que é considerada uma promoção.

A indicação do nome é atribuída ao General Villas-Bôas, a quem o então
Presidente Jair Bolsonaro já agradeceu por fazer parte de sua caminhada
ao Palácio do Planalto [notadamente devido aos tuítes do Oficial Militar direcionados ao Supremo Tribunal Federal (STF) às vésperas do Julgamento
do Habeas Corpus de Lula que se encontrava injustamente Preso].

[Fonte: Blog do Octavio Guedes]
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https://t.co/nLF8FLzMns
https://twitter.com/RevistaForum/status/1690003760884400128

‘Alvo da PF, Militar ‘cuidava’ das “Demandas da Casa de Bolsonaro”
no Condomínio “Vivendas da Barra” no Rio de Janeiro’

“Tenente do Exército Osmar Crivelatti atuou sob a tutela do
Coronel Mauro Cid, então Ajudante de Ordens do Presidente JB,
e usou e-mail da Presidência até junho deste ano para atender
‘demandas de Jair Bolsonaro’; ele foi incumbido de devolver o ‘Rolex’.”

[Reportagem: Plinio Teodoro | EXCLUSIVA | Revista Fórum]

Alvo da Operação Lucas 12:2, desencadeada nesta sexta-feira (11) pela Polícia Federal (PF), o tenente do Exército Osmar Crivelatti, ex-coordenador administrativo da Ajudância de Ordens da Presidência da República, atuava como uma espécie de governante da vida privada de Jair Bolsonaro (PL), tomando conta das propriedades do ex-presidente, como a casa no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro.

A Revista Fórum teve acesso às caixas de e-mail dos militares que
trabalhavam sob a tutela do tenente-coronel Mauro Cid na ajudância
de ordens da Presidência, entre eles a de Crivelatti.

Em troca de mensagens no dia 29 de novembro de 2022, o tenente
comunica à ABRJ, empresa que administra condomínios no Rio de Janeiro,
que está “assumindo a incumbência de tomar conta das demandas da casa
do Presidente Bolsonaro aí do Rio de Janeiro”.

No e-mail, Crivelatti pede o boleto de condomínio do mês corrente, no valor
de R$ 1.506,12, da casa de Bolsonaro no condomínio Vivendas da Barra para
pagamento.

Crivelatti foi um dos assessores escolhidos por Bolsonaro para continuar
atuando a seu lado após o fim do governo.

O tenente utilizou o e-mail oficial da presidência ao menos até o dia 20
de junho de 2023, quando responde ao segundo tenente Richer Pereira
uma mensagem sobre “Ofício de encaminhamento para Inspeção de saúde”.

No dia 10 de maio, em e-mail com o assunto “viagem nacional”, Crivelatti
informa o “sr. Marcelo Câmara, Assessor do Ex-Presidente Jair Messias
Bolsonaro” que “a viagem à cidade de São Paulo/SP, realizada no dia 6
de maio de 2023, transcorreu sem alteração”.

Retirada do Rolex
Segundo a investigação da Polícia Federal, em 6 de junho de 2022, Crivelatti assinou a retirada de um Rolex do “acervo privado” para o gabinete dele. O relógio, avaliado em R$ 300 mil, foi doado pelo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdul-aziz em uma viagem oficial e teria sido negociado por Mauro Cid.

De acordo com a investigação, Crivelatti faz parte da organização criminosa que negociou e vendeu joias recebidas por Bolsonaro em viagens oficiais.

“Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior”, diz a PF.

Crivelatti também esteve ao lado do advogado Paulo Cunha em março deste ano na sede da Polícia Federal em Brasília para devolver o fuzil e a pistola presenteados pelo governo dos Emirados Árabes em 2019 que foram surrupiados por Bolsonaro.

https://revistaforum.com.br/politica/2023/8/11/exclusivo-alvo-da-pf-tenente-cuidava-das-demandas-da-casa-de-bolsonaro-no-vivendas-da-barra-142099.html
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