Petição quer que Diretório Nacional do PT exija saída de Bernardo do governo

Tempo de leitura: 3 min

Ao Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores

Em 2011, no ínicio do governo da presidenta Dilma Rousseff, Paulo Bernardo indicou a possibilidade de enviar para consulta pública o texto proposto para o Marco Regulatório das Comunicações recebido do governo anterior. Na avaliação de diversos movimentos sociais, essa foi uma ação equivocada e preocupante para o setor. Nos anos seguintes, diversas outras ações também se mostraram equivocadas.

Nenhuma das deliberações da primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em 2009, foi encaminhada, demonstrando que o projeto em curso não considera a comunicação com um fator estratégico para a promoção do desenvolvimento nacional e para a consolidação da democracia. Esta opção aponta para o alinhamento a setores conservadores e a manutenção da concentração no setor.

As falhas no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), vão desde o não cumprimento do acordo de ampla divulgação, condição para empresas de telecomunicação participarem do plano, a limites de download impostos pelas empresas participantes. E a expansão do serviço, da forma como tem sido conduzida, não garante que seja prestado com qualidade.

As opções pela descontinuidade de programas de inclusão digital e pelo fim do diálogo com os movimentos sociais para a elaboração de políticas públicas efetivas evidenciam que o caminho escolhido pelo Ministério das Comunicações se afasta cada vez mais a participação da sociedade civil.

A atuação do Ministério junto ao governo na tentativa de “relativizar” o conceito de neutralidade da rede no texto do Marco Civil da Internet, discutido amplamente pela sociedade civil e agora em tramitação na Câmara dos Deputados, atende somente aos interesses comerciais das empresas de telecomunicações.

Declaração recente do ministro Paulo Bernardo afirmando que nunca haverá marco regulatório para a comunicação no Brasil mostra sua total falta de compreensão sobre o assunto. Em países como Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra, apenas para citar alguns exemplos, há regulamentação para o setor de comunicações. A Inglaterra atualizou sua legislação recentemente e será criado um órgão regulador independente que poderá multar veículos de comunicação em até um milhão de libras.

A entrega definitiva dos bens da Telebrás às empresas de telecomunicações, anunciada sob a forma de “estímulo aos investimentos na expansão da banda larga”, não só enfraquece o Estado em sua capacidade de ser agente central na condução de políticas de expansão do acesso a internet, mas também efetiva a privatização de patrimônio público estratégico.

Por tudo isso, e tendo em vista que recentes resoluções do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores apontam para a necessidade de democratização dos meios de comunicação no Brasil, acredito que o Partido deve exigir a retirada de Paulo Bernardo do Ministério das Comunicações. Caso contrário, não restará dúvida de que as referidas resoluções não terão passado de medidas de gestão de crise.

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Comentários

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Adilson Pereira Lemes

Fora Bernado, ! Seu tempo já está vencido….

Juliana

Caramba, será que vocês não percebem que quem manda no Bernardo é a Dilma?
Será que não sabem que ele só faz o que ela manda?

Se querem cobrar de alguém, cobrem de Dilma.
Ela demitiu 7 ministros porque a VEJA MANDOU.

Mas, ela não cede aos apelos que quem a elegeu.
Infelizmente, Dilma tem um pé DIREITO muito pesado.
Lamentável. Esse governo pra mim, já está perdido.

Alexandre Lins

Obrigado Viomundo por NAO me CENSURAREM! Tem blogs de “esquerda” que nao posso fazer comentarios A FAVOR de Eduardo Campos! Estou com voces e nao abro!

Alexandre Lins

E ainda falam mal de Eduardo Campos! Nem tudo bom para o PT, eh bom para Brasil! Nao vou falar mal da minha PresidentA. Acho, no minimo, AUTENTICA. Mas esse governinho nao eh dos sonhos do Brasil. Bernardo e esposa, o Ze, o PMDB de Renan e Cia. Estou com o neto de meu ETERNO governador Miguel Arraes, caso ele se candidate, exceto se vier o Lula!

André Dantas

Paulo Bernardo é um Ministro, foi colocado lá porque e quando Dilma quis e sairá quando ela quiser. Ele não tem vontade própria, a vontade dele vale enquanto for a vontade do Governo, leia-se Dilma.
Nesses textos fica subentendido que o PT e principalmente Dilma, que é do PT, estivessem sendo “vítimas” do perfil “pró grande mídia” de Paulo Bernardo que também é do PT.
É preciso deixar claro que o problema da regulamentação da mídia não é o Bernardo, mas quem manda nele. Se a Dilma quisesse democratizar a comunicação no Brasil não teria escolhido o Paulo Bernardo para Ministro.

    Maria Helena Correa

    Pois eu acredito que a Dilma não vai meter a mão nesse vespeiro se não for com pressão popular. Aliás, acredito que se houver grande pressão nossa ela vai, sim, tomar a frente e fazer o que, no fundo, beneficia o Brasil. Ela é uma brasileira apaixonada, dá para notar. Vamos aumentar nossos números e pressionar, gente!

Pedro Cruz

Quem não tem coragem para criticar o governo Dilma, critica o Ministro Paulo Bernardo. Aqui virou a Veja, pistolagem de reputação.

Juventude do MST denuncia criminalização de blogueiros à presidenta; Dilma cala-se – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Petição quer que Diretório Nacional do PT exija saída de Bernardo do governo […]

Vera

Tem comentário aqui que mais parece gente contratada para dividir a bloguerada.
Até 2014 muito vai ser investido na divisão. Fiquemos atentos e atentas.

Jr.

Mudando de alhos para bugalhos: vi no iG hoje que, só depende de Dilma a indicação do Mercadante para concorrer às eleições de governador do estado de SP. Se isso for verdade mesmo, o PT realmente está abdicando de disputar o Palácio dos Bandeirantes, justamente do estado em que se originou. Simplesmente estou desanimado.

    Pedro Cruz

    Va para o psdb, psol, rede, ou ….

    Alexandre Lins

    Isso eh que falta nos ptistas, humildade de receberem criticas. Foi assim que perderam Recife para Eduardo Campos. Joao Paulo botou banca e fez seu candidato, que depois foi traido pelo mesmo, que depois forjaram uma candidatura anti-democratica e, no final deu no que deu. E, no final, ficaram magoados com Eduardo Campos. HUMILDADE…….!!!!! Aceitem criticas. Mercandante eh um otimo politico, mas, usando um jargao popular, nao eh de PURA-RACA! Pra tomar o governo paulista tem que ser Lula. “O Cara” sabe disso!

Marat

Se ela tencionar regular a mídia, sofrerá uma brutal pressão da direita. Se frear o debate, perderá muitos votos da esquerda… Ela precisa escolher um lado. Aqui não há acordo!

    maria olimpia

    Marat, concordo com você!
    E, digo mais, já assinei a petição!

    Pedro Cruz

    Ela (Dilma) já escolheu seu lado, desde os anos de chumbo, é ao lado do povo brasileiro que lhe dá aprovação recorde, mais de 70%. Já voceis e a veja……

Fabio Passos

paulo bernardo = helio costa

Um pau-mandado dos interesses das teles e do PiG.

    Pedro Cruz

    Paulo Bernardo não é Paulo Bernardo. Paulo Bernardo é o governo Dilma, é o governo popular e democratico que está mudando o Brasil. Compare a História de Paulo Bernardo com a sua. Sou mais Paulo Bernardo.

    Ronaldo Silva

    Vc é filho, parente…funcionário do paulo bernardo?

tori

Se vier a se concretizar a “A entrega definitiva dos bens da Telebrás às empresas de telecomunicações, anunciada sob a forma de estímulo aos investimentos na expansão da banda larga”, restará claro que, nesse aspecto, é perfeitamente possível o governo do PT ser ainda pior do que foi o do PSDB e sua privataria, visto que os tucanos venderam barato, mas venderam e com isso levantaram grana para engordar contas em paraísos fiscais, para só depois utilizá-lo em campanhas eleitorais.
No caso do Hibernando a coisa é mais rasteira ainda, se é que isso é possível. Troca direta de patrimônio público por SUPOSTA boa vontade da mídia, entre outras coisas, na campanha eleitoral da cara metade.

Democratização da mídia, na pauta de sindicalistas da América Latina – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Petição quer que Diretório Nacional do PT exija saída de Bernardo do governo […]

Lafaiete de Souza Spínola

PRECISAMOS DE TECNOLOGIA PRÓPRIA, PORTANTO NECESSITAMOS DA TELEBRÁS E NÃO, APENAS DE MULTINACIONAIS.

PRECISAMOS DE SATÉLITES PRÓPRIOS, PORTANTO NECESSITAMOS DA EMBRATEL.

POR QUE UM PAÍS PEQUENO COMO A FINLÂNDIA POSSUI UMA NOKIA? IMPORTAMOS SEUS CELULARES E SÓ TEMOS CAFÉ COMO MOEDA DE TROCA!

ALGO ESTÁ ERRADO, MUITO ERRADO! NÃO ACHA SR BERNARDO?

SOBRE OS MALEFÍCIOS DA DESNACIONALIZAÇÃO E DA PRIVATIZAÇÃO

Flavio Lyra (*). Brasília 07 de Setembro de 2012.
Conforme citação do sociólogo Zigmunt Bauman, em “Isto não é um Diário”, Ed. Zahar, 2012, p.108 : “… o grande José Saramago,… ao apontar que as pessoas não escolhem o governo que colocará o mercado sob controle, em vez disso, o mercado condiciona os governos de todas as formas de colocar as pessoas sob seu controle”.

Não deixa de ser paradoxal que a grande mídia continue gastando muita energia para convencer as pessoas em todo o mundo, particularmente nos países periféricos, como o nosso, que a desnacionalização e a privatização de empresas é de fundamental importância para resolver os problemas de eficiência produtiva, competitividade e crescimento econômico, pois Já há bastante tempo a ação dos governos tem caminhado nessa direção, o que dispensaria tal esforço.

A verdade, porém, é os que os grandes problemas com que se defrontam os países, mormente os que dizem respeito ao desemprego, ao aumento das desigualdades sociais e a destruição do planeta, longe de estarem sendo amenizados continuam se agravando. Faz-se, portanto, necessário para os interessados na supremacia dos mercados sobre a política, que persista a doutrinação das pessoas, especialmente em favor da desnacionalização e da privatização de empresas.

O surpreendente, porém, é que intelectuais, partidos políticos, políticos e governantes dos países periféricos venham se mostrando crescentemente defensores da tese de que a desnacionalização e a privatização de empresas favorecem o desenvolvimento econômico e social e, portanto, que o papel do Estado é estimular esses processos. No fundo, estariam aceitando que a entrega das decisões econômicas a minorias, internas e estrangeiras, que atuando com a finalidade de aumentar os lucros e acumular riqueza, naturalmente privados, representa a melhor solução para o atendimento das necessidades das populações.

Assim, os proprietários privados das empresas têm se constituído crescentemente em minorias que acumulam riqueza e poder econômico incalculáveis e os utilizam, sem qualquer remorso, para controlar o poder político e impedir que os frutos do aumento da riqueza cheguem ao grosso da população, bem como que interesses coletivos, a exemplo da atenuação dos efeitos destrutivos da ação humana sobre o meio ambiente, possam ser atendidos.

Tanto as desnacionalizações quanto as privatizações de empresas têm andado a passo largo no Brasil. Em muitos casos, ambos os processos se confundem no tempo. Quando não, as privatizações têm sido, com freqüência, apenas o passo inicial de futuras desnacionalizações.

Somente se vivêssemos num mundo em que a concentração do poder econômico não fosse utilizada em favor dos países mais fortes e de minorias nacionais não haveria porque preocupar-se com a desnacionalização e a privatização das empresas, mas esta claramente não é a realidade do mundo atual.

Por certo, que não faz sentido imaginar nem desejar um mundo sem empresas privadas e sem mercados. Ambas instituições são fundamentais para o bom desempenho da atividade econômica, representando meio insubstituível para a descentralização das decisões econômicas. O problema surge quando as empresas privadas se apropriam de setores e atividades estratégicos na economia e, por esse meio, tornam-se poderosas a ponto de capturarem o poder político e transformá-lo em instrumento auxiliar do mercado e dos interesses de minorias voltadas para a acumulação de riqueza.

Veja-se a citação que o sociólogo Zigmunt Bauman, faz na obra anteriormente citada (p. 108): “Várias décadas atrás em A Crise de Legitimação do Capitalismo Tardio: Jürgen Habermas declarou que a função dos Estados capitalistas é assegurar que ocorra um encontro entre capital e trabalho, e que ambos os lados cheguem ao encontro dispostos e preparados para a transação”.

Ora, se isto chegou a ser verdade durante várias décadas nos países centrais com o funcionamento do chamado “Estado de Bem Estar Social”, nunca o foi nos países periféricos.

A questão que agora se coloca é que mesmo nos países centrais o Estado de Bem-Estar Social acha-se em processo de aniquilação progressiva e a concentração da renda vem aumentando de maneira assustadora, com suas conseqüências nefastas sobre o quadro social. Vejam o que diz Tony Judit no livro “III the Fares the Land” (Penguim, 2010, p.175) em seu último alerta feito aos Estados Unidos:“A desigualdade é corrosiva . Apodrece a sociedade a partir de dentro. O impacto das diferenças materiais leva algum tempo para aparecer: mas no devido tempo, a competição por status e bens aumenta, as pessoas assumem cada vez mais um sentido de superioridade (ou inferioridade) baseado em suas posses; os preconceitos contra os que estão na base da pirâmide social se acentuam; a criminalidade aumenta e as patologias da desvantagem social se tornam cada vez mais observáveis. A herança da criação desregulada de riquezas realmente é amarga”.)

A experiência recente de países como Brasil e Venezuela, mostrou que a ascensão de governos de base popular pode permitir melhorar a distribuição da renda, reduzindo as desigualdades sociais, mas que isto somente se dá num contexto de disputa permanente, muitas vezes acirrada, com as minorias detentoras do poder econômico.

Contribuir, pois para que essas minorias se fortaleçam mediante o controle de empresas em setores estratégicos, leva ao aumento da forte influência que já exercem sobre o poder político, entregando-lhes os meios para que se oponham eficazmente à redução das desigualdades econômicas e a outros objetivos de natureza coletiva.

Nesse contexto, a única forma válida de impedir que o controle do poder político pelo poder econômico cresça e se transforme em obstáculo instransponível à diminuição das desigualdades econômicas e a realização de objetivos no plano da proteção ambiental, é manter as empresas estratégicas sob o controle do Estado, freando assim os processos de desnacionalização e privatização.

(*) Economista. Cursou doutorado de Economia na UNICAMP. Ex-Técnico do IPEA.

Apavorado por Vírus e Bactérias

Esse Bernardo é um Petista de direita. Ele vela a Anatel e as empresas achacadoras de Telecomunicações, vela a Telefônica, travestida de Vivo, que some com o dinheiro do BNDES, além de prestar um serviço horrível e caro.

FrancoAtirador

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QUEM TE VIU E QUEM TV…

Publicado em 17/02/2011

Transcrição da entrevista com o ministro Paulo Bernardo

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Leia abaixo a entrevista exclusiva com o ministro das Comunicações Paulo Bernardo na Rádio Brasil Atual.

Os áudios estão aqui:
parte 1 (http://www.redebrasilatual.com.br/radio/programas/jornal-brasil-atual/ministro_paulo_bernardo_1.mp3)
e parte 2 (http://www.redebrasilatual.com.br/radio/programas/jornal-brasil-atual/ministro_paulo_bernardo_2.mp3).

Para ler mais, sobre a entrevista no programa Momento Bancário, clique aqui (http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/02/bernardo-reafirma-que-regulacao-vai-ocorrer-mas-sem-correria).

Colibri – Eu queria que o senhor falasse um pouco sobre a sua história como bancário, muita gente não sabe a história do senhor em São Paulo, o senhor nasceu no Belenzinho e era bancário do Banco do Brasil, conta um pouquinho sobre essa história de bancário que a gente não sabe muito bem.

Paulo Bernardo – Na verdade eu sou bancário ainda, sou da ativa do Banco do Brasil, estou cedido para o governo e trabalhei aqui em São Paulo na avenida Paulista. Como você disse, eu nasci no Belenzinho, mas quando eu estava no Banco do Brasil, eu trabalhava na agência que tem até hoje, uma agência muito grande na esquina da Augusta com a Paulista, hoje é uma agência menor, mas naquele tempo tinha umas 200 e poucas pessoas que trabalhavam ali. Naquele tempo os bancos não eram tão informatizados, isso foi em 77, 78, 79, portanto, era muito mais trabalho mecânico, tinha muito mais gente nas agências e naquele tempo nós éramos oposição, era um movimento de oposição sindical no Sindicato dos Bancários.

Colibri – Quem eram os seus pares, os seus companheiros lá?

Paulo Bernardo – As lideranças do movimento naquele tempo eram o Augusto Campos, Gushiken. Tinha lideranças novas surgindo, o Moretti era um bancário do Banespa, uma liderança relativamente jovem, e tinha muita gente da velha guarda que tinha ficado meio quieta na época da ditadura e que estava voltando e ajudava muito, velhos quadros do PCB, velhos quadros da esquerda de vários movimentos, que ajudaram a organizar a oposição. Então, naquele período, acho que em 78, a oposição ganhou a eleição, o Augusto virou o primeiro presidente do Sindicato, era um tempo interessante.

Colibri – E o senhor envolvido, engajado já como bancário, nessa luta política?

Paulo Bernardo – É, a gente participava, naquele tempo trabalhava seis horas, e trabalhava de manhã, então a gente ficava até 2 horas no banco, depois vinha no sindicato marcar ponto, para desespero da diretoria “esses caras estão aqui querendo tomar o nosso bife”, mas o sindicato era diferente do que é hoje, na verdade o sindicato era uma grande máquina burocrática, não tinha atuação, não tinha boletim para categoria, era muito raro perto da época salarial sair um boletim, a comunicação com a categoria era muito pequena e o número de bancários sindicalizados era diminuto, muito pequeno, embora a categoria fosse grande.

Colibri – Mas aí começou a campanha né? Nessa mesma época que o Augusto Campos assume.
Paulo Bernardo – A primeira coisa que tinha que fazer era campanha para sindicalizar o pessoal.

Colibri – E depois o senhor saiu de São Paulo

Paulo Bernardo – Eu fui para o Paraná, eu fiz um concurso interno, o banco me levou para trabalhar no Paraná, depois, lá mesmo, eu fui fazer um curso de programador de computadores e aí eu fui para Londrina trabalhar com computadores, fiz carreira nessa parte de tecnologia do banco e fiquei até 90. Em 90 fui candidato a deputado federal e fui eleito pelo Paraná.

Colibri – E o senhor ficou lá direto. Em 94 o senhor ficou também como deputado.

Paulo Bernardo – É, fui reeleito. Em 98 eu fui ser secretário da Fazenda no Mato Grosso do Sul, lá foi também um bancário, o Zeca do PT, que é bancário aposentado do Banco do Brasil, que se elegeu para governador e me chamou para ser secretário. E depois em 2002 me elegi novamente deputado e em 2005 o presidente Lula me convidou para ser ministro do planejamento, fiquei quase seis anos lá, porque era começo de 2005, fiquei até dezembro de 2010 e agora a presidenta Dilma me chamou para ser ministro das Comunicações.

Colibri – Agora, as primeiras impressões como ministro das Comunicações. O senhor já está há um tempo, estamos em fevereiro. É muito diferente do Planejamento, são outras demandas? Outro tipo de preocupação? Como é que o senhor definiria?

Paulo Bernardo – É completamente diferente, o Ministério do Planejamento, é um ministério meio, um ministério de suporte, nós temos que gerenciar o orçamento, gerenciar os meios de trabalho para o governo, os servidores, concurso, a própria tecnologia da informação, a logística do governo, a gestão, compra, nós definimos política de compra, você tem que ser assim, digamos, a retaguarda do governo, o governo define um programa, tem que dar um jeito de fazer aquilo se encaixar no orçamento, então esse era o trabalho do Planejamento. No Ministério das Comunicações você está mais na linha de frente, aquilo que diz respeito mais diretamente a sociedade. O governo contingenciou 50 bilhões, como aconteceu na semana passada, mas a imensa maioria das pessoas não sabe direito como é que é isso… também não está muito preocupada, tem gente que acha que tem que contingenciar mesmo, outros acham que isso pode ser ruim, mas não é um assunto palpável. Agora você fala assim: nós precisamos melhorar o sistema de concessão de rádios, isso aí eu entendo desse assunto ou nós precisamos dar acesso às novas tecnologias, novas mídias, melhorar internet, banda larga, está muito caro, o serviço é deficiente. Todo mundo tem opinião sobre isso, porque isso incide na vida de todo mundo, todo mundo tem um celular e fica louco da vida com a conta, acha que a conta não vem bem explicada, que as empresas cobram muito, então esse é um assunto que diz respeito a todo mundo. Hoje por exemplo o computador é um eletrodoméstico, vamos promover o computador a eletrodoméstico, porque as pessoas estão querendo tanto quanto uma máquina de lavar, não digo geladeira, porque geladeira é obrigação. A pessoa quer ter um computador em casa, tem um filho que está na escola, na universidade. Aí você tem um computador e aquilo não é uma máquina de escrever, você tem que ter conexão, e aí você cai na internet e se a internet for ruim você tem que brigar com alguém, com a empresa ou com o governo, é esse Paulo Bernardo… (risos). Então é muito estimulante…

Colibri – E tem um caráter muito mais executivo então, de prática, mais pragmático.

Paulo Bernardo – Eu diria assim, nós estamos trabalhando diretamente com assuntos que dizem respeito à vida das pessoas e estabelecimento de políticas que vão incidir na vida das pessoas imediatamente. Por exemplo, estamos fazendo um contingenciamento no orçamento porque achamos que isso pode ajudar a combater a inflação, aí a inflação melhor vai melhorar a economia, vai sustentar o crescimento, mais isso o cidadão não vê claramente, agora se a banda larga está custando 90 reais e nós queremos que custe 30, isso faz efeito no dia seguinte. Nós fomos a Manaus na sexta-feira passada e foi inaugurada uma fibra ótica lá, um cabo de fibra ótica, que veio de Venezuela e depois de Boa Vista para Manaus. A banda larga, que nem é tão larga, 300 kb custava 412 reais, com a inauguração desse cabo passou a ser vendido por 39 reais, evidente que isso dá uma diferença extraordinária, todo mundo está querendo, eu quero que instale aqui porque agora eu consigo pagar, mas 412 é proibitivo em qualquer lugar do Brasil.

Colibri – Ministro eu tenho várias perguntas, vou começar com uma surpresa, vamos ver se o senhor conhece quem está fazendo essa pergunta.

Senadora Gleise Hoffmann – Como é uma pergunta de uma senadora para um ministro, eu vou ser bem formal. Senhor ministro, o senhor tem falado muito sobre o Programa Nacional de Banda Larga, o que é natural para um ministro das Comunicações, o tema tem sido pauta constante da imprensa, pelo interesse que desperta na sociedade, mas a sua relação com o tema não é de agora, eu queria pedir para o senhor falar da história de sua participação na PNBL e também da democratização do acesso aos equipamentos de informática, como computadores e laptops.

Colibri – Eu queria que o senhor identificasse quem fez a pergunta, porque foi difícil, ela estava falando do Senado e teve a deferência de nos atender para fazer uma pergunta para o senhor ministro.

Paulo Bernardo – A senadora Gleise Hoffman, que é lá do Estado do Paraná, por acaso somos casados (risos) e ela fez uma pergunta que é quase o tema da palestra. O governo Lula teve uma preocupação muito grande com a inclusão social e nesse sentido fizemos um trabalho grande para a inclusão digital, ou seja, para que as pessoas tivessem acesso a computador. Nós tiramos impostos, aumentamos o crédito, estimulamos a fabricação de computadores aqui e como resultado, o Brasil saiu de 1milhão e poucos computadores que eram fabricados, para 14 milhões no ano passado. É muito barato hoje comparativamente, você pode até achar que está caro, mas comparativamente você acha hoje computador de 800 reais no mercado. E, além disso, nós tínhamos a preocupação de dar acesso, de dar internet. Nós fizemos um programa chamado banda larga nas escolas, era para ser 100%, nós conseguimos fazer banda larga em 91% das escolas publicas brasileiras, houve um atraso, mas esse ano isso fecha, nós vamos conseguir todas as escolas com internet. Além disso, nós começamos a trabalhar essa questão da banda larga por um motivo, a crença de que o mercado não conseguiu resolver esse problema. A verdade é que as empresas que atuam no mercado optaram, acho que eu posso usar esse termo, optaram por fornecer um serviço caro e para poucos. ‘Eu ganho dinheiro fornecendo para poucos, eu preciso cobrar caro’. Nós achamos que tem que inverter isso. Nós temos que massificar o uso da internet, tem que ser mais barato para as pessoas acessarem, e as empresas vão continuar ganhando dinheiro, porque empresa nenhuma deixa de ganhar dinheiro em um movimento como esse, eles vão ganhar dinheiro num mercado de massa, fornecer para muita gente. Como uma das alternativas, nós recriamos a Telebrás. A Telebrás é uma empresa estatal, na época da privatização ela ficou na mão do governo, mas ficou vazia, não tinha nada, nós recriamos e a Telebrás vai organizar o serviço de fornecimento de tráfego na internet. Nós temos as empresas estatais, a Petrobras, a Eletrobrás, a sua subsidiária, o sistema elétrico todo, tem muitas redes de fibra ótica, mais de 35 mil quilômetros de cabos óticos instalados, então nós queremos que a Telebrás gerencie esses cabos e forneça tráfego no atacado. Um pequeno fornecedor compra e vai fornecer em uma cidade, ele tem que comprar de alguém para a conexão, então ele vai comprar da Telebrás e com isso nós vamos derrubar o preço. Só para você ter uma idéia, a Telebrás mal começou a trabalhar e tem lugar que se cobra 6 mil reais por um gigabit de velocidade no tráfego da internet, hoje está na faixa de 600, 700 reais, ou seja, está jogando o preço lá embaixo, e nós além disso vamos fazer investimento para ter mais cabo e mais trafego, de maneira que as pessoas tenham uma oferta maior e com isso diminua o preço também. Nem é o objetivo do governo universalizar o Plano Nacional de Banda Larga, ou seja, 100% da população tem que ter. Nós estamos muito atrasados. Como nós estamos atrasados, se eu falar que nós vamos universalizar, fica até digamos assim, uma descrença, mas nós queremos nesses próximos quatro anos, elevar para um patamar de 80% os domicílios com internet. Porque a partir daqui nós podemos fazer um plano para universalizar, ver onde é mais distante, onde as pessoas são mais pobres, que tipo de subsídios nós vamos fazer, para as pessoas pelos menos terem o direito. Então esse é o Plano Nacional de Banda Larga, nós queremos fazer via Telebrás, mas queremos que as empresas, concessionárias de telefonia também entrem, porque elas têm suas obrigações.

Valter Sanches, diretor de comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e presidente da Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho. – Vai haver uma democratização nos processos e procedimentos de concessões de radiodifusão?

Paulo Bernardo – Nós temos orientação, e mais do que isso, uma determinação da presidenta Dilma de olhar com carinho essa questão, de buscar desconcentrar as outorgas, as concessões de rádio e de TV, de prestigiar segmentos que não conseguiram ainda hoje. Por exemplo, nós temos ainda, parece que 34 municípios onde não há qualquer tipo de radiodifusão, então nós já vamos fazer um edital para tentar pelo menos uma rádio comunitária, fazer, promover a outorga nesses municípios. Além disso, nós pretendemos dar uma força extra para o sistema de radiodifusão comunitária. Hoje reconhecidamente há uma burocracia muito grande, precisamos melhorar isso, nós estamos lá com um número grande de processos e pedir para o pessoal dar uma pegada boa para a gente liberar já alguns processos, de maneira que sinalize assim: ‘começou a andar esse negócio’, para digamos assim, acalmar a impaciência das pessoas que nós cobra muito. Nós vamos sim, Valter, fazer um esforço para democratizar, para desconcentrar, para fazer a universalização, já que tem município que não tem nenhuma concessão de rádio. Nós vamos andar rápido com isso.

Venício Lima (sociólogo, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais. É professor aposentado pela Universidade de Brasília, UnB). Ministro Paulo Bernardo, não ficou muito claro qual é a posição do Ministério com relação à questão da regulação da propriedade cruzada. O senhor deu uma primeira declaração que foi interpretada como sendo contrária à continuidade da propriedade cruzada, depois o Estado de São Paulo deu uma manchete de capa dizendo que o governo tinha recuado dessa posição, o grupo RBC fez um editorial felicitando o governo de ter recuado da posição. Então, acho que seria importante que essa questão ficasse clara, porque há uma confusão entre a questão da convergência tecnológica e a questão, que no meu ponto de vista é totalmente distinta, da propriedade privada, e que na verdade nunca foi controlada no país. Então qual é de fato a posição do ministro e do ministério em relação à propriedade cruzada?

Paulo Bernardo – Nós estamos trabalhando um projeto de regulação de mídia eletrônica no país, isso quer dizer o seguinte, nós não vamos regular jornais e revistas, outdoor, busdoor, nada disso, mas queremos regular a questão da radiodifusão, tem vários dispositivos na constituição que tratam disso, e também a intersecção da radiodifusão com telecomunicações, porque hoje as empresas de telefonia também atuam, por exemplo, com TV a cabo. Nós achamos que esse universo, que na verdade é bastante coisa, tem que ser regulado. Não é a questão da convergência tecnológica, hoje você pode, por exemplo, com a evolução tecnológica, nós podemos ouvir rádio no celular, celular com televisão, isso naturalmente vai acontecer, o que nós queremos é o seguinte, é fazer limitação mais definida e mais clara sobre a concentração da mídia na mão de poucos grupos. A questão da propriedade cruzada vai tratar disso, se alguém pode, ou um grupo, uma pessoa física ou jurídica pode deter, digamos, x números de rádios, TVs, ter jornal, enfim, tudo isso. O projeto que nós estamos trabalhando, que foi organizado pelo ministro Franklin Martins, estabelece restrições mais rígidas. Hoje por exemplo, você pode ter duas emissoras de televisão em um estado, pode ter até 4 rádios AM, até 6 rádios FM. Nós estamos discutindo isso, quanto que você pode ter. E a partir daí tem que ter uma fiscalização, porque às vezes um grupo tem 5 rádios AM, mas põe no nome de um dos acionistas. E nós queremos regular isso, essa é a posição do governo e é isso que nós estamos trabalhando.

Sérgio Amadeu (sociólogo e Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo. Militante do Software Livre). Ministro Paulo Bernardo, recentemente a Anatel multou um usuário da internet por usar um roteador e abrir o seu sinal wireless para outros vizinhos. O que o senhor acha dessa atitude da Anatel? E por que no Plano de Banda Larga não há um incentivo claro para as pessoas criarem cooperativas de conexão principalmente usando as tecnologias wireless? Isso não ampliaria as possibilidades de atendermos a última milha? Não aumentaria a competição com as operadoras de telefonia que oferecem um serviço ruim?

Paulo Bernardo – Esse caso da Anatel me pareceu um caso extremo, chegou lá para nós e nós mandamos para Anatel analisar e olhar. A regulamentação diz o seguinte, você não pode montar um serviço como esse que o professor Sérgio Amadeu está falando, de conexão wireless, sem autorização da Anatel, isso está na lei. Agora a notícia, pelo menos, se tudo que tiver na notícia for verdadeiro, diz o seguinte: são três ou quatro vizinhos que se uniram para pagar um serviço de banda larga, pegaram um roteador e fizeram um serviço comunitário, quer dizer, tecnicamente não pode porque a lei diz que não pode. Mas também você ir atrás de um caso desse, aí parece evidentemente um exagero. Passando para outra pergunta, eu acho que nós deveríamos ter esse tipo de possibilidade. Você tem um serviço que é fornecido em um lugar com deficiência, com dificuldade, custa caro… por exemplo, o caso de Manaus, 412 para ter uma conexão, que aliás essa nem dava para por roteador, porque é muito pequena (risos). Então você quer contratar um serviço e pagar digamos 200 reais para ter uma conexão 10 megabits por segundo, eu acho que deveria poder sim, acho que nós precisamos examinar isso, provavelmente nos teríamos que fazer alguma alteração legal nisso, mas eu não vejo problema. Não pode ser assim, para explorar economicamente, porque aí você monta um provedor de internet e vai explorar. Agora nesse caso que o professor falou, eu li as notícias, era uma divisão, o pessoal estava rachando a conta da internet, eu acho que foi um exagero. E com relação à outra questão, eu acho que aumentaria a possibilidade. Eu fui à Argentina, nós fizemos um acordo com a Argentina para colaborar nessa questão de banda larga, e eles estão fazendo nas praças, na praça e colocam roteador e é free, quem quiser senta no banco, no gramado e fica trabalhando ou navegando, patrocinado pelo governo, eu acho que é bem possível fazer e por que não fazer comunitariamente.

Leandro Fortes (jornalista, professor, colunista da Carta Capital) Ministro Paulo Bernardo, eu gostaria de saber se o senhor apóia ou não a questão direta de inconstitucionalidade que foi impetrada pelo professor Fabio Konder Comparato a respeito de vários artigos da constituição federal relativos à comunicação social.

Paulo Bernardo – Eu vi esses artigos e acho que não me cabe apoiar ou negar apoio, porque o professor Comparato entrou no Supremo contra o Congresso Nacional, que não regulamentou ainda determinados pontos. Eu acho que isso pode ser uma coisa positiva, mas pode também ter problemas nessa iniciativa. Digamos, em alguns casos, o Supremo resolveu legislar, o Congresso não resolveu. Então em vários casos aconteceu isso, e se o Supremo disser que não vai se manifestar, não der provimento à ação, vai acabar legitimando uma lacuna, uma ausência de regulação. Eu acho que nós temos que pressionar, no bom sentido, eu sou ministro (risos), o movimento social tem que pressionar o Congresso para regular isso, para resolver. Eu daria opinião favorável, tem que regulamentar, agora, não é exatamente o governo, é a sociedade que tem que fazer isso.

Celso Horta (diretor do ABCD Maior) – Ministro, é mais fácil para o governo da presidenta Dilma, como foi para o do presidente Lula, comunicar-se a partir do monopólio? Todos os campos da atividade econômica, a pequena e média empresa mereceram do governo do presidente Lula políticas públicas de apoio, na área da comunicação, não. O governo do presidente Lula e agora da presidente Dilma entendem que o campo da comunicação não é território para as pequenas e médias empresas?

Paulo Bernardo – Não é verdade isso Celso Horta, eu discordo do sentido da pergunta. Veja bem, se você pegar, por exemplo, a mídia, o trabalho de divulgação do governo, os próprios grandes jornais. A Folha de São Paulo fez um levantamento mostrando que no governo Fernando Henrique o governo anunciava em 490 veículos no país inteiro, no governo Lula chegou a 8 mil veículos, ou seja, nós estendemos isso para o interior, prestigiamos os veículos do interior, jornais, rádios, pequenas rádios, pequenas TVs. A presidenta Dilma disse, inclusive, no discurso que fez no Congresso: “nós queremos prestigiar a radiodifusão comunitária, vamos levar mais para o interior a radiodifusão e as TVs”. Portanto, eu acho que é uma coisa pra ser enfrentada, nós temos que trabalhar isso e nós não somos a favor de monopólio nenhum, não.

Reginaldo José Gonçalves (diretor da Rádio Comunitária de Heliópolis) Qual é a proposta de trabalho em relação às rádios comunitárias? Ainda temos muitas dificuldades em relação à lei 9.612. Vai abrir um canal de discussão entre as rádios comunitárias para discutir essa lei? Tem um plano de trabalho especifico para rádios comunitárias?

Paulo Bernardo – Nós fizemos uma primeira rodada de conversa com entidades representativas do movimento de rádios comunitárias e avaliamos várias coisas. Uma delas é, se nós precisamos iniciar um movimento para mudar a lei que regulamenta e que vai completar, acho, 9 anos agora. Além disso, nós também reconhecemos que não tivemos todos os avanços que gostaríamos nessa questão das rádios comunitárias. Eu recebi uma orientação da presidenta Dilma, para olhar com muito cuidado, com muito carinho essa questão das rádios comunitárias, ou seja, nós queremos outorgar mais rádios comunitárias para fortalecer o movimento. E estamos fazendo algumas coisas que queremos fazer parceria, por exemplo, pedir para o pessoal pensar no desenvolvimento de um software, um sistema, um software livre, para administrar e para fazer fluir o trabalho nas rádios comunitárias, desde a contabilidade quanto a parte técnica, programação e nós estamos vendo como é que vamos fazer e evidentemente isso seria cedido para download gratuito a partir do site do Ministério.

Artur Henrique (presidente da nacional da CUT) – A minha pergunta vai no debate que estamos fazendo, não só da regulamentação, do marco regulatório para questão da comunicação, mas principalmente quais são os principais temas que o Ministério pensa em colocar no debate junto à sociedade sobre a democratização da comunicação.

Paulo Bernardo – O projeto que o Franklin Martins trabalhou, primeiro ficou um trabalho fantástico de muito fôlego, muito bem elaborado, mas ele não está pronto. A primeira coisa que o Franklin me falou quando me entregou foi: não está pronto, se eu tivesse mais um mês teria condição de terminar. Nós estamos olhando com lupa cada artigo, cada dispositivo, para formar, digamos, formar uma opinião, nós recebemos a incumbência do governo de examinar esse anti-projeto, vamos tocar esse trabalho, já falei com a ministra Ana de Holanda, já falei com a ministra Helena Chaves, vamos fazer um debate entre os ministros e depois submeter à presidenta Dilma para ver se estamos de acordo. Inclusive se vai ser um único projeto, ou se nós vamos fazer vários projetos para regular os diversos dispositivos da Constituição. E a nossa previsão é de que vai ser um debate longo. Eu acho Colibri, que só tem um jeito desse debate ser curto, é a gente ser derrotado, eu escrever umas besteiras e os caras baterem na gente, enterrar o projeto como aconteceu na época da Ancinav. O governo articulou uma coisa, foi mal articulado, mal interpretado, distorcido. Então, nós temos que nos preparar para um debate longo sobre essa questão. Nós queremos fazer essa regulação, eu acho importante, o Brasil precisa disso. Como eu disse, tem pelo menos 4 artigos da Constituição e nós vamos fazer. Agora, a forma de participação da sociedade na nossa visão seria o seguinte, a hora que a presidenta falar: o projeto desse jeito dá, eu sugeri para ela que nós colocássemos em consulta pública antes de mandar para o congresso, 30 ou 60 dias, deixar todo mundo falar. Vão aparecer milhares de manifestações, mais um período para examinar, vê se aproveita essas manifestações, se tem coisa que precisa ser mudada, aí manda para o Congresso que também vai fazer um debate grande. Se nós não tivermos essa ampla participação da sociedade, a verdade é que esse projeto pode ir para o Congresso e ser engavetado. O presidente Lula sancionou um projeto de fundo nacional de habitação de interesse social, foi aprovado em 2005, eu participei da coleta de assinaturas em 90, então quer dizer, foi feito o movimento, em 91 ele foi protocolado com quase um milhão de assinaturas e em 91 foi aprovado, portanto quase 15 anos depois, e era um projeto de iniciativa popular, grande interesse, grande apelo, está fazendo um sucesso extraordinário, mas nós temos que trabalhar prevendo que vai ter dificuldade também no processo. Todo mundo tem que pressionar. Essas pessoas que têm boas opiniões, que têm conhecimento, que estudam o assunto, têm que ir para luta, ajudar a mobilizar o Congresso para aprovar esse projeto.

(http://www.redebrasilatual.com.br/radio/noticias-1/transcricao-da-entrevista-com-o-ministro-paulo-bernardo)

andre i souza

Simples:

Paulo Bernardo fora da pasta, fora do governo e, para melhorar, fora do PT. Que vá bumbar com o frederico, a turma da Marina, PSD/DEM, Heloísa Helena, Eduardo Campos e congêneres.

Ah, por falar em congêneres, que se leve o Cardozo também.

Moscas sujam a prata dos banquetes.

abolicionista

Uma coisa é certa: com Paulo Bernardo a Dilma perde meu voto.

    Ricardo Homrich

    Totalmente.
    Ainda mais para quem (como eu) é de Mato grosso do Sul.
    Esse “cidadão” foi secretário de governo do Zeca do PT aqui antes do Lula ganhar em 2002.
    Conheço bem.

    francisco niterói

    O meu tambem.

    Alias, mesmo que ele saia ainda acho que a dilma tem que se manifestar sobre um ministro dela dizer que tem gente do PT que quer censurar a midia. Se foi invencao da midia, que a desminta. Se o PB disse isso, que aponte os censuradores.

    A dilma tem que manifestar respeito ao partido que lhe deu a legenda para concorrer. E so ela ver a briga do PSDB para tal. Alem do mais, este partido sacrificou liderancas que nao puderam concorrer em 2010 pra governador, por ex., por causa de aliancas para elege-la. Alias, o mesmo ja estao ensaiando pra 2014, basta ver o cabralzinho forcando pro PT apoiar o candidato dele. Ou seja, sempre temsido tudo pra DIlma e ela nao tem manifestado o mesmo apreco que o PT devota a ela.

alício

Meu neto diz que é “cagão”.

agostinho

Já demorou demais. O estrago até parece o buraco de ozônio. Tem que pedir não! Tem que exigir!!!!Acorda PT.

renato

No Paraná as eleições para Governo do Estado já começaram.
A mulher do Bernardo vai concorrer, e tem tudo para ganhar,
pois este Governo que está aí, não passa, os impulsionadores
do futuro da Nação que o digam.
MAS…enquanto o Bernado não disser para que veio, está difícil.
Excel..President..Dilme…dá as cartas para o Homem.

Willian

Quem sabe Paulo Bernardo se torne o primeiro ministro a cair por uma ação da blogosfera? Depois do PIG derrubar tantos, quem sabe chegou a hora de vocês criarem uma crise para a Dilma?

Acompanhemos.

    abolicionista

    Ué, nós não eramos “chapa branca”, “cumpanheirada”? Decida-se, você quer nos acusar de quê?

    Lucas

    derrubar ministros com ajuda do crime organizado é fácil, quero ver na base da mobilização social!

Urbano

Em se retirando o peso de porta, provavelmente a coisa venha a fluir.

    Urbano

    Além do mais, se o pig derrubou sete ou oito ministros, como que o PT não consegue unzinho? Vamos ver como anda o prestígio do PT junto ao Planalto. Na verdade, saber se piorou.

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