Paulo Pimenta: Governo Temer, uma tragédia que faz o Brasil voltar às trevas
Tempo de leitura: 3 minTemer: pobreza, fome, aumento da mortalidade infantil e a volta do fogão a lenha
por Paulo Pimenta*, exclusivo para o Viomundo
Primeiro, foi a volta da fome e do aumento da pobreza, depois, em razão do desemprego impulsionado pela reforma trabalhista e dos preços absurdos do gás de cozinha, milhões de brasileiros passaram a cozinhar usando lenha e carvão.
Mas o cenário sempre pode ficar pior: depois de 15 anos consecutivos de redução, a mortalidade infantil voltou a crescer no Brasil; são alarmantes 11% de crescimento do índice em 2016, comparando-se ao ano anterior.
Um enorme esforço do governo federal e da sociedade civil realizado durante década e meia começa agora a ser desfeito, sob o argumento do ajuste fiscal promovido por Michel Temer.
O aumento da mortalidade infantil está relacionado aos cortes nos programas sociais feitos pelo governo golpista, aliado ao não prosseguimento de outras ações que se relacionam com o bem-estar das crianças.
A PEC 95, que estabeleceu o contingenciamento de recursos e o congelamento das despesas sociais por 20 anos, está no topo das explicações para todo este retrocesso.
Enquanto cortava nos programas sociais, Temer privilegiou parcelamentos e descontos de até 90% das dívidas de fazendeiros, atendendo demanda da bancada ruralista.
Percebe-se rapidamente o impacto dessas políticas desastrosas nas famílias mais pobres, as que mais precisam dos serviços de saúde, assistência social, educação e do conjunto dos programas sociais do Governo.
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Em um momento de crise e desemprego, o governo federal deveria ampliar e fortalecer a rede de proteção que daria apoio a esta população vulnerável. Temer fez exatamente ao contrário, abandonou as principais políticas sociais, prejudicando milhões de brasileiros.
Outra cena que passa a ser corriqueira nas periferias e áreas rurais do país, fruto da crise econômica, do crescente desemprego e do aumento dos combustíveis, é o uso de lenha e carvão por parte de famílias sem condições para comprar gás de cozinha. Já são 1,2 milhão de domicílios brasileiros nesta situação a partir de 2017.
Estes são dados reveladores de como sobrevivem os brasileiros mais pobres atingidos pela crise econômica aprofundada pelo governo Temer, que já deixou quase 14 milhões de desempregados, segundo pesquisa do IBGE divulgada na última quinta-feira.
Entre junho de 2017, quando a Petrobras mudou sua política de preços, e o final do ano, houve um aumento de 67,8% nos preços dos combustíveis.
A seguir nesta batida, com a privatização da Eletrobrás proposta pelo Governo e o aumento contínuo nas tarifas de energia, em breve poderemos voltar a usar também velas e lampiões a gás.
Mas o governo golpista não para por aqui. Apenas três anos depois de o Brasil sair do mapa mundial da fome da ONU — o que significa ter menos de 5% da população sem se alimentar o suficiente — o velho fantasma voltou a assombrar as famílias.
Quando a presidenta eleita Dilma foi afastada pelo golpe, há dois anos, 13,8 milhões de famílias estavam recebendo os benefícios do Programa Bolsa Família.
Nas mãos dos golpistas, o número de famílias atendidas caiu para 12,6 milhões em julho de 2017. Somente em maio deste ano o Programa voltou a apresentar números próximos aqueles de 2016, mas se considerarmos os altos índices de desemprego, na realidade o Bolsa Família deveria estar atendendo um número muito maior de beneficiários.
É só andar pelas ruas das médias e grandes cidades para se perceber que a pobreza voltou a crescer, uma vergonha para um país que trilhava avanços que o colocava como referência em justiça e inclusão social em todo o mundo.
No final de 2017, já eram 14,83 milhões de pessoas vivendo em pobreza extrema, 7,2% da população, segundo relatório da LCA Consultores divulgado pelo IBGE. Em meio à crise, o governo desprotege, desassiste justamente os mais vulneráveis.
O Brasil, sob o comando de Lula e Dilma, realizou uma revolução silenciosa em pouco mais de uma década. De forma pacífica, o país conseguiu reduzir radicalmente a miséria.
Quem diz isto não é o PT, mas o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud). Reduzimos a população de pobres de 42 para 22 milhões de pessoas, e a de extremamente pobres de 14 para 5 milhões.
O empenho do governo Temer para aumentar o número de brasileiros vivendo na pobreza e extrema pobreza expõe, de forma clara, o caráter elitista, conservador e antipopular do atual governo.
Os números são vergonhosamente impressionantes e sinalizam que a redução da pobreza não é mais prioridade para o governo brasileiro.
No Brasil de Temer, adentramos a Idade da Lenha e chegaremos rapidamente à Idade das Trevas.
*Paulo Pimenta é deputado federal (PT-RS) e líder do partido na Câmara.
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Comentários
João Lourenço
Pimentinha ,pegue o Resmungão (Daumos ) e vão a frente de um bloqueio fazer um videozinho daqueles que vcs gostam de fazer defendendo o Lula ,Deem um pulinho lá pra vcs verem o que vai acontecer!!!Estão doidinhos pra dar um abraço !
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