Partidos de centro e direita têm menor diversidade racial e de gênero, revela estudo candidaturas em 2022; íntegra
Tempo de leitura: 5 minPartidos de centro e direita têm menor diversidade racial e de gênero
Na direita, das 88 candidaturas ao governo do Estado, apenas 8 são mulheres. Nas legendas de centro, não há nenhum candidato preto, amarelo ou indígena disputando uma cadeira no Senado. Os partidos do centro são os que menos indicaram negros para a disputa ao governo do Estado, e a legenda com a maior proporção de brancos (80%) é o NOVO
Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)
A segunda pesquisa da série “Perfil do poder nas eleições de 2022”, elaborada pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) em parceria com o coletivo Common Data, revela o perfil das candidaturas às eleições nacionais, estaduais e distritais deste ano, a partir do cruzamento de dados sobre gênero, raça/cor, patrimônio e posição ideológica, neste caso, usando a classificação de direita, esquerda e centro para os partidos.
Sob esse aspecto, o estudo revela que os partidos da direita são os que têm a maior parte de candidatos brancos (50,4%) e a menor concentração de negros, com 48% na soma de pardos e pretos, ao contrário da esquerda, cujos percentuais são, respectivamente, 44,1% e 54%.
Na questão de gênero, novamente, a direita é quem traz o pior índice de representatividade, com 20% de candidatas ao Senado. Na disputa ao cargo do governo do Estado, a direita tem apenas 5 mulheres, contra 83 homens pleiteando o cargo. Na esquerda, das 107 candidaturas, 28 são mulheres e 79 são homens.
As informações foram levantadas em 15/08, com base na extração dos dados do repositório do Tribunal Superior Eleitoral [1], e a classificação do espectro ideológico utilizada neste estudo é a do Congresso em Foco (2019).
“Apesar de ser a eleição com o maior número de candidaturas de mulheres e de negros, esse dado ainda está distante dos níveis de diversidade que o nosso Brasil precisa”, afirma Carmela Zigoni, responsável pelo estudo e assessora política do Inesc.
“No que se refere ao recorte por partidos, em todos eles há desafios para o alcance da diversidade, mas fica claro que as candidaturas progressistas estão mais avançadas na tentativa de melhorar a representatividade racial e de gênero na política”, acrescenta.
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Das 27.957 candidaturas aptas, neste ano disputam 13.681 brancos (48,9%) e 13.837 (50%) negros (soma de pardos e pretos), além de 171 indígenas (0,61%) e 112 amarelos (0,40%). Não divulgaram sua raça 149 pessoas (0,53%).
Em síntese, em 2018, eram 8.479 mulheres concorrendo (31%); em 2022, são 9.301 mulheres (33,2%), um crescimento de 2,6%.
Em relação à raça, em 2018, eram 12.740 negros, em 2022 são 13.837 negros (49,49%). As candidaturas brancas reduziram 3,9% e as de negros aumentaram 3,5%.
O partido com a maior proporção de pessoas brancas é o NOVO: quase 80% de brancos, 19,3% de negros, 0% de indígenas e 0,84% de amarelos.
A equidade racial parece não ser uma preocupação desta legenda, já que eles têm a menor proporção de pretos e pardos entre todos os partidos brasileiros e não têm nenhuma candidatura indígena.
Em 2018, o NOVO também foi o partido com menos candidaturas de pessoas negras, com 14,49%.
Três partidos se destacam pela grande proporção de negros: o PSOL, com 61% (36,54% de pretos e 24,47% de pardos); o Unidade Popular (UP), com 60% (38,33% de pretos e 21,67% de pardos); e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), com 54,7% de negros (38,36% de pretos e 16,35% de pardos).
O partido com a maior porcentagem de candidaturas indígenas é a REDE, com 3,88% de indígenas, além de 41,16% de brancos, 54,4% de negros e 0,43% de amarelos.
Quanto às candidaturas amarelas, o mais representativo é o PCO: 1,29% de amarelos, 53,55% de brancos, 44,52% de negros e 0% de indígenas.
Além disso, são três os partidos que não apresentam nenhuma candidatura amarela: AVANTE, PV e UP.
Já nos partidos postulantes a uma cadeira no Senado e ao governo do Estado, a diferença na representatividade entre a esquerda e a direita é a mais acentuada nessas eleições.
No caso dos senadores, as legendas do centro são predominantemente de brancos e homens (78%). Os pardos são 18% e não há nenhum preto nem amarelo nem indígena disputando a vaga de senador na direita. A direita tem 68% de candidaturas brancas, enquanto a esquerda tem 58% brancos e 36% negros (21% pardos e 15% pretos).
Para o cargo de governador, a direita e o centro, mais uma vez, pecam pela falta de diversidade, com 67% e 66%, respectivamente, de candidaturas de brancos. Já a esquerda traz 51,4% postulantes brancos, 46% de negros. Em 8 estados, apenas candidatos homens disputam o cargo de governador: Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Rondônia e Santa Catarina.
Para o cargo de governador, a direita e o centro, mais uma vez, pecam pela falta de diversidade, com 67% e 66%, respectivamente, de candidaturas de brancos. Já a esquerda traz 51,4% postulantes brancos, 46% de negros.
Em 8 estados, apenas candidatos homens disputam o cargo de governador: Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Rondônia e Santa Catarina.
Gênero – De todas as 26.822 candidaturas para deputados federais, estaduais e distritais e vereadores, 17.832 (66,50%) são de homens, enquanto 8.990 (33,50%) são de mulheres.
O partido que possui proporcionalmente, no geral, mais candidaturas femininas é o Unidade Popular (UP), composto 75% de candidatas e 25% de candidatos. Já o partido com o menor percentual de mulheres é o AGIR, que apresentou 877 candidaturas, das quais apenas 31,10% são de mulheres e 68,90% de homens.
Há pelo menos 37 pessoas transexuais concorrendo ao pleito – número refere-se à quantidade de candidatos que responderam ao nome social. Vale ressaltar que não é obrigatório informar este dado. Destas, 14 se autodeclararam pardas e 9 pretas.
O estudo também observou os bens declarados dos candidatos. Quanto maior os cargos majoritários, maior o patrimônio.
Os presidentes possuem o maior valor de bens declarados, já os deputados distritais são os que declararam menos. A média de valor dos bens declarados de todos os candidatos é de R$ 830 mil, conforme tabela abaixo.
Os três cargos para o legislativo regional, deputado distrital, com 564 candidaturas; deputado estadual, com 16.085 candidaturas; e deputado federal, com 10.156 candidaturas, possuem média de valor dos bens declarados abaixo dessa média, respectivamente, R$ 432 mil, R$ 535 mil e R$ 748 mil.
Os três cargos para o legislativo regional, deputado distrital, com 564 candidaturas; deputado estadual, com 16.085 candidaturas; e deputado federal, com 10.156 candidaturas, possuem média de valor dos bens declarados abaixo dessa média, respectivamente, R$ 432 mil, R$ 535 mil e R$ 748 mil.
Eleições 2022: Perfil das candidaturas by Conceição Lemes on Scribd
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Zé Maria
CLARA NUNES, 80 ANOS
O CANTO DO “BRASIL QUE FICOU LONGE DOS OLHOS DE ISABEL”
Por Silvia Maria Jardim Brügger, historiadora, mestre e doutora
pela Universidade Federal Fluminense (UFF); onde também fez
pós-doutorado, com o projeto “O canto do Brasil Mestiço: Clara Nunes
e o popular na cultura brasileira”.
É professora da Universidade Federal de São João del Rei.
Autora do livro “Minas Patriarcal: Família e Sociedade” (São João del Rei – Séculos XVIII e XIX)”.
Coordena o Programa de Extensão “Memorial Clara Nunes”,
responsável pela manutenção do acervo da cantora
e desse espaço de memória em Caetanópolis, Minas Gerais.
https://immub.org/noticias/clara-nunes-o-canto-do-brasil-que-ficou-longe-dos-olhos-de-isabel
“CANTO DAS TRÊS RAÇAS”
(Paulo César Pinheiro/Mauro Duarte)
Por CLARA NUNES GUERREIRA
https://youtu.be/dcVKb2ht6BE
.
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
.
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
.
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
.
Fora a luta dos inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
.
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
.
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô
.
E ecoa, noite e dia,
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
.
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor
.
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô
https://www.letras.mus.br/clara-nunes/83169/
Zé Maria
O MAR SERENOU
https://youtu.be/drGewMyo00A
MORENA DE ANGOLA
https://youtu.be/eBVpMd0eMZU
CONTO DE AREIA/NA LINHA DO MAR
https://youtu.be/MqAqeV6UoC8
A DEUSA DOS ORIXÁS
https://youtu.be/Gs17NDxlCTs
JUÍZO FINAL
https://youtu.be/d-F8xrfMXM4?t=146
Velha Guarda da Portela
Paulinho da Viola,
Clara Nunes
e Dona Ivone Lara
https://youtu.be/lMNStabu5R8?t=17
Zé Maria
PORTELA NA AVENIDA
https://youtu.be/uqETazwbRdk
Zé Maria
FEIRA DE MANGAIO
Por Clara Nunes e Sivuca
https://youtu.be/V0KLXs0SCpE
Zé Maria
COMO É GRANDE E BONITA A NATUREZA
https://youtu.be/x_0TXpFZMbg
Zé Maria
SAGARANA
https://youtu.be/pMGaIQiB4wg
Zé Maria
NAÇÃO
https://youtu.be/J3TW7zpwS3A
Zé Maria
É DOCE MORRER NO MAR
https://youtu.be/ZB9ON4rI65I
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IJEXÁ
https://youtu.be/J3TW7zpwS3A
Zé Maria
https://youtu.be/Hy4AnpnCHDw
Zé Maria
Uricuri (Segredo do Sertanejo)
Ditadura Militar na Região Nordeste:
Fome, Sede, Analfabetismo e Doença
https://youtu.be/1DT07GtW2KY
Do LP ESPERANÇA (1979)
https://discografia.discosdobrasil.com.br/discos/esperanca-1335
Zé Maria
https://discografia.discosdobrasil.com.br/musica/8852
Zé Maria
OBSESSÃO
https://youtu.be/etGOAwthJBw
Zé Maria
PORTELA NA AVENIDA
https://youtu.be/tT0MtHOzgZY
CANTA BRASIL (1982)
Show de 1982 elaborado por Chico Buarque de Holanda
Em 7 de fevereiro, Clara (Nunes) foi chamada por Chico (Buarque)
para participar do “Canta Brasil”, um [Multi]Show
com aquelas características dos espetáculos do 1º de Maio,
de cunho político, cujo objetivo era, mais uma vez,
arrecadar fundos para Movimentos Sindicais
ou campanhas políticas como o ‘Diretas Já’.
O ‘Canta Brasil era uma continuidade dos Shows de 1º de Maio.
A TV Globo, para não se comprometer com a Ditadura Militar, transmitiu a apresentação – que reunia Chico, Simone, Clara, Milton
e mais um time de bambas da Música Popular Brasileira (MPB) –
como sendo um especial em memória da Cantora Elis Regina,
que acabara de morrer.
Argumento tolo, inventado pela emissora, para não explicar
o real motivo do espetáculo: uma Frente de Resistência
da Classe Artística à Situação Política do Brasil.
Simone, inclusive, protagonizou um dos mais belos momentos
daquela fase de abertura quando cantou, emocionada,
“Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores”, de Geraldo Vandré,
acompanhada pelas cerca de 90 mil pessoas que lotavam
o Morumbi, em São Paulo.
Clara Nunes encerrou o show, aberto por Paulinho da Viola.
Canal CLARA NUNES GUERREIRA
https://www.youtube.com/c/CLARANUNESgrandesflashs
Zé Maria
“O Novo é o Partido com Maior Proporção de Brancos”,
Partidos de Direita terem Número Muito Menor de Negros
não é um dado novo no País do Racismo Estrutural Histórico.
É até Coerente com a Ideologia Branca Elitista Racista deles.
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