“O Brasil ainda vai enxergar quem são Bolsonaro e seus filhotes”, disse Bebianno antes de morrer
Tempo de leitura: 2 minA não ser que tenha deixado algo gravado ou escrito para a posteridade — e ninguém tem certeza de que tal documento exista — esse pedaço de história do Brasil real nunca virá a público, exceto por certos relatos que fez a pessoas próximas. Lauro Jardim, em O Globo
Eu sou advogado por formação e eu tenho o hábito de guardar tudo aquilo que é importante, que tem algum histórico documental, eu guardo. Gustavo Bebianno, no Roda Viva.
Ele [Bolsonaro] não é maluco de não saber o que eu fiz por ele. Bebianno, no Roda Viva.
Houve momentos do Jair virar pra mim e falar assim ‘processa ele’ [Carlos Bolsonaro]. Eu dizia pra ele, seus filhos não, capitão'[…] É um rapaz que tem problemas graves, psicológicos. Quando eu vejo hoje as redes sociais, milhares de pessoas seguindo Carlos Bolsonaro, eles não fazem a menor ideia de quem eles estão seguindo. Pra ilustrar eu recomendo o filme O Gladiador, o imperador Marco Aurelio tinha um filho Cômodo. Bebianno, no Roda Vida, comparando Carlos Bolsonaro a personagem de filme que mostra o filho do imperador como cruel e pervertido.
O comportamento dele [Carlos] mostra uma instabilidade muito grande, um nível de agressividade na maioria das vezes despropositada, aquilo não é normal, ele deveria procurar um tratamento. Bebianno, sobre Carlos Bolsonaro, no Roda Viva.
Da Redação
O ex-ministro Gustavo Bebianno morreu aos 56 anos de idade em um sítio em Teresópolis.
Ele foi um dos principais articuladores da campanha de Jair Bolsonaro ao Planalto, como integrante do PSL.
Foi o responsável por levar a candidatura de Bolsonaro ao partido, razão pela qual se tornou presidente da legenda.
Ganhou um cargo chave no Planalto, mas foi afastado depois de uma disputa com Carlos Bolsonaro.
Apoie o VIOMUNDO
Hoje, era candidato a prefeito do Rio pelo PSDB.
A morte de Bebianno foi recebida com incredulidade nas redes sociais.
“Será que ele não deixou nada registrado, documentado e autenticado, como experiente advogado?”, perguntou o ex-deputado Chico Alencar.
“Morte prematura de um forte conhecedor das fraudes praticadas na campanha de Jair Bolsonaro”, escreveu o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).
“Virá bomba por aí? Aguardemos”, reagiu a ex-deputada Vanessa Grazziotin.
Chamou a atenção a última frase de Bebianno registrada pela grande imprensa.
“Todos que tentam trabalhar terminam alvejados pelas costas. O Brasil ainda vai enxergar quem são Bolsonaro e seus filhotes”.
Bebianno comentava a fritura do general Luiz Eduardo Ramos, que substituiu outro general, Carlos Alberto Santos Cruz, também fritado, na Secretaria de Governo que Bebianno ocupou no início do governo Bolsonaro.
Comentários
Aureliano
A MORTE DE BEBIANO: NÃO DÁ PARA NÃO DESCONFIAR
O Brasil está sendo governado por uma família de milianos assassinos, psicopatas, torturadores e corruptos e por um ministro da “justissa”, Sérgio Moro, cujo papel tem sido até o momento o de defendê-los, escondê-los e blindá-los.
Na Suprema Corte, o percentual de ministros bolsonaristas roxos é muito elevado e inclui Fux, Roberto Barroso, Carmem Lúcia, Dias Toffoli, Edson Fachin e Alexandre de Moraes… E qualquer ação impetrada contra a cúpula do governo em seu comportamento fraudulento/delituoso/monstruoso contra a população brasileira tem encontrado guarida nas decisões políticas daquela corte que votou em peso pelo impeachment da Presidenta Dilma (com judiciário e tudo, como bem disse o inimputável Romero Jucá).
Nem Hitler como chanceler (a partir de 30 de janeiro de 1933) obteve tanto apoio do judiciário alemão a partir daquele momento.
E não estamos falando aqui somente dos juízes da suprema corte, mais também desse amontoado de juízes e desembarcadores concurseiros, a maioria fascista, espalhados por 8,5 milhões de quilômetros quadrados que não fazem outra coisa a não ser cometer injustiças contra os desvalidos e miseráveis desse país e proteger os ricaços desse Brasil varonil, os chamados “cidadãos de bem”. Basta analisar a situação ou os números da população carcerária brasileira, um verdadeiro escândalo.
Já no Congresso, todas as reformas de interesse de Paulo Guedes (leia-se, do interesse dos banqueiros, barões da mídia e da indústria) foram aprovadas sem problemas. E ainda tem gente querendo ir para as ruas protestar contra os aliados!?
A pergunta procede, porque, descontando os reconhecidos opositores, todos os outros parlamentares foram/são aliados de primeira hora do governo fascista de Jair Bolsonaro, embora alguns deles se mostrem eventualmente “indignados” com a falta de escrúpulos de preparo do capitão “presidente”.
É impressionante, mas o projeto de aniquilação do país conta com o apoio de gente importante cujos negócios e interesses estão sendo destruídos. Eu nunca imaginei que no Brasil tivéssemos tantos masoquistas. Até os pastores evangélicos, que vivem do dízimo e das ofertas de fieis cada vez mais pobres, enaltecem o papel do capitão que se declarou destruidor.
É nesse cenário de devastação e de desvios de conduta sem precedente e sem punição que a morte de Gustavo Bebiano, coordenador da campanha de Jair Bolsonaro, levanta suspeitas. Por coincidência, logo ao completar dois anos da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, há alguns dias da morte de Adriano Magalhães e depois da misteriosa morte de Teori Zavascki em 17 de janeiro de 2017.
Não dá para não desconfiar.
Zé Maria
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1238893891526561793
O Escritor Português José Saramago,
um dos Maiores da Literatura, em Prosa,
da Língua Portuguesa, antes de morrer
(de velho), deixou uma mensagem para
a Zambellinha Vingativa e os Prosélitos
de uma Seita Judaica, anterior a Cristo,
que ainda chamam de ‘Justiça Divina’
um ‘Castigo Mortal, por Vingança’:
https://pbs.twimg.com/media/DAm3VHXXcAA1N9C?format=jpg
https://twitter.com/FJSaramago/status/867426085306290176
Zé Maria
Um Acinte à Memória de Marielle
“Vivemos num país em que
a mediocridade branca
desfila segura de si”
“enquanto produz obras
que glorificam e mentem
para beneficiar um ministro
da Justiça de um governo
com inexplicáveis ligações
com milícias.”
Por Djamila Ribeiro*, na FSP: https://t.co/W9Y2LGrTMN
Não discute a construção social do racismo e como homens como ele se beneficiam historicamente disso e, ainda, põe foco nas pessoas negras, como se pessoas brancas também não pudessem odiar umas às outras. Isso, tendo em vista que ele mesmo dirigiu ‘O Mecanismo’, “ópera” mal-intencionada de brancos contra brancos.
Além disso, afirma nunca ter sido chamado de fascista à época do lançamento de ‘Tropa de Elite’. Bom, necessário dizer que a palavra linchamento deriva de William Lynch, um senhor de engenho conhecido por castigar pesada e severamente pessoas negras escravizadas.
Essa lógica ainda perdura atingindo, majoritariamente, homens negros, como forma de punição e controle social.
O filme “O Nascimento de uma Nação”, de 1915, é apontado nos Estados Unidos como um marco por retratar homens negros como irracionais, predadores sexuais contra mulheres brancas e por glorificar a Ku Klux Klan, a KKK. Filas se amontavam e foi à época o maior sucesso de bilheteria da história do país, impactando significativamente o pensamento racial com a construção narrativa negativa sobre pessoas negras, sobretudo na construção da imagem do homem negro violento e abusador em potencial.
No Brasil, ‘Tropa de Elite’ é um grande marco para identificação da população brasileira com a violência policial. Recorde de público no ano de 2007, o longa retrata Capitão Nascimento, um policial militar comandante da tropa que faz incursões em comunidades pobres do Rio de Janeiro para o pretenso combate ao ‘tráfico de drogas’ de forma implacável.
Há diversas passagens no filme com exibição de diferentes tipos de torturas —todas essas, no entanto, justificadas para um bem maior, uma informação necessária—, além de assassinato de jovens periféricos em meio a palavras de ordem proferidas pelo herói, um bom pai, preocupado com o bem-estar social e que também é o narrador de todo o filme.
Ao subirem os créditos nos cinemas, muitas pessoas se levantaram para aplaudir, comentavam nas escolas e em seus trabalhos e foram envolvidas pela narrativa; programas de rádio e televisão dedicaram longas matérias efusivas à “genialidade” da obra, camisetas foram feitas, músicas gravadas.
Tamanho foi o sucesso do filme que mais de dez anos após sua estreia, algumas de suas expressões mais célebres estão cristalizadas no vocabulário brasileiro.
É comum ouvir de uma pessoa, ao se impressionar com a potência de outra, dizer que ‘ela é faca na caveira’ —que remete ao símbolo do Bope, divisão da polícia glorificada por sua letalidade.
‘Homens de preto, qual é a sua missão?
É invadir a favela e deixar corpo no chão!’
era uma das músicas cantadas pelos novatos
enquanto corriam no ritual. Perguntamos:
de que corpos estão falando?
Sabemos muito bem …
Nesse sentido, ‘Tropa de Elite’ foi para o Brasil na construção de narrativas, símbolos e condutas,
o que o “Nascimento de uma Nação” foi para a época
nos Estados Unidos.
Se no norte, a obra serviu para a fixação do homem negro
como violento e sexualmente perigoso, o que serviu para
justificar o superencarceramento e o linchamento (real)
de homens negros;
no sul, o longa brasileiro serviu à glorificação do abuso
policial, à normalização da execuções de corpos favelados
e ao atraso do debate sobre a legalização do tráfico de
drogas —tudo aquilo contra o que Marielle Franco,
como vereadora e pesquisadora, se levantava.
Se José Padilha não foi chamado de fascista, que bom que
o tempo se encarregou de descortinar o discurso de ódio
do filme responsável por encorajar unidades de polícias letais.
Vivemos num país em que a mediocridade branca desfila segura de si, enquanto produz obras que glorificam e mentem para beneficiar um ministro da Justiça de um governo com inexplicáveis ligações com milícias.
Mais uma vez ignoram os cineastas negros mostrando que o audiovisual brasileiro segue sendo uma farra de poucos amigos.
Sua presença em qualquer obra referente a Marielle é um acinte de um homem que quer melhorar sua imagem usando a história de uma mulher que denunciou o que ele filmou em “Tropa de Elite” e “O Mecanismo”. Padilha revolucionária é a Maria, entidade de religiões de matrizes africanas para a qual, quando chega, cantam: “Arreda homem, que aí vem mulher!”.
*Djamila Taís Ribeiro dos Santos,
Escritora e Pesquisadora Negra Feminista
Graduada em Filosofia Pela Unifesp (2012)
Mestre em Filosofia Política pela Unifesp (2015)
Ex-Secretária-Adjunta de Direitos Humanos
e Cidadania da Cidade de São Paulo (2016)
na Gestão do Prefeito Fernando Haddad (PT=SP)
Coordenadora da Coleção de Livros “Feminismos Plurais”.
Autora de “O que é Lugar de Fala?” (2017);
“Quem tem Medo do Feminismo Negro?” (2018); e
“Pequeno Manual Antirracista” (2019).
https://www.geledes.org.br/tag/djamila-ribeiro/
https://midia4p.cartacapital.com.br/tag/djamila-ribeiro/
http://blogueirasnegras.org/author/djamila-ribeiro/
http://mulheresnaciencia.com.br/mulheres-em-todas-as-cores-djamila-ribeiro/
http://www.tvt.org.br/entre-vistas-djamila-ribeiro/
“Apropriação cultural é isso: esvaziar de sentido
elementos de uma cultura e oferecer de forma
palatável pra quem pode consumir.
[…]
Falta reconhecer privilégios e capacidade cognitiva
para entender a história de um povo.
Aprendam a argumentar e se tornem melhores
seres humanos.”
“Por que isso é um problema?
Porque esvazia de sentido uma cultura com o propósito
de mercantilização ao mesmo tempo em que exclui
e invisibiliza quem produz.
Essa apropriação cultural cínica não se transforma
em respeito e em direitos na prática do dia-a-dia.”
“E é extremamente importante apontar isso: falar sobre apropriação cultural significa apontar uma questão que envolve um apagamento de quem sempre foi inferiorizado e vê sua cultura ganhando proporções maiores, mas com outro protagonista.
Uma frase do poeta americano B. Easy, bastante compartilhadas nas redes sociais faz todo o sentido:”
“A cultura negra é popular,
mas as pessoas negras não”
Djamila Ribeiro
https://www.facebook.com/djamila.ribeiro.1/posts/1494164587283761
https://azmina.com.br/colunas/apropriacao-cultural-e-um-problema-do-sistema-nao-de-individuos
Zé Maria
“A feminista branca de esquerda entrega Marielle
pro homem branco celebrador do genocídio
da juventude negra, pra passar na emissora
que golpeou as Marielles em 54, 64 e 2016.
O Brasil não é para amadores.”
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1239263331594182658
Zé Maria
Falando nisso: #QuemMandouMatarMarielle
14 de Março de 2018 => 2020
Dois Anos de um Crime Político Ideológico
Fascista Terrorista Odioso de Conotação
Racista, Homofóbica, Religiosa e Misógina.
É o momento da Autocrítica dos Grupos
Identitários – Mulheres, LGBTs, Negros –
que se dizem ‘nem de direita nem de
esquerda’ e ‘contra a política’ e que
votaram para Presidente do Brasil num
Fascista, Racista, Misógino e Homofóbico,
e, portanto, na Política de Atuação de Milícias
Assassinas que são contratadas para matar
os Oponentes Ideológicos, como fizeram
com a Vereadora do PSoL do Rio de Janeiro
Marielle Franco, Esquerdista, Sim! Negra, Sim!
LGBT, Sim! Que na sua Curta Existência –
abreviada por uma Brutal Execução Sumária –
buscou Igualdade de Direitos e Justiça Social.
E não venham cinicamente mostrar Surpresa,
porque houve Demonstrações Evidentes.
A própria Morte de Marielle foi uma Evidência
de que esses Crápulas Elevados ao Poder
são os Maiores Bandidos Milicianos do País.
https://www.cartacapital.com.br/politica/liberation-sobre-bolsonaro-racista-homofobico-misogino-e-pro-ditadura/
https://twitter.com/search?q=%23QuemMandouMatarMarielle
Zé Maria
Já saiu o resultado da Autópsia?
a.ali
e se fizerem ñ esperemos que seja isenta…
Zé Maria
O IML atestou Infarto, e tudo certo?
Há inúmeras substâncias
que podem causar infarto
do miocárdio …
Deixe seu comentário