O Pros e o Solidariedade – as duas novas siglas cujos registros foram aprovados pelo TSE, apesar dos indícios de fraudes nas listas de apoiadores – não têm representatividade para influir diretamente no cenário das eleições presidenciais do próximo ano. Serão apenas mais duas sublegendas, àquelas que já nascem mirando apoiar outros partidos, como afirma o cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB), João Paulo Peixoto.
por Najla Passos, em Carta Maior
Brasília – O Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e o Partido Solidariedade (SDD) – as duas novas siglas cujos registros foram aprovados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça (24), apesar dos indícios de fraudes nas listas de apoiadores – não têm representatividade para influir diretamente no cenário das eleições presidenciais do próximo ano. Serão apenas mais duas sublegendas, àquelas que já nascem mirando apoiar outros partidos, como afirma o cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB), João Paulo Peixoto.
O Partido Republicano da Ordem Social (Pros), número 90, foi aprovado por 5 votos a 2 dos ministros do TSE. Para a relatora, ministra Laurita Vaz, a legenda comprovou apoio nacional de 515,8 mil eleitores, mais do que o mínimo exigido por lei, que é 0,5% dos votos para deputados na última eleição (492 mil), distribuídos por pelo menos nove estados, com um mínimo de 0,10% do eleitorado em cada um.
Acompanharam o voto dela os ministros Dias Toffoli, Carmem Lúcia, Gilmar Mendes e Castro Meira. Já os ministros Luciana Lóssio e Henrique Neves votaram pela realização de recontagem das listas de eleitores, sob suspeita de fraude.
O presidente da legenda é o até então inexpressivo Eurípedes Junior, evangélico, vendedor por profissão e ex-vereador de Planaltina de Goiás (GO), que obtive menos de 4 mil votos no pleito de 2008. Sua figura mais pública, o ex-jogador Marcelinho Carioca, que anunciou a filiação ainda nos corredores do TSE.
Tem como principal bandeira a redução dos impostos e, apesar de advogar posições bastantes conservadoras em relação ao aborto, eutanásia e homofobia, está operando para compor a base aliada da presidenta Dilma Rousseff. Na segunda (23), Eurípedes Junior participou de reunião no Palácio do Planalto.
Já o Partido Solidariedade, número 77, foi homologado por 4 votos a 3, com 503 mil assinaturas reconhecidas pelo TSE como válidas. O Ministério Público Federal Eleitoral (MPE), porém, não ficou convencido e promete investigar. Para o órgão, são fortes os indícios de que as assinaturas foram obtidas por meio de fraude, como a da utilização do banco de dados do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal (Sindilegis) e a denúncia da chefe de um cartório de Várzea Paulista (SP) de que a assinatura dela como apoiadora da sigla foi fraudada.
O relator, ministro Henrique Neves, votou pela conversão do processo em investigação das listas. Recebeu apoio dos ministros Marco Aurélio e Luciana Lóssio. Os demais – Dias Toffoli, Laurita Vaz, Carmem Lúcia e Castro Meira, votaram favorável à criação da legenda, alegando que não poderiam analisá-lo com peso diferente do que o tribunal havia adotado, momentos antes, com o Pros.
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O Solidariedade é definido pela sua principal liderança, o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, eleito pelo PDT, como de “centro-esquerda”. Tão logo o TSE anunciou sua aprovação, Paulinho já procurou o candidato potencial do PSDB às eleições presidenciais, o senador Aécio Neves (MG), para discutir uma possível composição para o pleito. “Acho que o Paulinho e eu temos algo em comum, que é a visão de que esse ciclo de governo do PT em beneficio do Brasil precisa ser encerrado”, afirmou o tucano ao final da reunião, na manhã desta quarta (25).
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Para João Paulo Peixoto, só o tempo dirá que peso Pros e Solidariedade garantirão na política partidária nacional, agora fracionada em 32 diferentes legendas. Por hora, parece irrisório. “Para as eleições de 2014, o jogo político está bem definido entre os grandes partidos, PMDB, PSDB e PT, com exceção, talvez, para PSB, que agora entre com certa força”, avalia.
O professor acredita que a criação das duas legendas em meio às suspeitas de fraudes só aumenta a frustração do eleitorado com o sistema político brasileiro. “O Brasil não precisa de novos partidos. As ideologias políticas estão muito bem representadas no quadro partidário atual. O que precisamos é fazer com que esses partidos cumpram efetivamente suas funções, que tenham enraizamento na sociedade, que representem os interesses da sociedade”, afirma.
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Comentários
AlvaroTadeu
Alguém aí em cima defende a Marina. Qual a proposta dela? Paralisar Belo Monte por causa de uma ponta de granito que demoraram 6 meses para descobrir que NÃO ERA ponta de uma flecha com dez mil anos de idade, ao custo de R$ 232 milhões? A morena Marina que defende o nem tão moreno Pastor Feliciano, que pretende “curar” a homossexualidade? A Marina que só usa maquiagem ecológica e voava num jatinho que poluía mais que os jatos dos outros candidatos? Qual a proposta da Marina? Que todos os brasileiros comam uma folha de alface no almoço e andem descalços para economizar borracha, couro, tecidos e cadarços? Que acendamos lampiões para não precisarmos de energia elétrica e nunca mais inundarmos vales para construir hidrelétricas? A Marina é verde, a Marina é chata, a Marina é evangélica radical, a Marina é contra o progresso, a Marina na verdade é a quinta coluna para uma tentativa de se eleger Anéscio Never Presidente do Brasil.
André LB
Deixando de lado o atual momento político, não seria hora de derrubar tantas exigências para a criação de partidos? Esqueçam por um momento Marina e outros pasteis de vento, por qual motivo o brasileiro precisa ser tão tolhido politicamente? Muito mais importante é a transparência no financiamento e financiamento público – a partir daí que faz sim algum sentido criar barreira, mas só nesse segundo momento. De resto, que qualquer grupo de cidadãos – qualquer que seja, digamos p. ex. “os partidários do Viomundo (PVM)” – possa criar seu partido. Por mais retrógrado que seja o grupo, não seria parte de algo maior e mais benéfico? Não seria uma forma de grupos de cidadãos ao menos poderem contribuir para sua cidade ou estado, já que a participação direta em cenário nacional é muito difícil e necessariamente mediada por partidos já constituídos?
Em outro sentido, por acaso o atual sistema deu seriedade a todos os partidos já criados? As atuais condições criam dificuldades e não são democráticas, a meu ver.
Marco Costa
Concordo plenamente com você, André. Primeiro, porque, ao contrário do que se propaga, nosso problema não é o número de partidos e, sim, o fato de não serem partidos de verdade, como disse, embora não devesse tê-l dito pela posição que ocupa, o ministro Joaquim Barbosa e que muitos não gostaram de ouvir. Segundo, porque o problema está em que, apesar da declaração de Barbosa, o próprio STF estimula esse quadro partidário ficcional, ao autorizar que partidos “novos” levem, além dos mandatos, o tempo de propaganda no rádio e na tevê e a cota do fundo partidário.
Para melhorar isso, poder-se-ia deixar criar partidos à vontade, por quem e quantos o quisessem, bastando destinar-lhes as cotas mínimas de tempo e recursos e mantendo nos partidos originais os mandatos concedidos pelas urnas. Queria ver quem iria criar partido nesse país!
José Cristian
Concordo com você, André LB… O cidadão deveria ser livre para ser candidato, independente de partidos.
Ibope: Dilma sobe, Marina cai; Serra melhor que Aécio – Viomundo – O que você não vê na mídia
[…] João Paulo Peixoto: Novos partidos não influenciam 2014 […]
José X.
Eu achei bom o tal “Paulinho” ter um partido só dele (e da FIESP, talvez).
Assim fica mais fácil identificar toda a pelegada.
renato
Só pela manchete!
Então por que a Justiça Eleitoral deixam eles nascerem?
Hell Back
É notória a intenção da direita, ajudada por alguns juízes do TSE, em acabar com a hegemonia dos partidos progressistas e de centro-esquerda. Eles não suportam mais serem alijados do poder por mais uma legislatura.
Wilson Garcia
Mas pelo que parece mesmo, e bom ser dono de partido, deve dar dinheiro mandar em algum partido. e preciso parar com isso. chega de criar novos partidos.
Bruce Guimarães
Aécio Neves vai fazer acabar com essa base aliada da Dilma!!!
Athos
Vai nada. Só vai com o Aécio quem pensa em vencer depois da reeleição da dilma.
Qual a bandeira dele mesmo? As de sempre que foram derrotadas nas últimas 3 eleições?
Urbano
E não influenciam principalmente ao TSE, que não engoliu as fraudes de assinaturas. O cinismo dos saltimbancos chegou a falsificar a assinatura de uma autoridade de um Cartório, ao que parece eleitoral.
Giovani Avila – Blumenau
Azenha
Prezados
Acho que deveríamos começar a discussão sobre um “teto” para número de partidos políticos e um “piso” para o número de integrantes (representação/filiados/eleitos) exigir coerência com sua filosofia/programa e um sistema parecido com o futebol, se ficar abaixo de um patamar, cai fora do jogo, vai pra segunda divisão da política.
Vamos botar o Barão de Itararé meu conterrâneo neste projeto?
vamos criar um “projeto de reforma política”
Podemos fazer um viral e começar a atiçar esta chama?
Darci
Com 500 mil filiados eles poderiam controlar qualquer outro partido ja existente, do PT ao PSDB. Na verdade a intenção e desmoralizar a política.
Aline C Pavia
Aécio disse isso mesmo?
Que os benefícios ao Brasil precisam ser encerrados?
Meu Deus!!
Evandro Pereira
“Acho que o Paulinho e eu temos algo em comum, que é a visão de que esse ciclo de governo do PT em beneficio do Brasil precisa ser encerrado”. Também achei absurdo. É esse o candidato do PSDB?
Scan
Deve ter faltado vírgula, né gente?
Aécio é uma besta, mas nem tanto:
“Acho que o Paulinho e eu temos algo em comum, que é a visão de que esse ciclo de governo do PT, em beneficio do Brasil, precisa ser encerrado”
Mariza
É exatamente isso que eles pensam. O Brasil que vá se danar.
FrancoAtirador
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O TSE aceitou o registro do ‘PROS’ e do ‘CONTRAS’
Só falta aceitar o do ‘NEM UMA COISA NEM OUTRA’.
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José Eduardo
O tal “Paulinho da Força” cria um partido supostamente de centro-esquerda mas foi logo procurar o candidato da extrema-direita para apoiar, o Aécio. Só rindo! E onde esses juízes estão com a cabeça? Sei, em algum Olimpo dogmático! Só rindo!
LEANDRO
Bom, o pt apóia e tem o apoio da mais retrógrada direita desse país. Só rindo mesmo.
José Silva
Mas o PT pode tudo Leandro pois é o único partido que representa os interesses do povo, dá pra perceber isso pelo Ministério da Presidenta Dilma e aliança com os maiores defensores da ética e da moral nesse país!!! Agora vou dormir porque já tomei muita cerveja hoje e tenho que trabalhar amanhã. Boa noite!!!
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