Nova tática do Jornal Nacional identifica agressores bolsonaristas para milhões de telespectadores

Tempo de leitura: 3 min
Reprodução TV Globo

Da Redação

Desde ontem o Jornal Nacional, da TV Globo, parece ter adotado uma nova tática em relação à militância bolsonarista: expor individualmente aqueles envolvidos em ameaças e agressões perante milhões de telespectadores brasileiros.

Numa reportagem sobre ofensas proferidas por apoiadores do presidente da República a enfermeiros e jornalistas, o telejornal identificou a empresária Marluce Gomes, o funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Renan da Silva Senna e Gustavo Gayer Machado de Araújo, um empresário de Goiânia que alegou posteriormente acreditar que o protesto era falso.

O telejornal dedicou tempo para reproduzir o “discurso” de Renan diante de enfermeiras que protestavam por melhores condições de trabalho e em defesa do isolamento social: “E vocês amanhã vão pagar por tudo o que vocês estão fazendo com a nação, seus covardes. Se apoiando… Vocês consomem o nosso fruto do suor, nós construímos essa nação. O dia que os empresários pararem de trabalhar nessa terra, vocês não receberão”.

Marluce aparece dizendo a uma manifestante: “Vocês querem uma passagem pra Venezuela e pra Cuba? Eu sinto o cheiro da sua pessoa que não toma banho direito. Esse cheiro que não passa um perfume. A gente entende quem é você.”

De olho nela, o JN também identificou Marluce entre apoiadores de Bolsonaro no cercadinho do Palácio do Alvorada, na manhã de 5 de maio.

E registrou o diálogo do presidente em defesa da ação de seus apoiadores.

Dirigindo-se a um grupo que incluia Marluce, afirmou: “Olha só pra vocês entenderem como é essa imprensa. Mandei levantar se houve corpo de delito. Ele não pediu corpo de delito, não fez. Se houve, foi agressão verbal, o que eles fazem o tempo todo conosco. Zero agressão, mas houve um superdimensionamento daquilo por causa da mídia, porque o interesse deles é tirar a gente daqui”.

Em resumo, Bolsonaro endossou o ataque de seus apoiadores a uma manifestação pacífica organizada por profissionais de Saúde.

Diferentemente do que havia feito no dia anterior, o Jornal Nacional também publicou a foto feita pelo jornalista Dida Sampaio, do Estadão, impedido de trabalhar por bolsonaristas durante carreata seguida de aglomeração em apoio ao presidente e contra o Congresso e o STF em Brasília.

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A foto tem o rosto dos três homens que, segundo Dida, agrediram a ele e ao motorista de O Estado de S. Paulo.

Os três homens permanecem sem identificação.

Neste caso, o JN disse que a foto faz parte do inquérito aberto para apurar as agressões.

Um dos suspeitos de agredir o fotógrafo Dida Sampaio também apareceu ao lado da militante Sara Winter (abaixo, de verde), que montou o Acampamento dos 300 em defesa de Bolsonaro em Brasília.

“Há como fazer uma contrarrevolução sem partir pra cima com violência”, disse ela num vídeo ao lado do homem não identificado.

“Quem me pediu para fazer tudo isso foi o prof. Olavo”, escreveu ela numa mensagem em rede social, em referência ao guru Olavo de Carvalho, que mora nos Estados Unidos.

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Comentários

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Marys

No palácio do boçal, jornalistas no cercado e o gado no curral.
Enquanto isso, o povo esmola nas
filas da Caixa ou morre na fente de hospital.
STF pressionado faz a besta passar mal!

TELESFORO MATOS

O gado…
Bravo, criado a campo.

    a.ali

    nada que um brete firme ñ acalme, nesse caso, o “gado gente”…

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