‘Carta aos Brasileiros’ em defesa da democracia e respeito ao resultado das eleições. Leia a íntegra, você pode assinar
Tempo de leitura: 4 minDa Redação
Na noite de 8 de agosto de 1977, em plena ditadura militar, o professor Goffredo Telles Jr. leu ém evento na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, um documento que se tornaria histórico: a Carta de 77 (na íntegra, aqui):
“Das Arcadas do Largo de São Francisco, do ‘Território Livre da Academia de Direito de São Paulo, dirigimos, a todos os brasileiros esta Mensagem de Aniversário, que é a Proclamação de Princípios de nossas convicções políticas.
Na qualidade de herdeiros do patrimônio recebido de nossos maiores, ao ensejo do Sesquicentenário dos Cursos Jurídicos no Brasil, queremos dar o testemunho, para as gerações futuras, de que os ideais do Estado de Direito, apesar da conjuntura da hora presente, vivem e atuam, hoje como ontem, no espírito vigilante da nacionalidade.
Queremos dizer, sobretudo aos moços, que nós aqui estamos e aqui permanecemos, decididos, como sempre, a lutar pelos Direitos Humanos, contra a opressão de todas as ditaduras.
Nossa fidelidade de hoje aos princípios basilares da Democracia é a mesma que sempre existiu à sombra das Arcadas: fidelidade indefectível e operante, que escreveu as Páginas da Liberdade, na História do Brasil.
Quarenta e cinco anos depois a democracia está seriamente no Brasil.
Por isso, no próximo dia 11 de agosto, a Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, será palco da leitura de uma nova “Carta aos Brasileiros” (na íntegra, mais abaixo).
O documento já tem mais de 3 mil signatários.
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Entre os quais, juristas, empresários, banqueiros, artistas, ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sindicalistas, professores, lideranças populares.
Todas e todos nós comprometidos com a defesa da democracia e os direitos humanos podemos também apoiá-la.
Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!
Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos.
Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.
A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais.
Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.
Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.
A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.
Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.
Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável.
O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.
Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.
Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.
Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.
Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão.
Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.
Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições.
No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.
Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:
Estado Democrático de Direito Sempre!!!!
Comentários
RiaJ Otim
E agora que Ciro Gomes reconheceu que a vitória de Lula não passa de golpe, o que o militares estão esperando para declarar o mito presidente pepértuo ?
Zé Maria
” Bolsonaro me bloqueou, Ciro não aceitou encontrar comigo,
Tebet ignorou por completo minha existência, enquanto
Aquele que Lidera as Pesquisas pediu Publicamente pra
Conversar Comigo.
Humildade e Democracia andam Lado a Lado.
Convite aceito. Vamos conversar @LULAoficial ”
https://mobile.twitter.com/AndreJanonesAdv/status/1553012261467430914
.
Zé Maria
A partir de agora, todo cuidado é pouco com os Factóides
da Imprensa-Empresa ‘Tradicional’ (Globo e Mídia Paulista)
Zé Maria
.
.
A Pequena Burguesia, notadamente a Paulista,
especialmente da Área Jurídica, fez-se representar.
A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul também.
Nota-se, porém, a quase Ausência de Representantes
do Jornalismo, em especial dos Grandes Grupos
Empresariais de Comunicação, Donos das Principais
Redes de Rádio, Televisão e dos Grandes Portais
Noticiosos desses Grupos.
Parece que @s Jornalistas ficaram com medo
de assinar a Lista; quiçá, receberam ordens
para não assiná-la.
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Zé Maria
E os Patifes da Força-Tarefa da Lava-Jato (FTLJ) de Curitiba ?
Assinaram ou não?
Zé Maria
E os Promotores Blat e Conserino assinaram?
https://sul21.com.br/ultimas-noticiaspolitica/2016/03/promotores-confundem-engels-com-hegel-em-pedido-de-prisao-de-lula/
Zé Maria
É óbvio que uma Lista de Apoio a um Manifesto pelo Estado de Direito
não é um Concurso para definir quem é ou não é Democrata no Brasil,
mas talvez seja Definidora da Omissão de Personalidades Conhecidas
do Mundo Jurídico e Jornalístico – e outros da Sociedade Civil – que
hipocritamente se arvoram como defensores do Estado Democrático.
Somente um Exemplo, apenas para Efeito de Comparação:
João Pedro Stédile, Liderança do MST, endossou a Carta;
Sergio Moro, ex-Juiz Federal e ex-Ministro da Justiça, não.
Zé Maria
De acordo com o Contador da Página de Assinaturas,
já são mais de 600 Mil Signatários endossando a Carta.
https://www.estadodedireitosempre.com/
https://direito.usp.br/pca/arquivos/e0eac7e730c6_subscritores-da-carta-27.pdf
Zé Maria
Dentre os 69 Corajosos Jornalistas que assinaram a Carta aos Brasileiros
e Brasileiras em defesa do Estado Democrático de Direito, da FDUSP,
pode-se destacar – sem desprezar os demais – Flavio Wolf de Aguiar,
Florestan Fernandes Jr, Juca Kfouri, Juremir Machado da Silva e Reinaldo
Azevedo.
RiaJ Otim
não conhecer história faz imbecil acreditar no que não existe. Em 64, bastou um general de quinta categoria e um regimento de bando de degenerados para fazer tudo acontecer. Imagine agora , se o comandante em chefe liderar uns 100 militares, que o golpe acontece bem fácil.
Moss
Viva a Democracia
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