Marcos de Oliveira: Desvalorização do peso ronda motosserra do governo Milei

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Notas de 1 dólar e de mil pesos . Foto: Martín Zabala/Xinhua

Desvalorização do peso ronda motosserra argentina

Governo da Argentina pensa antecipar eleição para evitar desgaste de uma maxidesvalorização do peso

Por Marcos de Oliveira, no Monitor Mercantil

O PIB (economia) do Brasil cresceu 3,4% em 2024; o IPCA fechou o ano com alta acumulada de 4,83%, próximo à meta do Banco Central; o desemprego ficou em 6,6%, menor índice da série histórica iniciada em 2012.

Com esses dados, os analistas do mercado financeiro e as penas amestradas da mídia tradicional falam em “crise” na economia brasileira com o governo Lula.

Na Argentina, o PIB encolheu 1,7%; o desemprego fechou 2024 em 6,4% (de 5,7% em 2023); e a inflação bateu em 118% (eram 211,4% em 2023, mas desde outubro a queda estancou e o índice tem variado na casa de 2,2% a 2,7%).

Os analistas comemoram o “sucesso” do plano motosserra do governo Milei, que vê crescer a ameaça de uma forte desvalorização do peso.

Tão bem-sucedido o plano argentino que precisa desesperadamente fechar novo acordo com o FMI, sem o qual faltarão dólares para a Argentina seguir adiante.

Os dados do acordo continuam secretos, mas os economistas – mesmo conservadores – acreditam que o FMI exigirá mais ajustes fiscais e uma desvalorização do peso.

A primeira parte o governo Milei vem implementando, e, apesar da crescente oposição, confia prosseguir.

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Mas uma desvalorização faria cair a maquiagem dos preços na Argentina – setores financeiros internacionais acusaram o governo de manipular o índice de inflação – e ameaçaria a eleição legislativa em outubro.

A preocupação é tanta que se fala até que o governo pensa em antecipar as eleições para julho, antes de uma desvalorização.

O ministro da Economia, Luis Caputo, vem despejando centenas de milhares de dólares das escassas reservas internacionais para manter o peso sobrevalorizado.

O FMI aplaude os cortes nos gastos que jogaram a conta da crise para os aposentados e os mais pobres; mas crise cambial não se enquadra nos princípios do Fundo.

*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.

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