Marcos de Oliveira: Com voto de Galípolo, BC aumenta juros em 1 ponto
Tempo de leitura: 2 minCom voto de Galípolo, BC aumenta juros em 1 ponto
Decisão sobre juros, com voto de Galípolo, futuro presidente do BC, leva para quase R$ 100 bi acréscimo na dívida
Por Marcos de Oliveira, no Monitor Mercantil
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu realizar “um ajuste de maior magnitude” na taxa básica de juros Selic, de 1 ponto percentual (pp), para 12,25% ao ano.
O BC alega que “essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.
A decisão foi unânime, portanto, contando com o voto do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado por Lula.
Com o aumento, o BC engorda a dívida pública em R$ 55,2 bilhões.
No atual ciclo de elevação da taxa de juros, iniciado em setembro de 2024, o Banco Central levou a Selic para 12,25%, o que representa R$ 96,6 bilhões de acréscimo na dívida pública.
O valor é mais do que o dobro do que o governo Lula pretende alcançar com corte de gastos sociais e investimentos.
A Federação das Indústrias do Rio (Firjan) protestou, porque considera o aumento da taxa básica de juros excessivo e “representa mais um obstáculo para a atividade da indústria nacional”.
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O Banco Central admite, de forma cifrada, que o objetivo do aumento de juros – acima até do que a maioria do mercado financeiro esperava, que era de 0,75pp – é reduzir o crescimento da economia: “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”
A Força Sindical classificou a decisão do Copom de “um remédio desnecessário, errado, com efeitos colaterais nefastos, como comprometer a produção e arrefecer a intenção de consumo”.
“Infelizmente, o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade de estimular a criação de empregos, a produção e o consumo. O País precisa investir no fomento da produção, na geração de empregos e na distribuição de renda para retomar o caminho do seu crescimento econômico”, defendeu a central sindical.
No comunicado divulgado após a reunião que elevou os juros em 1pp, o Copom alegou que “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed [Banco Central dos EUA]”.
“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, com destaque para a divulgação do PIB do terceiro trimestre, que indicou abertura adicional do hiato. A inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta para a inflação e apresentaram elevação nas divulgações mais recentes”, acredita o Banco Central.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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