por Marcos Coimbra, no Correio Braziliense, via Clipping do Planejamento
As recentes pesquisas da Vox Populi, do Ibope e do Datafolha, realizadas nas principais capitais nos últimos dias, revelam um quadro que, em seus traços gerais, era previsível.
Incluindo os números de São Paulo, onde os três institutos apontaram cenário muito desfavorável a Serra. Só seus defensores mais extremados terão se surpreendido, pois as dificuldades que o tucano enfrentaria este ano eram óbvias.
As pesquisas confirmam características conhecidas das eleições municipais brasileiras e do funcionamento atual de nosso sistema político. Indicam coisas que sabíamos:
1 — A força da reeleição: em todas as capitais em que os atuais prefeitos buscam a reeleição, eles lideram.
A maior vantagem está no Rio de Janeiro, onde Eduardo Paes (PMDB) tem ampla perspectiva de vitória no primeiro turno, apesar de enfrentar diversos adversários de biografia conhecida e respeitável.
Em Belo Horizonte e Curitiba, estão na dianteira os prefeitos Marcio Lacerda e Luciano Ducci, ambos do PSB. O mineiro tem um só concorrente de peso, Patrus Ananias, do PT. No Paraná, a situação é de empate triplo, entre ele, Ratinho Junior (PSC) e Gustavo Fruet (PDT).
São três casos de prefeitos que investiram pesadamente na propaganda de suas administrações ao longo do mandato. Não têm novidades a informar aos eleitores, mas fazem agora, usando a imensa mídia “gratuita”, uma personalização dos resultados de suas gestões.
As obras e programas que o cidadão conhecia como sendo da prefeitura são reapresentadas como de autoria do prefeito. Tudo de bom que aconteceu na cidade é mostrado como resultado de sua ação pessoal (e tudo de mau é suprimido).
Talvez nem todos vençam, mas isso ajuda a explicar sua performance.
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2 — O declínio dos partidos de oposição: considerando o melancólico desempenho de Serra — que parece que sequer estará no segundo turno, para o qual são favoritos Celso Russomano (PRB) e Fernando Haddad (PT) —, os principais partidos de oposição só têm candidatos próprios bem posicionados em poucas cidades.
Desses, apenas ACM Neto (DEM), em Salvador, é considerado competitivo. Moroni Torgan, seu correligionário que disputa a eleição em Fortaleza, dá sinais de que, em breve, será ultrapassado por Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB) .
Se o quadro atual se confirmar, seria possível dizer que o PSDB terminará vencendo em Belo Horizonte e Curitiba, pois tanto Aécio e Anastasia quanto Beto Richa apoiam os líderes.
Pode ser verdade a curto prazo e, para Aécio, será ainda mais relevante, em face da derrocada de Serra. Mas, para o partido, é ruim atravessar mais uma eleição sem apresentar nomes para disputas futuras. Na política, como na moda, é preciso aproveitar as vitrines para mostrar os lançamentos da próxima temporada.
3 — A decisão ilusória: embora essas pesquisas indiquem níveis elevados de “definição de voto”, os profissionais do ramo, analisando outras — especialmente qualitativas —, percebem que as certezas dos eleitores são, a esta altura, provisórias.
As campanhas recém começaram e eles se veem alvo de uma comunicação maciça, tão grande que os deixa desconfiados.
O cidadão comum não se sente pressionado a resolver seu voto agora e nem acha que já tem informação suficiente para fazê-lo. Até a eleição, acredita ter tempo para conhecer melhor os concorrentes e se decidir com calma.
Curiosamente, há candidatos que hoje torcem para que os eleitores não mudem de ideia, com a mesma intensidade com que já torceram, em outras eleições, para que mudassem.
O cidadão comum não se sente pressionado a resolver seu voto agora nem acha que já tem informação suficiente para fazê-lo. Até a eleição, acredita ter tempo para conhecer melhor os concorrentes e se decidir com calma.
Leia também:
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Comentários
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Frank Ribeiro
Lembro muito das previsões condescendentes de Coimbra em relação a FHC quando estudante de Ciências Sociais. Ele me parece muito analista de ocasião, embora muito perspicaz em muitas de suas análises, o que não o isenta de suas tendências governistas. Um exemplo está nesse artigo no qual não analisa a imprevisibilidade do possível fracasso da eleição de Humberto Costa em Recife, após a intervenção nacional do PT (diga-se de Lula, com sua tão badalada e bajulada intuição política, a mesma que fez apoiar desde de 2008 o PSB de Marcio Lacerda e Aécio Neves com aval do PT do Pimentel em BH e que agora está na bancarrota). Esta aliança em BH era tão previzivel quanto a análise do Coimbra, hoje um bom analista, mas que peca pelos seus excessos de bajulação do lulapetismo.
Cordialmente, aguardo a refundação de um campo de esquerda democrático e progressista. Saudaçoes
Frank
Amaro
EXTRA! EXTRA!
Stanley Burburinho: Tracking diário do PSDB mostra que Haddad ultrapassou Serra!
Para ver a matéria completa Acesse
http://guerrilheirodoanoitecer.blogspot.com.br/2012/09/stanley-burburinho-tracking-diario-do.html
francisco pereira neto
Mas o nome de Haddad sempre foi para mim o nome ideal para a disputa em São Paulo. O único senão, é que infelizmente ele não será candidato a governador, porque também seria eleito. Acho o mais preparado dos políticos da nova geração.
Nós percebemos pela fisionomia, comportamento, gestos, palavras etc que Haddad é um grande brasileiro.
FrancoAtirador
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Resultados das pesquisas eleitorais nos municípios onde há 2 turnos:
http://noticias.uol.com.br/fernandorodrigues/pesquisas/2012/1turno/prefeito/
MARINALVA
ELEIÇÃO EM FORTALEZA: DECLARAÇÃO DE VOTO (A caçada ao PT)
Dois amigos me perguntaram em quem eu votaria para Prefeito de Fortaleza- CE, e se o julgamento do “mensalão” interferiria no meu voto.
Aqui vai a minha resposta: Eu espero que o ELMANO DE FREITAS, candidato do Lula e da atual prefeita de Fortaleza, portanto, do PT, chegue ao segundo turno, juntamente com o eterno perdedor Moroni Torgan (do DEM, um dos candidatos da extrema direita raivosa e do Jornal o POVO; o segundo é o candidato do PSDB, Marcos Cals, mas esse não tem a menor chance).
Vou ficar de olho nas pesquisas.
Se as pesquisas indicarem que a disputa no segundo turno será entre Inácio Arruda (PC do B) ou mesmo entre Heitor Férrer (PDT) contra Moroni ou Roberto Cláudio (o candidato poste do Governador Cid Gomes), eu votarei em um dos dois primeiros, aquele com chances de chegar ao segundo turno.
Portanto, o meu voto é útil e ideológico, já está decidido, e eu só assisto ao Programa Eleitoral gratuito para ver Lula ao lado do Elmano.
Um desses três que chegar ao segundo turno(Elmano, Inácio Arruda ou Heitor Férrer) será, na minha opinião, o prefeito de Fortaleza. Os partidos progressistas estão divididos no primeiro turno, mas no segundo vão se unir, não tenho dúvida.
Com relação ao “mensalão”, eu pergunto: que “mensalão”?. A essa altura do campeonato, o que esta palavra significa, depois da falta de compostura dos senhores juízes da suprema corte que claramente optaram por um julgamento político?
PS: Sou capaz de votar em Moroni no primeiro turno, se as pesquisas apontarem Roberto Cláudio ameaçando chegar ao segundo turno com Elmano, Inácio ou Heitor Férrer.Isto porque, no segundo turno, derrotar o candidato de Cid Gomes (que conta com uma MONTANHA de dinheiro para a campanha) é mais difícil do que derrotar o Moroni.
Portanto, como já disse, meu voto é útil e IDEOLÓGICO.
João Grillo
ESTA MATÉRIA NÃO SE ENCONTRA MAIS NO CORREIO BRASILIENSE E NEM NO CLIPPING (?)
João Grillo
ÔPA ÔPA! EM CURITIBA, NA FALTA DE COISA MENOS RUIM, RATINHO JÚNIOR LIDERA!!!!
pedro – bahia
O artigo é pertinente e o Professor Marcos Coimbra tem conhecimento de causa. Gostaria de acrescentar que o desempenho do PT – já era previsto – deve ser prejudicado, e muito, em decorrência do julgamento do mensalão, explorado por grande parte da mídia como do PT, exclusivamente. Apesar de ter ocorrido antes, não se fala do mensalão do PSDB mineiro e muito menos qualquer referência à compra de votos no projeto da reeleição de FHC e mais ainda, do Privataria Tucana, lançado há algum tempo e só agora Serra e seu eterno companheiro de “privataria” Daniel Dantas, resolveram acionar na justiça o Amaury JR. O efeito pode ser contrário, pois as provas são evidentes e se usadas pelos opositores pode – espero eu – levar a candidatura tucana a índices ainda mais baixos. Aqui na Bahia, ACM Neto sempre apresentou índice de 40% e nem a utilização de sua rede de TV, Rádio e jornal fez alterações significativas. Eleição passada ele foi candidato e não foi para o segundo turno tendo apoiado o atual Prefeito eleito contra Walter Pinheiro do PT. Este, diante do insucesso da primeiro mandato de João Henrique, 2 anos antes da eleição, já havia retirado o apoio e afastado secretários do partido que trabalhavam no Governo Municipal. Já o ACM se portou exatamente o oposto. “Disse Sim ao João para o segundo mandato. O PT deveria voltar com Pinheiro, cuja aceitação é bem melhor do que Pelegrino e as chances de vitória seriam mais mais próximas da realidade. De qualquer sorte ainda se espera uma melhora do candidato Pelegrino, pois eleger ACM Neto seria o pior para Salvador.
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