Marcelo Zero, sobre o voto na ONU: ‘Brasil não mudou de posição e não abandonou neutralidade’

Tempo de leitura: 2 min
A Assembleia-Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira, 23/02, resolução que pede a retirada imediata das tropas russas da Ucrânia. Foram 141 votos a favor, 32 contra Houve 32 votos e 7 abstenções. Foto: @Loey Felipe/Agência Brasil

Por Marcelo Zero*

Muita bobagem se escreveu hoje por causa do voto do Brasil de apoio à uma Resolução da Assembleia Geral da Geral da ONU que, em síntese, pede que a Rússia “retire imediatamente, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas e cesse as hostilidades”.

O Brasil não “mudou de posição” e não “abandonou a neutralidade”.

Desde o início, o Brasil condenou a invasão, o que não se confunde com o apoiamento direto ou indireto à guerra.

Em 25 de fevereiro de 2022, logo após a invasão, o Brasil também votou favoravelmente a Resolução do Conselho de Segurança da ONU, vetada pela Rússia, a qual demandava que a Rússia “retirasse imediata, completa e incondicionalmente” suas forças militares da Ucrânia e “revertesse” a decisão de reconhecer a independência das províncias do leste ucraniano de Donetsk e Luhansk, em guerra, uma vez que “viola a integridade territorial”.

China e Índia se abstiveram.

Note-se que o texto dessa proposta de Resolução do Conselho era praticamente idêntico ao texto aprovado pela Assembleia-Geral hoje (23/02/2023). Seria uma incongruência, portanto, que o Brasil votasse de forma diferente.

Na primeira resolução votada na Assembleia-Geral da ONU, em 2 de março de 2022, a invasão russa foi considerada uma agressão à soberania de Kiev.

Com 141 votos favoráveis, incluindo o do Brasil, cinco contrários e 35 abstenções, o órgão determinou a retirada das tropas russas da Ucrânia.

Em 12 de outubro de 2022, a Assembleia Geral adotou uma resolução condenando a anexação dos territórios ucranianos por parte da Rússia. O texto foi aprovado com 143 votos favoráveis, incluindo do Brasil, cinco contrários e 35 abstenções.

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Em todas essas votações, portanto, o Brasil votou da mesma forma.

O Brasil, entretanto, votou pela abstenção em outras resoluções, que dificultavam a negociação.

Assim, o Brasil não mudou de posição e não abandonou sua postura de não participação no conflito e de busca da paz.

*Marcelo Zero é sociólogo e especialista em Relações Internacionais.

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Comentários

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Paulo Diniz d’Avila

O articulista está certo, seguimos a mesma política que era desenvolvida por Bolsonaro!

    Zé Maria

    Observação Procedente, Paulo.

Tiberio

Muito bla… bla…bla para justificar a cagada de não estar votando junto ao BRICs

Pedro de Alcântara

Considerar, também, Marcelo que a Ucrânia invadiu a União Soviética juntamente com as tropas alemãs. Essa história ainda está viva.

Pedro de Alcântara

Estou achando Marcelo que em seu artigo está faltando algo fundamental. O governo ucraniano é declaradamente nazista. Todos os componentes do governo têm a suástica tatuada no corpo. Além de tudo o apoio que recebem tanto dos Estados Unidos quanto de seus vassalos europeus tem como princípio garantir a existência da indústria bélica; tudo isto sem contar que os países capitalistas estão repletos de nazistas, nos Estados Unidos, tanto no Dep. de Estado, quanto no Pentágono. Todos esses nazistas sonham com uma revanche à derrota nazista na União Soviética.

João de Paiva

Será que página vai censurar o comentário crítico que fiz? Aqui vai ele, de novo.

[ Voto em Lula desde 1989. Mas não sou moleque de recados do Presidente Operário nem concordo com os erros e patacoadas que ele comete. Há mais de três anos tenho afirmado que Lula não está livre, mas no cabresto. As corjas militares golpistas, vira-latas, entreguistas, corruptas até a medula, torturadoras e assassinas não largaram o osso e continuam sendo as operadoras do golpe no Brasil, agora uma colônia agrícola, mineral e digital dos EEUU e das oligarquias transnacionais.

É vergonnhoso ver um sociólogo e epecialista em RI escrever um artigo desses, completamente lambe-botas dos EEUU e da OTAN, fazendo malabarismos para negar o óbvio, que a guerra por procuração da OTAN contra a Rússia, usando a Ucrânia como bucha de canhão, forçou a Rússsia a tomar uma atitude em defesa dos cidadãos russos/russófonos das províncias do Donbass, de Kherson, da Criméia, os quais estavam sendo massacrados pelo regime nazista e golpista levado ao poder como o golpe do Euromaidan, em 2014. O massacres de cidadãos russos ocorreu durante 8 anos, custando a vida de mais d 14.000 civis e destruição da infra-etrutura da região.

Após a Operação Militar Especial da Rússia, foram feitos referendos nas províncias da região do Donbass e de Kherson; mais de 70% dos cidadãos optaram por pertencerem à Federação Russa. Antes disso, mais de 90% dos cidadãos russos da Criméia, ecolheram pertencer à Federação Russa.

Se Lula e o Brasil fossem relmente independentes e soberanos é claro que não acompanhariam a OTAN (diga-se império atlanticista anglo-ianque), que faz guerras e destrói países, como Iraque, Líbia, Afeganistão e como tentam há uma década fazer na Síria. ]

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/FpsAGXkWIAYgvZS?format=jpg

“Com uma abstenção, o Brasil se colocaria ao lado dos países dos Brics,
como China, Índia e África do Sul.
E ainda ficaria melhor posicionado para uma mediação das negociações.
Foi uma Resolução-armadilha puxada por EUA e UE.”

ANA PRESTES
Socióloga.
Doutora em Ciência Política (UFMG).
Analista Internacional.
Pesquisadora da História da Participação
Política das Mulheres no Brasil.
https://twitter.com/AnaPrestes/status/1628895804764090369

    Zé Maria

    .
    Hoje, diante das Manchetes da Mídia Internacional Ocidental,
    estamos vendo que a Votação dessa Resolução na ONU
    foi uma Jogada de Marketing da OTAN (EUA/UE).

    Choveu Spam dizendo que ‘o Putin rouba criancinhas’.

    O Objetivo da OTAN não é acabar com a Guerra [nunca foi],
    mas é sim o de levá-la até derrubar o Presidente da Rússia.
    .

    Zé Maria

    O Voto do Brasil não faz a menor Diferença na Guerra.
    Só serviu pra colaborar na Comemoração da Ucrânia
    e festejar os ‘triunfos’ dos Ucranianos sobre os Russos
    depois de um ano de Conflito. Parabéns, Zé Lênski!

João de Paiva

Voto em Lula desde 1989. Mas não sou moleque de recados do Presidente Operário nem concordo com os erros e patacoadas que ele comete. Há mais de três anos tenho afirmado que Lula não está livre, mas no cabresto. As corjas militares golpistas, vira-latas, entreguistas, corruptas até a medula, torturadoras e assassinas não largaram o osso e continuam sendo as operadoras do golpe no Brasil, agora uma colônia agrícola, mineral e digital dos EEUU e das oligarquias transnacionais.

É vergonnhoso ver um sociólogo e epecialita em RI escrever um artigo desses, completamente lambe-botas dos EEUU e da OTAN, fazendo malabarismos para negar o óbvio, que a guerra por procuração da OTAN contra a Rússia, usando a Ucrânia como bucha de canhão, forçou a Rússsia a tomar uma atitude em defesa dos cidadãos russos/russófonos das províncias do Donbass, de Kherson, da Criméia, os quais estavam sendo massacrados pelo regime nazista e golpista levado ao poder como o golpe do Euromaidan, em 2014. O massacres de cidadãos russos ocorreu durnte 8 anos, custando a vida de mais d 14.000 civis e destruição da infra-etrutura da região.

Após a Operação Militar Especial da Rússia, foram feitos referendos nas províncias da região do Donbass e de Kherson; mais de 70% dos cidadãos optaram por pertencerem à Federação Russa. Antes disso, mais de 90% dos cidadãos russos da Criméia, ecolheram pertencer à Federação Russa.

Se Lula e o Brasil fossem relmente independentes e soberanos é claro que não acompanhariam a OTAN (diga-se império atlanticista anglo-ianque), que faz guerras e destróis países, como Iraque, Líbia, Afeganistão e como tentam há uma década fazer na Síria.

Zé Maria

A Rússia até pode sair
do Território Ucraniano,
mas não da Criméia.

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