A Diplomacia do Brasil Está Correta
Por Marcelo Zero*
“A esquerda é liberdade, igualdade, fraternidade. Democracia verdadeira” -Hugo Chávez
A quantidade de bobagens que se escreve hoje sobre a política externa brasileira é colossal. Quantidade colossal com qualidade abissal.
“Especialistas em geopolítica” se multiplicam como fungos, após um dilúvio de águas turvas.
Todos, é claro, têm, além de traseiros, opiniões peremptórias sobre a nossa política externa, muitas vezes assentadas em achismos desinformados.
Em um primeiro momento, essas volumosas sandices se concentravam à direita do espectro ideológico.
É compreensível. A diplomacia do terceiro governo Lula nasceu com a missão central de reparar os imensos estragos causados ao nosso protagonismo regional e internacional pela política externa desastrosa do governo Bolsonaro.
Tivemos de nos desvencilhar de um alinhamento automático ao trumpismo, que nos tornou párias internacionais e nos alienou da defesa e representação dos interesses nacionais.
Passamos, com Lula, a praticar uma política externa universalista e não-alinhada, que rechaça os ditames da nova Guerra-Fria e intenta, de forma pragmática, ter relações cooperativas com todos os países do mundo, com base no princípio da reciprocidade.
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O Brasil procura também investir na integração regional soberana e manter nosso subcontinente como uma zona de paz, livre de conflitos internos e, sobretudo, de contenciosos de natureza extrarregional.
Rejeitamos sanções políticas e econômicas, pois são armas de destruição de massa, que afetam intensamente a população mais pobre dos países afetados. Da mesma forma, rejeitamos quaisquer outras intervenções, a não ser aquelas devidamente aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.
Propugnamos pela democracia e pelos direitos humanos, mas condenamos a utilização hipócrita desses temas para impor hegemonia geopolítica e forçar mudanças de regimes.
Modelos políticos não podem ser impostos, e cada país, com base nas suas forças políticas internas, tem de encontrar seu próprio caminho para a ampliação de direitos e a plenitude democrática, a qual pode assumir formas diferentes.
Podemos dar exemplos, inspirar, dialogar e cooperar. Jamais impor.
Pois bem, essa política externa provocou, desde o início, a crítica daqueles que defendem o alinhamento do Brasil ao chamado Ocidente e exigem que nosso país condene países e regimes que não são do agrado desse bloco geopolítico. Isso se viu claramente nos posicionamentos do Brasil quanto ao conflito na Ucrânia e ao morticínio em Gaza.
Agora, contudo, surgem críticas à diplomacia brasileira por parte de alguns setores da esquerda, em razão, essencialmente, do conflito na Venezuela.
Alguns acusam o Brasil de não reconhecer, de imediato, os resultados das eleições venezuelanas e de apoiar a “intervenção imperialista” naquele país. Outros acusam o Brasil de não respeitar a soberania daquele vizinho, ao fazer algumas críticas à condução do processo eleitoral da Venezuela.
Ora, tais acusações não têm o menor fundamento nos fatos.
Desde o início do terceiro governo Lula, que todo o esforço do Brasil se centra justamente no combate negociado e paciente contra o isolamento da Venezuela e as sanções draconianas impostas pelos EUA e a Europa ao povo venezuelano.
É preciso lembrar que o governo Bolsonaro, por alinhamento automático aos EUA e aliados, rompeu relações com esse nosso vizinho e reconheceu o governo fictício e francamente ridículo de Juan Guaidó, aquele que foi sem jamais ter sido.
Ao apostar no isolamento da Venezuela, o governo Bolsonaro cometeu o grosseiro erro estratégico de transformar a América do Sul em palco da disputa geopolítica entre EUA, Rússia e China.
Ademais, no governo Bolsonaro, o Brasil “desinvestiu” na integração regional soberana, o que redundou no desmonte da Unasul, na saída da Celac e no crescimento de forças favoráveis ao desmantelamento do Mercosul enquanto união aduaneira.
Nesse quadro, o Brasil perdeu muito protagonismo na Venezuela, na América Latina e no mundo.
O Brasil de Lula está revertendo esse quadro desastroso.
No que tange especificamente à Venezuela, o apoio do Brasil ao Acordo de Barbados, firmado entre o governo e as oposições da Venezuela, obedeceu à estratégia de pacificar o conflito interno daquele país, levantar as violentas sanções e reintroduzir a Venezuela como membro pleno do Mercosul, bloco estratégico para o País.
Tal apoio impõe algumas obrigações ao Brasil. Uma delas é a de solicitar transparência e lisura no pleito democrático. A outra é a de continuar a investir em diálogo e negociações.
Infelizmente, o compromisso de plena transparência nas últimas eleições não parece, até agora, ter sido satisfeita, o que impede o Brasil de reconhecer os resultados.
Saliente-se que todas as outras eleições venezuelanas realizadas durante o período chavista primaram pela transparência e pela lisura, pois a Venezuela dispõe de um sistema eleitoral moderno e eficiente, perfeitamente capaz de dar respostas rápidas e auditáveis.
A publicação dos boletins das urnas sempre foi realizada de forma expedita, em obediência ao artigo 116 da Lei Orgânica sobre Processos Eleitorais, o qual determina o prazo máximo de 48 horas para a totalização desagregada dos resultados.
Dessa vez, porém, tal publicação tornou-se tão morosa quanto cágados analógicos acometidos pela Doença de Parkinson. Algo muito estranho.
Invocar os defeitos e as limitações de outros sistemas, como o dos EUA, confuso e obsoleto, não parece uma escusa razoável para o que acontece na Venezuela. Invocar a hipocrisia e a má-fé dos que exigem democracia na Venezuela não é, da mesma forma, justificação racional.
Também não parece razoável justificar a ausência de transparência na apuração dos resultados eleitorais, com base na “luta contra o imperialismo” e na falta de compromisso democrático dos setores mais radicalizados e hegemônicos da oposição venezuelana.
Sabemos perfeitamente do histórico fascistóide e violento de boa parte da oposição venezuelana. Mas dos chavistas não se espera esse comportamento.
No que se relaciona a esse ponto, é preciso assinalar que a revolução chavista foi, sobretudo, uma revolução democrática, que implodiu os estreitos limites jurídico-políticos do pacto oligárquico de Punto Fijo e ampliou consideravelmente a participação popular nos processos decisórios daquele país.
Ou seja, o povo venezuelano, assim como o povo brasileiro, fez uma opção soberana pela democracia e a instituiu em uma notável Constituição.
Isso impõe algumas indagações.
A “luta contra o imperialismo” pode fazer tabula rasa dessa opção histórica?
Pode transformar a democracia em uma formalidade insignificante?
Não poderia estar o governo Maduro em contradição com alguns valores e princípios da revolução chavista?
Não poderia estar o governo Maduro em conflito, do mesmo modo, com a integração regional? Afinal, tanto o Mercosul como a Unasul têm cláusulas democráticas. Isso foi decidido de forma soberana pelos países da região. Não foi uma imposição do imperialismo.
O governo Maduro estaria a fazer uma aposta geopolítica de sustentar-se apenas com o apoio de potências extrarregionais, como Rússia e China, e prescindir da aliança com países amigos da região, como Brasil, Colômbia e México? Isso não teria um efeito disruptivo na região?
Como se vê, a questão da Venezuela é muito complexa e não admite análises binárias e simplistas.
A cautela do governo Lula e da diplomacia brasileira tem, por conseguinte, fundamento em fatos evidentes e em valores e compromissos básicos.
Tal cautela é vital para que a situação interna Venezuela não se deteriore ainda mais. E para que aquele país não entre em uma espiral de violência sem controle.
A diplomacia do Brasil, sob a condução de Lula, é ponderada, racional, pragmática e se guia pela promoção dos interesses brasileiros, pelo fortalecimento da integração regional soberana e pela construção de uma ordem mundial simétrica, justa, pacífica e não submetida a hegemonismos de quaisquer tipos.
Não temos de escolher entre nenhum dos lados da nova Guerra Fria. Entre um e outro, o Brasil escolhe o lado do Brasil.
Também não temos de escolher entre “lutar contra o imperialismo”, sanções e intervenções e defender opções soberanas e autônomas pela democracia. Podemos e devemos fazer ambas as coisas.
Da mesma maneira, não há dilema algum entre promover a ascensão socioeconômica da população e promover a emancipação política do povo. Ambos os processos se retroalimentam.
Democracia não é estorvo para a libertação dos países e dos povos. A esquerda é democracia verdadeira.
Chávez estava correto.
A diplomacia do Brasil está correta.
*Marcelo Zero é sociólogo e especialista em Relações Internacionais.
Leia também
Manuel Domingos Neto: Lisura eleitoral
Valter Pomar: Venezuela, as saídas de Lula
Lula ainda não reconhece Maduro como presidente eleito da Venezuela
Comentários
Zé Maria
https://x.com/i/status/1815878448352461004
“Sul Global Não Tem Motivos para Usar o Dólar”,
diz vice-chanceler russo à Sputnik Brasil
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Pankin,
falou à Sputnik Brasil sobre a queda do dólar nas transações internacionais
e a ascensão de outras moedas, como o yuan…
Em entrevista exclusiva (*) à Sputnik Brasil, o vice-ministro das Relações
Exteriores da Rússia, Aleksandr Pankin, que veio ao Brasil para participar
das reuniões preparativas do G20, comentou como o Ocidente enfraqueceu
depois de iniciadas as sanções unilaterais contra a Rússia.
Aleksandr Pankin esteve presente na Reunião Ministerial de
Desenvolvimento do G20, presidida pelo chanceler brasileiro,
Mauro Vieira, e que também contou com a presença da ministra
de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, da ministra da
Igualdade Racial, Anielle Franco, e do ministro de Desenvolvimento
e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
À reportagem, o vice-chanceler da Rússia comentou a queda do dólar
nas transações internacionais e a ascensão de outras moedas, como
o yuan chinês, que “duplicou ao longo do último ano”, atingindo uma
parcela de 4,6%.
Para Pankin, há vários motivos para a queda, desde o crescimento da dívida
pública dos Estados Unidos, que está em aproximadamente US$ 35 trilhões
(R$ 195,7 trilhões), o uso do dólar como arma, como evidenciado pelas
sanções unilaterais e ilegais contra a Rússia.
“Há definitivamente uma falta de fé no dólar no mundo devido a várias ações
tomadas pelo governo dos EUA, incluindo sanções”, disse o vice-ministro.
Segundo o diplomata, a decadência do dólar pode ser ainda maior, uma vez
que esses dados não contabilizam outros sistemas de pagamentos, como
o Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em
russo) da Rússia, o mBridge, o Sistema de Pagamentos Interbancários
Transfronteiriços (CIPS, na sigla em inglês) da China e a Interface de
Pagamentos Unificada (UPI, na sigla em inglês) da Índia.
Sobre as sanções, Pankin destacou seu caráter unilateral, já que foram
tomadas apenas por “certos Estados, mas não por organizações
internacionais”.
“Não existe uma única organização internacional, como a ONU
(Organização das Nações Unidas) ou qualquer outra, de natureza
global e adesão universal, que tenha tomado sanções contra a Rússia.”
A maior parte dos países são do chamado “Sul e Leste Global”, lembrou.
“Estes são países que não partilham as posições dos países ocidentais …
E temos uma cooperação muito boa com eles.”
Nesse sentido, Pankin ressaltou que esses também são os países que estão
liderando o processo de desdolarização do mundo, pois acordam cada vez
mais para o fato de que não é preciso seguir os ditames dos Estados Unidos.
“Os países do Sul comercializam mais entre si do que com o Norte …
Isso significa que eles não precisam de dólares para fazer transações
entre si.”
(*) Vídeo Legendado em Português: http://pic.twitter.com/Q72zFi0Nz8
https://x.com/sputnik_brasil/status/1815878448352461004
https://noticiabrasil.net.br/20240723/sul-global-nao-tem-motivos-para-usar-o-dolar-diz-vice-chanceler-russo-a-sputnik-brasil-35713195.html
.
Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/GUzqylDbcAAkKNZ?format=jpg
Capital x Trabalho no Mapa Mundi
‘Lógica do Capitalismo’:
“Sul Global faz 90% do Trabalho Mundial,
mas Detém apenas 20% da Riqueza”
http://dlvr.it/TBqmhh
https://x.com/sputnik_brasil/status/1823090105965490182
.
.
“Os Salários no Sul Global são 87–95% Menores
do que os Salários no Hemisfério Norte.”
Recém-publicado na revista Nature, um artigo de economia revelou
como o Norte Global usa da desigualdade salarial com os países do Sul
para se apropriar da riqueza produzida por eles.
“Embora os trabalhadores do Sul contribuam com 90% da mão de obra
que impulsiona a economia mundial, eles recebem apenas 21% da renda
global”, afirma o texto.
Essa estrutura exploratória remonta, apontam economistas ouvidos
pela Sputnik Brasil, à gênese do sistema capitalista.
O artigo da Nature, “Unequal Exchange of Labour in the World Economy”
(“Troca Desigual de Trabalho na Economia Mundial”, em tradução livre)(*1),
aborda como os salários dos trabalhadores do Sul Global são menores do
que trabalhadores da mesma qualificação de nações desenvolvidas.
Essa diferença salarial, convertida em valores do Norte, é também traduzida
em horas de trabalho.
Em 2021, por exemplo, 9,6 trilhões de horas de trabalho foram destinadas
à produção para a economia global.
“Desse total, 90% foram contribuídos pelo Sul”, alerta o artigo científico.
Dessa forma, argumentam os autores do trabalho, há uma “grande
apropriação líquida de trabalho e recursos do resto do mundo por meio
de trocas desiguais no comércio internacional e nas cadeias globais
de commodities.”
“Desde que há capitalismo essa relação de exploração foi necessária”,
afirma à Sputnik Brasil a Professora da Faculdade de Economia da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Juliane Furno,
autora do livro “Imperialismo: Uma Introdução Econômica” (**2).
No passado, essa exploração ocorreu a partir da “apropriação de recursos
naturais e matérias-primas essenciais ao processo de industrialização,
até o acúmulo de capital monetário proveniente do tráfico de escravizados”,
lembra a economista, sendo realizado de forma “primitiva” por meio de
pilhagem, roubo, expropriação, ocupações territoriais, coloniais e guerras.
“Atualmente, os sistemas de exploração estão mais condizentes com
a lógica do capitalismo maduro e conta com instrumentos próprios
de mercado.”
De fato, afirma o artigo, essa supressão de salários no Sul Global ocorre
através de pressões políticas do autodenominado Norte, por meio dos
programas de ajustes estruturais (SAP, na sigla em inglês), conjunto de
medidas impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo
Banco Mundial.
Entre as medidas estão a “desvalorização das moedas”, a “remoção
de proteções trabalhistas e ambientais” e o “corte do empregos públicos.
Isso faz com que a produtividade do Sul Global seja barateada em relação
aos países desenvolvidos”.
“Também são restringidas políticas industriais e investimentos liderados
pelo Estado no desenvolvimento tecnológico”, diagnostica o artigo científico.
Isso faz com que os governos de países em desenvolvimentos priorizem
a “produção orientada para a exportação” em setores competitivos e
adotem posições “subordinadas” dentro das cadeias globais de
commodities.
Essa situação é exemplificada por Furno na produção de um iPhone:
“Seu valor está marcado pelo trabalho extraído pela periferia capitalista,
que, em função dos baixos salários, são atrativos para os donos desses
empreendimentos. No entanto, os lucros são realizados no Norte Global.”
“Há uma transferência de trabalho e uma superexploração … dos
trabalhadores do Sul Global, que é apropriado pelos donos do capital,
que são do Norte Global, onde estão concentradas as partes nobres
da operação — em geral, o marketing e o incremento tecnológico.”
O economista Pedro Faria ressaltou que, nessa lógica econômica,
há aqueles no Sul Global que se beneficiam desse modelo imperialista,
“que ganham muito mantendo a economia do país em uma posição
subordinada”.
“Temos que lembrar que nos países que são explorados tem elites.
Antigamente eram elites coloniais, e hoje são elites que se subordinam
ao processo de acumulação dos países capitalistas centrais”, detalha Faria.
“Então não é um processo em que todo mundo no Brasil perde.
Algumas elites ganham com esse processo de subordinação.”
Havia uma elite no país, principalmente entre os anos 1930 e 1980,
mais alinhada com projetos de desenvolvimento industrial nacional.
“Hoje essa elite está desaparecendo e estamos assistindo a uma
dominância quase completa no campo econômico da elite que ganha
se subordinando aos processos do Norte Global.”
Dentro dessa lógica econômica, a China surge como grande consumidora
de commodities de países em desenvolvimento, enquanto também é uma
grande nação emergente na produção tecnológica própria.
“Mas a China não tem política imperial”, distingue o economista.
Pelo contrário, a nação asiática possui uma disposição multilateralista que busca desenvolver as nações com quem mantém relações comerciais, “ao contrário dos países do Norte Global”.
Isso pode ser observado na África, onde os chineses vêm realizando inúmeros projetos de infraestrutura.
“A China parece ter uma disposição muito grande de estabelecer relacionamentos que não são unilaterais, como foram os relacionamentos coloniais e pós-coloniais do século passado”, afirma Faria.
Claro que há ganhos para os chineses, “que também não fazem caridade”,
mas é outro tipo de relação que não a relação imperialista que predominou
no século XIX e XX.
Pelo que apontam os economistas, esse multilateralismo que surge com
a ascensão chinesa se revela o caminho mais seguro para alterar a lógica exploratória instituída pelo Ocidente.
“Um maior equilíbrio de forças na geopolítica mundial pode impor um ajuste
nesse padrão de drenagem do excedente das riquezas dos países do Sul
pelo Norte”, crava Furno.
*1(https://www.nature.com/articles/s41467-024-49687-y);
(https://www.nature.com/articles/s41467-024-49687-y.pdf).
**2(https://www.leonardodavinci.com.br/livros/FUR016/9786599597640/imperialismo-uma-introducao-economica.html).
Íntegra em: (https://t.co/BTyZ8G4STW)
https://noticiabrasil.net.br/20240812/logica-do-capitalismo-sul-global-faz-90-do-trabalho-mundial-mas-detem-apenas-20-da-riqueza-36010401.html
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Zé Maria
https://x.com/i/status/1822970505709641766
Menina Palestina Envia Mensagem ao Mundo e pergunta
por que há tanto silêncio e inação diante do genocídio
sofrido pelos Palestinos em Gaza:
“Crianças morrem sob os escombros, suas mãos são cortadas,
suas pernas quebradas, suas cabeças esmagadas…
Para cada árabe e cada estrangeiro que vê isso:
Tu não tens sangue nas veias?
Ficas em silêncio?
Nós nunca iremos te perdoar.”
https://x.com/HoyPalestina/status/1822970505709641766
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