Em Nova York é chique
Queremos o Parque Minhocão
Abaixo-assinado por Paula, Felipe, Demétrio, Marcio e Athos
via Facebook
Foi aprovada a desativação total do Minhocão como via para carros! Isso é uma ótima notícia para quem defende a qualidade de vida e menos poluição. O próximo passo é a Câmara dos Vereadores aprovar o Projeto de Lei 10/2014 que decidirá se ele vai se tornar um parque ou não. Nós somos um grupo de pessoas que se reuniu no final de 2012 para defender a idéia do Parque Minhocão e nunca imaginamos que teríamos uma conquista tão rápida. Porém, a nossa luta não acaba aqui, outras propostas ainda podem ser aprovadas. Sem uma mobilização, a idéia do Parque Minhocão pode ir por ralo abaixo. Em breve os debates públicos e audiências irão começar e precisaremos mostrar que a população de São Paulo apoia esta proposta. Se você, como nós, acredita que o Minhocão deve virar parque, assine agora e nos ajude nesta luta.
O Parque Minhocão poderá se tornar referência mundial, trazendo lazer para milhões de pessoas, acelerando a revitalização do Centro, atraindo atletas, turistas e qualidade de vida para a região. Imagine 3 km de área verde, pista de cooper, ciclovia, quadras de esportes, gramados e parquinhos. Existem outros casos similiares de sucesso: os espetaculares High Line, de Nova York, e o Promenade Plantée, de Paris. O Minhocão, que atualmente fica aberto para as pessoas aos domingos, feriados e à noite, já recebe mesmo sem nenhuma infra-estrutura milhares de ciclistas, corredores, skatistas, famílias e todo tipo de gente.
A outra opção, a de demolir o Minhocão, vai gerar poluição e mais de 60 mil m3 de entulho sólido. Além disso, ela terá um custo altíssimo e vai desperdiçar uma estrutura gigante, que já é pública e está pronta. É um gesto simbólico de reapropriação do espaço público, criado para carros, sendo convertido para o lazer.
Vamos apoiar esta ideia e construir um lindo parque para São Paulo, assinem!
PS do Viomundo: Como muitos de vocês sabem eu, Azenha, morei quase duas décadas em Nova York. Cheguei lá no tempo em que o Metrô era todo grafitado. Particularmente, acho que a cidade piorou muito em alguns aspectos, desde então. Houve uma tremenda gentrificação. Os pobres foram expulsos para cada vez mais longe. A ilha em que morei por alguns anos, Roosevelt Island, um bucólico paraíso, foi ocupada por novos prédios — cheguei a participar de um protesto exigindo que os novos edifícios, de alugueis não controlados (sim, gente, no paraíso do capitalismo ainda existe algo chamado ‘rent control’, coisa de comunista) incluissem moradia social, ou seja, que existissem apartamentos subsidiados para misturar ricos e pobres no bairro.
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Desde então a região do Times Square tornou-se uma verdadeira Disneilândia, perdeu todo o seu sabor local para se tornar um pastiche repleto de armadilhas para turistas (comida cara e ruim).
Gosto de lugares como a praça Roosevelt de hoje, em São Paulo, daquela mistureba caótica. O High Line foi realmente uma das coisas boas de Nova York. A proposta inicial era simplesmente demolí-lo. Um grande empreendedor queria fazer uma megaconjunto de prédios na região, mas os moradores lutaram bravamente e, como se deu aqui em São Paulo, no caso do Parque Augusta, venceram. É preciso, portanto, lutar por cada metro da cidade, para que a especulação imobiliária não nos devore e, especialmente, não nos aparte por classe social, cor de pele, status, sobrenome, qualquer critério antidemocrático.
Leia também:
Padu Palmério: O ouro de uma cidade mineira escorre pelo ralo
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Comentários
Pafúncio
Simples resolver. A cidade não precisa de transporte público? Removam somente as vigas horizontais da pista, aproveitem as colunas aterradas e ponham vigas de monotrilho. Ligaremos a Pompéia até o Parque D.pedro e de via via expreso Tiradentes até o Ipiranga, e dai por monotrilho até cidade Tiradentes. E isto sem falar nas diversas interligações pelo caminho com estações de Metro, Terminais e corredores de onibus……simples assim. Parque é um boa idéia mais vai atender a poucos, como é hoje nos finais de semana. Já o monotrilho atenderá milhões, num setor de grande gargalo que a cidade tem.
abolicionista
Caro Azenha, se puder, dê uma lida nessa reportagem acessível no link logo abaixo do comentário.
Segundo o jornalista Jeremiah Moss, O High Line promoveu um dos mais velozes processos de gentrificação da história. Eles limparam os grafites originais, colocaram guardas, derrubaram prédios históricos. O valor das propriedades em volta do High Line aumentaram mais de cem porcento. Os pequenos negócios da “gasoline alley” serão todos fechados. PEquenos comércio que eram geridos por uma mesma família há décadas. Enfim, acho que vale a pena dar uma olhada:
http://www.nytimes.com/2012/08/22/opinion/in-the-shadows-of-the-high-line.html?_r=0
ricardo gonçalves
E abaixo do minhocão, como fica?
Sei não, esse parque…
Fernando
Derruba essa porcaria igual o Eduardo Paes fez com a Perimetral.
Essa juventude norteamericanizada que vota em Marina não gosta de falar ´Minhocão`, prefere dizer ´High Line`.
Rui
KKKK. Falou tudo.
Leo V
Mas o Minhocão virar parque deverá revalorizar a região, e as pessoas que hoje moram com aluguéis relativamente baratos ao lado do Minhocão provavelmente terão que se mudar. Será difícil evitar a gentrificação a partir da lógica de mercado que impera.
abolicionista
É isso mesmo, Leo. Eu estive no High Line e discordo do Azenha. Aquilo já foi legal, mas o High Line está sendo engolido pela gentrificação, você quase não vê mais o parque no meio de tantas construções. A coisa é tão séria que até as plantas desse “jardim suspenso” estão morrendo por falta de luz do sol. Enfim, essa questão urbana não é fácil, não. O problema é essa dicotomia gentrificação/ degradação, né? A saída seria achar outra lógica, outra ideia de cidade…
Patrick
Caro Azenha, este artigo do blogue “cidades para que(m)?” ilustra muito bem a questão que você está levantando:
http://cidadesparaquem.org/blog/2014/8/22/maluf-o-minhoco-e-a-gentrificao
inclusive com sugestão de um documentário que está disponível por inteiro no youtube, Elevado 3.5
Francisco
Resumo da ópera: Minhocão no dos outros é refresco…
valdir freire
É um absurdo manter este “monstro” do minhocão em pé. Essa tigrada que pensa no próprio lazer, skate, bicicleta e outros quetais…e o povo que mora nos edifícios ao lado???? o elevado chega até a 3 andares de alguns edifícios e, portanto, condenados a sombra eterna!!!!
ABAIXO O MINHOCÃO
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