Por José Dirceu, em perfil de rede social
O presidente Nicolás Maduro foi proclamado o vitorioso nas eleições venezuelanas e cumprirá seu novo mandato.
O discurso de desconfiança foi imediato, mas já vimos esse filme antes.
Somos experientes em relação à alegação de fraude eleitoral perante a derrota. Com Jair Bolsonaro foi assim, e antes dele Aécio Neves. Em comum a ideia de colocar o órgão eleitoral em suspeição e a própria urna eletrônica.
Até Donald Trump apelou para a fraude.
É preciso lembrar que, na Venezuela, o voto é impresso e depositado numa urna. Logo o sistema é seguro e inviolável. Há fiscais em todas as sessões e no órgão eleitoral nacional – o CNE – a oposição tem 3 membros.
Não podemos fazer como setores da mídia brasileira, que parte do princípio de que Maduro não pode vencer, e se venceu é porque houve fraude.
Precisamos aguardar a conferência das atas e não dar razão à oposição, muito menos às manifestações violentas.
É importante destacar ainda que na oposição há setores golpistas articulados a interesses norte-americanos, que apoiaram as sanções e o sequestro das reservas da Venezuela, isto é, violaram a soberania do país e da lei internacional.
Em 2013, Henrique Capriles perdeu a eleição e creditou a derrota à fraude. Mas nunca apresentou provas.
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Não dá para apontar fraude sem provar e sem a conferência das atas.
Eis por que se posicionaram corretamente México, Colômbia e Brasil, a despeito de toda a gritaria da oposição venezuelana e do entusiasmo da mídia brasileira com a tese da fraude.
*José Dirceu foi ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo Lula (2003-2005), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e deputado federal por São Paulo.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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