Jornalista argentina denuncia guerra suja da mídia pró-EUA contra Rússia em favor das forças neonazistas na Ucrânia

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Correspondente de guerra, especialista em Política Internacional e ganhadora de inúmeros prêmios, como o Latino-Americano de Jornalismo de 1987. Stella Calloni denunciou as “perseguições e crimes de lesa-humanidade praticados durante anos pelo governo ucraniano” e alertou que “parcela expressiva da população de todos os nossos países está sendo intoxicada pelas mentiras que vêm consumindo, o que vai contra os seus próprios interesses”.

Stella Calloni: como a mídia faz guerra suja pró-EUA e pró-nazistas na Ucrânia

Renomada jornalista argentina condenou “perseguições e crimes de lesa-humanidade praticados durante anos pelo governo ucraniano

por Leonardo Wexell Severo, no Vermelho

“O que está havendo na Ucrânia é uma campanha feroz de desinformação, uma guerra suja da mídia pró-Estados Unidos contra a Rússia em favor das forças nazifascistas, com vídeos falsos e fake news”, afirmou em entrevista exclusiva a jornalista argentina Stella Calloni.

Correspondente de guerra, especialista em Política Internacional, ganhadora de inúmeros prêmios, como o Latino-Americano de Jornalismo de 1987, Stella denunciou as “perseguições e crimes de lesa-humanidade praticados durante anos pelo governo ucraniano” e alertou que “parcela expressiva da população de todos os nossos países está sendo intoxicada pelas mentiras que vêm consumindo, o que vai contra os seus próprios interesses”.

“O fato é que a informação está sendo usada como arma de guerra do Pentágono”, sublinhou.

Vladimir Putin afirmou que a ação da Rússia foi uma resposta da agressão feita pela Ucrânia, e que se posicionava pela desnazificação e desnuclearização do país vizinho como medida defensiva. Qual a sua avaliação das medidas adotadas?

Acredito que a Rússia tomou uma medida urgente, adotou a posição que muitos esperavam há oito anos.

O fato é que seu território está absolutamente rodeada por gente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por bases militares que foram instaladas em todos os países da ex-União Soviética. Os Estados Unidos armaram uma grande provocação, se servindo da Ucrânia, que está sob um governo nazi, submetendo a população a perseguições, não só pessoas de esquerda ou judeus, a crimes de lesa-humanidade.

Há muita história mal contada sobre a Ucrânia.

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Em primeiro lugar, a Rússia aguardou oito anos por uma intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU). Havia a esperança que viesse alguém para salvar a população de Donetz e Lugansk, no Donbass, que é um território estratégico. E nada.

As pessoas estavam sendo bombardeadas com disparos de mísseis, em massacres que acumularam cadáveres. Foram quase 20 mil mortos! O número oficial divulgado é 15 mil, mas verificamos junto a vários canais de informação e vemos que a situação foi ainda pior.

Com as investigações feitas sabemos que as destruições causaram muitíssimos danos nestas duas províncias do Donbass [hoje Repúblicas independentes] que se manifestavam em favor da Federação Russa.

A mídia pró-EUA não falava da enorme perseguição que ocorreu, nem dos que resistiram na praça Maidan ao golpe na Ucrânia manipulado pelos EUA em 2014, nem dos mortos posteriores.

E se desconhece devido à manipulação, porque 98% da informação a que temos acesso na América Latina pelos meios massivos de comunicação obedecem ao Pentágono.

E por que ao Pentágono? Porque eles utilizam a informação como arma de guerra há muitos anos. No Brasil vocês sabem muito bem porque já vivenciaram isso com a derrubada do presidente Getúlio Vargas e, posteriormente, suportando anos de ditadura em favor dos interesses estrangeiros.

Neste momento temos um império em decadência visível, palpável, não estamos inventando. Sabemos os problemas econômicos pelos quais estão passando os Estados Unidos, presenciamos como os seus setores mais fundamentalistas preparam as investidas, como armam junto às principais transnacionais do mundo.

E temos uma Europa submetida por seus próprios governos aos mandatários dos EUA, em que as medidas que tomam são um alinhamento cego.

E isso está provocando uma enorme decadência europeia, países submetidos como colônias.

Vou citar um exemplo, como nunca houve em nenhum outro momento no mundo, o do venezuelano Juan Guaidó, que se autonomeou presidente, se autodesignou mandatário.

Foi reconhecido e teve as embaixadas desses países abertas, quando não tinha em mãos o governo real da Venezuela. O papel da Europa foi o de seguir o determinado pelos EUA.

Nas guerras movidas contra o Iraque, Afeganistão, Líbia, Iêmen e Síria, o papel da Europa foi pagar as armas.

E se utilizam da dupla moral dos EUA, que falam de democracia e humanismo para seguir invadindo países.

Sofremos isso na nossa América Latina desde a segunda metade do século 19. No século 21, os EUA foram protagonistas de invasões coloniais nas quais utilizaram ondas de mercenários.

Vejamos o caso de Líbia, que era o país com melhores índices econômicos e de seguridade social do norte da África. Nós vimos o que aconteceu: os EUA impuseram sobre nós a Doutrina Monroe. Confessou John Kerry, durante o governo de Obama, tudo está vinculado.

Extinta a União Soviética, os Estados Unidos pensaram que poderiam instalar-se como um governo global, que já tinham o mundo sob seu domínio. Assim, a partir de 1992, ingressaram nas águas territoriais da China, da Rússia, inclusive da Coreia do Norte, assumindo uma atitude de guerra permanente.

Lembra-se de quando George Bush filho se aproveitou do episódio das Torres Gêmeas para declarar a “guerra infinita e sem fronteiras”?

Se isso não é fascismo, não saberia dizer o que é. São as fronteiras abertas, que declarou Hitler em sua época quando invadiu todos aqueles países. O que temos agora é um fascismo muito em voga na Europa para um período histórico em que o império necessita urgentemente de reativar sua indústria bélica.

O papel que os europeus não querem em geral é pagar as armas e acompanhar os EUA nestas invasões. Por isso estão querendo ter exércitos latino-americanos para participar dos golpes na América do Sul e no Caribe.

O tom beligerante europeu, acompanhando os EUA, é crescente. Havia um compromisso explícito de não avançar um milímetro a Otan para o Oeste.

Acredito que a aliança estratégica que começa a se conformar entre a China e a Rússia tem uma extensão a outros países asiáticos, como a Coreia do Norte.

Havia o compromisso de todos aqueles que tinham esperança no mundo de não utilização de armas nucleares. Mas, agora, há um desespero, porque os Estados Unidos entraram em contradição e não vão conseguir resolver.

No caso de Ucrânia, os EUA encheram de mercenários e armamentos, levando não só a Europa ao suicídio como os próprios Estados Unidos. E a selvageria aumenta à medida que se aproxima o fim do império, que está fazendo água por todo canto. O problema mais grave para um império decadente, genocida, que quer dominar a todos, é o regresso do mundo à multipolaridade.

Daí a campanha feroz de desinformação sobre o que está ocorrendo na Ucrânia, com vídeos falsos e fake news, que poderia causar um dano gravíssimo à Humanidade. A informação manipulada como arma de guerra é o mais grave que poderia ocorrer porque intoxicaria uma parcela expressiva da população, e prejudicaria a si mesma.

Na nossa América, por exemplo, há países que, em vez de permanecerem neutros diante desta situação, tentam se salvar dizendo que rechaçam o avanço russo. O que Putin explicou muito bem é tratar-se de uma operação militar especificamente, porque não pode permitir que a Ucrânia entre na Otan.

Todos sabem que não há qualquer vantagem em alguém se associar à Otan, que foi uma criação dos serviços de inteligência britânico e estadunidense já aterrorizando a Europa.

Esta manobra aterrorizante não vem de agora, é um processo que vem de longo tempo, o esquema de submetê-los pela ignorância, pela manipulação e a desinformação. Este é o esquema do império estadunidense. Porque, como bem disse Putin, não há colônias russas ou chinesas pelo mundo.

O que fazer diante desta enxurrada de mentiras?

É necessário mobilizarmos urgentemente para dar um basta neste terrorismo. Porque a concentração da mídia nas mãos de um poder hegemônico é como disparar mísseis para todo os lados. Isso somado às novas tecnologias é verdadeiramente uma arma terrorista.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), entre os direitos dos povos do mundo está o acesso à informação veraz. Quando não é veraz, passa a ser outra coisa, violentando as próprias regras do jornalismo. Tudo voltado para a dominação do homem.

Está se jogando na Ucrânia os destinos da humanidade e devemos estar unidos, todos, para denunciar esta situação.

Por isso os EUA deslocaram para as proximidades da Rússia armas nucleares. A Rússia está cercada por bases militares dos EUA, países que não recebem qualquer benefício. E onde estão no mundo todos sabemos que elas têm um mesmo significado: a dominação de seus povos.

No momento há uma força nazifascista, bancada pelos EUA, tentando impor sua lógica a qualquer custo?

Esta é a política do imperialismo, um colonialismo tardio que tentam impor ao mundo. Diferente disso, Rússia e China representam os valores da humanidade contra esse poder político e econômico que beneficia a uma absoluta minoria.

No momento de tanta morte e destruição de escolas e hospitais pelas forças nazifascistas, quero reafirmar que a tecnologia deveria estar a serviço da paz e da ajuda humanitária. Porque são milhões as pessoas que morrem de fome ou armas na América Latina, na África e nos cordões de miséria do mundo em que querem nos impor sua política.

A informação hoje está controlada diretamente pelo Pentágono, com crueldade e potência de vida ou morte. Daí a relevância destes esclarecimentos e de ampliarmos nossa rede de informação veraz.

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Zé Maria

Histórias de um Golpe chamado Euromaidan

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Zé Maria

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“Estima-se que um milhão de judeus ucranianos foram mortos por nazistas e colaboradores ucranianos durante a Segunda Guerra Mundial.
O massacre só foi encerrado após a União Soviética retomar o controle do território em 1944.”

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Zé Maria

Manchete do dia:

“Bolsonaro [Genocida] concederá passaporte ‘humanitário’
a [Mercenários] refugiados [NeoNaziFascistas] ucranianos”

    Zé Maria

    Serão os Professores dos Bolsonaristas que viajaram
    para a Ucrânia para ter Aulas de Golpe NaziFascista?

    Zé Maria

    https://www.viomundo.com.br/wp-content/uploads/2022/03/milicias-neonazistas-ucrania2-scaled-e1646167475296.jpg

    “Desde 2014, militantes armados de extrema-direita
    se agruparam na Ucrânia para criar organizações
    paramilitares neonazistas, como o Setor Direito
    [Pravyi Sektor]* e o Batalhão de Azov **, que passaram
    a atacar instalações públicas e reprimir apoiadores
    do governo russo.”
    https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1498775797695488008

    * Pravyi Sektor (Setor Direito ou Setor da Direita)
    é um partido político ucraniano de extrema-direita, neofascista e ultranacionalista, criado em novembro
    de 2013, como uma confederação paramilitar de várias organizações nacionalistas NeoNaziFascistas, no contexto
    dos ‘Protestos da Euromaidan’, em Kiev.

    O Partido foi fundado por Grupos Ultra-Radicais
    NeoNazistas como a Assembleia Nacional Ucraniana
    de Auto-Defesa UNA-UNSO), uma Organização
    Paramilitar NeoFascista.

    Outros grupos neofascistas fundadores do Pravyi Sektor
    incluem: ‘Tridente’ (Tryzub); ‘Patriotas da Ucrânia’;
    ‘Assembléia Nacional-Socialista’; ‘White Hammer’
    e ‘Carpathian Sich’.

    Em junho 2014, depois do Golpe de Estado, a Organização foi designada pelo Ministério do Interior da Ucrânia para controlar a cidade de Mariupol – Capital da Província de Kharkov – depois de a haver invadido e capturado do
    domínio dos rebeldes separatistas do Leste da Ucrânia.

    O Pravyi Sektor se considera, dentro da tradição
    de partidários da Ucrânia Fascista, como o Exército
    Ucraniano que lutou na Segunda Guerra Mundial
    ao lado dos Nazistas contra a União Soviética na
    Operação Barbarossa (Unternehmen Barbarossa).

    ** O Batalhão de Azov é uma organização paramilitar, atualmente ligada ao Ministério do Interior da Ucrânia, criado em 2014, durante os ‘protestos da Euromaidan’,
    por Hooligans e ultras do Clube de Futebol Ucraniano
    ‘FC Metalist Kharkiv’ e militantes de extrema-direita.

    É uma unidade militarizada de ‘infantaria voluntária’
    de Extrema-Direita, ultranacionalista de ideologia neonazista e supremacista branca.

    O Batalhão de Azov tem envolvimento em vários
    casos de abusos de Direitos Humanos e crimes
    de guerra durante a Guerra Civil [pela Independência
    de Kharkov, Donetsk e Lugansk], no Leste da Ucrânia, principalmente casos de execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, torturas, estupros,
    saques, destruição de locais de culto, limpeza étnica
    e de perseguição a homossexuais, judeus e russos.

    No Brasil, em 2016, a Polícia Civil do Estado do
    Rio Grande do Sul desmantelou uma célula do
    Batalhão de Azov que recrutava neonazistas
    brasileiros para serem enviados para a Ucrânia.
    Na época, a Polícia Gaúcha apreendeu armas,
    estojos de munições, livros versando sobre a Ideologia Nazista, como Mein Kampf de Adolf Hitler, e material
    de propaganda do movimento ‘White Power Sul Skin’
    (Poder da Pele Branca do Sul):

    https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/12/operacao-combate-recrutamento-de-neonazistas-do-rs-para-ucrania.html

    https://br.sputniknews.com/20161212/fascistas-ucranianos-recrutamento-neonazistas-brasil-leste-europeu-7144053.html

    https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2016/12/policia-investiga-movimento-armado-que-recrutou-neonazistas-gauchos-para-lutar-na-ucrania-8661153.html

    Zé Maria

    Em tempo

    Mariupol é uma Cidade do ex-Oblast (Província, Estado) de Donetsk,
    que declarou Independência da Ucrânia sob o nome de República
    Popular de Donetsk que, há pouco, foi reconhecida pela Rússia.

    A Capital do ex-Oblast de Kharkov é a Cidade de mesmo nome.

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